terça-feira, 23 de maio de 2017

Aécio e a democracia de conveniência

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Aécio Neves não é - com toda certeza - o primeiro homem público brasileiro a trocar os princípios democráticos pelas conveniências políticas e projetos pessoais.

Mas poucos agiram como ele. Após a derrota na eleição presidenciais de 2014, Aécio tornou-se o primeiro líder de uma conspiração para sabotar a vontade das urnas, que culminou na deposição de Dilma Rousseff em maio-agosto de 2016. Apanhado na rede das delações de Joesley Batista, dois anos e cinco meses depois, este comportamento dificulta seus esforços para convencer a Justiça e os brasileiros - de que é inocente até que se prove o contrário.

Só se ilude com a rede Globo quem é bobo

Por Laryssa Sampaio, no site do Mídia Ninja:

Não bastassem o apoio ao golpe militar de 1964 e ao golpe político de 2016, a Rede Globo, em aliança com setores do judiciário e da burguesia, se lança novamente como suporte de um golpe, agora o `golpe dentro do golpe`. Como quem joga um jogo de tabuleiro, manipula fatos, criando e “descriando” presidentes de acordo com os interesses seus e da classe que representa.

A maior representação do monopólio das comunicações do nosso país, quiça do mundo, aproveita-se de todo esse poder para entrar em nossas casas, sem pedir licença, e dizer o que é falso e verdadeiro, o que é certo e errado, legítimo e ilegítimo. Isso não acontece só hoje. Como de praxe, a Globo no período da ditadura militar, momento em que mais construiu e fortaleceu seu império ($$$$), escondeu as lutas pela redemocratização, negando o direito a informação e mostrando que seu compromisso não é com seus telespectadores, mas sim com a classe dominante e com o sistema político em curso.

Temer e as perspectivas do golpe

Por Jeferson Miola

O único poder que Michel Temer ainda possui é o poder de não renunciar. Ele não consegue quórum nem em jantares no Palácio; está esvaziado e acuado, sem credibilidade e legitimidade. Temer, enfim, desmanchou; foi engolido pelas acusações graves e indesmentíveis de crimes.

Ele só não renuncia porque é mantido pelo PSDB. Quando os tucanos debandarem – e esta é uma hipótese que poderá se materializar em breve – Temer chega ao fim.

Com a não-renúncia, Temer no máximo consegue adiar a solução final, porém fica isolado, sem poder de mando administrativo e capacidade política.

Temer vai para a guerra

http://brazilcartoon.com.br/
Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Michel Temer foi muito pressionado a renunciar após a notícia de que teria endossado um cala-boca em Eduardo Cunha, mas garantiu: “Não renunciarei”. Sair do cargo por conta própria seria apressar o desfecho da crise. Retardar as coisas é o trunfo para negociar sua salvação futura com as forças políticas e econômicas que apoiaram o impeachment.

Com disposição para esticar a corda, o presidente chamou os chefes das Forças Armadas ao Palácio do Planalto nesta sexta-feira, 19. Parece preparar-se para enfrentar as ruas, de onde pode vir pressão por um imediato “Fora Temer”. Na véspera, houve protestos em várias capitais e um deles, no Rio, teve confrontos entre black blocs e policiais. No domingo 21, haverá mais manifestações.

Temer perdeu o apoio do oligopólio da mídia

Por André de Oliveira, no site Sul-21:

Transcorrido menos de um ano do afastamento definitivo de Dilma Rousseff da presidência da República, o assunto brasileiro é novamente o impeachment ou renúncia de um presidente. Depois da conversa gravada pelo dono da JBS, Joesley Batista – em que ele fala com Michel Temer sobre planos para barrar a Operação Lava Jato – o assunto ganhou as tribunas do Congresso, as ruas e os telejornais. As únicas questões discutidas no Brasil passaram a ser: Temer vai renunciar? Quando vai renunciar? E, se renunciar, o que pode acontecer depois? O cenário é tão ou mais incerto do que o que precedeu o impeachment de Rousseff. 

Manipulações e expectativas na economia

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

As forças políticas e os interesses econômicos que se articularam e conspiraram abertamente para o êxito do movimento que provocou o golpeachment estão em estado de alerta. Afinal, sonhavam com um futuro bem mais róseo e um pouco menos problemático do que a realidade que vivemos atualmente em nosso País.

As recomendações que sussurravam nos ouvidos dos liberais e dos conservadores ainda hesitantes em apoiar a solução ilegal e carente de base constitucional poderiam ser resumidas em um mantra sedutor: ‘Não se preocupe não. É fácil. Primeiro a gente tira a Dilma. Depois, tudo o mais se acerta”.

Quanto o Joesley deu para a Globo?

Doria doou 50 mil reais para Rocha Loures

Por Renato Rovai, em seu blog:

O prefeito de São Paulo, o tucano João Dória, que já apoiou entusiasticamente o senador Aécio Neves e que agora faz de conta que não o conhece, doou 50 mil reais para a campanha do deputado federal Rodrigo Rocha Loures na sua última eleição, em 2014.

Declarada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a doação foi feita via transferência eletrônica no dia 29 de agosto de 2014.


segunda-feira, 22 de maio de 2017

A semana mortal para o Judas Temer

Por Altamiro Borges

Esta semana será infernal para o usurpador Michel Temer. Vários partidos da base governista reúnem suas bancadas e já ameaçam debandar do covil golpista. O PSB foi o primeiro a deixar o navio à deriva. Outros estão na fila, fazendo cálculos entre as benesses dos cargos e o inevitável desgaste eleitoral. Na quarta-feira (24), as centrais sindicais prometem “ocupar Brasília” para exigir a retirada das contrarreformas trabalhista e previdenciária e a convocação imediata das eleições diretas. Caravanas de todos os Estados já estão a caminho e há quem garanta que o protesto reunirá mais de 80 mil manifestantes e que será dos mais radicalizados e criativos. Há ainda os conchavos de bastidor, com forças golpistas que já decidiram descartar o Judas rapidamente para garantir o processo indireto de escolha do novo presidente e a continuidade das maldades ultraliberais.

Professores avaliam o cenário do golpe

Do site do Sinpro-MG:

A diretoria do Sinpro-Minas se reuniu no dia 20 de maio, em Belo Horizonte, para fazer uma avaliação sobre a crise política no Brasil e tomar decisões para que a classe trabalhadora tenha garantidos os seus direitos conquistados com muita luta. O jornalista Altamiro Borges e a advogada trabalhista Ellen Hazan foram os convidados do debate de abertura da reunião, que discutiu também as campanhas reivindicatórias da categoria e a pesquisa sobre o perfil dos professores encomendada pelo Sinpro-Minas.

Folha não aguenta a pressão da Globo

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

A Folha bem que tentou sustentar um pouco Temer, abrindo a sua primeira dissidência contra o chefão da máfia midiática, a Globo, na história da imprensa brasileira. Não durou muito. A contratação de uma perícia frágil, facilmente ridicularizada pela Globo, fez o jornal ceder. Em editorial de hoje, o jornal agora diz que Temer está por um fio e que “as gravíssimas suspeitas levantadas contra Temer são plausíveis o bastante para comprometer a capacidade de governar”.

O editorial traz trechos em que tenta contemporizar, provavelmente para fazer a transição entre a sua defesa de Temer e sua nova posição, de começar a largá-lo, paulatinamente, na estrada.

Não esqueçam: a mídia queria Aécio!

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Flagrado pedindo dinheiro ao empresário Joesley Batista, da JBS, o senador tucano Aécio Neves foi afastado do mandato, mas continua solto. É inegável a contundência das provas contra Aécio, ao contrário do que se tem até agora em relação à ex-presidenta Dilma Rousseff e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, citados em delações, mas sem nenhum áudio ou vídeo que os comprometa.

Neste momento, os brasileiros precisam ter vívido na memória que Aécio era o candidato de toda a mídia em 2014. Se dependesse da Globo, da Folha, do Estadão, da Bandeirantes, da Record, da Rede TV!, do SBT, das revistas Veja, IstoÉ e Época, ele seria hoje presidente da República. Um político capaz de pedir dinheiro a um empresário a tal ponto que Joesley fala, na delação, que pediu “pelo amor de Deus” para ele parar.

Alckmin não explica violência na Cracolândia

Da Rede Brasil Atual:

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e seu afilhado político, o prefeito paulistano João Doria (PSDB), começaram o domingo cedo. Ainda antes das 7 horas, estiveram na região central de São Paulo conhecida como Cracolândia. Junto com eles, mais de 600 policiais, sendo 450 da Polícia Civil e 200 policiais militares. Havia helicópteros sobrevoando a área. E veículos de imprensa previamente avisados posicionados no local.

Em sua página nas redes sociais, Alckmin postou um vídeo gravado no Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), fazendo balanço do que ele chamou de megaoperação: 26 traficantes da região detidos, outros 10 de fora, 10 quilos de crack, armas e outras drogas.

Noblat assume que é "a voz do dono"

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Nunca antes na história deste país viu-se uma exibição pública de jornalista defendendo seu patrão com a que fez hoje, no Twitter, Ricardo Noblat.

O Globo quer um presidente escolhido sem o voto do povo porque os seus donos sempre desprezaram o voto popular, a vontade de quem consideram uma malta de incapazes.

O que não obriga seus jornalistas a assumirem a posição patronal, embora alguns possam até fazê-lo, como não é raro.

Quem tem medo da democracia?

Por Emir Sader, no site Vermelho:

Quem tem medo da democracia, tem medo de que o povo seja solução e não problema
Diante do fracasso do governo Temer, a democracia reaparece no horizonte como a forma pela qual o Brasil pode se reencontrar consigo mesmo, pode se reunificar como país, pode encontrar os espaços para a convivência de todos os pontos de vista e interesses em um marco institucional.

Mas nessa hora a democracia assusta aos que têm medo do povo. Apela-se até para a história de que retomar eleições direitas para presidente seria um golpe, da forma mais paradoxal. Democracia seria golpe e golpe seria o que?

A ruína do golpe e o movimento da elite

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

O arranjo do golpe ruiu. Se não vierem eleições diretas e Temer continuar no governo, o que se verá nos próximos meses será um semimorto se arrastando, com as carnes rasgadas e dilaceras, empunhando um bastão, ainda tentando fazer algum mal ao povo brasileiro. A história foi justa, rápida, implacável e severa para com os líderes do golpe e suas respectivas quadrilhas. Aécio, Temer e Cunha lideraram o impeachment para se apossar do poder, barrar a Lava Jato e continuar cometendo crimes, o último, inclusive, da cadeia.

A gambiarra Folha-Temer terá vida curta

Por Bepe Damasco, em seu blog:

É certo que não se deve esperar nada de positivo vindo de um veículo de comunicação que emprestou carros para Operação Oban transportar opositores da ditadura militar para as masmorras do regime. E o que pensar de um jornal que repete a dose 52 anos depois apoiando o golpe de estado de 2016 e participando da linha de frente do jornalismo de guerra posto em prática para sabotar o governo Dilma?

Estamos falando do jornal Folha de São Paulo. É bem verdade que, no tempo em que seu jornalismo foi dirigido pelo brilhante jornalista Cláudio Abramo, o jornal viveu tempos mais arejados, abrindo espaço para as novas ideias e atores que emergiam da luta pela redemocratização do país.

Primo pode encerrar a 'carreira' de Aécio

Do blog Viomundo:

Acabar com a “carreira” de Aécio Neves. Literalmente. É este o potencial de uma delação premiada de Frederico Pacheco de Medeiros, primo do senador afastado da presidência do PSDB que está preso em Minas Gerais.

Primeiro, um alerta. Leia tudo o que vem a seguir com uma ponta de sal. É comum que se anunciem “delações premiadas” na mídia apenas para atingir objetivos obscuros. A IstoÉ, por exemplo, já antecipou como seria uma delação de Antonio Palocci. Pode ser mentira, pode ser uma forma de extorsão, pode ser um alerta a aliados, pode ser um pedido de socorro…

STF selará o destino de Temer na quarta-feira

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Prever o que pode acontecer no tobogã político nacional esta semana é exercício de alto risco, exceto para médiuns e adivinhos. Certo é que há muitas variáveis fora de controle desde que a delação da JBS detonou Michel Temer e rachou a antes unida coalizão golpista que derrubou Dilma e sustentava o governo. Uma destas variáveis que parecem ter saído do script é o próprio Temer, que mesmo tendo levado um tiro de canhão, resolveu resistir no cargo e agora desafia a que o derrubem. Talvez tenha faltado, no estouro da bomba da JBS, quem colocasse o guiso no gato, tarefa que no passado costumava ser assumida pelos militares. São remotas as chances de que consiga escapar mas isso significa que sua remoção vai dar mais trabalho. O fato que será decisivo esta semana será a decisão do STF, marcada para quarta-feira, sobre o pedido de Temer para que seja suspenso o pedido de investigação contra ele apresentado pelo procurador-geral Rodrigo Janot.

Globo acelera o golpe dentro do golpe

Por Renato Rovai, em seu blog:

No sábado pela manhã escrevi um artigo no blogue que você pode ler aí embaixo no qual ponderava que se o perito da Folha estivesse certo, Joesley Batista deveria ser preso imediatamente e Rodrigo Janot afastado da Procuradoria Geral da República. E como o caso ainda não se encerrou, mantenho esta tese. Mesmo que não sejam 50 pontos de edição, mas apenas um, para preservar quem quer que seja, o áudio estará ferido de morte.

Isso não significa que a investigação contra Temer deva ser interrompida. Ao contrário, há inúmeros elementos para que ela continua e o presidente ilegítimo seja afastado do cargo. A cada dia que passa fica mais claro que Temer se comporta como um gangster na política há muito tempo. E que se comportou assim na presidência, o que justifica seu afastamento.