sexta-feira, 14 de junho de 2013

O modo tucano de governar. Porrada!

Por Altamiro Borges

De Paris, onde se encontrava em missão institucional, o governador tucano Geraldo Alckmin deu a ordem: protesto "é caso de polícia". No final da tarde de ontem (13), a PM seguiu à risca a determinação e baixou a porrada nos manifestantes que ocuparam as ruas centrais de São Paulo para exigir a redução da tarifa do transporte público. Antes mesmo do início do protesto, cerca de 40 pessoas foram detidas arbitrariamente e levadas ao 78º Distrito Policial. Quatro horas depois, enquanto os ativistas gritavam "sem violência", a tropa de choque disparava balas de borracha, lançava centenas de bombas de gás e prendia outras 180 pessoas.

Chegou a hora do basta

Foto do sítio CartaCapital
Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

No quarto dia de protesto contra o aumento da tarifa dos transportes coletivos, o Estado policialesco que o reprime ultrapassou, ontem, todos os limites e, daqui para a frente, ou as autoridades determinam que a polícia não aja feito um animal que baba, ao contrário do que vem fazendo, ou a capital paulista ficará entregue à desordem, o que é inaceitável. Durante sete horas, numa movimentação que começou na Praça Ramos de Azevedo, passou pelo Centro – em especial pela Praça da República e a Rua da Consolação – chegando à avenida Paulista, os policiais provocaram conflitos com os manifestantes, agrediram jornalistas e aterrorizaram a população.

Protesto: uma virada na cobertura

Por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa:

De repente, não mais que de repente, o noticiário sobre as manifestações que paralisam grandes cidades brasileiras há uma semana sofre uma reviravolta: agora os jornais começam a enxergar os excessos da polícia e mostrar que no meio da tropa há agentes provocadores e grupos predispostos à violência.

Jornalistas criticam ação da PM

Do sítio do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo:

Novas cenas de agressões aos jornalistas foram presenciadas no início da noite desta quinta-feira (13) durante manifestação ocorrida no centro de São Paulo. O jornalista Piero Locateli da revista Carta Capital e o repórter cinematográfico do portal Terra, Fernando Borges, foram vítimas de violência policial. O número de vítimas aumentou com os repórteres da TV Folha, Giuliana Vallone - que levou um tiro de bala de borracha no olho e Fábio Braga, da Folha Online.

Os protestos e a hipocrisia da Globo

Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:

Foi um dos momentos sublimes do Jornalismo Contemporâneo Brasileiro:

“Imagina na Copa!” – foi a reação estupefata de uma âncora (?) do Mau Dia Brasil, ao fim de uma reportagem sobre as manifestações na cidade de São Paulo, na noite de quinta-feira.

Imagina na Copa!

Repórter é detido por portar vinagre

Violência da PM é inaceitável

Por José Dirceu, em seu blog:

Não há como não condenar e denunciar a repressão às manifestações do Movimento Passe Livre. Isso não significa em hipótese alguma concordar ou apoiar a violência de determinados manifestantes ou grupos políticos que participam dos atos, ou mesmo com a proposta de tarifa zero, o chamado passe livre.

Mas o que aconteceu ontem em São Paulo não pode ser aceito. Não podemos nos silenciar ou, pior, apoiar. Temos que denunciar.

PM quebra vidro da própria viatura

quinta-feira, 13 de junho de 2013

UNE repudia violência da PM

Do sítio da UNE:

A União Nacional dos Estudantes e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas condenam a agressão policial injustificável contra jovens ocorrida na noite desta quinta-feira, 13 de junho, em mais um protesto pelas ruas da capital paulista contra o aumento das passagens do transporte público.

O AI-5 contra a luta social

Por Renato Rovai, em seu blog:

Os momentos históricos são diferentes, mas o que está acontecendo em São Paulo precisa ser discutido do tamanho que merece. Manifestantes não podem ser presos sob acusação de formação de quadrilha, crime inafiançável. Se isso vier a prevalecer, estaremos entrando num cenário de ditadura contra a luta social. Será um novo AI-5, o instrumento que faltava para a tão sonhada criminalização dos movimentos sociais que vem sendo arquitetada há tanto tempo pelas forças conservadoras do país. E que ganhou hoje o apoio, em editorial, da Folha e do Estado de S. Paulo.

PM ataca manifestantes

A baderna é da polícia!

Imagem TV Record
Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

Qual o nome para o que a Polícia Militar fez em São Paulo durante mais uma manifestação contra o aumento das passagens de ônibus e metrô? Proibiu carros de som e megafones nas ruas, agrediu jornalistas e fotógrafos, encurralou manifestantes, atirou bombas a esmo, pisoteou a Democracia.

Desacostumado com manifestações públicas, o brasileiro aceitou a versão da velha mídia, após os atos da semana passada, que classificou os manifestantes como simples “baderneiros”?

A solidão do governo Dilma

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

Pelo que posso notar daqui de longe e conversando com amigos que trabalham no Palácio do Planalto, o maior problema do governo Dilma, fora todos os outros, é a solidão. Desde que tomou posse, faz dois anos e meio, a presidente segue rigorosamente o ritual do cargo, cumpre a agenda sem se sujeitar a imprevistos ou a arriscadas iniciativas, cercada por pouca gente, subordinados que a tratam como a chefe poderosa, com uma reverência que vai além das normas hierárquicas.

Governo precisa jogar mais duro

Por Wanderley Guilherme dos Santos, no blog O Cafezinho:

A Medida Provisória 617, editada em 31/5/13, reduziu a zero os tributos PIS/PASEP e COFINS sobre as receitas das empresas de transporte coletivo de passageiros. Com este novo item, o Ministério da Fazenda estima que as desonerações aceleradas desde 2012 alcancem o total de R$ 72 bilhões no corrente ano. Reduções ou extinções tributárias podem contribuir para a queda da inflação, com repercussões na estabilidade da renda das famílias e do emprego, e servir de incentivo ao investimento privado. Ao fim e ao cabo, se tudo o mais permanece constante, produzem mesmo tais resultados. As interrogações imediatas dizem respeito ao final de quanto tempo e ao cabo de quantos outros eventos os favores tributários trarão as prendas esperadas. Nunca é tarde para boas notícias, mas a propagação de seus benefícios será tanto mais lenta quanto mais longa for a duração da expectativa antecedente.

Metamorfose de um protesto de jovens

Imagem TV Record
Por Igor Felippe, no blog Viomundo:

O ato contra o aumento da passagem reuniu em torno de 10 mil jovens na terça-feira (11/6), sob uma chuva forte na marcha que partiu do ponto de encontro na Praça dos Ciclistas, na Avenida Paulista (próximo à esquina com a Consolação), para terminar no Parque Dom Pedro, na entrada da Zona Leste da cidade.

Havia jovens desorganizados e organizados em agremiações políticas. O clima era tenso na concentração. Os pingos fortes davam ensaios de que viria um temporal. A Polícia Militar acompanhava de forma truculenta e parte dos manifestantes estava arredia.

'Bolsa Estupro': vítima vira criminosa

Por Marsílea Gombata, na revista CartaCapital:

Apoiada pelas bancadas religiosas do Congresso Nacional, a chamada ‘Bolsa Estupro’ cria o risco de transformar a vítima em criminosa. Segundo especialistas ouvidas por CartaCapital, o texto do Estatuto do Nascituro (aprovado na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados na quarta-feira 5) viola direitos das mulheres e as incentiva a considerar crime o aborto em casos de estupro.

Espionagem e cinismo de Obama

Josetxo Ezcurra/Rebelión
Por Mauro Santayana, em seu blog:

O mundo não conseguiu ainda sair do espanto causado pelas revelações do soldado Bradley Manning - cujo julgamento por traição começou há dias - e uma denúncia ainda mais grave foi encaminhada ao Guardian pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden. O denunciante era, até o dia 20 de maio, um dos maiores especialistas em segurança de informações da Booz Allen, contratada pelo governo norte-americano para assessorar a NSA (Agência Nacional de Segurança).

Protesto é “caso de polícia”?

Por Altamiro Borges

O transporte público em São Paulo é um horror. Os ônibus andam superlotados e em péssimas condições. Há poucas linhas ferroviárias e os trens vivem dando pane. O Metrô foi sabotado pelos tucanos, que não ampliaram suas linhas e degradaram sua manutenção. Diante deste cenário tenebroso, qualquer fagulha – como o reajuste de 0,20 centavos nas passagens – pode ter efeitos explosivos. Os três protestos realizados na capital paulista nestes dias confirmam esta dura realidade. Um administrador com sensibilidade entenderia o problema e abriria o diálogo. Não é o caso do Geraldo Alckmin, que tratou os protestos como “atos de vandalismo” e “caso de polícia”. Já o prefeito Fernando Haddad, que num primeiro momento disse que “São Paulo é a cidade das manifestações”, teve uma recaída, talvez influenciado pela fúria midiática.

A luta dos povos indígenas

Editorial do jornal Brasil de Fato:

O confronto entre os índios terenas, os latifundiários que ocupam suas terras e as forças policiais, no Mato Grosso do Sul, era previsto e foi alertado ao governo estadual e federal. Mesmo assim, nada foi feito para impedir esse conflito e a perda de vidas humanas. Morto por forças policiais, o índio Oziel Gabriel foi vítima do descaso e da ineficiência das autoridades.

Escritores debatem regulação da mídia

Do jornal Hora do Povo:

O Sindicato dos Escritores do Estado de São Paulo realiza na próxima quinta-feira (13) um debate sobre a democratização dos meios de comunicação com a participação do jornalista Rodrigo Vianna, do blog “O Escrivinhador”, Carlos Lopes, redator-chefe da Hora do Povo, e Altamiro Borges, presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.