quinta-feira, 25 de maio de 2017

Brasília: não foi guerra, foi um massacre!

Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:

Em uma guerra existem dois exércitos. O que se viu hoje, em Brasília, não se pareceu nada com uma guerra. Foi um massacre. Policiais armados e orientados a reprimir manifestantes atacaram sem cerimônia trabalhadores e trabalhadoras que estavam na Esplanada dos Ministérios neste dia 24 de maio.

#OcupaBrasília foi um movimento organizado por um amplo leque de entidades com o objetivo de protestar contra as Reformas da Previdência e Trabalhista e em defesa da convocação de eleições diretas para presidência da República.

Mas o Brasil não é mais uma democracia e manifestações não são bem-vindas no país que está sob um governo golpista há 377 dias. A escalada autoritária é galopante.

Temer e ministros estão refugiados no poder

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

Depois dos protestos em Brasília nesta quarta-feira (24), o governo de Michel Temer não tem saída. Isolado, o presidente ainda se apega a tentativas desesperadas de se manter no poder. O símbolo desse desespero foi a edição, no mesmo dia do Ocupa Brasília, do decreto autorizando “o emprego das Forças Armadas para a garantia da Lei e da Ordem no Distrito Federal”. A falta de apoio foi tal que Temer recuou e, menos de 12 horas depois, revogou o decreto. A questão agora é saber o que se pode esperar para os próximos dias e qual a “porta de saída” mais provável pela qual o presidente deixará o “comando” do país.

A mala para Temer e todos quietos

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Impressionante.

Com vídeo e tudo, ficou pelos cantos do jornal a delação do executivo Ricardo Saud, da JBS, narrando, de viva voz, como intermediou com o ex-assessor do Planalto, Rodrigo Rocha Loures, a entrega semanal de uma mala com R$ 500 mil destinada a Michel Temer.

- Isto é uma aposentadoria para o Michel, diz o empresário.

Reinaldo Azevedo e a justiça-espetáculo

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O colunista Reinaldo Azevedo é o mais novo exemplo de injustiça contra jornais e jornalistas, situação típica de um quadro de avanço de um estado de exceção.

Se for para falar de casos nacionais, vamos lembrar de Edu Guimarães, alvo de uma condução coercitiva escandalosa na Lava Jato.

Se for para ficar em Minas Gerais, a perseguição a inúmeros profissionais de imprensa que ousavam criticar desmandos do outrora todo-poderoso Aécio Neves constitui um fato tão banal que deixou de ser notícia.

O golpe da Globo e o general Etchegoyen

O último suspiro de um governo ilegítimo

Por Cézar Britto, na revista CartaCapital:

O general João Figueiredo, no dia 18 de abril de 1984, impôs ao Brasil o Decreto nº 89.566, estabelecendo medidas de emergência visando preservar a ordem pública na área do Distrito Federal e em seu entorno goiano “ameaçados de grave perturbação”.

Designou, na forma do seu art. 3º, o general Newton Cruz como executor das medidas, em razão de ser o comandante do Comando Militar do Planalto.

E qual ameaça pairava sobre o Brasil?

Temer é responsável por um país em chamas

Brasília, 24/5/17. Foto: Mariana Cartaxo/Mídia Ninja
Por Matheus Pichonelli, no site The Intercept-Brasil:

O Brasil não é um país de metáforas, costuma dizer uma amiga. Por aqui, mar de lama são resíduos de barragem rompida, zica é questão de saúde pública e o partido da Ponte para o Futuro é o mesmo que derruba ciclovia em sua administração. Desta vez a não metáfora é uma manchete de portal: “Brasília está em chamas”.

E não só porque, um ano depois do impeachment, a capital é o cartão-postal de um país longe de ser pacificado, como garantiam os arquitetos da nova (nova?) ordem. Ou porque uma rebelião de partidos aliados promete deixar um presidente rejeitado pela opinião pública sangrando sozinho enquanto tenta, de forma patética, se defender da acusação de corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa. Ou porque um (outro) auxiliar do mandatário está preso junto com dois ex-governadores acusados de desvios nas obras do estádio Mané Garrincha, um elefante branco que recebeu mais recursos do que torcedores após a Copa do Mundo de inaceitáveis 12 sedes. Ou porque o Congresso tenta aprovar na marra as reformas igualmente rejeitadas pela população que não escolheu a agenda adotada pelo presidente que não foi eleito para o posto.

Temer cometeu crime ao acionar o Exército

Palácio do Planalto, 24/5/17.
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Do site Justificando:

Art. 15. O emprego das Forças Armadas na defesa da Pátria e na garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem, e na participação em operações de paz, é de responsabilidade do Presidente da República, que determinará ao Ministro de Estado da Defesa a ativação de órgãos operacionais, observada a seguinte forma de subordinação:

§ 2º A atuação das Forças Armadas, na garantia da lei e da ordem, por iniciativa de quaisquer dos poderes constitucionais, ocorrerá de acordo com as diretrizes baixadas em ato do Presidente da República, após esgotados os instrumentos destinados à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, relacionados no art. 144 da Constituição Federal.

Marcha a Brasília foi uma tremenda vitória

Brasília, 24/5/17. Foto: Andressa Anholete/AFP
Por Breno Altman, em seu blog:

A mídia monopolista e o governo usurpador tratam de inventar sua narrativa sobre a formidável mobilização sindical e popular que tomou conta de Brasilia desde o final da manhã.

Seu esforço é marcar o protesto como bagunça e vandalismo, em manobra para ocultar sua dimensão e propósito.

O que assistimos foram mais de 100 mil trabalhadores de todos os cantos do país marchando para a capital com o intuito de lutar, organizada e pacificamente, contra o governo Temer, as reformas da previdência e trabalhista, por diretas já.

Temer a um passo para a ditadura

Brasília, 24/5/17. Foto: Eraldo Peres/AP
Por Jeferson Miola

O Decreto do governo que determina “o emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem no Distrito Federal no período de 24 a 31 de maio de 2017” afronta o Estado de Direito e torna verossímil o risco de uma escalada ditatorial no país.

Temer é um presidente ilegítimo e corrupto. Ele e mais de 70% dos ministros são investigados por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa – cometidos tanto no atual mandato como antes.

Temer não possui, por isso, a menor possibilidade de continuar no cargo para o qual não foi eleito e a partir do qual, juntamente com os partidos que deram o golpe e o apoiam, promove o mais brutal ataque aos direitos do povo brasileiro, à economia nacional e à soberania do país.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

#OcupaBrasília acelera enterro de Temer

Brasília, 24/5/17. Foto: Jornalistas Livres
Por Altamiro Borges

As cenas da barbárie policial em Brasília na tarde desta quarta-feira (24) – com helicópteros, bombas de gás, balas de borracha, muito cassetete e vários feridos – não são sinais de força do Judas Michel Temer. Pelo contrário. Elas confirmam a sua fragilidade. Indicam que o protesto unitário, organizado pelas nove centrais sindicais e a maioria dos movimentos socais brasileiros – reunidos nas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo – podem acelerar o fim do covil golpista. A quadrilha que assaltou o Palácio do Planalto com o impeachment de Dilma pode até acionar as Forças Especiais e as tropas do Exército, mas seu fim está próximo. Se insistir em desafiar a sociedade – "se quiserem, me derrubem" –, Michel Temer poderá ser não apenas defecado do poder como será preso ou terá que deixar o país!

Temer declara guerra ao povo

Brasília, 24/5/17. Foto: Thiago Macambira/ Jornalistas Livres
Editorial do site Jornalistas Livres:

O governo Temer escancarou sua face. Com um decreto assinado há pouco, convocou as Forças Armadas para reprimir manifestações. Além de uma máquina de corrupção, o usurpador do Planalto mostrou dirigir uma máquina de guerra contra o povo.

Mais de cem mil pessoas reuniram-se pacificamente em Brasília pedindo a renúncia do fantoche, eleições diretas e dando um sonoro não às reformas liquidadoras da aposentadoria e dos direitos trabalhistas. O que encontraram? Soldados armados até os dentes e dispostos a atacar uma manifestação democrática.

Petroleiros exigem renúncia de Pedro Parente

Do site da Federação Única dos Petroleiros (FUP):

Em documento enviado a Pedro Parente nesta quarta-feira, 24, a FUP exige a renúncia do presidente da Petrobrás, bem como de todos os integrantes do Conselho de Administração e da Diretoria Executiva da empresa. A medida foi aprovada por unanimidade pelo Conselho Deliberativo da entidade, reunido em Brasília terça-feira, 23. O Conselho é formado por representantes de todos os 13 sindicatos filiados, além da diretoria executiva da Federação.

Na carta enviada ao presidente da Petrobrás, a FUP reitera a ilegitimidade da atual gestão, que vem agindo no sentido contrário ao que foi determinado pelo povo na eleição de 2014, além de ter sido indicada por um governo que é fruto de um golpe e envolvido em fatos policialescos.

Uma entrevista histórica com Mino Carta

Diretas-Já! Para cumprir a Constituição!

Brasília, 24/5/17. Foto: Isadora Freixo/Mídia Ninja
Por Joan Edesson de Oliveira, no site Vermelho:

Eis que, após o vendaval que atingiu o Planalto e varreu Aécio de cena, dando-se por consumada a morte do governo ilegítimo, surgem vozes pretensamente democráticas a bradar ao país: “Cumpram a Constituição! Cumpram a Constituição!”.

O afã pretensamente legalista, vociferado por “jornalistas” da Globo, mal refeitos da delação que atingiu o coração dos seus até recentemente queridinhos Temer e Aécio, nada tem de democrático. A pressa com que exigem o cumprimento da Constituição Federal e a realização imediata de uma eleição indireta nem busca ocultar as suas verdadeiras razões.

O "governo" Temer e a crise de hegemonia

Por Armando Boito, no jornal Brasil de Fato:

O governo Michel Temer balançou, embora ainda não tenha caído. É um governo instável. Para entender o que está ocorrendo, é preciso desvencilhar-se de ideias correntes que são verdadeiros obstáculos no caminho da compreensão do momento atual:

a) a ideia de que a “direita”, essa noção genérica, vaga e imprecisa, seria um campo unificado;

b) a ideia de que a burguesia seria uma classe homogênea e com poder de controlar todo o processo político;

c) a ideia de que o Estado seria um instrumento passivo nas suas mãos e, ainda;

d) a ideia segundo a qual os conflitos de classe oporiam apenas dois polos – o “capital” e o “trabalho”.

Saída de Temer é questão de tempo

Por Renato Rovai, em seu blog:

A situação de Michel Temer se deteriora tão rapidamente que ele terá dificuldades de terminar a semana à frente da presidência da República.

O trunfo que ele tinha para permanecer no cargo eram, pela ordem: a) o apoio da Globo e de toda a mídia; b) uma base fisiológica no Congresso que era mantida na base dos mais espúrios esquemas; c) as reformas neoliberais que prometia fazer aos grandes empresários e banqueiros.

Temer não tem mais nada disso. Foi-se a Globo e com ela o resto foi escorrendo pelos dedos.

Tanto que no jantar que ofereceu ontem na sua casa conseguiu reunir aproximadamente 30 parlamentares, entre deputados e senadores. Ou seja, quase ninguém.

Ilusões de Temer, cabra marcado para cair

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Temer e sua turma vivem a ilusão de que nas últimas horas as coisas melhoraram e que ele pode até sobreviver, mesmo ferido e sangrando. Alguns aliados tentam empurrar a reforma trabalhista no Senado, Rodrigo Maia tenta destravar a pauta da Câmara, apesar da obstrução da oposição, DEM e PSDB adiaram o desembarque, houve a desqualificação da gravação do homem-bomba da JBS...Tudo ilusão. A queda de Temer é um fato marcado para acontecer, faltando apenas alguns acertos dentro do “establishment”, especialmente sobre quem será o “indireto” sem rabo-preso a ser eleito para tocar a agenda liberal com mais eficiência. O rito a ser seguido deve ser mesmo o da cassação da chapa Dilma-Temer pelo TSE, a partir de 6 de junho. Até lá, seremos entretidos com fogos de artifício.

Às portas de uma anti-Revolução de 1930

Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

“Estamos às portas de uma crise que já não é de governo, mas de regime”. A frase é de Marco Aurélio Garcia, ex-assessor internacional de Lula e Dilma, que além de ter atuado nos bastidores dos dois governos é historiador e observador da cena política.

Ao contrário do que se imaginava, a Lava-Jato e o movimento comandado por procuradores, juízes e delegados federais não tinham como objetivo apenas derrubar o governo Dilma, nem destruir o “lulo-petismo” – como davam a entender colunistas e políticos ligados ao tucanato.

Este blogueiro, desde 2015, lembra que a Lava-Jato tinha, sim, um claro viés antipetista; mas sempre foi muito mais que isso.

Fim do golpe ou novo pesadelo?

Por Bajonas Teixeira, no blog Cafezinho:

É preciso entender os efeitos das denúncias da JBS. Sabemos que foi um golpe nos golpistas - Michel Temer e Aécio Neves foram encurralados. Será muito difícil escaparem do cerco. Temer, com mais apoios entre o grande capital (Fiesp, CNI, bancos e latifúndio) está tentando romper o cerco. Mas, massacrado pela parte mais poderosa da mídia (a Globo), encurralado pela Justiça e fustigado pela OAB, com a base política derretendo, ele deve cair. Pode demorar um pouco, mas é inexorável. Junto com Temer, são os políticos, sempre tidos como os homens mais espertos do país, que levaram uma rasteira histórica. Quem os ludibriou?