sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Russomanno, o bolsonarista, segue em queda

Por Altamiro Borges


O candidato do "capetão" Jair Bolsonaro na capital paulista, o midiático bravateiro Celso Russomanno, segue afundando. Pesquisa Datafolha feita nos dias 3 e 4 de novembro mostra que o queridinho da TV Record e da Igreja Universal (Iurd) perdeu quatro pontos, de 20% para 16%, e agora está embolado no segundo lugar.

Segundo a síntese publicada pela Folha tucana, "o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), se isolou na dianteira da corrida eleitoral na cidade, enquanto o deputado Celso Russomanno (Republicanos) agora empata na segunda colocação com Guilherme Boulos (PSOL) e o ex-governador Márcio França (PSB)".

Alta taxa de rejeição do bravateiro

Na comparação com a pesquisa anterior do Datafolha, feita em 20 e 21 de outubro, Covas subiu de 23% para 28%. Já Russomanno caiu quatro pontos, de 20% para 16%. No início da campanha eleitoral, o filho bastardo do presidente Bolsonaro tinha 29% das intenções de voto. A adoção custou caro!

A Folha também registra que "as notícias para o deputado são ainda piores quando é examinada a rejeição a seu nome. Russomanno começou no fim de setembro em 21%, subindo nos levantamentos seguintes para 29% (5 e 6 de outubro) e 38% (20 e 21 de outubro). Agora, ele atinge 47%". Bolsonaro atrai mais rejeição!

Como lembra o jornal, Celso Russomanno aprofundou seus laços com Bolsonaro em pleno horário eleitoral de rádio e TV, "a despeito das advertências em contrário de seu time de campanha”. Já o tucano Bruno Covas foi mais esperto e "tem escondido o governador João Doria (PSDB) da campanha".

Mamãe Falei, Joice e Levy

Ainda sobre essa pesquisa vale um registro hilário: outros candidatos que se projetaram na onda bolsonarista também estão mal. O provocador Arthur do Val (o Mamãe Falei, do Patriota) tem 4%; a plagiadora Joice Hasselmann (PSL) tem 3%; e Levy Fidélix (PRTB), candidato do general-vice Hamilton Mourão, tem 1%.

O Datafolha também mostrou as principais mudanças no perfil de apoio a Russomanno. Sua intenção de voto entre jovens de 16 a 24 anos despencou de 20% para 9%. Ele é rejeitado por 56% desse grupo, por 60% dos que têm curso superior e por 66% dos mais ricos. Ligado à Iurd, só pontua melhor no nicho evangélico (25%).

Outros bolsonaristas em apuros

O apoio explícito de Jair Bolsonaro não afundou apenas a candidatura do bravateiro da TV Record. No Rio de Janeiro, o prefeito-pastor Marcelo Crivella, que é sobrinho de Edir Macedo, dono da emissora e da Igreja Universal do Reino de Deus, também naufragou ancorado no “capetão” e pode nem ir ao segundo turno.

Outros bolsonaristas também seguem para o inferno. Em sua live nesta quinta-feira (5), o presidente usou a estrutura oficial do governo para fazer campanha aberta – o que até poderia caracterizar crime eleitoral. Por 23 minutos, ele pediu votos para dez candidatos a vereador, incluindo seu filhote Carluxo, e sete a prefeitos.

Além de Celso Russomanno e Marcelo Crivella, ambos do Republicanos – sigla de aluguel da Iurd –, Bolsonaro citou os postulantes às prefeituras de Belo Horizonte, Santos, Manaus, Paranaíba (PI) e Fortaleza. Com exceção do cearense Capitão Wagner, que também está afundando, os outros estão na rabeira das pesquisas.

Na maior caradura, o “capetão” também declarou apoio a sua ex-assessora Walderice Santos da Conceição, a famosa Wal do Açaí, que concorre a vaga de vereadora em Angra dos Reis com o nome de Wal Bolsonaro. Ela é aquela "funcionária fantasma" do ex-deputado Bolsonaro, que vendia açaí e nunca apareceu no gabinete.

0 comentários: