Charge: Brum |
Portaria do GSI – Gabinete de Segurança Institucional do último dia 4 de julho publicou a nomeação de Laís Ferreira Bermudez para o cargo de Chefe de Gabinete do Secretário-Executivo do GSI, segundo cargo na hierarquia do órgão.
Embora no currículo conste ser “ocupante de cargo efetivo da Polícia Federal”, Laís é o que se pode considerar uma autêntica integrante da família militar.
Ela é filha de Antonio Carlos Moretti Bermudez, tenente-brigadeiro que comandou a FAB durante o governo Bolsonaro, de janeiro de 2019 a março de 2021.
E Laís também é nora de Francisco Joseli Parente Camelo, outro tenente-brigadeiro e atual presidente do STM, o Superior Tribunal Militar que sequer existiria numa democracia séria.
No currículo, Laís mostra uma trajetória vinculada ao universo e à sociabilidade militar. De 2014 a 2018 foi “Oficial de Relações Públicas da Força Aérea Brasileira e Chefe de Público Interno da Aeronáutica”.
Neste mesmo período em que trabalhou na Aeronáutica, o pai de Laís – já promovido a tenente-brigadeiro – desempenhava funções de direção; realidade que, em tese, caracteriza a prática de nepotismo.
Em simultâneo ao período em que a filha foi contratada pela FAB, Bermudez foi Chefe de Logística do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas [2014/2016], Diretor-geral do Depto. de Ensino da FAB [2016/2017]; e, depois, Comandante-Geral do Pessoal da FAB – de 2017 até ser alçado por Bolsonaro ao Comando da Força, em janeiro de 2019.
Em 2016 Laís apresentou trabalho de conclusão do curso de especialização no Centro Universitário de Brasília [UniCEUB]. O tema não fugiu ao campo de interesse militar: a “análise comparativa das páginas oficiais das Forças Armadas brasileiras no facebook”.
Durante o governo Bolsonaro, Laís desempenhou funções na Casa Civil, onde foi responsável pelo monitoramento e articulação de ações governamentais.
A nomeação de Laís, filha e nora de brigadeiros da FAB e, por isso, candidata potencial à pensão vitalícia, não é um caso isolado. Além de familiares, militares da reserva também passaram a ocupar cargos civis, num simulacro de desmilitarização do Estado.
Conforme apurado junto a uma fonte militar, as cúpulas das Forças Armadas estão nomeando militares da reserva para simular o cumprimento da “cota civil; e, assim, atender a promessa de desmilitarizar”.
O governo Lula tem feito escolhas discutíveis em relação aos militares. Manteve o GSI, nomeou um general como ministro e, ainda por cima, devolveu aos militares do GSI a responsabilidade pela segurança imediata do presidente, do vice-presidente e familiares.
Além dos nepotismos e empreguismos que continuam sendo praticados, os militares ainda mantêm o domínio sobre o GSI e o ministério da Defesa.
E seguem funcionando como um governo dentro do governo, inclusive com uma “diplomacia própria”, que é contraditória com as escolhas geopolíticas defendidas pelo presidente Lula, o comandante supremo das Forças Armadas.
As cúpulas fardadas estão pouco a pouco reconstituindo os espaços de poder e de conspiração que dispunham antes do fracasso da intentona golpista de 8 de janeiro.
Durante o governo Bolsonaro, Laís desempenhou funções na Casa Civil, onde foi responsável pelo monitoramento e articulação de ações governamentais.
A nomeação de Laís, filha e nora de brigadeiros da FAB e, por isso, candidata potencial à pensão vitalícia, não é um caso isolado. Além de familiares, militares da reserva também passaram a ocupar cargos civis, num simulacro de desmilitarização do Estado.
Conforme apurado junto a uma fonte militar, as cúpulas das Forças Armadas estão nomeando militares da reserva para simular o cumprimento da “cota civil; e, assim, atender a promessa de desmilitarizar”.
O governo Lula tem feito escolhas discutíveis em relação aos militares. Manteve o GSI, nomeou um general como ministro e, ainda por cima, devolveu aos militares do GSI a responsabilidade pela segurança imediata do presidente, do vice-presidente e familiares.
Além dos nepotismos e empreguismos que continuam sendo praticados, os militares ainda mantêm o domínio sobre o GSI e o ministério da Defesa.
E seguem funcionando como um governo dentro do governo, inclusive com uma “diplomacia própria”, que é contraditória com as escolhas geopolíticas defendidas pelo presidente Lula, o comandante supremo das Forças Armadas.
As cúpulas fardadas estão pouco a pouco reconstituindo os espaços de poder e de conspiração que dispunham antes do fracasso da intentona golpista de 8 de janeiro.
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