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A Uneafro-Brasil e o Instituto de Referência Negra Peregum protocolaram nesta semana uma ação no Ministério Público do Paraná pedindo o fechamento imediato da empresa AlfaCon, que realiza cursos preparatórios para ingresso na Polícia Rodoviária Federal (PRF) e em outros órgãos públicos. As entidades do movimento antirracista alegam que o cursinho ensina técnicas de tortura, como as que mataram cruelmente Genivaldo Jesus, em Umbaúba (SE), no dia 25 de maio.
Conforme registra o site Metrópoles, “as entidades pediram também a responsabilização criminal de Evandro Guedes, o dono da AlfaCon, por incitação ao crime e racismo. Guedes, que é ex-policial militar e se diz candidato ao Senado pelo PL [o mesmo partido do fascista Jair Bolsonaro], já fez falas racistas e violentas em uma de suas aulas. Numa delas, disse que ‘descobriu que gosta de bater nas pessoas’”. Já um professor da escola, Ronaldo Bandeira, aparece num vídeo ensinando a prática de tortura por sufocamento em viaturas da polícia com gás lacrimogêneo:
“Nesse interim que a gente ficou lavrando procedimento e ele estava na parte de trás da viatura, ele ainda tentou quebrar o vidro com um chute. O que a polícia faz? Abre um pouquinho, pega o spray de pimenta e taca... Foda-se! É bom pra caralho! A pessoa fica mansinha... Daqui a pouco eu só escutei assim ‘ah eu vou morrer, eu vou morrer’. Ai, eu fiquei com pena, abri de novo e disse 'torturaaaa'. E fechei de novo”, ensina o instrutor no vídeo asqueroso de 2016.
Garoto-propaganda da escola de torturas
Como lembra Leonardo Sakamoto, em matéria postada no site UOL nesta terça-feira (31), “não é de hoje que a AlfaCon é acusada de incitar a violência em suas aulas. Ou mesmo de estar no centro de polêmicas. Foi em uma palestra no cursinho, em julho de 2018, que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse que, para fechar o STF bastava um cabo e um soldado”. Vale acrescentar que o próprio presidente-fascista já foi garoto-propaganda desta escola de tortura!
Diante das denúncias dos últimos dias, o dono da AlfaCon resolveu demonstrar toda sua arrogância e postura criminosa. Pelas redes sociais, Evandro Guedes xingou uma seguidora de “patricinha maconheira”, “puta” e “feiosa” após ela criticar a prática da câmera de gás que resultou no assassinato de Genivaldo de Jesus.
O ex-policial ainda ameaçou processar a internauta. Em um determinado momento do bate-boca, o empresário petulante afirmou que “sou bolsonarista” e “milionário”. Ele disse ainda que pretende ser candidato ao Senado no Paraná e que é filiado ao PL, o mesmo partido do seu “mito”.
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