sábado, 22 de outubro de 2016

Novela da Globo ataca regulação da mídia

Por André Pasti, na revista CartaCapital:

A televisão segue exercendo um papel central na difusão de ideias na sociedade brasileira: 95% dos brasileiros assistem televisão, 73% diariamente, com uma média de quatro horas e meia por dia em frente ao televisor. Os dados são da última Pesquisa Brasileira de Mídia, realizada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

Consciente desse papel, o Grupo Globo continua usando sua rede de emissoras na TV aberta e seus canais na televisão paga para defender seus interesses políticos e econômicos, atuando com velhas e desonestas práticas.

Queda de juros para inglês ver?

Por Lecio Morais, no blog de Renato Rabelo:

A última reunião do Copom ao reduzir a meta da taxa Selic de 14,25% para 14% foi uma decisão política. Ela não foi feita para gerar resultado prático, mas para engrossar as expectativas criadas pelos mercados financeiros de que o pior da crise econômica já passou e que a taxa de inflação consolidou uma virada para baixo.

O efeito concreto da redução de 0,25% na atividade econômica é zero. Nenhuma taxa de juro da economia irá se reduzir, nem no crédito ao consumidor, nem no crédito ao comércio e muito menos o do investimento. A única consequência real será uma redução do custo de captação dos bancos, ficando mais barato, por exemplo, emitir CDB, uma aplicação financeira de curto prazo bastante popular.

Carta aberta a José Dirceu e João Vaccari

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Prezados

Bem sei o quanto são absolutamente remotas as possibilidades de vocês acessarem esse texto. Imagino as duras restrições que lhes são impostas pelas regras das masmorras de Curitiba.

Aposto que há controle prévio de tudo que leem, visitas apenas nos dia marcados, televisão só através dos canais abertos e internet nem pensar.

Essa carta aberta, portanto, acaba tendo mera conotação de desabafo diante da indizível injustiça que sofrem. Que seja. Acabo de ler o apelo dramático que você, Dirceu, fez a seu carrasco, clamando por liberdade para trabalhar e garantir o sustento de sua filha de seis anos.

Os criminosos de Mariana serão punidos?

Por Altamiro Borges

Após quase um ano do crime de Mariana (MG), que matou 19 pessoas e resultou na maior tragédia ambiental da história do país, o Ministério Público Federal (MPF) finalmente denunciou 21 dirigentes da mineradora Samarco e de suas controladoras, a privatizada Vale e a multinacional BHP Billiton. A sentença foi proferida na quinta-feira (20) sob a acusação de homicídio com dolo eventual - quando se assume o risco de matar. As empresas ainda são suspeitas dos crimes de inundação, desabamento, lesões corporais graves e crimes ambientais. A procuradoria também denunciou a consultoria que apresentou um laudo falso sobre a tragédia.


Loja Daslu e os trambiqueiros da elite

Do blog A justiceira de esquerda
Por Altamiro Borges

A Loja Daslu já foi um símbolo da opulenta elite brasileira. Situada em área nobre da capital paulista, ela reunia marcas de grife, limitiva o ingresso dos seus ricos frequentadores e tinha até heliporto. A filha de Geraldo Alckmin "trabalhou" no oásis do consumo e o governador inclusive participou da sua inauguração. Com o tempo surgiram as primeiras denúncias de que ela importava produtos de forma ilegal e a Daslu foi processada e perdeu os holofotes da mídia. Agora, porém, ela voltou ao noticiário, mas sem muito alarde. A Folha publicou nesta quinta-feira (20) que o antro dos ricaços caloteiros recebeu ordem de despejo imediato. Os "coxinhas" devem estar de luto!

Juízes e promotores detonam Gilmar Mendes

https://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br
Por Altamiro Borges

Além de sabotar a economia nacional e promover ações seletivas e arbitrárias, a midiática Lava-Jato tem gerado uma guerra no próprio Poder Judiciário. O caos está instalado, com tiros para todos os lados. Nos últimos tempos, o ministro Gilmar Mendes (representante do PSDB no Supremo Tribunal Federal) andou criticando os juízes e promotores. Preocupado com o descontrole da operação, ele chegou a acusar estes agentes de "chantagear", "ameaçar parlamentares" e "praticar, às escâncaras, abusos de autoridade". A reação da Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público (Frentas) – que congrega 40 mil juízes e membros do MP – foi imediata e dura. É bom ficar atento para os efeitos desta guerra, que já deixou os bastidores deste hermético poder.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

A revolta contra o "pacote da ignorância"

Por Patrus Ananias

Os estudantes do Brasil estão mobilizados por uma grande e justa causa: resistir a três propostas que, originárias das forças antipopulares e antidemocráticas instaladas no Governo Temer e no Congresso, ameaçam sacrificar os avanços alcançados nos últimos anos e impor ao país um terrível retrocesso na área vital que é a educação.

Essas ameaças estão contidas na PEC 241, na Medida Provisória 746 e no projeto da Escola sem Partido – também conhecido como Lei da Mordaça. São propostas altamente comprometedoras do interesse público nacional, lesivas e perversas à maioria do povo e, especialmente no caso da PEC 241 e da MP 746, tocadas no Legislativo com a pressa exigida pelos interesses privados.

PEC-241: Que Brasil nós queremos!

A quebra de protocolo na prisão de Cunha

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Das estranhezas da prisão de Eduardo Cunha, a mais gritante é a quebra de protocolo com relação às anteriores, supondo-se que haja um protocolo.

Primeiro, não há um apelido genial. Operação Malparido, digamos.

Não houve vazamento para a imprensa preparar o show. Não havia equipes de TV com câmeras.

Num despacho, Sérgio Moro determinou que “não deve ser utilizada algema, salvo se, na ocasião, evidenciado risco concreto e imediato à autoridade policial”.

A origem do movimento pró-impeachment

Por Alberto Saldaña, no site Brasil Debate:

Entre 2014 e 2016 o Brasil foi surpreendido pelo surgimento de grandes manifestações contra o governo de Dilma Rousseff. As mobilizações de direita mexeram com o cenário político brasileiro, facilitando a mudança de governo e o impeachment de uma presidenta eleita nas urnas. Se os protestos de 2013 foram considerados uma surpresa, as mobilizações de direita que começaram no final de 2014 não foram menos.

O boi de piranha mais suculento da República

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

A celebração pela prisão de Eduardo Cunha foi chocha diante do regozijo dos articulistas da imprensa chapa-branca em “provar” aos críticos da Lava-Jato que a operação “não é seletiva” nem tem como alvo apenas petistas, como ficou patente até agora. Como se a prisão do ex-deputado federal cassado fosse capaz de diluir o estrondoso fato de que, embora citados em várias delações, os tucanos continuem fora da mira do juiz Sergio Moro e a punição de algum deles siga um sonho distante para os reais defensores do fim da impunidade em nosso país.

Cadê o "livro" do Cunha, Dr. Moro?

Do blog A justiceira de esquerda
Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Todos os jornais anunciam que Eduardo Cunha dedicava-se, nos últimos dias, a ditar o seu livro (caixa?) de memórias políticas.

A Folha assim o registra:

Em recente conversa com a Folha, Cunha disse que tinha mais de cem páginas prontas. Buscava um profissional para auxiliá-lo a formatar o texto e deixá-lo de modo publicável.

Para colocar suas “memórias” no papel, levantou agendas antigas de compromissos públicos e privados. Há meses vinha também esquadrinhando todas as doações que capitaneou para o PMDB, um levantamento que delegou ao corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro, que acabou preso em julho.

Antes, porém, Funaro relatou a aliados que havia juntado “quilos de papéis”.


Gilmar Mendes ameaça os trabalhadores

Por Augusto Vasconcelos, no site da CTB:

O Brasil vive uma escalada conservadora, de conteúdo neoliberal, cujo alvo são os trabalhadores e a democracia. A ascensão de forças, vinculadas ao grande capital, não tem medido esforços para desmontar as conquistas sociais contidas na Constituição de 1988.

Na semana em que se discute a polêmica proposta de congelar investimentos em saúde, educação e demais áreas por 20 anos, através da PEC 241, eis que surge mais um retrocesso. Dessa vez pelas mãos do STF.

A arriscada aposta de Sergio Moro

Por Guilherme Boulos, no site Outras Palavras:

Chegou o dia que o Brasil tanto esperava e que Brasília tanto temia: Eduardo Cunha está preso. Tardiamente, é verdade. Contra Cunha, ao menos desde o ano passado, pesam muito mais do que convicções. Há provas contundentes, como os extratos de contas na Suíça associados à corrupção na Petrobras.

Que, a esta altura, sua prisão seja “preventiva” chega a soar irônico, após ele ter chantageado uma presidente aos olhos do país, ter conduzido o processo de impeachment que a derrubou e feito ameaças a torto e a direito. O ônus deste atraso cabe a Teori Zavascki. O ministro do Supremo demorou mais de quatro meses para afastar Cunha após o pedido do MPF, feito ainda com Dilma no governo, e negou seu pedido de prisão em junho último.

Lava-Jato é "parcial", aponta pesquisa

Da revista Fórum:

Um pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), divulgada nesta quinta-feira (20), aponta que 39,6% dos brasileiros acredita que a Operação Lava Jato traz benefícios para o Brasil, mas que está sendo conduzida de maneira parcial.



A pesquisa traz um termômetro da maneira como os brasileiros estão enxergando o momento político atual sob vários aspectos. O índice de desaprovação do presidente Michel Temer é superior o da sua aprovação. Segundo os dados apresentados, 51,4% dos entrevistados não aprovam o governo atual.

As violações à liberdade de expressão

Do site do FNDC:

O FNDC completa 25 anos de atuação exortando a sociedade a denunciar violações à liberdade de expressão. A campanha Calar Jamais!, lançada nesta terça (18/10) num ato político na Câmara dos Deputados, será o principal instrumento dessa iniciativa. Renata Mielli, coordenadora geral do Fórum, explica que objetivo é denunciar casos de violações dentro e fora do Brasil, para organizações como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e ONU, entre outras. "Não queremos que seja uma campanha só nossa, mas que todas as organizações e movimentos sociais se apropriem dela para denunciar a repressão às vozes dissonantes que não se calam diante do golpe em curso no país".

Delação de Cunha é problema dos golpistas

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O simbolismo envolto na prisão extemporânea de Eduardo Cunha convulsionou Brasília de tal maneira que memes sugestivos como o abaixo espalharam-se como fogo em capim seco na última quarta-feira.



No que diz respeito à esquerda, a prisão de Cunha causou uma preocupação não com o que ele possa revelar, mas com a razão de ele ter sido preso.

O conservadorismo e o emburrecimento

Por Cida de Oliveira, na Rede Brasil Atual:

A intenção do governo de Michel Temer (PMDB) de sabotar a educação pública veio à tona em 8 de setembro, logo que o Índice de Desenvolvimento da Educação (Ideb) mostrou que o ensino médio continuava patinando, sem atingir a meta estipulada para 2015. No mesmo dia, o ministro Mendonça Filho anunciou que tomaria medidas urgentes para resolver os problemas de uma etapa marcada por evasão e notas baixas e longe de oferecer formação adequada para quem vai para a universidade ou precisa ingressar no mercado de trabalho.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

A hipocrisia do financismo e a Selic

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

Na terça-feira, dia 18 de outubro, teve início a 201ª reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Com seus encontros regulares previamente agendados para intervalos a cada 45 dias, o colegiado responsável por esse importante instrumento do conjunto da política econômica deverá anunciar no final do dia 19 sua decisão a respeito do patamar da taxa oficial de juros, a Selic.

Trata-se do penúltimo encontro dos integrantes da diretoria do Banco Central (BC) com esse objetivo específico marcado para 2016. Durante dois longos dias esse grupo deverá discutir exaustivamente a respeito das condições da conjuntura econômica internacional e nacional, buscando avaliar as condições em cada um dois setores de atividade. Como costuma acontecer, ao final da reunião, as expectativas da imprensa e dos formadores de opinião no âmbito do financismo serão confrontadas com a decisão anunciada: i) elevação; ii) redução; ou iii) manutenção da taxa.

Voto e dinheiro de João Doria

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Devemos ao repórter Artur Rodrigues uma relevante descoberta sobre nossos novos costumes eleitorais. Em reportagem na Folha de S. Paulo, ele revela que João Dória, o novo prefeito de São Paulo, patrocinou a campanha de 9 vereadores que irão compor sua base de apoio na Câmara Municipal (Dória financiou outros cinco candidatos, que acabaram como suplentes).

Capaz de apostar R$ 2,9 milhões em sua própria campanha, dinheiro retirado do próprio bolso, Dória gastou R$ 980 000 com a vereança. Seis vereadores receberam em torno de R$ 100 000, uma raridade em tempos de vacas esqueléticas. Em oito casos, os recursos de Dória representam pelo menos 20% do total de contribuições amealhadas, sinalizando a importância de sua ajuda para as candidaturas.