domingo, 26 de fevereiro de 2017

Problema de Serra é a (quinta) coluna

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

A notícia foi divulgada lá pelo final da noite da última quarta-feira (22): José Serra largara o osso, pedira demissão de cargo que, para ele, a mídia tucana passou a chamar de “chanceler” – para outros, era meramente ministro das Relações Exteriores, mas chanceler é mais pomposo e passou a ser usado para o eterno candidato a presidência dos barões da mídia.

A carta de demissão falava em “problemas de saúde”; a expressão foi repercutida pela mídia sem maiores detalhes, gerando especulações de que o tucano poderia estar sofrendo de algum mal sério, alguns falaram em câncer.

Temer, Yunes e o encontro dos bilionários

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O dossiê distribuído pelo Anonymous, com informações sobre supostos negócios entre o presidente Michel Temer e o primeiro amigo José Yunes é composto por 30 documentos, entre PDFs e Words, basicamente registros na Junta Comercial e em paraísos fiscais.

Versam sobre uma infinidade de holdings e off-shores, algumas delas com os mesmos sócios, outras entrelaçando-se nas relações societárias, algumas soltas sem que, de cara, se possa montar alguma ligação maior.

Como é um quebra-cabeça extremamente complexo, vamos desbastando pelas bordas para ver onde chega. Pode não chegar a nenhum lugar, mas pode chegar a paragens interessantes.

As holdings que surgem da papelada são as seguintes:


Lula e a zebra Bolsonaro. Zebra?

Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

Embora seja cedo demais para afirmações irrevogáveis, principalmente quanto às apostas eleitorais, talvez não seja inteiramente descartável, pela distância do tempo, acreditar nos números apresentados pelas pesquisas sobre a disputa presidencial no próximo ano.

O crescimento da intenção de voto espontânea em Lula, à esquerda, pulou de 11,4%, em outubro de 2016, para 16,6% agora. Magnífico para ele. Este salto não se previa. Mais surpreendente, no entanto, foi o avanço, à direita, de Jair Bolsonaro, deputado federal com domicílio eleitoral no Rio de Janeiro. Dobrou a intenção de voto nele. De 3,3% escalou para 6,5%. Bolsonaro será mesmo a “zebra” em 2018?

Doria veste fantasia definitiva no Carnaval

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Depois do gari, do jardineiro, do cadeirante e do camelô, João Doria inaugurou o que promete ser sua fantasia definitiva: o populista bobo vaiado.

Chegou ao limite a paciência do paulistano com a marquetolagem irrefreável do prefeito de São Paulo, uma attention whore sem limite.

No Sambódromo, quando foi assistir os desfiles do primeiro dia das escolas do Grupo Especial, Doria fingiu que sambava - o que ele não finge fazer? - e pegou, para variar, uma vassoura para executar seu número preferido, que é varrer o chão que já está limpo.

A marchinha de carnaval do "coxinha otário"

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Carnaval da Globo não tem "Fora Temer"

Belo Horizonte. Foto: Jornalistas Livres
Por Altamiro Borges

O Jornal Nacional deste sábado (25) fez uma ampla cobertura sobre o carnaval de rua em todo o país e conseguiu esconder os inúmeros protestos contra o covil golpista. Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Salvador foram destaques em três blocos do telejornal de maior audiência da tevê brasileira. Mas a TV Globo simplesmente omitiu o "Fora Temer" gritado por centenas de milhares de foliões. Na Praça Campo Grande, por exemplo, a banda System puxou um gigantesco coro contra o usurpador diante do camarote do prefeito de Salvador, o demo ACM Neto. Não saiu nada no JN. Já no tradicional Pelourinho, o cantor Caetano Veloso apareceu de surpresa, cantou a música "Alegria, alegria" e foi acompanhado de um alegre refrão contra o Judas. Também nada no JN.

Serra, Temer e os erros da política externa

Eliseu Padilha e o “mula” do Temer

Por Altamiro Borges

O cerco ao usurpador Michel Temer vai se fechando. Aparentemente, ele ainda demonstra força – aprovando a toque de caixa seus projetos ultraliberais no Congresso Nacional, bancando o nome de Alexandre de Moraes para a função de guarda-costas no Supremo Tribunal Federal e escolhendo um aliado de Eduardo Cunha para o Ministério da Justiça. Mas no subterrâneo do poder a situação é bem mais complicada, com o agravamento da crise econômica, as primeiras fissuras no bloco golpista da burguesia e as brigas sangrentas no covil. Se aparência fosse igual a essência, não seria necessária a ciência – dizia Karl Marx.

Cunha emplaca Serraglio na Justiça

Por Altamiro Borges

Quem melhor definiu a escolha do deputado Osmar Serraglio (PMDB-SC) para o Ministério da Justiça do covil golpista foi o jornalista Xico Sá. “Cunha emplacou o novo ministro da Justiça. O recado da prisão deu resultado”, disparou no seu Twitter. De fato, o correntista suíço, que sempre ameaça revelar os pobres de Michel Temer caso não deixe a cadeia, deve estar feliz da vida. Entre outras atribuições, Osmar Serraglio chefiará a Polícia Federal, o que pode aliviar a barra do amigo presidiário. A operação para “estancar a sangria” segue em ritmo acelerado. Um dia após a aprovação do “guarda-costas” Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal, agora o governo ilegítimo emplaca um nome sinistro para o Ministério da Justiça.

"Fora Temer" empolga o carnaval da Bahia

A luta para manter as rádios comunitárias

Do site do FNDC:

A Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço), entidade filiada ao FNDC, está mobilizada para garantir que a emenda que incluiu as emissoras comunitárias no texto final da Medida Provisória 747/16 seja mantida no Senado. Aprovada na Câmara dos Deputados na noite desta terça (21/2), a MP amplia os prazos de solicitação de renovação das concessões e anistia as emissoras que perderam o prazo para renovação da concessão. O texto original beneficiava apenas as emissoras comerciais.

Wagner Souto, membro da Coordenação de Comunicação da Abraço Nacional e da Abraço Pernambuco, informa que cerca de 1.288 emissoras comunitárias correm risco de extinção no país por não estarem com sua situação regular perante o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). "Não é justo que essas novas regras alcancem apenas as emissoras comerciais e nós fiquemos relegados à extinção", pondera.

Saída de Serra: depressão e esperança

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

O recente afastamento de José Serra do governo não eleito por motivos de saúde foi interpretado por alguns analistas como um episódio que carregava também motivações políticas e emocionais. No que diz respeito à saúde pessoal, os votos são de melhoras e de um acompanhamento médico ético e respeitoso. Fora do governo, Serra tem condições de melhorar a saúde, o que é bom. Sem Serra nas relações exteriores, a saúde diplomática do país só tem a ganhar, o que é promissor.

As relações sombrias entre Yunes e Temer

Por Renato Rovai, em seu blog:

No dia 31 de dezembro do ano passado, numa data pouco provável para este tipo de matéria, surgiu o blogue Tabapuã Papers, com um texto assinado por Joel Assis e Larissa Monteiro. A reportagem, até o momento a única do blogue, tinha como ponto central as “relações sombrias” entre José Yunes e Michel Temer. Ou seja, o blogue parece ter sido criado para divulgar este material.

Há aproximadamente um mês o blogueiro foi apresentado ao blogue por uma colega jornalista. Vasculhou-o, fez relatórios, checou dados, mas não conseguiu avançar muito nos emaranhados de suas ramificações. De qualquer forma, não encontrou incoerências ou formulações inverídicas.

Temer, Maia e a 'revogação da Lei Áurea'

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

Enquanto os brasileiros se distraem com o carnaval, a partir desta sexta-feira (24), Michel Temer (PMDB-SP) estará articulando a abertura de mais um saco de maldades. O presidente cobrou agilidade e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), prometeu colocar em votação no plenário, tão logo acabe a folia popular, o projeto de lei – que tramita há quase 20 anos na Casa – que libera a terceirização irrestrita de trabalhadores pelas empresas. Visto pelas centrais sindicais como uma ofensa brutal aos direitos dos trabalhadores, o projeto tem como relator o deputado Laércio Oliveira (SD-SE) e chegou ao Congresso em 1998, ainda na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Padilha inaugura puxadinho dos afastados

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Eliseu Padilha deve inaugurar o ministério paralelo dos afastados por envolvimento com a Lava Jato, um puxadinho protetor anunciado por Temer na semana passada: ministros citados ou investigados serão afastados temporariamente. Demissão, só para os que se tornarem réus, algo que dificilmente acontecerá durante seu mandato. Padilha pediu licença do cargo de ministro-chefe da Casa Civil para fazer uma cirurgia que estaria mesmo programada. Ele jura que volta mas, no curso da licença médica, devem ser divulgadas, pelo menos parcialmente, as delações da Odebrecht.

Yunes compromete Padilha, Temer e... Moro

Por Jeferson Miola

O depoimento que José Yunes prestou ao MP assumindo-se como simples “mula” para transportar os R$ 4 milhões da propina da Odebrecht destinada a Eliseu Padilha, é demolidor para o governo golpista.

A denúncia do amigo de mais de meio século do Michel Temer põe luz sobre acontecimentos relevantes da história do golpe, e pode indicar que os componentes do plano golpista foram estruturados em pleno curso da eleição presidencial de 2014:

1. a Odebrecht atendeu o pedido do Temer, dos R$ 10 milhões [os R$ 4 milhões ao Padilha são parte deste montante] operados através de Lucio Funaro, ainda durante o período eleitoral de 2014;

Temer, a 'mula', vai 'entregar o pacote'?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Como se sabe, o papel para o qual a elite dominante escalou Michel Temer foi o de “mula”.

Pegar o poder com o golpe e entregar, depois, ao PSDB, já devidamente higienizado dos direitos dos pobres e com as medidas de depenamento do Estado brasileiro.

A mula, porém, está escandalosamente manca.

A tropa que ela liderava perde um integrante por semana, e cada um que sai se torna um fardo a mais: é mais um para livrar das encrencas ma Justiça.

Globo e Temer manipulam na conta de luz

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

A Globo agora quer tentar convencer a população do seguinte sofisma: o governo Dilma, que fez investimentos recordes em infra-estrutura elétrica, que construiu linhas de transmissão modernas, termoelétricas, hidrelétricas, eólicas, que levou adiante, finalmente, a construção de Angra III, que fez programas populares para levar energia aos rincões mais isolados do país, e que mesmo assim, ainda baixou o preço da energia elétrica para indivíduos, indústrias e lojas, este foi o governo que cometeu erros.

Brasil pós-Serra: mais fraco e isolado

Por Mariana Serafini, no site Carta Maior:

Durante a rápida passagem pelo ministério das Relações Exteriores – apenas nove meses – a atuação de José Serra foi um fracasso completo. Tentou usar a chancelaria brasileira para fazer palanque ideologizado, discurso que além de não sustenta-lo muito tempo sob os holofotes, estagnou a política externa nacional. Sem a atenção dos Estados Unidos que tanto desejava e enfraquecido na América Latina, o ex-ministro deixa um dos piores legados dos últimos anos na pasta.

Na noite desta quarta-feira (22) o senador pelo PSDB de São Paulo enviou uma carta ao presidente Michel Temer para solicitar sua saída do ministério. No documento ele alegou problemas de saúde e se disse “honrado” em desempenhar este papel, mesmo que por curto período.

Botar o bloco na rua contra Temer

Editorial do site Vermelho:

O grande sucesso do carnaval de 1973 - ano do auge sangrento da ditadura militar - foi a canção Eu quero é botar meu bloco na rua, do capixaba Sérgio Sampaio. Era perfeita para o carnaval daquele ano, com a sutileza do refrão que subentendia um chamado para a resistência contra a ditadura militar.

O carnaval brasileiro é assim. Combina irreverência e alegria, luta e compromisso. Da mesma maneira como os brasileiros fazem em seu dia a dia.

O povo, nos blocos, nas ruas, sempre deu o recado do descontentamento, das exigências e denúncias dos despotismos dos maus governos.