quarta-feira, 19 de julho de 2017

O ódio da classe média não é à corrupção

Janot tem bambu de denúncias contra Temer

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Embora tenha declarado não ter pressa em apresentar novas denúncias contra Michel Temer, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tem bambu estocado para apresentar até quatro, e não apenas mais duas denúncias contra Temer antes de 17 de setembro, quando deixa o cargo. Se a votação da primeira denúncia em plenário fosse hoje, Temer escaparia. Mas os deputados da base que livraram a cara dele na CCJ andaram dizendo, antes do recesso, pelos corredores e cafés da Câmara, que receberam emendas apenas para votar contra a primeira denúncia, a de corrupção passiva, não tendo compromisso com outros pedidos de licença que venham a tramitar no segundo semestre.

Pobreza e barbárie no Brasil do golpe

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

As forças do golpe que liquidaram o governo eleito democraticamente em 2014 atacam os pobres sem cessar, na expectativa de trazer de voltar à Belíndia, modelo de sociedade da década de 1970 constituído pelos governos autoritários. Mas na realidade, o atual conjunto de reformas conduzidas em meio a mais grave recessão já vivida pelo país aponta para outro modelo de sociedade, o Bahaiti.

O regime militar que predominou por 21 anos no Brasil (1964-1985) não se sustentou apenas no autoritarismo. A garantia do rápido crescimento econômico foi a senha necessária para o apoio político em troca da expansão dos negócios aos capitalistas e da ocupação aos trabalhadores.

Reformas de Temer são legados da escravidão

Por José Eduardo Bernardes, no jornal Brasil de Fato:

“Essas reformas são um legado escravista", afirma Ciro Gomes (PDT), ex-governador do Ceará (1991-1994), a respeito das reformas trabalhista e da Previdência, propostas pelo presidente golpista, Michel Temer (PMDB). "A reforma trabalhista é um retrocesso do Brasil ao século 19 e deixa o trabalhador em uma situação de absoluto abandono, o que é intolerável”, completa.

Ciro participou, na manhã desta terça-feira (18), da reunião nacional da Frente Brasil Popular — organização que reúne movimentos populares e centrais sindicais —, em São Paulo, ao lado de Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde (2011-2014) e vice-presidente do Partido dos Trabalhadores, e do senador João Capiberibe (PSB-AP).

Por que Lula?

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Sem surpresa, o país recebeu a anunciada condenação de Lula, sentença que já estava pronta antes mesmo da mal articulada denúncia do Ministério Público Federal, antes mesmo do julgamento na ‘República de Curitiba’, pois, antes de tudo, estava lavrada pelas classes dominantes – os rentistas da Avenida Paulista, as “elites” alienadas, a burguesia preconceituosa, um empresariado sem vínculos com os destinos do povo e de seu país. Uma “elite” movida pelo ódio e pela inveja que alimenta a vendeta. Denúncia, julgamento, condenação constituem uma só operação política, cujo objetivo é avançar mais um passo na consolidação do golpe em progresso iniciado com a deposição da presidenta Dilma Rousseff.

Michel Temer volta para o colo da Globo?

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Muito se especulou, nos últimos dias, sobre uma suposta “guerra” entre Globo e Michel Temer.

Para ser franco, eu nunca acreditei muito. Sempre me pareceu que a Globo tentava “driblar” as narrativas, ou seja, ela faz um movimento para um lado, e vai para o outro.

O objetivo da Globo, porém, nunca mudou: aprovar a reforma trabalhista e implementar um neoliberalismo radical no país, com privatização de todos os serviços públicos, incluindo saúde e educação.

Isso não é novidade. A elite brasileira sempre tentou fazer isso e nunca deu certo. O país se tornou profundamente desigual. A miséria, a violência urbana, o caos administrativo, o analfabetismo funcional, o recrudescimento de doenças graves, sempre foram a consequência desse tipo de orientação política.

Lava-Jato e o xadrez pós-Temer

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

A condenação de Lula aconteceu em Curitiba, mas o jogo político está bagunçado é em Brasília, terra de uma crise própria chamada Michel Temer.

Um dia após a sentença, o advogado e amigo do peemedebista, Antonio Claudio Mariz de Oliveira, tentou defender o cliente com uma associação ao caso do ex-presidente: “Pau que mata Michel mata Lula”.

No Congresso, petistas juraram que o problema é oposto, Lula atacado e Michel sobrevivente no cargo há dois meses, desde o escândalo da Friboi.

O PSDB segue desnorteado, com o denunciado Aécio Neves a circular incomodamente no partido, e os tucanos sem saber se abandonam Temer, se festejam a sina de Lula ou se silenciam para não alimentar a estratégia lulista de usar a condenação em favor de outra candidatura presidencial dele.

A crise brasileira e a nova guerra-fria

Por Leonardo Boff, em seu blog:

O problema fundamental da crise brasileira não está na corrupção que é endêmica e tolerada pelas instâncias oficiais, porque dela se beneficiam. Se fossem resgatados os milhões e milhões de reais que anualmente os grandes bancos e as empresas deixam de recolher ao INSS, tornaria supérflua uma reforma da Previdência.

O problema não é apenas Lula ou Dilma e muito menos Temer. O centro da questão é a disputa no quadro da nova guerra-fria entre USA e China: quem vai controlar a sétima economia mundial e como alinhá-la à lógica do Império norte-americano, impedindo a penetração da China nos nossos países, especialmente no Brasil pois ela precisa manter seu crescimento com recursos que nós possuímos.

Temer quer o Brasil submisso ao imperialismo

Editorial do site Vermelho:

No final de maio, o governo ilegítimo de Michel Temer fez um pedido de adesão do Brasil à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A instituição reúne o conjunto dos países ricos – Estados Unidos, Europa Ocidental e Japão, com a adesão de alguns outros – que, juntos, têm 1,2 bilhão de habitantes e um PIB de US$ 38,3 trilhões. Reúne os principais países imperialistas e impõe aos demais um ultraliberalismo radical.

A adesão que Michel Temer pretende é a mais veemente ilustração da mudança na política externa brasileira feita por seu governo golpista.

Venezuela: A velha luta de classes nas ruas

Oposicionistas ateiam fogo nas cédulas e nas
atas eleitorais, ao fim de seu “plebiscito informal”
Por Laura Capriglione, de Caracas, no site Jornalistas Livres:

Quem há de dizer que a Venezuela é uma Ditadura? Se alguém sentia falta de uma consulta popular, o país realizou duas no mesmo dia! Uma foi convocada pelo governo do presidente Nicolás Maduro, na forma de uma simulação da eleição para os deputados da Assembléia Nacional Constituinte, que deverá ocorrer de verdade no próximo dia 30 de julho. A outra foi convocada pela Mesa de Unidade Democrática (MUD), a frente de partidos de oposição ao chavismo.

Foi um domingo alegre e iluminado em Caracas. Quente, como sempre. As ruas estavam cheias de famílias, já que 16 de julho é o Dia das Crianças venezuelano. Meninas e meninos com os rostos pintados como bichinhos, em roupas elegantes, viam-se por toda a cidade. As lojas estavam abertas. Nada havia que denunciasse a guerra civil ou os enfrentamentos dramáticos, cheios de sangue, ódio e ira, vistos todos os dias nas televisões e grandes jornais do Brasil. Mas a disputa renhida estava presente.


Petrobras a pleno vapor

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

Um dos principais argumentos utilizados pelo bloco que se aventurou pela trilha do golpeachment referia-se à situação da Petrobrás. Como os argumentos relativos às chamadas pedaladas fiscais não paravam em pé, a estratégia foi bombardear o governo Dilma de todos os lados possíveis, até que se cristalizasse a narrativa da condenação pelo “conjunto da obra”.

Quanto àquele triste final dessa novela no Congresso Nacional, todos nos lembramos muito bem de como terminou. Ficou evidente a ausência de evidências para caracterizar qualquer crime de responsabilidade da Presidenta. Afinal, ela apenas havia adotado como procedimento aquilo que sempre vinha sido feito pelos seus antecessores em termos de créditos suplementares do Orçamento. Assim, o julgamento abandonou todo e qualquer embasamento jurídico que justificasse a decisão final. Seguindo o exemplo da sanha lançada pela República de Curitiba, abandonaram-se as provas para se contentar apenas e tão somente com as convicções.

terça-feira, 18 de julho de 2017

Jornalista vai penar com golpe trabalhista

Por Altamiro Borges

Por motivos óbvios, a imprensa privada fez intensa campanha pela aprovação da contrarreforma trabalhista do covil golpista de Michel Temer. Historicamente, os barões da mídia sempre detestaram a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), criada no governo de Getúlio Vargas, e nunca toleraram a organização sindical dos explorados. Neste sentido, não surpreende que mais de 90% das “reporcagens” publicadas nos jornalões e exibidas nas emissoras de tevê tenham sido favoráveis ao desmonte da CLT – conforme constatou a ONG Repórter Brasil. Quase não houve contraditório e o jornalismo deu lugar à propaganda abjeta e escancarada da “reforma” proposta pela quadrilha que assaltou o poder – com a ajuda inestimável da própria mídia golpista.

Ricardo Teixeira vai dedurar a Globo?

Por Altamiro Borges

No bilionário mundo do futebol, o cartola Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, nunca escondeu suas íntimas ligações com os donos da Rede Globo. Com a notícia divulgada nessa terça-feira (18), de que a Justiça da Espanha emitiu ordem de prisão contra o suposto corrupto, a famiglia Marinho deve estar apavorada. Será que Ricardo Teixeira revelará os esquemas sinistros das transmissões dos jogos da seleção brasileira nos últimos anos? Nos últimos dias, o blogueiro Luis Nassif já vinha alertando para o risco da prisão e da delação bombástica do cartola. Neste domingo (16), o programa Domingo Espetacular, da Record, também trouxe uma reportagem do jornalista Luiz Carlos Azenha que menciona as maracutaias da CBF e da rival TV Globo.

Os sinais de que acabou o sonho de Doria

http://causaoperaria.org.br
Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Quando sinais partem de muitas direções com o mesmo sentido, na política, é sinal que não são apenas intrigas.

Ontem, a Folha fez um editorial em que reduz o prefeito de São Paulo, João Dória, à condição que dava nome ao seu programa de televisão: aprendiz.

“Parece sinal de imperícia política que um prefeito recém-consagrado nas urnas consiga alienar simpatias até no núcleo de sua base de sustentação na Câmara Municipal.”

Junto com isto, no Estadão, a notícia de que os investimentos públicos em São Paulo cairão ao menor nível em uma década.

E o capitalismo morrerá de overdose?

Por Giuliano Battiston, no site Outras Palavras:

O diagnóstico de Wolfgang Streeck, diretor do Instituto Max-Planck de Colônia, é implacável: “A crise atual não é um fenômeno acidental, mas o auge de uma longa série de desordens políticas e econômicas que indicam a dissolução daquela formação social que designamos capitalismo democrático”.

“O capitalismo está morrendo de overdose de si mesmo.” Esta é a tese do sociólogo Wolfgang Streeck, diretor do Instituto Max-Planck de Colônia, um dos centros de pesquisa mais importantes da Europa. Em seu último livro, Como Acabará o Capitalismo? Ensaios sobre um Sistema Fracassado, Streeck conduz um diagnóstico impiedoso sobre a patologia do capitalismo democrático, aquela formação social particular que, no pós-guerra, havia alinhado democracia e capitalismo em torno de um pacto social que lhe conferia legitimidade. Por volta dos anos 1970, com o fim do crescimento econômico, e depois, com o avanço da revolução neoliberal, aquele pacto social começa a acabar. O capital avança, a democracia recua. Ele atropela as limitações políticas e institucionais que haviam contido o “espírito animal” do capitalismo. Que vence - mas vence demais… Hoje, a revolução cumprida, o capitalismo está em ruínas porque teve muito sucesso, diz Wolfgang Streeck.


A guerra final entre Temer e a Globo

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A ópera do impeachment vai chegando a uma segunda onda decisiva, com o vale-tudo que se instaurou envolvendo os dois principais personagens da trama: a organização comandada por Michel Temer; e a organização influenciada pela Rede Globo.

Do lado da Globo alinha-se a Procuradoria Geral da República e a Lava Jato. Do lado de Temer, o centrão, o Ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), alguns grupos de mídia, como a Rede Record, e provavelmente políticos jogados no fogo do inferno, como Aécio Neves.

No pano de fundo, o agravamento da crise, com um plano econômico inviável aplicado por economistas radicais valendo-se do vácuo político. E, fora das fronteiras, ventos complicados ameaçando botar mais lenha na fogueira.

Briga de Temer e Globo é disputa de gangues

Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

A reportagem exibida pela Rede Record domingo sobre o esquema de sonegação da TV Globo não tem, propriamente, uma novidade, mas tem especial relevância por estar inserida no contexto da disputa entre Michel Temer e o grupo de comunicação da família Marinho. Há uma disputa que, se aprofundada, só trará benefícios ao Brasil.

O jornal O Dia publica hoje nota da coluna Esplanada, do jornalista Leandro Mazzini, que revela a disposição de Temer de se vingar do Grupo Globo. Através da TV, jornal, revista, rádio e site, a Globo, depois do furo jornalístico sobre a delação de Joesley Batista, passou a defender o afastamento de Temer.

Efeitos da 'reforma' trabalhista no campo

Por Caroline Nascimento Pereira e Ana Luíza Matos de Oliveira, no site Brasil Debate:

A nova proposta de reforma trabalhista no campo tem causado indignação em parte da sociedade, obviamente aquela provida de bom senso, pois o Projeto de Lei 6.442/2016, de autoria de Nilson Leitão (PSDB/MT), líder da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), propõe alterações nas leis trabalhistas no campo, que, se aprovadas, poderão levar o país aos tempos da escravidão novamente.

Entre os principais pontos – e na mesma linha da reforma trabalhista – destacam-se: predominância do negociado sobre o legislado, ou seja, acordos entre as partes sem o devido respaldo das garantias legais; pagamento do trabalhador com moradia ou alimentação como parte do salário, incluindo também a possibilidade de pagamento com parte da produção ou concessão de terras; autorização do trabalho aos domingos e feriados sem necessidade de laudos; fim das horas in itinere (tempo de deslocamento em veículos da empresa, onde não há transporte público); extensão da jornada de trabalho por até 12 horas; substituição do repouso semanal por contínuo, com até 18 dias de trabalho seguidos; possibilidade de venda integral das férias; revogação da NR-31, norma que regulamenta os procedimentos de segurança e saúde no campo e instituição da jornada intermitente no campo (em que o funcionário pode trabalhar em horários específicos do dia, quando houver demanda, sem uma jornada contínua).

Cadê a delação do Palocci contra a Globo?

Fantástico prova que Moro precisa da Globo

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Do site Lula:

A matéria do Fantástico no último domingo sobre a sentença do juiz Sérgio Moro é uma peça de propaganda, não de jornalismo, muito menos de análise de uma sentença.

Ela ignora lacunas na sentença do juiz de primeira instância, distorce ou ignora a natureza de documentos apresentados pela defesa bem como a opinião de juristas que apontam falhas na decisão de Sergio Moro. A propaganda opressiva da Globo contra Lula para influir em decisões da justiça contra o ex-presidente com fins políticos é inclusive um dos temas de comunicado feito ao alto comissariado da ONU de direitos humanos sobre as violações, públicas e notórias, cometidas por Sergio Moro contra Lula, como a divulgação pública de escutas ilegais e o grampo dos advogados do ex-presidente.