Charge: Jota Camelo |
Roberto Campos Neto é tão nefasto para o país quanto Bolsonaro. O presidente bolsonarista do Banco Central combate o governo Lula com impressionantes vilania e mau-caratismo.
Ao analisar o arcabouço fiscal proposto pelo ministro Haddad, Roberto Campos vendeu novas dificuldades para anunciar ainda mais dificuldades para o governo. Com isso, o tecnocrata das finanças avança o plano de sabotagem do governo por meio da recessão causada por juros altos.
Não se trata de defender o projeto fiscal proposto por Haddad, em relação ao qual inclusive existem significativas objeções na própria base do governo devido a algumas medidas austericidas que contém.
Mas é o caso de se destacar a contradição da postura do Roberto Campos a respeito da proposta de Haddad.
Num encontro do banco Bradesci, apesar de avaliar como “superpositiva” a proposta do Haddad, Campos Neto disse que “não existe relação mecânica entre o fiscal e taxa de juros na forma como é colocada”. É a senha para manter os juros na estratosfera, independentemente de qualquer sinalização do governo, mesmo de conteúdo contracionista.
Esta explicação representa um giro de 360 graus em relação ao entendimento reiterado por ele nas atas recentes do Copom, nas quais sempre alardeou que o “risco” de desequilíbrio fiscal com Lula é justificativa para a manutenção do nirvana rentista com juros a 13,75%.
Nas atas das três últimas reuniões do Copom – que na realidade é a diretoria do Banco Central –, em termos gerais “o Comitê reiterou os diferentes canais pelos quais a política fiscal pode afetar a inflação […]”.
Na ata da 251ª reunião, “o Comitê julgou que há ainda muita incerteza sobre o cenário fiscal prospectivo e que o momento requer serenidade na avaliação de riscos. O Comitê reforça que seguirá acompanhando os desenvolvimentos futuros da política fiscal e seus potenciais impactos sobre a dinâmica da inflação prospectiva”.
Na mesma ata, Campos Neto disse que “entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se (i) … ; (ii) a elevada incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e estímulos fiscais adicionais que impliquem sustentação da demanda agregada […]”.
Portanto, as opiniões precedentes de Campos Neto contrastam enormemente com o discurso dele para banqueiros [5/4], quando arrotou que “não existe relação mecânica entre o fiscal e taxa de juros”.
No jogo de sabotagem do governo Lula, Roberto Campos se vitimizou. Num trecho que chega a ser cômico, reclamou que “a tentativa de politizar um processo que é totalmente técnico [sic] é uma coisa que deixa os funcionários da casa e os diretores, de uma forma geral, bem preocupados [sic]. Quando a gente escuta comentários de isso é uma decisão política … Não tem nada na decisão que é política. É sempre técnico” [sic].
Numa crítica implícita aos petistas que criticam o plano de Haddad, Roberto Campos se arvora a condição de Soberano e diz que se o “canal de expectativas fica interrompido” quando “pessoas do governo começam a criticar o plano”, “Eu não consigo trazer aquele benefício da minha promessa a valor presente na mesma magnitude que eu gostaria”.
Economistas brasileiros e internacionais de diferentes perspectivas ideológicas denunciam de modo uníssono que a escolha de manter a taxa de juros na estratosfera não tem absolutamente nenhum fundamento técnico-econômico; equivale à decretação da pena de morte econômica do Brasil, como diagnosticou Joseph Stiglitz.
Roberto Campos é o líder do braço financeiro do extremismo de ultradireita. Ele não consegue esconder sua atuação político-partidária. Independentemente de o que o governo fizer, ele estará na trincheira oposicionista disparando a arma de juros pornográficos para sabotar o governo.
A um só tempo, Roberto Campos faz do Banco Central um instrumento da brutal rapinagem do país; e, também, uma arma poderosíssima do terrorismo financeiro contra Lula.
O Senado precisa demitir Roberto Campos por justa causa, como dispõe o inciso IV do artigo 5º da Lei 179/2021, por “comprovado e recorrente desempenho insuficiente para o alcance dos objetivos do Banco Central do Brasil”, que em três anos consecutivos fracassou em controlar a inflação dentro da meta.
Ao analisar o arcabouço fiscal proposto pelo ministro Haddad, Roberto Campos vendeu novas dificuldades para anunciar ainda mais dificuldades para o governo. Com isso, o tecnocrata das finanças avança o plano de sabotagem do governo por meio da recessão causada por juros altos.
Não se trata de defender o projeto fiscal proposto por Haddad, em relação ao qual inclusive existem significativas objeções na própria base do governo devido a algumas medidas austericidas que contém.
Mas é o caso de se destacar a contradição da postura do Roberto Campos a respeito da proposta de Haddad.
Num encontro do banco Bradesci, apesar de avaliar como “superpositiva” a proposta do Haddad, Campos Neto disse que “não existe relação mecânica entre o fiscal e taxa de juros na forma como é colocada”. É a senha para manter os juros na estratosfera, independentemente de qualquer sinalização do governo, mesmo de conteúdo contracionista.
Esta explicação representa um giro de 360 graus em relação ao entendimento reiterado por ele nas atas recentes do Copom, nas quais sempre alardeou que o “risco” de desequilíbrio fiscal com Lula é justificativa para a manutenção do nirvana rentista com juros a 13,75%.
Nas atas das três últimas reuniões do Copom – que na realidade é a diretoria do Banco Central –, em termos gerais “o Comitê reiterou os diferentes canais pelos quais a política fiscal pode afetar a inflação […]”.
Na ata da 251ª reunião, “o Comitê julgou que há ainda muita incerteza sobre o cenário fiscal prospectivo e que o momento requer serenidade na avaliação de riscos. O Comitê reforça que seguirá acompanhando os desenvolvimentos futuros da política fiscal e seus potenciais impactos sobre a dinâmica da inflação prospectiva”.
Na mesma ata, Campos Neto disse que “entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se (i) … ; (ii) a elevada incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e estímulos fiscais adicionais que impliquem sustentação da demanda agregada […]”.
Portanto, as opiniões precedentes de Campos Neto contrastam enormemente com o discurso dele para banqueiros [5/4], quando arrotou que “não existe relação mecânica entre o fiscal e taxa de juros”.
No jogo de sabotagem do governo Lula, Roberto Campos se vitimizou. Num trecho que chega a ser cômico, reclamou que “a tentativa de politizar um processo que é totalmente técnico [sic] é uma coisa que deixa os funcionários da casa e os diretores, de uma forma geral, bem preocupados [sic]. Quando a gente escuta comentários de isso é uma decisão política … Não tem nada na decisão que é política. É sempre técnico” [sic].
Numa crítica implícita aos petistas que criticam o plano de Haddad, Roberto Campos se arvora a condição de Soberano e diz que se o “canal de expectativas fica interrompido” quando “pessoas do governo começam a criticar o plano”, “Eu não consigo trazer aquele benefício da minha promessa a valor presente na mesma magnitude que eu gostaria”.
Economistas brasileiros e internacionais de diferentes perspectivas ideológicas denunciam de modo uníssono que a escolha de manter a taxa de juros na estratosfera não tem absolutamente nenhum fundamento técnico-econômico; equivale à decretação da pena de morte econômica do Brasil, como diagnosticou Joseph Stiglitz.
Roberto Campos é o líder do braço financeiro do extremismo de ultradireita. Ele não consegue esconder sua atuação político-partidária. Independentemente de o que o governo fizer, ele estará na trincheira oposicionista disparando a arma de juros pornográficos para sabotar o governo.
A um só tempo, Roberto Campos faz do Banco Central um instrumento da brutal rapinagem do país; e, também, uma arma poderosíssima do terrorismo financeiro contra Lula.
O Senado precisa demitir Roberto Campos por justa causa, como dispõe o inciso IV do artigo 5º da Lei 179/2021, por “comprovado e recorrente desempenho insuficiente para o alcance dos objetivos do Banco Central do Brasil”, que em três anos consecutivos fracassou em controlar a inflação dentro da meta.
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