Geraldo Alckmin com Roney Glauber, o administrador da página “Devolve Minha Escola” (Foto: Reprodução/Facebook) |
Ao mesmo tempo em que o governo de São Paulo e a secretaria estadual de Educação articulam ações para retomar as escolas ocupadas por estudantes, um grupo que diz reunir pais e alunos, mas que na verdade é composto, em sua maioria, por integrantes da juventude tucana, incentiva nas redes sociais e nos próprios colégios os manifestantes a deixarem a mobilização. Eles também sugerem à população que apoie a reorganização proposta pelo governo.
Para isso, foi criada na semana passada uma página no Facebook chamada “Devolve Minha Escola”, que diz “ser contra as ocupações e contra a destruição de documentos da escola”. Passando a ideia de que a mobilização contra as ocupações teria partido de pais e alunos, a página posta dados sobre os supostos “benefícios” da reorganização e acusa entidades como CUT, Apeoesp e até mesmo o PT de estarem por trás da luta dos estudantes.
Um dos coordenadores do “Movimento Ação Popular”, que criou a iniciativa “Devolve Minha Escola”, é o estudante de história de 28 anos Roney Glauber. O jovem, além de militante e filiado do PSDB, trabalha no Diretório Municipal do partido em Guarulhos. Em seu Facebook, o estudante, que já foi eleito presidente da juventude do partido em 2013, coleciona posts contra as ocupações e fotos com o governador Geraldo Alckmin.
“Muitos são filiados, mas o núcleo [do movimento] é indiferente às posições do PSDB. Defendemos a reorganização e entendemos que é possível implementar o ciclo único”, disse Roney em entrevista ao Estadão.
O grupo garante já ter visitado mais de 150 escolas por todo o estado para “explicar” aos estudantes a reorganização e convencê-los a deixar as ocupações. Uma das manifestantes de uma escola ocupada da capital, que recebeu a visita do grupo, afirmou que eles, inclusive, fazem ameaças aos alunos.
“Eles chegaram aqui dizendo entender a mobilização, quiseram entrar e convencer alguns alunos de que tudo não valia a pena, que a reorganização era uma coisa boa. Depois viram que não iriam conseguir nada e ainda disseram antes de ir embora que ‘tudo bem, se não vai sair por bem, vai sair por mal”, revelou ao site Democratize a aluna de 16 anos que preferiu, não se identificar temendo represálias.
Procurada, a administração da página “Devolve Minha Escola” não respondeu aos questionamentos da Fórum até a publicação desta nota.
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