Pelo Twitter, a turba moro-bolsonarista começa a convocar um ato nacional contra o Supremo Tribunal Federal.
Logo saberemos se têm o aval informal de Sérgio Moro e de Jair Bolsonaro, ainda que provavelmente publicamente não o deem.
Não chega a ser inédito que os fundamentalistas de direita se manifestem contra o STF, mas há duas diferenças fundamentais, agora.
A primeira, ser o tema central dos manifestantes, clamar por um ato de força contra a Corte, não algo que se possa atribuir a “pequenos grupos”.
A segunda – e mais importante – que agora é um desafio a una decisão unânime do Tribunal – uma vez que, no mérito, nem o voto contrário de Marco Aurélio Mello, fundado em razões processuais, tenderia a ser divergente na questão da transferência esdrúxula do ex-presidente Lula.
Agora há pouco, participando de um debate sobre o tema, reafirmei o que disse desde o primeiro momento, que a decisão de transferir Lula rescendia a “cheiro de Moro” e foi isso que a levou, em tempo recorde, ao plenário do STF. Se há dúvidas sobre se ele a sugeriu pessoalmente, isso é irrelevante ante o fato de que tinha o zeitgeist morista, o espírito dos tempos “Sergio Moro” do Judiciário brasileiro.
Da mesma forma, conte ou não com o apoio de Moro, o ato contra o STF terá a sua alma.
Um erro, pois Moro deveria, mais que ninguém, saber que enfrentar um tribunal é suicida.
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