terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Trump perdoa os terroristas do Capitólio

Charge: Miguel Paiva/247
Por Altamiro Borges


O neofascista Donald Trump parece estar decidido a emplacar seu plano de vingança contra a já frágil democracia dos EUA. Os que acham que suas várias ameaças são apenas bravatas podem se frustrar rapidamente. Um dos primeiros atos após a posse na segunda-feira (20) no Capitólio foi exatamente o de anistiar os terroristas que invadiram e depredaram a sede do parlamento ianque no fatídico 6 de janeiro de 2021. Setores da mídia apostavam que ele não cumpriria essa promessa de campanha, mas ele fez questão de bancá-la em um gesto provocativo de forte simbolismo.

O decreto presidencial perdoa todos os acusados de envolvimento na tentativa golpista, que resultou na morte de cinco pessoas. No total, segundo o jornal The New York Times, cerca de 1.600 réus foram condenados pela invasão. Eles foram acusados por vários crimes, incluindo invasão de propriedade, agressão a policiais e conspiração sediciosa. Em seu discurso, Donald Trump chamou esses terroristas de “reféns” e “patriotas”, que “não fizeram nada de errado”.

Vândalos são chamados de "patriotas"

Ao assinar a anistia, o presidente dos EUA também determinou que a Procuradoria-Geral da República busque rejeitar de todas as acusações relacionadas ao ataque ao Capitólio que ainda estão pendentes. O objetivo seria arquivar as ações contra investigados que ainda tramitam na Justiça. Segundo matéria do site g1, “entre os beneficiados pela ordem estão os líderes dos grupos de extrema direita Oath Keepers e Proud Boys, que estavam cumprindo longas penas de prisão”. Já o jornalista Jamil Chade, correspondente do site UOL, relembra a bárbara invasão do Capitólio e os processos na Justiça:

“Durante o ataque, 160 policiais foram feridos e a destruição custou aos cofres públicos US$ 2,8 milhões. Um dos líderes do grupo radical Proud Boys, Enrique Tarrio, foi condenado a 22 anos de prisão por conspirar contra os EUA. Mas seu advogado indicou nesta segunda-feira que ele estaria se preparando para ser liberado... Até agora, 18 réus foram acusados ​​de conspiração, 915 indivíduos se declararam culpados, 605 foram condenados a períodos de encarceramento e mais 141 pessoas foram condenadas a cumprir a totalidade de sua sentença em prisão domiciliar”.

Todos agora foram perdoados, com a anulação das sentenças e libertação da cadeia. O decreto de Donald Trump é um atentado à Justiça e a democracia e serve de estimulo à ultradireita dos EUA e do mundo inteiro. No Brasil – que dois anos depois, em 8 de janeiro de 2023 – repetiu a tragédia com a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília, os bolsonaristas sonham também com o perdão para os seus crimes!

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