quinta-feira, 14 de julho de 2016

O PT e a ilusão do ‘menos pior’

Por Jeferson Miola

A política no Brasil só não alcançou o fundo do poço porque a canalhada golpista sempre pode lançar mão de algum truque ainda mais baixo.
Vale recordar que aos olhos do mundo, a sessão de votação do impeachment na Câmara dos Deputados foi considerada "uma assembléia geral de bandidos comandada por um bandido chamado Eduardo Cunha".

É vergonhoso anotar que, em pleno século 21, a Câmara dos Deputados da sétima economia planetária escolheu entre Rodrigo Maia e Rogério Rosso o sucessor do gângster psicopata Eduardo Cunha.

Direita completa ciclo do assalto ao poder

Por José Reinaldo Carvalho, no blog Resistência:

A eleição do presidente da Câmara dos Deputados para o período remanescente até fevereiro de 2017, em decorrência da renúncia de Eduardo Cunha, foi um dos episódios mais deprimentes da vida política brasileira.

A disputa foi decidida entre partidos e lideranças de direita, agrupamentos golpistas que derrubaram a presidenta Dilma: as candidaturas de Rodrigo Maia, o vencedor, e Rogério Rosso, fragorosamente derrotado.

Carta da Coalizão de Direitos na Rede

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Durante a plenária final do IV Fórum da Internet no Brasil, realizado nos dias 11, 12 e 13 de julho, em Porto Alegre/RS, a Coalizão Direitos na Rede divulgou sua carta de lançamento e deu início à campanha #InternetSobAtaque. O documento também foi entregue, em forma de carta, ao Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).

Lida por Renata Mielli (Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé), Marcos Urupá (Intervozes) e assinada por diversas entidades, a carta alerta para a importância de temas como a proteção de dados pessoais e os ataques aos direitos à privacidade e à liberdade de expressão. O texto também denuncia as constantes violações ao Marco Civil da Internet, que funciona como uma constituição da Internet no Brasil.

O uso da TV nas eleições

Por Laurindo Lalo Leal Filho, na Revista do Brasil:

Dois dias antes do plebiscito que definiu a saída do Reino Unido da União ­Europeia, um debate entre defensores das duas propostas em disputa reuniu 6 mil pessoas na Arena de Wembley, em Londres. A realização foi da BBC, a emissora pública britânica que, além dos debatedores, três de cada lado, incluiu entrevistas com o público e convidados. Nas bancadas estavam, entre outros, o ex e o atual prefeito de Londres, defendendo posições antagônicas.

Precisamos de um novo ‘O petróleo é nosso!

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Para quem acredita na lenda de que a Petrobras encontra-se à beira de um abismo sem salvação, o mês de junho de 2016 encerrou-se com uma notícia surpreendente.

A produção de petróleo e gás cravou um novo recorde mensal na história da empresa. Atingiu a marca de 2,90 milhões de barris equivalente por dia (boed), um avanço de 2% em relação à melhor marca anterior, de agosto de 2015, que chegou a a 2,88 milhões boed. Num dado que permite entender a cobiça internacional, que está por trás do irresponsável projeto de mudança de regras em curso no Congresso, a produção do Pré-Sal cresceu 8% em relação ao mês anterior, o que também representa um novo recorde mensal, ao alcançar o volume de 1,24 milhão boed.

A corrupção na política é tema de debate

A vitória de Temer e sua derrota

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Abelardo Barbosa, o Chacrinha, tinha um bordão genial em sua A Hora da Buzina, programa de calouros: o programa que (só) acaba quando termina.

É bom lembrar disso quando se examinar a inegável vitória de Michel Temer ontem, com a eleição de Rodrigo Maia como presidente da Câmara dos Deputados.

O “pacote de maldades” pós-setembro terá tramitação muito facilitada, porque é o próprio programa da dupla PSDB-DEM: desnacionalização e supressão de direitos trabalhistas.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Professora é punida por ensinar Karl Marx

Por Marcos Ruy, no site da CTB:

A professora de sociologia Gabriela Viola foi afastada pela Secretaria Estadual de Educação do Paraná porque pediu um trabalho sobre o que os alunos haviam entendido de sua aula sobre o pensador alemão Karl Marx (1818-1883).

Justamente porque os alunos de primeiro ano B do ensino médio fizeram um vídeo muito criativo com uma paródia do funk "Baile de Favela", do MC João, e o postaram na internet.

Temer prepara o maior desmonte do Brasil

Editorial do site Vermelho:

O dia 12 de maio, há exatos dois meses, ficará no calendário como a data aziaga em que o golpe em curso alçou Michel Temer à presidência da República.

Mesmo sendo interino – pois Dilma Rousseff, eleita em 2014 com 54,5 milhões de votos, mantém a titularidade da presidência da República – Temer age com a desenvoltura de um presidente efetivo e deu início ao maior desmonte do Estado já visto na história.

Quanto custa o oligopólio midiático?

Do site Carta Maior:


Mais um capítulo da campanha do oligopólio midiático contra a mídia alternativa. A batalha “David contra Golias”, conforme cunhou o professor Venício Lima, parece não ter fim.

Na última semana, em uma série de reportagens assinadas pelo jornalista Fernando Rodrigues, o Portal UOL divulgou os números da publicidade federal nos veículos de comunicação.

"Jornada pela democracia" está na reta final

Um Nuremberg para Bush e Tony Blair

Por Robert Fisk, no site Outras Palavras:

Acho que um julgamento em Nuremberg seria melhor local para analisar as minúcias dos crimes Blair-Bush que todos os britânicos cometemos ao ir à guerra no Oriente Médio. Causamos a morte de mais de meio milhão de pessoas, a maioria das quais muçulmanos, tão completamente inocentes quanto Blair foi culpado. Uma corte semelhante à de Nuremberg poderia concentrar-se mais detidamente no caso das massas árabes vítimas de nossa odiosa expedição criminosa, que na culpa hedionda e na “profunda lástima” – palavras dele, claro – do ex-primeiro-ministro, Lord Blair.

A quem serve a Petrobras?

Por Cláudio da Costa Oliveira, no site Brasil Debate:

Os petroleiros cunharam a frase, quase um grito em defesa da empresa, que diz: “Defender a Petrobras é defender o Brasil".

A frase é verdadeira para a Petrobras que existiu até 2014, quando tínhamos uma empresa “pelo Brasil”. A partir de 2014, com a anuência do governo Dilma, foi iniciada a construção de uma empresa “pelo mercado”.

Aproveitando a constatação de corrupção dentro da empresa, levantada pela operação Lava Jato, que expôs e enfraqueceu a imagem da Petrobras junto à opinião pública, iniciou-se uma campanha sistemática por parte da mídia, com informações falaciosas de que a empresa estaria quebrada, com uma dívida impagável e problemas de caixa, sem que a direção da companhia viesse em sua defesa, demonstrando as inverdades que estavam sendo divulgadas.

Em defesa da EBC e da comunicação pública

Orloff, Cunha e a dor de cabeça

Por Renato Rovai, em seu blog:

O presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, não poderia ser mais claro do que foi na sessão de hoje na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Letra por letra, disse: “eu sou vocês amanhã”.

O slogan da “poderosa e potente” vodca Orloff reinou nas décadas de 80 e 90 principalmente para explicar a relação Argentina e Brasil nos planos da economia e da política.

Os hermanos saíram da ditadura com Alfonsin e nós com Sarney. Ambos fizeram governos fracos e mal avaliados ao seu final. Mas também fizeram sucesso por um tempo com dois planos econômicos. O Austral na Argentina foi a base que gerou o Plano Cruzado.

A lógica da demissão de Villa da 'Veja'

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Pessoas como Marco Antonio Villa infestaram as redações das grandes empresas jornalísticas desde que o PT ascendeu ao poder.

Elas foram recrutadas com um único propósito: ajudar os barões da mídia a tirar o PT do poder.

Isto conseguido, elas perdem a valia. Já não servem para nada. É mais ou menos como Cunha: ele foi protegido pela imprensa - e pelo STF - enquanto teve serventia, até o dia da admissão pela Câmara do processo de afastamento de Dilma.

Lava-Jato: A delação compensa

Por Henrique Beirangê e Rodrigo Martins, na revista CartaCapital:

A Lava Jato e suas infindáveis fases são desdobramentos involuntários de investigações contra um núcleo de quatro doleiros responsáveis por esconder e movimentar dinheiro criminoso de políticos e até mesmo de traficantes.

Nesse novelo, abriu-se uma das frentes de apuração, batizada oportunamente de Dolce Vita, alusão à ostentação da doleira Nelma Kodama. Acostumada a dirigir seu carro Porsche Cayman e andar com grandes quantias de dinheiro, ficou famosa após ser presa com 200 mil euros na calcinha, quando tentava embarcar para a Itália.

terça-feira, 12 de julho de 2016

A mídia e o jogo malandro da Lava-Jato

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Estávamos na Cinelândia, há pouco mais de um mês, num dos eventos contra o golpe, eu já tinha tomado algumas cervejas, e disse ao amigo, que ouviu com olhos horrorizados, que eu não estava lendo mais nada da imprensa brasileira.

"Estou relendo Shakespeare", eu disse.

Diante do pesadelo que se tornou a política brasileira, ou melhor, diante do pesadelo que se tornou o noticiário político nacional (que é diferente da política propriamente dita), a melhor maneira de entender a conjuntura é simplesmente não ler e não ver nada produzido pela grande imprensa corporativa.

O golpe ruralista e o preço do feijão

Por Alan Tygel, no site Opera Mundi:

Na última semana, fomos bombardeados pelas notícias sobre a alta no preço do feijão. O povo, chocado em ver o quilo passando de R$10, ouviu as mais diversas explicações dos analistas: geada e muita chuva no sul, falta de chuva em outras regiões, e até o boato de que uma pequena doação para Cuba feita em outubro de 2015 teria sido a causa da escassez. A solução mágica apresentada pelo ministro interino da agricultura, o Rei da Soja, foi zerar a taxa de importação para facilitar a entrada de feijão estrangeiro.

Paulo Freire, ‘fome e sede’

Por Roberto Malvezzi (Gogó), no site da Adital:

Nem no túmulo Paulo Freire deixará seus inimigos em paz. Eles o veem pela janela, pelas palavras, no vento, no sol, nos sonhos e pesadelos, inclusive o governo aí posto.

Não é sem razão. A leitura de mundo que ele tanto defendia é radicalmente diferente do letramento. Ler a sociedade brasileira, sua construção histórica, o papel das classes, de cada etnia, o significado da cor no Brasil, traz efetivamente desconforto para muitas pessoas, inclusive para cada um de nós.