Por Altamiro Borges
O vexame da entrevista com Glenn Greenwald no Roda Viva da TV Cultura nesta segunda-feira (2) continua repercutindo. Não é para menos que o programa há muito tempo é chamado ironicamente de “Roda Morta”. E não adianta mudar de direção ou de bancada. O viés direitista e provocador sempre dá o tom. No futuro, o vídeo talvez seja motivo de estudo nas escolas de comunicação como exemplo de como não fazer jornalismo.
Alguns analistas ainda tentam entender como a bancada do Roda Morta não explorou o conteúdo dos graves vazamentos da Operação Lava-Jato. Num típico tribunal de exceção ou sessão de tortura, os entrevistadores apenas tentaram incriminar o fundador do site The Intercept, um jornalista de renome internacional, que já recebeu vários prêmios – inclusive o Pulitzer – e desafiou a CIA e NSA e outros instrumentos do império.
Não houve perguntas sobre os crimes de abuso de autoridade da Lava-Jato. O nome do juizeco Sergio Moro, que ganhou de presente uma ministério no laranjal de Jair Bolsonaro, quase não foi citado de forma crítica. As palestras milionárias do pastor do powerpoint Deltan Dallagnol também foram poupadas. Ninguém tratou dos comentários mórbidos dos procuradores sobre a esposa, irmão e netinho de Lula. O conteúdo bombástico da Vaza-Jato simplesmente não estava na preocupação dos “jornalistas”, não estava na pauta.
Ao invés de discutir o essencial, que seria bem mais útil para os cada vez mais minguados telespectadores da TV Cultura, os entrevistadores partiram raivosos contra o jornalista Glenn Greenwald – o que é pouco comum em uma corporação. Parecia o juizeco Sergio Moro naqueles showzinhos da República de Curitiba. Queriam saber do hacker, se houve pagamento no vazamento, se o editor do Intercept cometeu crime. Vergonhoso!
O editor do jornal o Globo, Gabriel Mascarenhas, chegou a insinuar que Glenn Greenwald era cúmplice da corrupção. “Você defende a anulação sumária de todos os processos e condenações da Lava Jato?”, provocou o jagunço da famiglia Marinho. Já a âncora do programa, Daniela Lima, que presta serviços na Folha, afirmou que os vazamentos poderiam resultar na soltura de “Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima” e outros notórios bandidos. Patético.
Quais, então, as razões para a bancada do Roda Morta se portar desta forma tão antiprofissional, cometendo esse baita vexame? Há várias hipóteses. Cito apenas três. Há quem afirme que os jornalistas tentaram agradar o atual dono da TV Cultura, o fascistoide João Doria, governador de São Paulo – que hoje comanda com mão de ferro a emissora pública.
Outros acham que eles tentaram agradar os patrões, os donos dos seus veículos, que sempre endeusaram os “justiceiros” da Lava-Jato por motivação política – derrubar Dilma Rousseff e viabilizar a prisão política de Lula, o que acabou resultando na ascensão do fascismo e na vitória de Jair Bolsonaro nas eleições do ano passado.
Os mais pessimistas garantem que o jornalismo, enquanto ofício ético a serviço da humanidade, está morrendo! Como apontou Luis Nassif, a entrevista no Roda Viva “foi uma demonstração de que o jornalismo praticante perdeu noção dos princípios e papéis básicos do jornalismo. Mostra que há uma ignorância ampla sobre fundamentos básicos de jornalismo, praticados em qualquer país civilizado. Lembra em muito os jornalistas do sistema nos tempos da ditadura”.
O vexame da entrevista com Glenn Greenwald no Roda Viva da TV Cultura nesta segunda-feira (2) continua repercutindo. Não é para menos que o programa há muito tempo é chamado ironicamente de “Roda Morta”. E não adianta mudar de direção ou de bancada. O viés direitista e provocador sempre dá o tom. No futuro, o vídeo talvez seja motivo de estudo nas escolas de comunicação como exemplo de como não fazer jornalismo.
Alguns analistas ainda tentam entender como a bancada do Roda Morta não explorou o conteúdo dos graves vazamentos da Operação Lava-Jato. Num típico tribunal de exceção ou sessão de tortura, os entrevistadores apenas tentaram incriminar o fundador do site The Intercept, um jornalista de renome internacional, que já recebeu vários prêmios – inclusive o Pulitzer – e desafiou a CIA e NSA e outros instrumentos do império.
Não houve perguntas sobre os crimes de abuso de autoridade da Lava-Jato. O nome do juizeco Sergio Moro, que ganhou de presente uma ministério no laranjal de Jair Bolsonaro, quase não foi citado de forma crítica. As palestras milionárias do pastor do powerpoint Deltan Dallagnol também foram poupadas. Ninguém tratou dos comentários mórbidos dos procuradores sobre a esposa, irmão e netinho de Lula. O conteúdo bombástico da Vaza-Jato simplesmente não estava na preocupação dos “jornalistas”, não estava na pauta.
Ao invés de discutir o essencial, que seria bem mais útil para os cada vez mais minguados telespectadores da TV Cultura, os entrevistadores partiram raivosos contra o jornalista Glenn Greenwald – o que é pouco comum em uma corporação. Parecia o juizeco Sergio Moro naqueles showzinhos da República de Curitiba. Queriam saber do hacker, se houve pagamento no vazamento, se o editor do Intercept cometeu crime. Vergonhoso!
O editor do jornal o Globo, Gabriel Mascarenhas, chegou a insinuar que Glenn Greenwald era cúmplice da corrupção. “Você defende a anulação sumária de todos os processos e condenações da Lava Jato?”, provocou o jagunço da famiglia Marinho. Já a âncora do programa, Daniela Lima, que presta serviços na Folha, afirmou que os vazamentos poderiam resultar na soltura de “Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima” e outros notórios bandidos. Patético.
Quais, então, as razões para a bancada do Roda Morta se portar desta forma tão antiprofissional, cometendo esse baita vexame? Há várias hipóteses. Cito apenas três. Há quem afirme que os jornalistas tentaram agradar o atual dono da TV Cultura, o fascistoide João Doria, governador de São Paulo – que hoje comanda com mão de ferro a emissora pública.
Outros acham que eles tentaram agradar os patrões, os donos dos seus veículos, que sempre endeusaram os “justiceiros” da Lava-Jato por motivação política – derrubar Dilma Rousseff e viabilizar a prisão política de Lula, o que acabou resultando na ascensão do fascismo e na vitória de Jair Bolsonaro nas eleições do ano passado.
Os mais pessimistas garantem que o jornalismo, enquanto ofício ético a serviço da humanidade, está morrendo! Como apontou Luis Nassif, a entrevista no Roda Viva “foi uma demonstração de que o jornalismo praticante perdeu noção dos princípios e papéis básicos do jornalismo. Mostra que há uma ignorância ampla sobre fundamentos básicos de jornalismo, praticados em qualquer país civilizado. Lembra em muito os jornalistas do sistema nos tempos da ditadura”.
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