sexta-feira, 4 de março de 2022

Um mundo em guerra pelo petróleo

Por Pedro Pinho, no site da Associação dos Engenheiros da Petrobras:

Onde está o petróleo?

Apenas dois países estão entre as cinco maiores reservas de óleo e de gás do planeta: a Rússia e o Irã. Ambos são participantes da “Nova Rota da Seda”, o maior projeto de desenvolvimento do mundo, que já engloba mais de 145 estados nacionais, majoritariamente na África (44), na Ásia (42) e na Europa (29).

Por outro lado onde estão os maiores consumidores de óleo e de gás? De acordo com a bp Statistical Review of World Energy, edição de 2021, dos dez maiores consumidores, apenas cinco também são produtores, embora nem todos possam satisfazer a demanda interna. São grandes consumidores com produção que atende total ou significativamente o país, em exajoules: os Estados Unidos da América (62,49), a Federação Russa (21,20), a República Islâmica do Irã (11,70), a Arábia Saudita (10,55) e o Canadá (8,32). Os que completam a lista dos dez maiores são importadores líquidos, valores também em exajoules: República Popular da China (40,40), Índia (11,17), Japão (10,25), Alemanha (7,33) e Coreia do Sul (6,94). A distância destes para os demais é tamanha que o próximo da lista, que no entanto é autossuficiente, é o Brasil (5,77 exajoules). Ao qual seguem países europeus entre 5 e 3,5 exajoules de consumo.

O petróleo do mundo está na Venezuela (onde o reeleito presidente é chamado pela imprensa OTAN de ditador), no Oriente Médio, na Rússia e no Turcomenistão.

Precisa mais para que se compreenda a verdadeira causa das revoluções coloridas, dos injustificados ataques ao Iraque, à Líbia, à Síria, ao Afeganistão (vizinho de ricos detentores de reservas de petróleo)?

O que se evidencia em todas as guerras é a morte da comunicação. Quem pode imaginar que as notícias, as fotos, as entrevistas com que nos bombardeiam as mídias televisivas, impressas, radiofônicas nacionais e importadas sejam verdadeiras? Quando as fake news são as mais encontradas comunicações, tradicionais e virtuais?

Estamos assistindo a mudança de um Império, das finanças apátridas, por um novo que esperamos se consolide com respeito à humanidade e ao trabalho, ao invés da renda e da especulação financeira. O que faz o presidente de uma empresa do povo brasileiro dizer sem se envergonhar nem pedir desculpas que o objetivo da Petrobrás é pagar substanciais dividendos aos acionistas, mesmo que sejam obtidos não com suas operações, cada dia mais reduzidas, mas com a venda de valiosos ativos, que custaram o esforço de gerações de brasileiros.

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