terça-feira, 1 de dezembro de 2015

A tentativa de golpe continua

Por Najla Passos, no site Carta Maior:

Quinta-feira foi um dia atípico na capital do país. Ainda na ressaca pós-prisão do líder do PT no Senado, Delcídio Amaral (MS), ocorrida um dia antes, a Casa mal funcionara. A sessão ordinária foi aberta às 14 horas, como de praxe. Mas não houve sequer votação. Nem meia dúzia de senadores passaram pelo plenário – foram somente aqueles que já tinham horário programado para pronunciamento. E olhe lá.

Brasília enfrenta um dia decisivo

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

Se ficar o bicho come, se correr o bicho pega. A expressão é antiga, um velho provérbio português, mas não encontrei outra melhor para definir a situação em que se encontram o governo, o PT e a Câmara dos Deputados no começo desta terça-feira, que promete ser quente em Brasília.

À tarde, o Conselho de Ética decide o destino do processo contra Eduardo Cunha. Se o resultado lhe for desfavorável, com a aprovação do relatório de Fausto Pinato (PRB-SP) pela continuidade do processo, Eduardo Cunha ameaça deflagrar a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

A democracia na normalidade controlada

Por Tarso Genro

Herzog, o torturado personagem de Saul Below, no seu romance do mesmo nome, num dos seus delírios escreve mentalmente uma carta a Heidegger, na qual pergunta: “Caro ‘doktor’ professor Heidegger, eu gostaria de saber o que o senhor quer dizer com a expressão ‘a queda no cotidiano’. Quando ocorreu essa queda? Onde estávamos quando ela aconteceu?” A pergunta angustiada do autor do romance – pela boca do seu principal personagem- me trouxe imediatamente à memória uma outra pergunta, formulada por Manuel Castells, no seu livro que já nasceu clássico, “Redes de indignação e esperança” (posfácio à edição brasileira), no qual ele se interroga: “Seria uma esperança vã essa volta à normalidade controlada’?”.

Camponesas e indígenas em luta no Paraguai

Por Leonardo Wexell Severo, de Assunção

“No Paraguai temos um Estado terrorista que persegue as pessoas pelo simples fato de organizar-se. Não há redistribuição da riqueza e a pobreza extrema aumenta a cada dia”, denuncia Cony Oviedo, da Organização de Mulheres Camponesas e Indígenas (Conamuri), se somando à greve geral convocada pelas centrais sindicais e organizações estudantis, comunitárias e feministas para os próximos dias 21 e 22 de dezembro. Na mesma data estará ocorrendo em Assunção a Cúpula Social do Mercosul.

Abaixo, a íntegra da entrevista:


O Brasil e a primavera dos canalhas

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:


O “coxismo”, o “moralismo”, o golpismo e, agora, a mais desumana abjeção.

No Brasil destes tempos, vivemos a primavera dos canalhas.

Surgiu em Curitiba – agora, ao que parece, transformada naquela famosa cervejaria da Baviera – um tal “Movimento Pela Reforma de Direitos”, que divulga, na internet – assinado, até esta noite, felizmente, apenas por 128 imbecis – pedindo a retirada do que chama de “privilégios” que os deficientes têm, legalmente.

Vitória de Macri é o fim do kirchnerismo?

Por Max Altman, no site Opera Mundi:

À primeira vista o triunfo de Mauricio Macri na Argentina pode representar a primeira grande conquista da contraofensiva da direita e do imperialismo em nossa região após 15 anos de avanço progressista.

Toda a grande imprensa trombeteou o “fim do kirchnerismo” traduzindo a intenção dos setores financeiros, dos rentistas, dos fazendeiros exportadores de bens agrícolas e seus porta-vozes na grande imprensa e no Parlamento de interromper o processo de inclusão social e novamente abraçar as políticas neoliberais que, no caso argentino, levaram o país à catástrofe do período Carlos Menem seguido do desastre Fernando de la Rúa. Nunca é demais ressaltar que a Argentina foi jogada a uma situação inédita em sua história: queda abrupta do PIB, desemprego agudo, miséria atingindo amplos setores da população, aumento da criminalidade e outras duras sequelas.

O compromisso pelo desenvolvimento

Por Clemente Ganz Lúcio, no site Brasil Debate:

A necessidade de construir no Brasil compromissos e acordo social, para promover transformações que induzam e sustentem o crescimento econômico e o desenvolvimento social, é uma urgente empreitada política que deve unir trabalhadores e empresários.

A história econômica de países que alçaram seu desenvolvimento indica que precisaríamos dobrar o tamanho da nossa economia para, potencialmente, atingir uma situação de riqueza e de renda suficientes para oferecer as condições materiais para o bem-estar coletivo. Para dobrar o PIB per capita até 2030 seria necessário crescer mais de 5% ao ano. Trata-se de um enorme desafio!

Presidencialismo e a conspiração vermelha

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Informações publicadas pelo jornal O Estado de São Paulo, na semana passada, dão conta de que a Procuradoria Geral da República teria enviado ao STF pedido de reversão da decisão do Ministro Teori Zavascki, de afastar da órbita da Operação Lava Jato, ações que não pertencem à sua jurisdição, como a relacionada à Eletronuclear, já encaminhada para o Juiz Marcelo Bretas, da Sétima Vara Federal, no Rio de Janeiro.

Começa a "guerra" nas escolas paulistas

Foto: Jornalistas Livres
Por Sarah Fernandes, na Rede Brasil Atual:

Um dia depois de vazar a informação de que a Secretaria Estadual da Educação de São Paulo prepara uma “guerra” contra o movimento de estudantes que ocupam escolas em protesto à reorganização escolar, os adolescentes denunciaram hoje (30) ações truculentas da Polícia Militar nas unidades ocupadas. Mesmo indo contra determinação judicial, PMs entraram uma escola no extremo sul da capital e um aluno foi levado para a delegacia. Em Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, policiais agiram com truculência contra estudantes que realizaram um ato. Na zona norte, estudantes têm sofrido intimidações.

Quem é o "japonês bonzinho" da Lava Jato?

Da revista CartaCapital:



O áudio que levou para a prisão o senadorDelcídio do Amaral (PT-MS) e o banqueiro André Esteves pode ajudar a elucidar parte dos vazamentos acerca da Operação Lava Jato. Em um trecho da conversa, Edson Ribeiro, advogado de Nestor Cerveró, e Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras, afirmam que um agente da Polícia Federal vende informações sigilosas.

O "militante tucano" e as escolas ocupadas

Geraldo Alckmin com Roney Glauber, o administrador da página
“Devolve Minha Escola” (Foto: Reprodução/Facebook)
Da revista Fórum:

Ao mesmo tempo em que o governo de São Paulo e a secretaria estadual de Educação articulam ações para retomar as escolas ocupadas por estudantes, um grupo que diz reunir pais e alunos, mas que na verdade é composto, em sua maioria, por integrantes da juventude tucana, incentiva nas redes sociais e nos próprios colégios os manifestantes a deixarem a mobilização. Eles também sugerem à população que apoie a reorganização proposta pelo governo.

A manipulação dos institutos de pesquisa

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

Mais um erro crônico do campo progressista e da academia.

A ausência de crítica a questão dos institutos de pesquisa.

Numa sociedade ultramidiatizada, o instituto de pesquisa está substituindo o sufrágio universal.

Com uma diferença básica: o sufrágio obedece a regras e critério democráticos.

O instituto de pesquisa faz o que quiser.

Dilma na guerra do absurdo

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Pode-se medir o grau de gravidade da crise política de um país quando o combate para paralisar um governo e abrir caminhos de qualquer maneira para sua queda atravessa opções artificiais, sem base legal.

A política adquire o perfil um teatro do absurdo mas é inteiramente real. Os humanos dizem frases irracionais, os animais pronunciam frases sofisticadas – mas tudo segue com se estivéssemos dentro da mais absoluta normalidade.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Dias sombrios do jornalismo na Argentina

Por Altamiro Borges

Um dia após a vitória do direitista Mauricio Macri nas eleições da Argentina, em 23 de outubro, o jornal “La Nación” publicou um editorial asqueroso pedindo perdão para os carrascos da sangrenta ditadura militar (1976-1983). Intitulado “Chega de vingança”, ele celebrou “o fim do kirchnerismo” e criticou a política de direitos humanos que levou à cadeia mais de 600 militares responsáveis pelas torturas e mortes de 30 mil argentinos. De imediato, os jornalistas fizeram um protesto na redação do diário, empunhando cartazes com os dizeres “eu repudio o editorial”. Um gesto combativo, mas que sinaliza as enormes dificuldades que o jornalismo argentino deverá viver no próximo período.

O oportunismo mequetrefe de José Serra

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:


“Serra é o Benjamin Button que não deu certo: nasceu velho e continuou velho”. A definição do Careca por José Simão continua atualíssima. Serra já era um ancião desde pequeno e estacionou numa idade mental provecta.

No domingo, 30 de novembro, deu mais uma prova disso ao publicar uma foto avenida Paulista num dia de chuva ininterrupta para criticar Haddad e Dilma numa só tacada.

Véspera de um Dia D para a crise

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Uma paz de cemitérios domina Brasília na véspera de um dia D para a crise econômico-política. Há um feriado de araque na cidade, do Dia do Evangélico, mas nem o comércio o respeitou. A administração federal funcionou normalmente, mas na área política não houve qualquer reunião de líderes da base governista, nenhuma ação palaciana visível. A presidente Dilma desembarca de madrugada na base aérea, procedente de Paris, e fará uma reunião de coordenação política pela manhã. Mas nesta altura será curto o tempo para executar a estratégia.

O filho de Lula e a vingança da PF

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

A forma como a mídia apresentou a conclusão descabida e maliciosa da Polícia Federal sobre o filho do ex-presidente Lula Luíz Cláudio dá a entender que ele teria entregado uma cópia de material da Wikipédia à empresa M&M em troca de 2,4 milhões de reais.

É uma maluquice. Significa que apesar do valor do negócio, a empresa do filho do ex-presidente sequer se deu ao trabalho de contratar alguém – por uma fração mínima do montante auferido – para produzir alguma coisa mais elaborada.

A mídia e o quarto poder


Blogueiro derrota Kamel, carrasco da Globo

Por Marco Aurélio Mello

Incrédulo.

Foi como recebi a notícia de que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, por unanimidade, julgou na última quinta-feira improcedente a ação movida contra mim pelo jornalista mais poderoso do país: Ali Kamel.

Por causa desta e de outra ação em que sou réu, nos últimos cinco anos já “comi o pão que o diabo amassou”. Fui ridicularizado por colegas de profissão, criticado por amigos e parentes e vi o mercado de trabalho encolher em mais de 50%. Afinal, o oligopólio Globo emprega a metade de todos os profissionais do país, direta ou indiretamente.

Para onde caminha a América Latina?


Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:


Na segunda-feira (7), às 19 horas, o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e a Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fespsp) promovem a segunda atividade do Ciclo de Debates Que Brasil é este?. Em pauta, os desafios dos projetos progressistas na América Latina e a ameaça da ofensiva conservadora.