Encontro com trabalhadores do samba na quadra da Unidos da Tijuca, no Rio. Foto: Ricardo Stuckert |
Pouca coisa mudou na nova edição da pesquisa Genial/Quaest divulgada hoje, com alterações de um ponto percentual nas medições de intenção de votos em todos os candidatos às eleições presidenciais.
Lula, com 45%, continuaria vencendo em primeiro turno, contra 31% de Jair Bolsonaro e 42% da soma de todos os candidatos, o que representaria 51,1% dos votos válidos. No segundo turno, se houver, a vantagem de Lula hoje seria de 53% (61,1% dos válidos) contra 34% (39,9%) do atual presidente.
E a “boa notícia” para Jair Bolsonaro é que ele não piora seu desempenho com a chuva de escândalos ocorrida no intervalo entre a pesquisa anterior, variando um ponto percentual para cima suas intenções de voto (o que não tem significado estatístico, apenas político), enquanto Lula e Ciro Gomes oscilam o mesmo 1% para baixo.
Curioso o fato de que, na mesma pesquisa, não ser forte a repercussão do “pacote de bondades” – que já tem um bom nível de conhecimento público – do governo sobre a intenção de voto.
O aumento do Auxílio Brasil, o vale-caminhoneiro e a redução do ICMS, entre os eleitores que preferem Lula, alteram em 10% ou menos a chance de, por isso, mudar o voto e os números apontam que, do eleitorado nem-nem ou indeciso, fica na mesma faixa (11%) em relação ao Auxílio, embora suba para 26/27% nos dois outros casos.
É a cristalização do processo eleitoral, refletida também no fato de que só 17% dos eleitores de Bolsonaro dizem que diminuíram as chances de voto no atual presidente por conta do episódio de assédio protagonizado pelo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, e apenas 10% com a prisão do ex-ministro do MEC, Milton Ribeiro.
Na minha interpretação, o que “segurou” Bolsonaro foi a intensa mobilização do grupo de pastores evangélicos para sua campanha.
Neste segmento, segundo a pesquisa, Bolsonaro teria ido a 45%, contra 31% de Lula, aumentando de 10 para 14 pontos sua diferença para Lula.
A predominância de mulheres entre os evangélicos também é a melhor hipótese para a redução da vantagem de Lula neste eleitorado, de 28 para 19 portos (47 a 28%), algo inexplicável com o impacto dos episódios de assédio sexual.
Como disse ao início, não há mudança estatística, mas creio que haverá mudanças políticas, sobretudo no campo da oposição, que deveria perceber que “jogar parada” pode não ser o suficiente para vencer.
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