sábado, 13 de fevereiro de 2016

TSE é o caminho mais curto do impeachment

Por Renato Rovai, em seu blog:

Desde o início da Lava Jato tem ficado claro para quem acompanha o dia a dia da Operação e as articulações políticas que a envolvem que o movimento para cassar o mandato de Dilma Rousseff teria mais força se abortasse o caminho do Congresso, onde muitos dos que teriam de julgá-la estão envolvidos até o último fio de cabelo em casos de corrupção, como é o caso do presidente da Casa, Eduardo Cunha, e seguissem pela via da cassação da chapa pelo Tribunal Superior Eleitoral, TSE.

Combater a corrupção sem paralisar o país

Por Haroldo Lima, no site da Fundação Maurício Grabois:

Visito a Base Naval e os Estaleiros em construção em Itaguaí, no Rio de Janeiro, e certifico-me de que corremos o risco de enveredarmos por um caminho gravemente equivocado de combate à corrupção.

A partir de 2008, a Marinha do Brasil contratou o Consórcio Baía de Sepetiba, formado pela Diretoria de Construções Navais e Serviços- DCNS, uma estatal francesa de larga atividade mundo afora, e a brasileira Odebrecht Defesa e Tecnologia, especializada em engenharia de grande porte. O Consórcio construiria a base onde seriam projetados e construídos submersíveis. O escopo inicial do projeto foi estabelecido: quatro submarinos convencionais e um de propulsão nuclear, este baseado apenas na tecnologia nacional, pois, nessa esfera, ninguém cede tecnologia.

Democracia começa com o fim da escravidão

Por Katarina Peixoto, no blog RS-Urgente:

O filme de Anna Muylaert não para de ser visto e comentado. É uma peça de realismo sem precedentes sobre a escravidão brasileira, em que o legado e a vigência dessa doença social são-nos apresentados num verdadeiro teatro de objetos, revelando a potência da sutileza, a ironia como sinalização, o cocô do cachorro como referencia. Nesse enredo objetual, caçambas de gelo vazias, no freezer, desvelam a maldade; ratos imaginados, como metáfora, esvaziam a piscina. O prédio de Niemeyer é cenário para o assédio do rentismo, sobre a grande novidade, do pais: uma geração de filhos de escravos hereditários que não se sente nem se vê como escrava. O problema não é quebrar a bandeja de prata da bisavó da Dona Barbara; o problema está no desrespeito à gramática muda, silenciada em dêiticos: “lá”, “cá”, “aqui”, “para fora”.

Lava-Jato visa promover 'limpeza ideológica'

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Pouco a pouco, vai se tornando clara como água a natureza da Operação Lava Jato. A direita, mesmo na oposição, conseguiu o que a esquerda, mesmo no poder, não conseguiu – até porque, nunca tentou: colocar grande parte da Polícia Federal, do Ministério Público e do Judiciário a serviço de uma corrente político-ideológica.

É estarrecedor como a direita conseguiu aparelhar ideologicamente essas instituições e colocá-las a seu serviço enquanto os governos “republicanos” do PT se gabavam de não interferir nelas.

Francisco e Kirill em Cuba; mídia ignora!

Kiril e Francisco, em Cuba. Foto: Actualidad RT
Por Max Altman, no site Opera Mundi:

A mídia internacional ressalta a visita do patriarca Kirill a Cuba e o seu encontro com o papa Francisco.

Porém a mídia brasileira guarda um estranho e absoluto silêncio. Ainda ressoa nas redes sociais um dos lemas prediletos da direita: “Vai pra Cuba!” E não é que Suas Santidades Francisco e Kirill escolheram exatamente Cuba para seu encontro histórico. Kirill está de visita a Havana – mais tarde virá ao Brasil – e Francisco estará viajando ao México. Vão se encontrar no aeroporto José Marti de Havana, especialmente preparado para o importante evento. Poderiam ter escolhido uma outra sede, por exemplo, a alardeada democracia da Costa Rica, ali pertinho, que nem exército tem. Francisco esteve recentemente em Cuba, Kirill é a quarta vez que pisa na Ilha. Parece que gostaram e aceitaram de bom grado “Ir pra Cuba!”.

Em busca do jornalismo perdido

Por Elaine Tavares, no site da Adital:

O grande livro de Ray Bradbury, Fahrenheit 451, ficção científica escrita em 1953, apontou uma sociedade futura na qual as pessoas teriam uma tela multidimensional na sala de casa e que ali ficaria passando informação sem parar, o dia todo, e a pessoa, viciada naquela algaravia, não conseguiria mais compreender o mundo criticamente. Tudo se resumiria naquele caleidoscópio de palavras desconexas que perpetuavam o poder de quem mandava. Aquela passagem do livro sempre me causou calafrios. Era o mundo perdido no qual vivia a esposa do personagem principal, o que descobre a beleza dos livros num mundo no qual eles não mais existiam.

Wadih Damous pergunta: "E FHC? E Aécio?"

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Em seu primeiro mandato como deputado federal pelo PT do Rio de Janeiro, o advogado Wadih Damous tornou-se uma das vozes mais influentes do Congresso em assuntos jurídicos, área que domina os principais debates num país onde a oposição quer afastar uma presidente eleita sem respeitar as regras elementares da Constituição. Wadih foi presidente da OAB-RJ entre 2007 e 2012 e mais tarde tornou-se presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da entidade. Ele deu a seguinte entrevista ao 247:


O pesadelo petista em cinco capítulos

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                    

1) Dormindo com o inimigo - Por que um ministro quinta coluna ainda permanece no governo? "Chefe" de uma Polícia Federal totalmente fora de controle republicano, braço golpista dentro do Estado brasileiro, não se ouve do ministro uma crítica sequer aos abusos e perseguições da PF. A mesma leniência ele mostra em relação às atrocidades legais e às seguidas violações do estado de direito cometidas pela Lava Jato. Mais do que isso, vive a elogiar a operação. Mas a responsabilidade é toda da presidenta Dilma. Além do regime ser presidencialista, é público e notório que Cardozo goza da irrestrita confiança da presidenta.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Por dentro do triplex dos Marinho em Paraty

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O DCM publica as aventuras do repórter Renan Antunes de Oliveira mostrando a ilegalíssima mansão triplex dos Marinho em Paraty.

Imperdível a leitura, tanto pelas chicanas jurídicas que envolvem a construção irregular que já se mandou demolir quanto pelas peripécias e ousadias necessárias a chegar-se (perto) de uma praia pública.

Regulamentar para garantir direitos

Por Fabrício Solagna e Renata Mielli, no Centro de Estudos Barão de Itararé:

A segunda fase de consulta para o decreto que vai regulamentar o Marco Civil da Internet está aberta para contribuições até o dia 29 de fevereiro. A primeira fase reuniu quase 1.200 contribuições de diversos setores, focando principalmente nas exceções à neutralidade da rede e nas definições sobre como os dados pessoais serão armazenados e poderão ser acessados, de forma a garantir a privacidade dos usuários.

Por que o governo não defende Lula?

Por Breno Altman, em seu blog:

A primeira ofensiva do conservadorismo, depois de 2002, foi durante a crise do chamado "mensalão", de 2005 em diante.

O alvo imediato da coalizão entre a velha mídia e os setores mais reacionários, incluindo parte da base governista, era o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu.

De lambuja, vinha a expectativa de criar as circunstâncias necessárias para o impedimento presidencial ou até sua renúncia.

CPI do Triplex dos Marinhos, já!

Mansão dos Marinhos é alvo da Lava-Jato

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

A mansão de praia construída ilegalmente em área de preservação ambiental em Paraty, da família Marinho, dona da TV Globo, tem documentos em nome de uma empresa que, em cuja cadeia societária, encontram-se offshores investigadas na Operação Lava Jato e na Operação Ararath, da Polícia Federal. O imóvel dos Marinhos, portanto, tecnicamente, só não está no nome dos donos de fato. Situação mais grave que a do processo de compra do tríplex no Guarujá, que tentaram erroneamente atribuir ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em busca da produção de notícias desgastantes para sua figura política.


A hegemonia alemã é posta à prova

Por Antonio Luiz M. C. Costa, na revista CartaCapital:

Construída no ambiente de ingênuo otimismo dos anos 1990, a União Europeia foi planejada para tirar proveito de uma prosperidade neoliberal sem fim e não para resistir às tormentas da história, que muitos davam por encerrada pela queda do Muro de Berlim. Ante a crise tripla hoje por ela enfrentada –migratória, financeira e política –, essa estrutura não tem condições de sobreviver. Terá de ser reconstruída, dissolvida ou transformada.

Tucano bom é tucano solto?

Por Tatiana Carlotti, no site Carta Maior:

A delação do lobista Fernando Moura à Lava Jato, na semana passada, traz à pauta o vespeiro tucano em Furnas. A acusação contra Aécio Neves (PSDB) é grave: não se trata apenas do pedido de uma vaga para Dimas Toledo na diretoria da estatal, mas da afirmação de que o tucano se beneficiava de um esquema de propina na subsidiária da Eletrobrás. Ao assumir o cargo, delatou Moura, Toledo lhe detalhou a divisão do dinheiro: “é um terço São Paulo, um terço nacional e um terço Aécio” (FSP: 03.02.2016).

Triplex dos Marinhos não está na mídia

Por Renan Antunes de Oliveira, de Paraty (RJ), no blog Diário do Centro do Mundo:

A mansão de veraneio dos herdeiros do magnata da Globo Roberto Marinho também é um triplex e também está sendo investigada pelo Ministério Público Federal, mas num processo em ritmo bem mais light e sem publicidade.

Os arquitetos que a projetaram e os engenheiros que a ergueram zombaram das leis ambientais: ela está totalmente irregular.

Sanders: Estados Unidos, terra em transe

Editorial do site Vermelho:

Uma parcela muito expressiva do povo norte-americano tem revelado seu descontentamento com o predomínio da lógica que favorece apenas aos grandes milionários na política, na economia, na sociedade.

Esse desconforto pode ser visto na eleição de Barack Obama, em 2008. Depois, em 2011, na grande onda de manifestações, de sentido antineoliberal, do movimento conhecido como Occuppy Wall Street(OWs) que começou em Manhattan e se espalhou pelo país, popularizando o slogan We are the 99% ("Nós somos os 99%"), em luta contra o predomínio apenas dos interesses do 1% mais rico.

Da crise política à crise social

Por Guilherme Boulos, no site Outras Palavras:

Quarta-feira sempre desce o pano. Hoje, após a Quarta-feira de Cinzas, começa de fato o ano no Brasil. Um ano que promete ser agitado. Se 2015 ficou marcado pela crise política, tudo indica que 2016 será lembrado pela crise social.

O enredo do ano passado permanece. O impeachment, embora enfraquecido, deverá abastecer a crise política ao menos por mais alguns meses. Eduardo Cunha, se não for afastado ou preso, continuará conduzindo a agenda parlamentar de forma temerária, em função da sua autopreservação. E Dilma segue obstinada em aplicar a estranha fórmula de recuperação da popularidade com medidas impopulares. Saiu Levy, ficou o ajuste. Nem parece que 2015 acabou. A não ser pelas indicações de que, neste ano, a batalha do carpete pode começar a ceder lugar para uma outra.

Frente Brasil Popular fará desagravo a Lula

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Até aqui, o ex-presidente Lula enfrentou o cerco moral numa quase solidão evocativa de “O general em seu labirinto”, a magistral narrativa ficcional de García Marquez sobre o outono de Simón Bolívar, debilitado e esquecido depois das glórias que acumulou como libertador da Venezuela e outras pátrias latino-americanas. Lula vem enfrentando a cruzada de delegados, procuradores e veículos de comunicação cercado apenas pelos mais próximos, sejam políticos, advogados ou amigos. Só agora começam a se articular movimentos em sua defesa.

Assassinos de Dorothy Stang seguem matando

Por Jacques Távora Alfonsin, no site do MST:

Camponesas e camponeses de Anapu, no sul do Pará, certamente vão se reunir neste 12 de fevereiro, para lembrar a morte da freira Dorothy Stang, uma fiel e dedicada companheira delas/es, religiosa conhecida por sua coragem e disposição, assassinada em razão de sua luta em favor do povo pobre daquela região, da reforma agrária, e contra o desmatamento crescente que lá se verificava, promovido por latifundiários interessados, como em outros lugares do país, na expansão do plantio de soja, na conquista de espaço para o gado, em mineração e em vender madeira.