quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Qual ajuste fiscal?

Por Paulo Kliass, na revista Caros Amigos:

Como era de se esperar, o governo Temer tem insistido cada vez mais no tema do ajuste fiscal. A ameaça catastrofista tem por base as informações relativas ao descompasso entre receitas e despesas no Orçamento da União para o ano em curso e as expectativas para o desempenho das contas públicas em 2017.

Ocorre que os porta-vozes governamentais nada mencionam a respeito das causas que têm contribuído para provocar a redução da capacidade arrecadatória ao longo dos últimos tempos. Em última instância, o diagnóstico equivocado a respeito da crise foi incorporado como avaliação oficial e a sugestão da terapia do austericídio continuou a ser implementada no dia-a-dia da política econômica.

O duplo desafio depois do golpe

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Reginaldo Moraes, no site Brasil Debate:

Este artigo ainda não é uma análise. É uma exposição inicial dos motivos pelos quais a esquerda e a frente progressista precisam de muita análise e, principalmente, de ações que deem consequência a tais reflexões.

O golpe de estado de agosto de 2016 abre um novo período para a luta política no Brasil. Nada será como antes amanhã ou depois de amanhã.

O que tivemos nessa decisão do Senado foi a confirmação do que vinha sendo planejado pelos poderes de fato há bastante tempo. Não se trata apenas de interromper um mandato. Trata-se de mudar o regime político, cassando a soberania popular e substituindo-a pela “opinião dos homens de bem”, isto é, pelos homens de bens. Acabou aquilo que se conquistou há mais de 30 anos, acabou a escolha dos governantes pelo voto direto. Não mais “diretas-já”, nem mesmo aquelas que tivemos até aqui, corrompidas pelo dinheiro das empresas. Eleição só vale se tiver o resultado desejado pelos homens de bens.

Jovens e mulheres: destaque nos protestos

São Paulo (08/9/16). Foto: Eduardo Figueiredo/Mídia Ninja
Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                    

Os movimentos sociais , centrais sindicais e partidos políticos organizam as manifestações e marcam presença com suas lideranças, bandeiras, faixas e palavras de ordem. Mas, a ampla maioria dos que estão nas ruas protestando contra o golpe e pelo resgate da democracia é formada por jovens e mulheres.

E, aqui entre nós, um movimento tão fortemente protagonizado por rapazes e moças que dedicam sua juventude ao país está "condenado" ao sucesso. A combatividade e a sensibilidade das mulheres qualifica a resistência democrática, ao mesmo tempo em que fortalece o empoderamento feminino, requisito fundamental na luta contra contra a opressão machista e sexista.

Mesóclises, mediocridade e ameaça fascista

Por Fran Alavina, no site Outras Palavras:

Não é apenas um golpe. Não é somente a sanha neoliberal que transformada em logística estatal precariza o trabalho e transforma direitos em bens de consumo. É tudo isso, mas além da faceta golpistae neoliberal há também o caráter fascista. O mais horrendo dos três âmbitos, com certeza. É golpe; é a volta do neoliberalismo ao poder; e, é também o começo da institucionalização de práticas fascistas. Aí reside a diferença com momentos anteriores: na perigosa passagem do campo da prática e do pensamento privado para o âmbito público da institucionalização.

Oposição a Temer será permanente

Por Antônio Augusto de Queiroz, no site Vermelho:

Engana-se quem pensa que a oposição ao governo Temer irá esfriar após passar o calor da votação do impeachment, assim como supostamente teria acontecido entre o início e o desfecho do processo de impeachment, em que o volume e o ritmo das manifestações pró-Dilma foram diminuindo ao longo do tempo.

Pode parecer contraditório, mas para os movimentos sociais, parcela importante de partidos como o PT e o PCdoB, e até parte da esquerda é mais confortável protestar contra o governo Temer, acusando-o de ter patrocinado um golpe e ter assumido a agenda do mercado, do que promover mobilizações em defesa do governo Dilma, especialmente no segundo mandato, quando ela acenou com uma agenda na eleição e adotou outra no governo, inclusive levando Joaquim Levy para implementá-la.

"Fora Temer" poderá desequilibrar o jogo

São Paulo (08/9/16). Foto: Eduardo Figueiredo/Mídia Ninja
Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A campanha “Fora Temer” está crescendo em uma velocidade surpreendente. Não se trata mais de mero esperneio. Caminha para se tornar elemento relevante, capaz de desequilibrar o jogo político.

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O golpe político encaixa-se perfeitamente na estratégia denominada de “teoria do choque” - desvendado pela escritora e ativista Naomi Klein.

A estratégia foi desenvolvida pela Escola de Economia de Chicago e consiste em se valer de grandes tragédias – terremotos, guerras, golpes de estado, hiperinflação – para trabalho de desconstrução do passado, desarticulação do normal político para impor rapidamente um receituário radical, como se fosse a única rota de salvação.

Grito dos Excluídos denuncia o golpe

Brasília (07/9/16). Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Por Rodrigo Gomes, na Rede Brasil Atual:

"Como podemos comemorar a independência da pátria se sofremos um golpe?", questiona Maria dos Remédios, que saiu cedo de casa, em São Mateus, zona leste da capital paulista, para reivindicar a saída de Michel Temer da presidência da República, novas eleições e a manutenção de todos os direitos civis e trabalhistas. Com ela, cerca de 15 mil pessoas protestaram na Avenida Paulista, na manhã de hoje (7), durante o 22° Grito dos Excluídos. A estimativa é dos organizadores.

Temer e a cerimônia do entreguismo

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

A liturgia do cargo recomenda que os presidentes mantenham alguma distância dos negócios do Estado. Temer, entretanto, vai receber pessoalmente no Palácio do Planalto o executivo Eldar Saetre, CEO da Statoil e outros diretores do grupo norueguês que adquiriu o Campo de Carcará, um dos mais valorizados do pré-sal brasileiro. Algo assim como a entrega solene do presente em papel de seda.

Até quando Temer vai fugir dos brasileiros?

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Até quando Temer vai fugir como um poltrão dos brasileiros?

Você pode resumir assim seus já mais de três meses no Planalto: fugiu.

Fugiu nas Olimpíadas, fugiu na posse, vai fugir neste 7 de Setembro. Acoelhado, trocou o tradicional Rolls Royce de capota conversível em que presidentes desfilavam por um carro fechado em que se esconderá.

Foi para isso que ele foi um monstro moral, um traidor imundo, um conspirador abjeto? Para fugir?

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Wall Street ordenou a queda de Dilma?

Por Altamiro Borges

Neste 7 de setembro, Dia da Independência, vale a pena reler o texto do intelectual canadense Michel Chossudovsky postado no site russo Sputnik – em sua versão brasileira. O artigo levanta a hipótese de que o golpe perpetrado contra a presidenta Dilma Rousseff no tribunal de exceção do Senado foi orquestrado pelos abutres financeiros de Wall Street. Só a história, inclusive com a desclassificação dos documentos secretos do governo dos EUA, poderá dizer se a tese do estudioso das ações do império é verdadeira. Mas apenas os ingênuos descartam por completo as conspirações imperialistas contra a independência dos povos. Reproduzo abaixo a matéria do Sputnik e retorno em seguida:

Recatada e do lar ganha gabinete no Planalto

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Altamiro Borges

Na semana passada, a “primeira-dama” Marcela Temer – que, segundo a revista Veja é “recatada e do lar” e não tem qualquer experiência em políticas públicas – ganhou de presente do maridão um cargo no governo. Segundo o noticiário, ela ocupará a função de “embaixadora” do programa “Criança Feliz”, que deverá ser lançado ainda neste mês pelo covil golpista. A mídia chapa-branca, talvez empolgada com a grana da publicidade oficial, preferiu evitar maiores estardalhaços contra a patética nomeação. O assunto não foi capa dos jornais e das revistas e nem motivo de ácidos comentários nas emissoras de rádio e tevê. A “recatada e do lar” foi acolhida com carinho pelos barões da mídia.

Cadê o amiguinho rico do Temer?

Por Altamiro Borges

Quando a mídia monopolista quer destruir uma reputação, seja por motivos políticos ou econômicos, ela promove um cruel bombardeio. Manchetes garrafais, fotos deformadas, matérias diárias e o coro dos colunistas venais nos jornais, revistas, sites e emissoras de rádio e televisão. Já quando ela deseja proteger alguém, ela simplesmente realiza uma operação de blindagem. A denúncia até é feita, mas logo depois some do noticiário, não vira capa dos impressos e nem motivo de comentários ácidos na rádio e tevê. É um refinado padrão de manipulação, conforme já ensinou Perseu Abramo, que realça ou omite o que interessa aos barões da mídia. O caso do Judas Michel Temer é bastante emblemático.

Livro "Golpe 16" será lançado em SP

Da revista Fórum:



A obra Golpe 16 será lançada com um ato na próxima segunda-feira (12/9), às 19h, no Sindicato dos Engenheiros (Rua Genebra, 25 – São Paulo/SP). Trata-se da versão da blogosfera de uma história de ruptura democrática que ainda está em curso. É um livro feito à quente, mas imprescindível para entender o atual momento político brasileiro.

Liberdade de expressão em tempos de golpe

Do site do FNDC:


Guilherme Boulos (MTST e Frente Povo Sem Medo) e João Pedro Stédile (MST e Frente Brasil Popular) já confirmaram participação no debate "Liberdade de expressão em tempos de golpe: a urgência da democratização da mídia", marcado para esta sexta (9/9), na sede do Barão de Itararé, em São Paulo. A atividade será realizada pelo FNDC e marcará o primeiro dia da reunião ampliada do Conselho Deliberativo da entidade. A mesa de debate também contará com a participação da jornalista Renata Mielli, coordenadora geral do Fórum.

Quem insufla o ódio nos protestos?

Foto: Miguel Schincariol/AFP
Por Jean Wyllys, na revista CartaCapital:

"Dilma insufla ódio", diz o secretário de Redação da Folha de S.Paulo, Vinícius Mota, num artigo cheio de delírios paranoicos e escrito com uma terminologia retrô que parece saída do túnel do tempo.

Possuído pelo espírito do senador americano Joseph McCarthy, Mota denuncia supostos planos da "elite vermelha" (!) para — inspirada nas "derivações subletradas do marxismo" — promover a violência política e o "prazer estético pela depredação", deixar "mortos e feridos" e produzir um "banho de sangue"; mas, ao mesmo tempo, justifica a violência real, não imaginária, que as polícias militares produzem diariamente há décadas no país.

As conquistas sociais serão "tratoradas"



Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Na 10ª edição do Ciclo de Debates Que Brasil é Este?, o economista Ladislau Dowbor e Márcia Helena Carvalho Lopes, ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, discutiram os avanços e os limites das políticas sociais no Brasil. A discussão ocorreu nesta segunda-feira (5), no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo.

Para os debatedores, houve uma sistematização importante de políticas ao longo dos últimos 15 anos, mas o processo de inclusão social e universalização de direitos está sob risco.

O desespero da mídia para defender o golpe

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

O vício adversativo da mídia voltou, agora com sentido inverso. Antes era sempre algo assim:

"Vendas aumentam, mas analistas prevêem que alta não irá durar".

"Comércio cresce 4% no mês, mas é pior dos últimos três anos".

Agora, a coisa vem assim, como nessa chamada no site da Folha:



"Mas ritmo de piora desacelera..."

Álvaro Uribe, o senhor da guerra

Por Mariana Serafini, no site da UJS:

No próximo dia 3 de outubro 33 milhões de colombianos vão às urnas decidir em plebiscito se aprovam, ou não, o acordo de paz firmado entre o governo e as Farc para dar fim aos mais de 50 anos de conflito. O ex-presidente de extrema direita Álvaro Uribe se tornou um porta-voz da guerra ao defender que a população vote pelo “não”, ou seja, um “não à paz”.

Álvaro Uribe atualmente é senador e traz em seu currículo o histórico de quem apoiou e fomentou o paramilitarismo para “combater a guerrilha”. Durante seu mandato (2002 – 2010) implementou um verdadeiro terrorismo de Estado que aprofundou os já elevados níveis de violência na Colômbia. Neste domingo (4), iniciou sua campanha pelo “não” com a justificativa de que o plebiscito é uma “excursão pedagógica”.

O rio que desceu a Paulista já mudou o país

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

O que era verdade no Brasil até sábado, deixou de sê-lo a partir de domingo.

Um banho de rua a renovou a agenda da nação.

O levante de 100 mil pessoas contra o golpe desautorizou a soberba conservadora e sacudiu a letargia de setores progressistas.

Gigantesca no tamanho, ampla na pluralidade e democrática nas bandeiras, a mobilização que tomou conta de São Paulo depois de o governo ter tentado proibi-la, reafirmou a experiência social: nas encruzilhadas da história, os fatos caminham à frente das ideias.

Mídia patrociona golpe e criminaliza protesto

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Os três jornalões em estado pré-falimentar se uniram para atacar os manifestantes que, em todo o país, estão indo às ruas para protestar pacificamente contra o golpe parlamentar que arrancou do cargo uma presidente da república legitimamente eleita. Repetem assim o papel sujo que tiveram em 1964 de não só promover o golpe como legitimá-lo, criminalizando a oposição. Qual será a próxima etapa? A Folha emprestar veículos para transportar jovens aos porões da tortura?