domingo, 11 de dezembro de 2016

Bolsonaro e a banalização da mentira

Por Jean Wyllys, na revista CartaCapital:

Eu poderia falar, como a Universidade de Oxford o fez, em "pós-verdade", conceito interessante quando se trata de política nas redes sociais. Contudo, para ser direto, prefiro falar de mentira.

Porque disso se trata. A família Bolsonaro usou, outra vez mais, uma mentira para me difamar; e seus aliados – o deputado Alberto Fraga e o ex-corregedor da Câmara, Carlos Manato, também aliados do agora preso Eduardo Cunha – a apresentaram como "prova" para representar contra mim no Conselho de Ética, pedindo a cassação ou suspensão do meu mandato.

Porém, dessa vez, a Polícia Civil desmascarou, por meio de perícia incontestável, a mentira.

Capa da Veja faz o milagre de esconder Temer

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Eu tiro o chapéu para os editores da Veja.

Compreendem perfeitamente que a revista que editam é apenas um panfleto, um cartazete a ficar exibido por uma semana nas bancas de jornal.

Tanto é assim que, com o escândalo do dinheiro pedido por Michel Temer e entregue a seu “psicoterapeuta político” José Yunes (e daí ser parcialmente repassado a Eduardo Cunha), denunciado por um ex-dirigente da Odebrecht e ao qual ela mesma diz ter tido integral acesso sua capa não contém nem a imagem nem o nome do indigitado “pedidor de dinheiro” palaciano.

Quem é contra eleição é trouxa ou canalha

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O derretimento de Michel Temer em praça pública, em função das delações da Odebrecht, tem dois efeitos cruciais para a conjuntura política e o futuro dos brasileiros.

O primeiro é acelerar de forma dramática o debate sobre a substituição de Temer. O segundo é atualizar o debate sobre a realização de eleições diretas para presidente. Com o governo Temer cada vez mais perto do fim, tudo fica claro. Quem ainda é contra diretas é trouxa ou é canalha.

Os grandes fatos do momento devem ser lidos, explicados e reinterpretados a partir do desmoronamento de Temer. Falando claramente: o funeral de Temer obriga a debater as condições para a realização de novas eleições ou apoiar um golpe dentro do golpe.

A nova delação contra Temer e a Lava-Jato

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

A notícia é do Buzzfeed (!) e foi em seguida confirmada pela Globo, de onde tirei o texto abaixo.

Diretor da Odebrecht delata entrega de dinheiro vivo em escritório de amigo de Temer

Presidente teria negociado repasse de R$ 10 milhões com Marcelo Odebrecht no Jaburu

BRASÍLIA - O ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho denunciou a entrega de dinheiro em espécie no escritório do advogado José Yunes, um dos conselheiros mais próximos do presidente Michel Temer, durante a campanha eleitoral de 2014. As cifras fariam parte de um repasse de R$ 10 milhões que Temer teria negociado com ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht, numa reunião no Palácio do Jaburu, em maio de 2014, dois meses depois depois do início da Operação Lava-Jato.


sábado, 10 de dezembro de 2016

Moro bem que tentou livrar Temer

Por Renato Rovai, em seu blog:

O juiz Sérgio Moro, aquele da foto, segundo ele, infeliz com Aécio Neves, deu uma livrada fenomenal em Michel Temer há alguns dias, como se poderá ver a seguir.

Essas três perguntas foram feitas por Cunha para que Temer respondesse como sua testemunha. Mas Moro, as censurou.

A propina de Skaf e os patos da Fiesp

Do blog Viomundo:

A empreiteira Odebrecht fazia muitos negócios nos e com os governos e os parlamentares.

Na versão apresentada pelo operador do propinoduto da empresa à Lava Jato, era uma troca explícita entre dinheiro e legislação.

Um dos “negócios”, segundo Claudio Melo, envolveu uma doação de R$ 10 milhões dividida assim: R$ 6 milhões para Paulo Skaf, o presidente da Fiesp, associação empresarial que teve papel decisivo no impeachment de Dilma Rousseff.

PEC-55 e os impactos sobre as mulheres

Por Juliane Furno, Cristina Pereira Vieceli, Priscila Von Dietrich, Marsala Maciel Machado e Anelise Manganeli, no site Brasil Debate:

A Proposta de Emenda Constitucional nº 55 visa a instituir o Novo Regime Fiscal que limita os gastos do poder executivo, supremo tribunal federal, senado federal, ministério público e defensoria pública da união. Pela nova regra definida pela PEC 55, os limites de despesas serão calculados para 2017 pela despesa primária paga no exercício de 2016 corrigida em 7,2% e, após este período, pela variação do IPCA calculado nos últimos 12 meses do exercício anterior [1].

Derretimento de Temer e a eleição de 2018

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Se não levássemos em conta os retrocessos institucionais que o golpe parlamentar contra a presidente Dilma Rousseff já acarreta, não seria de todo mau os brasileiros estarem tendo a oportunidade de experimentar o que é ser governado pela direita, sobretudo por uma direita tosca como a que congrega PSDB e PMDB.

O golpe se abateu sobre o Brasil em um momento em que muitos, à esquerda, já não valorizavam as conquistas sociais da era petista, atribuíam a si mesmos a melhora de vida que tiveram só a partir de 2003 e, loucura das loucuras, afirmavam que PT e PSDB seriam “a mesma coisa”.

Unidade e luta contra as maldades de Temer

Editorial do site Vermelho:

Há uma pauta política no comando da Presidência da República – a que impõe a aprovação de medidas que atendam aos interesses do capital financeiro, mesmo que para isso provoquem um verdadeiro retrocesso no desenvolvimento do país e massacrem direitos históricos conquistados pelo povo brasileiro. O pacote de maldades do governo inclui, entre outros projetos, a PEC 55, que limita os gastos sociais do governo durante 20 anos, e a reforma da Previdência, definida como cruel e injusta.

Carta da Frente Brasil Popular

Carta de Belo Horizonte

Primeira Plenária Nacional Frente Brasil Popular

Passados seis meses do ato de violência que consumou a deposição da presidenta Dilma Rousseff e deu posse a um presidente sem voto, o país vê agravados todos os problemas econômicos e sociais, e caminha para o caos e a convulsão. Todos os campos da economia estão deteriorados, a começar pelo setor industrial, o mais sensível às crises econômicas, que, entre nós, já transita da recessão para a depressão.

Odebrecht faz de Temer um morto-vivo

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A enxurrada de notícias de corrupção em que o protagonista é Temer remete a uma situação que o país enfrentou há pouco tempo.

Temer é o novo Eduardo Cunha.

Chegou um momento em que não só os brasileiros se perguntavam como diante de tantas provas colossais de crime Cunha permanecia na presidência da Câmara. Também o mundo se intrigava com a impunidade. Para a imagem do Brasil perante a comunidade internacional, foi um horror.

Temer repete Cunha.

Dilma Rousseff e a América Latina

Cristina Kirchner e a América Latina

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Sergio Moro e o partido da "Lava-Jato"

Por Ricardo Gebrim, no jornal Brasil de Fato:

A conjunção de forças que patrocinou o golpe conserva grande unidade em relação às medidas econômicas e sociais que aceleradamente estão implementando. Não vacilam no apoio à “PEC do congelamento”, Reforma da Previdência, desmonte do BNDES, Banco do Brasil e Petrobras. Estão unidos no programa da ofensiva neoliberal, enquanto um bloco de poder, embora comecem a travar uma intensa disputa interna sobre quem assumirá a condução política do golpe.

Alckmin, o “Santo”, recebeu propina?

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Da revista Fórum:

De acordo com delação de executivos da empreiteira Odebrecht, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) recebeu dinheiro vivo para as campanhas de 2010 e 2014. Alckmin, tratado nas listas de delação da empreiteira como “Santo”, teria recebido na campanha de 2010 R$ 2 milhões por meio de seu cunhado Adhemar Ribeiro, irmão da primeira-dama Lu Alckmin. A transação foi feita no escritório do próprio Adhemar, no centro da capital paulista. Na ocasião, o tucano venceu a eleição no primeiro turno, com 50,63% dos votos válidos.

"Golpe confirma Nostradamus: fim do mundo"

Manifestantes contra a reforma da previdência, no Rio de Janeiro,
que dá a militares e ao Judiciário privilégios
Por Cida de Oliveira, na Rede Brasil Atual:

Famoso por suas profecias ainda não concretizadas acerca do fim dos tempos, o médico e alquimista francês Michel de Nostredame (1503-1566) foi praticamente reabilitado pelo cientista político e pesquisador da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) Wanderley Guilherme dos Santos. "Aceitei trazer a mensagem de Nostradamus porque o fim do mundo está aí", disse, durante conferência na tarde de ontem (7) no Centro de Estudos Estratégicos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), na capital fluminense.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Do golpe ao caos no Brasil

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

No momento em que se redige este texto, informam os noticiários, Michel Temer procura juntar cacos e encontrar uma saída “honrosa” para o conflito entre Renan Calheiros, presidente do Senado, e Marco Aurélio Mello, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Ambos trabalharam pela derrubada do governo eleito em 2014, mas agora entraram em conflito ácido. Mello quer afastar Renan da presidência do Senado. Para isso, brande entendimento jurídico que, se consolidado, viola direitos fundamentais e sepulta a presunção de inocência. Renan, contrariado, fez o macho: ao invés de contestar a decisão provisória do STF, decidiu ignorá-la, projetando o país no cúmulo da insegurança jurídica. Temer tenta um remendo, nas poucas horas que faltam para o final da sessão plenária do Supremo. Nada garante que será bem-sucedido.

STF salva Renan e completa-se o bananal

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O "pacto pelo alto", ou a conciliação entre as elites – feliz categoria que nos legou o historiador José Honório Rodrigues para explicar os "acordões'' entre os donos do poder – voltou a se manifestar na tarde desta quarta-feira com a decisão do STF de manter Renan Calheiros na presidência do Senado, embora afastado da linha sucessória. E com isso, completou-se a regressão do Brasil, até há pouco tempo uma jovem e promissora democracia, a um grande bananal. Nas últimas horas um ministro da suprema corte destituiu sozinho o presidente de uma casa do Legislativo, estando inconcluso um julgamento sobre o tema, interrompido quando já havia uma maioria. O intimado dobrou o erro ao ignorar a notificação e dar olé no oficial de justiça.

Roberto Freire, o ministro acidental

Por Jotabê Medeiros, na revista CartaCapital:

Maior ferramenta de estímulo à cultura no País, responsável por cerca de 80% dos recursos destinados ao setor, a Lei Rouanet terminará 2016 com um baque de dimensões gigantescas. A queda no número de projetos aprovados até agora é de 43% em relação ao ano passado. E de 53% no caso dos recursos captados (583 milhões ante 1,2 bilhão de reais).

A queda abrupta tem mais a ver com a política do que com a crise econômica. A decisão de Michel Temer, abortada posteriormente, de rebaixar o status do Ministério da Cultura provocou uma paralisia de um mês e meio.

Está sobrando dinheiro na Previdência

Por Cátia Guimarães, na revista Caros Amigos:

“As pessoas não vão aceitar. Se elas tiverem acesso a essas informações, não podem aceitar isso”. A frase é da economista Denise Gentil, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A indignação que ela aposta que mobilizará a maioria da população brasileira é com a proposta de uma nova reforma da previdência, que o governo em exercício promete apresentar e aprovar no Congresso Nacional ainda este ano.

As informações que alimentariam essa recusa são simplesmente a negação de tudo que você lê e ouve diariamente nos jornais: na pesquisa feita para sua tese de doutorado, Denise mostra, com dados oficiais, que o Brasil não tem nenhum rombo na previdência social. Mais do que isso: anualmente, sobra (muito) dinheiro no sistema público que hoje garante aposentadorias e pensões a 32 milhões de trabalhadores.