quarta-feira, 9 de novembro de 2016

O salário mínimo dançou. Patrões em festa!

Por Altamiro Borges

Para quem ainda tem dúvida sobre os reais propósitos da tal PEC do Teto – também batizada de PEC da Morte – vale a pena acompanhar como foi a discussão do projeto no Senado nesta terça-feira (8). Matéria do Estadão, um ativo defensor da proposta de austeridade fiscal do Judas Michel Temer, ajuda a entender a regressão em curso. O jornal estampa no título: “Relator rejeita emendas que preservam o reajuste real do salário mínimo”. Ou seja: a política de valorização do salário mínimo, uma conquista histórica firmada pelas centrais sindicais durante o governo Lula, está quase morta. A reportagem, assinada por Isabela Bonfim e Idiana Tomazelli, dá detalhes sobre o novo golpe:

Faustão, Silvio Santos e as baixarias na TV

Por Altamiro Borges

A televisão brasileira – uma concessão pública explorada por meia dúzia de empresários avarentos e sem qualquer escrúpulo – vai de mal a pior. Ela estimula os piores tipos de preconceitos na sociedade, como o machismo, o racismo e a homofobia. E com as recentes mudanças na legislação sobre a classificação indicativa, aprovadas pelo servil Superior Tribunal Federal (STF), ela tende a se degradar ainda mais no futuro próximo, com as baixarias das telinhas contaminando as crianças nos horários da manhã e tarde. Reproduzo duas notinhas que evidenciam esta desgraça sem controle. A primeira foi postada neste domingo (6) pelo blogueiro Mauricio Stycer, hospedado no UOL:


A “morte simbólica” de Lula

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Numa entrevista ao DCM, o advogado e professor de direito Pedro Serrano disse que o objetivo da perseguição a Lula é promover sua “morte simbólica”.

Isso leva a uma questão: qual seria a real situação de Lula nas pesquisas se ele não sofresse os constantes bombardeios que a mídia e a justiça lhe impõem?

A cada levantamento, Lula aparece mais distante dos adversários na corrida presidencial para 2018. É quase como se tivéssemos um candidato adulto contra um punhado de candidatos mirins.

Por que a Fiesp apoiou o golpe?

Por Marco Aurélio Cabral Pinto, no site Brasil Debate:

Para muitos observadores, parece paradoxal a atitude da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo diante dos eventos políticos que sacudiram a democracia brasileira. Ao apoiar o golpe e demais medidas ortodoxas na economia, a Fiesp pareceu corroborar para o fracasso da própria indústria no país.

Ou seja, medidas que limitem gastos públicos destroem a demanda efetiva que pode ser capturada pelas firmas não financeiras na forma de receitas adicionais. Quanto maior o gasto, maior o emprego. Maior o emprego, maior o faturamento das empresas. Maiores faturamentos, lucros mais elevados e, portanto, mais acelerado o processo de acumulação.

Trump: O reacionarismo e a decadência

Por José Reinado Carvalho, no site Vermelho:

O republicano Donald Trump ganhou as eleições presidenciais dos Estados Unidos, derrotando a candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton, que despontava como favorita em todas as pesquisas de opinião pública e era tida como imbatível pela mídia burguesa, seus analistas de política internacional, acadêmicos e chancelarias mundo afora.

Derrotado também o presidente Barack Obama, apesar do propalado carisma e fabricada popularidade. Os republicanos venceram também as eleições legislativas tanto na Câmara como no Senado.

Donald Trump: o perigoso narcisista

Do site DW:

Pergunte aos biógrafos de Donald Trump sobre a personalidade do magnata, e eles vão começar a fazer uma associação livre de palavras, como se não pudessem evitar: agressivo, incoerente, sem princípios, materialista, presunçoso, perspicaz, indisciplinado, imprevisível e carismático são alguns dos adjetivos mais usados para descrever Trump. Mas duas palavras se destacam: narcisista e vendedor.

Vitória de Trump espalha incerteza no mundo

Por Flavio Aguiar, na Rede Brasil Atual:

A temida catástrofe aconteceu: um político inexperiente, de atitudes imprevisíveis, estará, a partir de 20 de janeiro de 2017, no comando da maior máquina militar da história do planeta. Os temidos botões das armas nucleares estarão ao alcance de seus dedos, além de outras armas extremamente letais.

Muito ainda vai se escrever sobre o que, no fim de contas, aconteceu nesta eleição de 2016, e sobre o que vai acontecer no futuro.

Algumas hipóteses já pairam no ar.

Por que prossegue a artilharia contra o PT?

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

O governo foi derrubado e o PT derreteu nas eleições municipais, mas a fábrica de manchetes contra Lula, Dilma e o PT continua a todo vapor, alimentada pelo consórcio formado pela mídia corporativa e pela operação Lava Jato.

‘Em depoimento, Cerveró reitera acusações contra Lula e Dilma’ é o título de uma matéria de hoje no site do Estadão.

As acusações de Cerveró têm a consistência do pudim que a minha avó faz (maravilhoso, por sinal). A acusação contra Lula:

O racha anunciado da base de Temer

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

A eleição do presidente da Câmara para o biênio 2017-2018, marcada para primeiro de fevereiro próximo, foi objeto de duas pajelanças nas últimas horas. Temer jantou com os tucanos Aécio Neves e Tasso Jereissati na segunda-feira, para tratar do assunto, e na terça os partidos do “Centrão” se reuniram e fincaram pé no lançamento de uma candidatura do bloco, o que deve acontecer logo depois da reunião que marcaram para o dia 22 próximo. Há uma racha anunciado na base de Temer, pois os partidos da antiga oposição ao PT – PSDB, DEM e PPS – não admitem apoiar um nome do Centrão. Depois do jantar com Temer, os tucanos passaram a admitir o apoio ao atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), desistindo da candidatura própria. Maia, entretanto, só poderá concorrer se conseguir aprovar uma mudança no regimento que permita a reeleição dentro da mesma legislatura. Hoje, ela só é permitida quando ocorre a renovação da Câmara, depois de uma eleição parlamentar. Sem os votos do Centrão, a mudança não prospera.

A última batalha de Lula

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Seguramente, está sendo muito mais difícil destruir Lula do que a ditadura tucano-midiático-temerária esperava. Em que pesem como o mundo todas as acusações sem provas e tantas versões mentirosas dos fatos que a mídia e os porões da internet difundem todo dia contra o petista desde 1989, ele resiste.

A Lava Jato, os impérios de mídia, os grupos do Facebook montados em financiamentos obscuros, a operação pseudo policial que só persegue e pune efetivamente petistas, todo esse aparato repressor usado para destruir o ex-presidente não chega aonde precisava, apesar de esses poderes controlarem o Ministério Público, as polícias e o Judiciário.

Trump põe em xeque pesquisas e imprensa

Depósito de cartuns
Por Matheus Moreira, na revista Fórum:

Nesta quarta-feira (9), às 5h30, no horário de Brasília, Donald Trump foi eleito o 45º presidente dos Estados Unidos da América com 279 votos dos colégios eleitorais, contrariando a grande maioria das pesquisas e projeções até então.

Creomar Lima Carvalho de Souza, professor da Universidade Católica de Brasília, que está em Ohio a convite do governo dos EUA para acompanhar as eleições, explicou para a reportagem da Fórum que a eleição de Trump traz uma característica inquietante de ruptura de sistema de pesquisas:

terça-feira, 8 de novembro de 2016

As farras de Temer: sambão e voos da FAB

https://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Altamiro Borges

Com maioria esmagadora na Câmara Federal e no Senado, apoio das elites empresariais e forte blindagem da mídia chapa-branca, o golpista Michel Temer está abusando da inteligência do povo brasileiro. Ao mesmo tempo em que baixa uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que congela por 20 anos os gastos públicos em saúde e educação e que prepara ataques às leis trabalhistas e aos aposentados, o Judas torra os recursos dos contribuintes com ações ilegais e custosas. Em apenas cinco meses de gestão, os ministros do covil golpista já realizaram 238 voos pessoais em aeronaves da FAB. Agora, vem à torna que o governo ilegítimo gastou quase R$ 600 mil em uma festança no Palácio do Planalto. Será que os “coxinhas”, que apoiaram o “golpe dos corruptos”, vão bater panelas nas suas varandas gourmets?

Nos tribunais, a lei da selva capitalista

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Tribunal por tribunal, o Judiciário brasileiro vai adotando, como regra, a lei da selva.

Ou, em carioquês, “manda quem pode, obedece quem tem juízo”.

Depois de diversas decisões anti-trabalhistas, o Supremo Tribunal Federal está às vésperas de liberar a terceirização indiscriminada (ou quase) do trabalho.

O que significa, num pequeno resumo extraído do manifesto da Associação dos Juízes pela Democracia (ainda os há): 24,7% a menos de salário e três horas a mais de trabalho por semana, além de rotatividade 50% maior e frequente calote nos direitos trabalhistas. Além de responderem, os terceirizados, por 80% dos acidentes de trabalho e percentual idêntico dos apanhados em situação análoga à escravidão.

Nos EUA, eleição à beira do abismo

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Quem encontrou uma lamentável semelhança entre a escandalosa intervenção do FBI na eleição norte-americana, colocando uma suspeita indevida sobre a candidatura de Hillary Clinton, e o papel de protagonista que a Lava Jato tem desempenhado na vida política brasileira, inclusive nas eleições de 2014 e 2016, não deve surpreender-se. Já em 1995, num livro elogiado pelo New York Times e pelo New York Review of Books, veneráveis publicações do mundo cultural norte-americano, o escritor Michael Lind avançou uma profecia na obra "The Next American Nation." Examinando os perigos que seriam enfrentados pelos EUA nas décadas seguintes, Lind afirmou:

Trama articulada ou mera coincidência?

Por Ricardo Gebrim, no jornal Brasil de Fato:

Nos últimos dez dias, três importantes decisões do Supremo Tribunal Federal - que sequer estavam pautadas ou aguardavam julgamento há vários anos - acarretaram graves derrotas à classe trabalhadora, numa movimentação que se combina com a ofensiva do governo golpista.

A rapidez dessa escalada é impressionante. No dia 14 de outubro, o ministro Gilmar Mendes, através de uma medida cautelar, suspendeu a Súmula 277 do Tribunal Superior do Trabalho. Até então, as cláusulas de um acordo coletivo ficavam incorporadas ao contrato individual de trabalho até um novo acordo ou convenção coletiva. Isso é chamado de ultratividade. Sem isso, quando termina o prazo do acordo coletivo, os trabalhadores ficam desamparados, perdem seus direitos anteriormente conquistados e são chantageados pelo patrão para rebaixarem suas conquistas em troca daquilo que já tinham assegurado antes. Não havia nenhuma polêmica jurídica a respeito desta súmula. Porém, acabar com a "ultratividade" é um pressuposto fundamental para aprovar o projeto do "negociado acima do legislado", um dos principais ataques aos direitos dos trabalhadores, que deverá ser votado pelo Congresso Nacional nos próximos meses.

Eleições nos EUA: às favas a isenção

Por Antonio Luiz M. C. Costa, na revista CartaCapital:

A 11 dias da eleição presidencial dos Estados Unidos, quando nada mais parecia capaz de afetar as tendências já consolidadas, o diretor do FBI, James Comey, entendeu de comunicar a reabertura da investigação sobre os e-mails irregulares de Hillary Clinton.

A candidata, como se sabe, foi alvo de inquérito de março a junho por usar um e-mail pessoal para tratar de assuntos da Secretaria de Estado, quando ocupou o cargo. Os e-mails não deletados, dela e de seus assessores, foram submetidos aos investigadores.

Lava-Jato e os milicianos do Judiciário

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

A consciência democrática brasileira deveria expressar seu desejo manifesto de que a Lava Jato chegasse ao bom termo, dentro da lei, punindo quem tem que ser punido, sem nenhum viés partidário e ideológico e sem mover ações persecutórias contra quem quer que seja. Se assim se conduzisse à Lava Jato prestaria um grande serviço ao Brasil, combatendo a impunidade e a corrupção, que sempre foi o grande mal das repúblicas de todos os tempos e é um dos maiores males das democracias hodiernas. A corrupção articula algumas variáveis que lhes são inerentes: desigualdade social, concentração de renda e riqueza, ineficiência pública, desorganização da economia, privilégios dos agentes superiores do setor público, direitos precários dos cidadãos mais pobres e grave déficit de cidadania das pessoas. Essas variáveis são caldo de cultura, modus vivendi, da corrupção.

Pedro Parente, FHC e o mercado financeiro

Do site da Federação Única dos Petroleiros (FUP):

Quando assumiu a Presidência da Petrobrás, a primeira declaração de Pedro Parente ao mercado foi de que não haveria indicações políticas na empresa. A mídia inteira festejou sua nomeação, tratando-o como um gestor da área técnica, a despeito de sua indicação ter sido feita pelo PSDB, mais precisamente, por interferência de Fernando Henrique Cardoso, com quem tem relações de longa data.

Como se sabe, Pedro Parente participou ativamente do governo tucano nos dois mandatos de FHC, nos anos 90, onde foi secretário executivo no Ministério da Fazenda, titular em quatro outros ministérios – Orçamento e Gestão, Casa Civil, Planejamento e Minas e Energia -, além de ter coordenado a Câmara de Gestão de Energia Elétrica, quando ficou conhecido como o “ministro do apagão”. Também ocupou por quatro anos o Conselho de Administração da Petrobrás, chegando a presidi-lo, em 2002.

Golpe e os (des)caminhos da integração

Por Danielle Michelle de Moura Araújo e José Renato Vieira Martins, no site Carta Maior:

Quais podem ser os desdobramentos do golpe parlamentar no Brasil para a integração regional da América do Sul? Como a nova direita que está chegando ao poder em vários países da região pretende levar adiante uma reaproximação com os Estados Unidos?

Não há respostas conclusivas para estas questões, mas certamente elas interpelam a todos que se ocupam, nas universidades, nos movimentos sociais e nos partidos partidos políticos, com a reflexão sobre a teoria e a prática dos processos de integração regional.

A nova vitória de Daniel Ortega na Nicarágua

Por Max Altman, no site Opera Mundi:

A oligarquia e a oposição nicaraguense, respaldada pela grande imprensa local e internacional, alardearam aos quatro ventos que a abstenção seria de 70 a 80% a significar a rejeição da população ao regime sandinista. Mas o povo acorreu em massa às urnas, numa proporção de 68,2%, um recorde histórico num país em que o voto é facultativo. Para efeito de comparação, nos Estados Unidos o comparecimento raramente chega a 50%.

Garantiram também que o pleito estaria cheio de irregularidades, de fraude, de voto forçado, de intimidação de eleitores. Nada disso aconteceu. As eleições foram limpas, justas, transparentes e tranquilas. Não se tem notícia de qualquer incidente.