Impulsionada pelo ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, a Runasur nasceu com a proposta de agregar projetos como a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e, nas palavras de Morales, "unir os movimentos sociais – sejam indígenas, trabalhadores, de classe média e de professores – com profissionais intelectuais, com o objetivo de lutar por uma verdadeira libertação de toda a América plurinacional dos povos aos povos”. A iniciativa foi batizada Runasur por ter como missão complementar e enriquecer as instâncias oficiais - em quechua, "runa" significa "gente", "pessoa".
Para dar visibilidade e capilaridade à iniciativa, ocorreu, nesta segunda-feira (21), uma reunião entre a Runasur e o Fórum Nacional pela Integração de Nossa América (FCINA), do qual o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé faz parte, além de dezenas de veículos e organizações sociais sul-americanos, como o brasileiro Diálogos do Sul. Com a presença das mulheres responsáveis pela comunicação da Runasur, foi firmado um acordo de cooperação mútua entre as iniciativas, de forma a 'espalhar' a novidade pela região e, em especial, apresentar a Runasur e seus propósitos à imensa coletividade de ativistas, movimentos populares e meios de comunicação alternativos da América Latina e do Caribe.
O FCINA, vale destacar, foi criado em 2013, com a missão de construir uma rede de articulação entre movimentos e mídias alternativas do continente, tendo como norte a luta pela democratização da comunicação e a bandeira da disputa de ideias como elemento crucial para o avanço de uma agenda de integração regional, com soberania e justiça social.
Confira, a seguir, a nota do FCINA sobre o acordo com a Runasur, traduzido para o português pelo Barão de Itararé:
Para dar visibilidade e capilaridade à iniciativa, ocorreu, nesta segunda-feira (21), uma reunião entre a Runasur e o Fórum Nacional pela Integração de Nossa América (FCINA), do qual o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé faz parte, além de dezenas de veículos e organizações sociais sul-americanos, como o brasileiro Diálogos do Sul. Com a presença das mulheres responsáveis pela comunicação da Runasur, foi firmado um acordo de cooperação mútua entre as iniciativas, de forma a 'espalhar' a novidade pela região e, em especial, apresentar a Runasur e seus propósitos à imensa coletividade de ativistas, movimentos populares e meios de comunicação alternativos da América Latina e do Caribe.
O FCINA, vale destacar, foi criado em 2013, com a missão de construir uma rede de articulação entre movimentos e mídias alternativas do continente, tendo como norte a luta pela democratização da comunicação e a bandeira da disputa de ideias como elemento crucial para o avanço de uma agenda de integração regional, com soberania e justiça social.
Confira, a seguir, a nota do FCINA sobre o acordo com a Runasur, traduzido para o português pelo Barão de Itararé:
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Fórum de Comunicação para a Integração de Nossa América firma aliança para fortalecer a Runasur
Inspirados pelos bons ventos trazidos pela celebração, por parte dos povos andinos-amazônicos e do Chaco, da chegada do ano de 5529, ocorreu, nesta semana, uma reunião virtual para forjar o princípio de uma colaboração entre o Fórum de Comunicação para a Integração de Nossa América (FCINA) e a emergente Runasur.
Com a Runasur, se concretiza a ideia longamente almejada por organizações populares do continente de possibilitar um processo de integração desde os povos que complemente e enriqueça as instâncias oficiais inter-estatais de integração.
A concepção fundante do projeto, porém, vai muito além disso. Se trata de construir uma América Plurinacional desde as múltiplas identidades habitantes da região, com um caráter decididamente anti-imperialista, como alternativa ao sistema colonial neoliberal, que deixa claro pretender continuar com a indevida apropriação de riqueza e depredação de recursos.
A iniciativa ganhou força a partir da ação do ex-presidente boliviano, Evo Morales Ayma, que convocou um evento em dezembro de 2020, em Cochabamba, com o lema “Encontro dos Povos de Abya Yala pela construção de uma América Plurinacional”.
Participaram da atividade delegações de 13 nacionalidades, entre elas integrantes de grupos sindicais da Argentina, do movimento indígena originiário e camponês da Bolivia, da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) e de movimentos sociais da Venezuela. Como resultado, surgiu a ideia de conformar a “Unasur de Los Pueblos”, a Runasur (“runa”, em quechua, significa gente, pessoa).
A partir desta decisão, configurou-se uma Comissão Técnica, composta por delegados da Bolívia, Argentina, Equador e Venezuela, com a tarefa de propor os eixos ideológicos, estruturação e modos de funcionamento que se diferenciem dos organismos inter-estatais. A proposta será debatida proximamente, no marco de uma Assembleia Plurinacional, como órgão máximo de decisão da Runasur.
Entre os temas abordados pela Comissão Técnica, destaca-se o papel estratégico da comunicação política, que entre seus objetivos destaca a consolidação de um processo de articulação comunicacional, uma ‘rede de redes’ de vozes populares para fazer frente à maquinaria de produção de sentidos dos meios de comunicação monopólicos.
É nessa estratégia de conexão com as múltiplas expressões comunicacionais dos povos latino-americanos que se enreda a relação da Runasur com o FCINA, uma articulação surgida justamente da necessidade de somar esforços para colocar a participação popular como uma chave para os processos de integração regional, sob pena de esses processos se enfraquecerem, como ocorreu em alguns casos.
Ao mesmo tempo, desde a sua criação em 2013, o FCINA elencou como prioridade instalar uma agenta continetal de democratização da comunicação como requisito imprescindível e urgente para o avanço das justas demandas populares e a convergência regional dessa agenda.
Acordo de colaboração entre FCINA e Runasur
Frente ao intencional vazio informativo e o silêncio dos meios corporativos sobre a criação da Runasur, além da falta de conhecimento sobre a iniciativa por parte da cidadania e mesmo de movimentos organizados no território, foi realizado um acordo de colaboração mútua nas ações de difusão a serem desenvolvidas para levar à tona as pautas e o posicionamento do organismo em gestação.
Também foi combinada a construção de vias de contato fluido e permanente para gerar e distribuir informação sobre a Runasur através das mais de 30 redes, meios de comunicação e movimentos sociais que integram o FCINA.
No encontro, também foi possível planejar as primeiras atividades a serem realizadas de imediato, como a realização de uma entrevista colaborativa e a realização de uma campanha no âmbito digital.
Da Comissão Técnica da Runasur, participaram da reunião as responsáveis pela comunicação, Cecilia Urquieta e María Fernanda Ruiz, além de membros de diversas redes de comunicação e organizações integrantes do FCINA.
O acordo foi selado com expressões de sintonia e o desejo de empurrar, juntos, um processo continental que emane das mais profundas aspirações dos povos.
Fórum de Comunicação para a Integração de Nossa América (FCINA)
* Traduzido por Felipe Bianchi/Barão de Itararé.
Fórum de Comunicação para a Integração de Nossa América firma aliança para fortalecer a Runasur
Inspirados pelos bons ventos trazidos pela celebração, por parte dos povos andinos-amazônicos e do Chaco, da chegada do ano de 5529, ocorreu, nesta semana, uma reunião virtual para forjar o princípio de uma colaboração entre o Fórum de Comunicação para a Integração de Nossa América (FCINA) e a emergente Runasur.
Com a Runasur, se concretiza a ideia longamente almejada por organizações populares do continente de possibilitar um processo de integração desde os povos que complemente e enriqueça as instâncias oficiais inter-estatais de integração.
A concepção fundante do projeto, porém, vai muito além disso. Se trata de construir uma América Plurinacional desde as múltiplas identidades habitantes da região, com um caráter decididamente anti-imperialista, como alternativa ao sistema colonial neoliberal, que deixa claro pretender continuar com a indevida apropriação de riqueza e depredação de recursos.
A iniciativa ganhou força a partir da ação do ex-presidente boliviano, Evo Morales Ayma, que convocou um evento em dezembro de 2020, em Cochabamba, com o lema “Encontro dos Povos de Abya Yala pela construção de uma América Plurinacional”.
Participaram da atividade delegações de 13 nacionalidades, entre elas integrantes de grupos sindicais da Argentina, do movimento indígena originiário e camponês da Bolivia, da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) e de movimentos sociais da Venezuela. Como resultado, surgiu a ideia de conformar a “Unasur de Los Pueblos”, a Runasur (“runa”, em quechua, significa gente, pessoa).
A partir desta decisão, configurou-se uma Comissão Técnica, composta por delegados da Bolívia, Argentina, Equador e Venezuela, com a tarefa de propor os eixos ideológicos, estruturação e modos de funcionamento que se diferenciem dos organismos inter-estatais. A proposta será debatida proximamente, no marco de uma Assembleia Plurinacional, como órgão máximo de decisão da Runasur.
Entre os temas abordados pela Comissão Técnica, destaca-se o papel estratégico da comunicação política, que entre seus objetivos destaca a consolidação de um processo de articulação comunicacional, uma ‘rede de redes’ de vozes populares para fazer frente à maquinaria de produção de sentidos dos meios de comunicação monopólicos.
É nessa estratégia de conexão com as múltiplas expressões comunicacionais dos povos latino-americanos que se enreda a relação da Runasur com o FCINA, uma articulação surgida justamente da necessidade de somar esforços para colocar a participação popular como uma chave para os processos de integração regional, sob pena de esses processos se enfraquecerem, como ocorreu em alguns casos.
Ao mesmo tempo, desde a sua criação em 2013, o FCINA elencou como prioridade instalar uma agenta continetal de democratização da comunicação como requisito imprescindível e urgente para o avanço das justas demandas populares e a convergência regional dessa agenda.
Acordo de colaboração entre FCINA e Runasur
Frente ao intencional vazio informativo e o silêncio dos meios corporativos sobre a criação da Runasur, além da falta de conhecimento sobre a iniciativa por parte da cidadania e mesmo de movimentos organizados no território, foi realizado um acordo de colaboração mútua nas ações de difusão a serem desenvolvidas para levar à tona as pautas e o posicionamento do organismo em gestação.
Também foi combinada a construção de vias de contato fluido e permanente para gerar e distribuir informação sobre a Runasur através das mais de 30 redes, meios de comunicação e movimentos sociais que integram o FCINA.
No encontro, também foi possível planejar as primeiras atividades a serem realizadas de imediato, como a realização de uma entrevista colaborativa e a realização de uma campanha no âmbito digital.
Da Comissão Técnica da Runasur, participaram da reunião as responsáveis pela comunicação, Cecilia Urquieta e María Fernanda Ruiz, além de membros de diversas redes de comunicação e organizações integrantes do FCINA.
O acordo foi selado com expressões de sintonia e o desejo de empurrar, juntos, um processo continental que emane das mais profundas aspirações dos povos.
Fórum de Comunicação para a Integração de Nossa América (FCINA)
* Traduzido por Felipe Bianchi/Barão de Itararé.
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