terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Que sejamos mais baderneiros

Do blog Raiva Sacra
Por Ana Julia Ribeiro, no jornal Brasil de Fato:

Sempre que realizamos algum protesto de expressão popular sobre qualquer reivindicação que seja (saúde, educação, direitos trabalhistas, etc) a primeira crítica que escutamos da mídia conservadora ou quando lemos alguns comentários nas redes sociais é de que tudo não passa de obra de um bando de baderneiros.

No entanto, todas as nossas manifestações dos últimos anos são reivindicações de princípios e direitos já garantidos na constituição brasileira. A baderna da juventude que ocupa escolas e universidades, muito além de lutar por uma educação pública de qualidade (Art. 6º da Constituição), também promove a autonomia e a participação social e politica dos jovens, previstos tanto no Estatuto da Criança e do Adolescente quanto no Estatuto da Juventude.

O Globo parece o programa do Ratinho

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A capa de O Globo de hoje é uma vergonha jornalística.

Os mercados mundiais sofrem um imenso abalo e os índices de volatilidade dos capitais disparam.

Todos os repórteres políticos avaliam como desesperadora a situação do Governo para aprovar a reforma previdenciária.

Mas aí a manchete vai para um dos centos de “estudos” sobre o déficit da Previdência, o de um certo economista André Gamerman, da ARX Investimentos.


Ainda dá tempo para inventar um candidato?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“A pátria precisa tanto de líderes como de instituições. E principalmente de um eleitorado que leve ao poder quem tenha visão de país e de mundo”.

A descoberta acima foi feita pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em seu artigo dominical publicado no Globo e no Estadão.

Até aí estamos de acordo, mas a pergunta que a maioria do eleitorado está se fazendo é: quem?

A apenas 250 dias de irmos às urnas, pela primeira vez desde a redemocratização estamos no breu absoluto, com o cenário eleitoral ainda absolutamente indefinido.

A farra da Lava Jato com auxílio-moradia

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O Diário do Centro do Mundo trouxe a público informações sobre mais uma “estrela” da Lava Jato que se farta com penduricalhos que elevam os salários nababescos que as “virgens imaculadas” da Operação desfrutam, como o famigerado “auxílio-moradia” para gente que, via de regra, tem vários imóveis e não precisa de ajuda alguma para morar.

O jornalista Joaquim de Carvalho, do DCM, relata que, “além de Sergio Moro e Marcelo Bretas, outra estrela da Lava Jato também recebe auxílio-moradia. É o procurador da república Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa em Curitiba”.

Aécio busca reabilitação para disputar Senado

Por Nivaldo Souza, na revista CartaCapital:

Herdeiro político do avô Tancredo Neves e acostumado a ser o centro das atenções no poder mineiro nos últimos anos, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) saiu de cena após vir à tona uma conversa com o dono da JBS Joesley Batista.

O diálogo derruiu a imagem do tucano e está obrigando o senador, afastado em setembro pelo Supremo Tribunal Federal e reconduzido ao cargo por colegas parlamentares, a reconstruir a imagem arranhada para tentar a reeleição ao Senado.

O Judiciário e os dias piores que virão

Por Roberto Amaral, em seu blog:

A velha direita pelos seus jornalões, e esses pelos seus editoriais e colunistas, revela-se, assim de repente, assustada com sinais de desobediência civil que seus sismógrafos estariam captando nas hostes da oposição e com o que identificam como ‘ameaças à ordem jurídica’. Em ambos os casos trata-se de puro cinismo, pois nossa gárrula imprensa está comprometida até o gogó com todas as violências à ordem constitucional impostas pelos golpes militares e os golpes de Estado não militares (todos de direita), dos quais foi parte decisiva e beneficiária, como demonstra a história do maior conglomerado de comunicação do país.

'The Post', o jornalismo e a Guerra do Vietnã

Por Pedro Oliveira, no site Vermelho:

Escrevo este artigo pelo caminho inverso do que o título sugere. Vamos primeiramente ao Sudeste Asiático, visitar o Museu dos Vestígios da Guerra, em Ho Chi Minh City, no Vietnã. Depois entro em um breve debate sobre o jornalismo praticado nos Estados Unidos em função da publicação do que ficou conhecido como os “Pentagon Papers” (ou os “Papéis do Pentágono”).

Por fim, procuro opinar sobre como o movimento contra a Guerra e pela Paz contribuiu para a retirada americana do Vietnã e nesse contexto qual o papel do jornal americano Washington Post, questões que podemos ver retratadas no filme dirigido por Steven Spielberg, que está em cartaz atualmente no Brasil, “The Post”.

O golpe e o aprofundamento da injustiça

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

Instalado desde 2016, o programa denominado Ponte para o Futuro pelo governo Temer não produziu fracasso maior, não fossem medidas de natureza bastarda do keynesianismo, contraditoriamente adotadas ad hoc pela equipe econômica neoliberal – aquela dos sonhos do mercado. A mensagem original era a do ajuste fiscal e do resgate da credibilidade para fazer com que a economia voltasse a crescer pela retomada dos investimentos privados.

Mas o que se viu foi um rotundo fracasso. Em meio ao prolongamento da recessão, o ajuste fiscal produziu mais desajuste nas contas públicas, sufocando os governos federal, estaduais e municipais e degenerando ainda mais as condições de vida da população. Os péssimos indicadores de avaliação do governo Temer apenas confirmam a realidade nacional.

Mulher de Moro embrulha a mídia amiga

O desabafo de Rosângela Moro contra a imprensa
Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A mulher de Sergio Moro criticou a imprensa em sua conta no Instagram .

Rosângela postou a foto de um cacho de bananas em cima de uma edição da Folha.

A legenda: “Imprensa… para o bem e para o mal. Separam o joio do trigo e publicam o joio.”

Rosângela está brava com a revelação de que o marido recebe auxílio moradia apesar de viver a três quilômetros do lugar onde trabalha na Justiça Federal do Paraná.

Uma nuvem de suspeição recobre a Lava Jato

Por Jeferson Miola, em seu blog:

É bombástica a denúncia de Marcelo Odebrecht na FSP de 4/2/2018. Ele declarou que “seu cunhado e vice-presidente jurídico do Grupo, Maurício Ferro, ajudou a acabar com o departamento de propinas da empresa”.

A revelação do Marcelo adiciona ingredientes explosivos à nebulosa informação prestada com exclusividade pelo procurador Carlos Fernando dos Santos Lima ao jornal O Globo de 29/1/2018 – “Chaves para abrir segredos da Odebrecht estão perdidas”.

Além de assinalar que “O desmantelamento do departamento de propina pode, em tese, ser interpretado como um ato de obstrução de Justiça”, a reportagem da FSP traz revelações de altíssima relevância, que merecem ser apuradas com o maior rigor e com a mais absoluta transparência.

Ainda há juízes no Brasil

Por Henrique Matthiesen

O sorumbático momento em que vive o Brasil, de imposição golpista da classe dominante que contemporaneamente veste toga, nos remete à histórica e emblemática frase proferida em 1745, na Prússia.

Trata-se de um moleiro que tinha o seu moinho nas cercanias do palácio do Rei Frederico 2º, déspota ilustrado, amigo dos intelectuais. Um dos bajuladores do soberano tentou removê-lo dali, porque julgava que aquilo conspurcava a paisagem. E ele então, teria proferido a célebre frase: “Ainda há juízes em Berlim”. Para o moleiro, a justiça, aquela com a qual contava, não haveria de distingui-lo do rei.

domingo, 4 de fevereiro de 2018

Não dê auxílio-moradia a um juiz!

Sobre a lógica do discurso de ódio

Por Márcia Tiburi, no site Mídia Ninja:

Depois do evento em que me recusei a participar de um programa de rádio no qual, sem me avisar, convidaram um conhecido defensor do vazio do pensamento para falar, grupos de extrema direita têm se esforçado para atacar a minha imagem, recortando e editando entrevistas, vídeos e textos que circulam na internet. Não me espanta esse tipo de produção, que não é nenhuma novidade para ninguém. Todo cidadão que se expõe ou é exposto na internet, nas mídias, está sujeito a isso. Qualquer um que se expresse está sujeito a causar reações. Reações de ódio são, aliás, comuns diante da incapacidade de compreender a diferença ou da impotência frente a discursos e práticas que rompam a uniformidade gerada por manifestações rasas e pensamentos estereotipados. Em contextos democráticos essas reações significam algo diferente do que querem dizer em contextos autoritários, como é o que estamos vivendo nesse momento. Não entendemos o que é dito sem prestar atenção nos contextos e interesses com que são ditos.

Cristiane Brasil e a auto-afirmação hipócrita

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Por todos os ângulos que se procure, Cristiane Brasil é a outsider do Sistema. Ignorante, deslumbrada, sem noção, frequentadora de sites de namoro, nos quais esconde a idade, filha de um dos vilões preferenciais da República. É até possível que tenha alguma qualidade, mas tão escondida debaixo de toneladas de vulgaridade, que ninguém até hoje identificou. E, depois do vídeo com os marombados depilados, tornou-se única, mesmo naquele zoológico chamado de Câmara Federal.

Por isso mesmo é o personagem preferencial da hipocrisia fascista.

Cala a boca já morreu, Cármen Lúcia?

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Para quem falou a ministra Cármen Lúcia, presidente do STF, em seu discurso na abertura do ano judiciário, quando afirmou que desacatar a Justiça é inadmissível? Parece óbvio que foi para todos aqueles que discordam da condenação do ex-presidente Lula pelo TRF-4, sem apresentação de prova e com aumento de pena, e especialmente para aqueles que se insurgem contra a eventual prisão do ex-presidente, advertindo que haveria reação popular. É grande, porém, a distância entre a livre manifestação de discordância com uma decisão judicial e o desacato à Justiça.

Eleições e Fake News: um tortuoso caminho

Por Rafael A. F. Zanatta, no site Outras Palavras:

O assunto do momento é fake news. Em um cenário onde quase dois terços dos países latino-americanos passarão por eleições presidenciais, a questão que aflige a todos é saber que tipo de impacto as redes sociais e a internet trarão para o instrumento central da democracia, o voto. Afinal, qual será o grau de manipulação das emoções e das opiniões políticas por fatos inexistentes e polêmicas alarmistas? Que tipo de influência externa, por meio de táticas de psicometria e desinformação criados por profissionais contratados para esse fim, ocorrerá em países como Brasil? Que papéis as grandes plataformas que dominam a camada de aplicações de internet — Google (dona do YouTube), Facebook (dona do WhatsApp), Twitter e outras — deveriam assumir para verificar aquilo que é publicado e se o conteúdo é “confiável”?

Idiotas louvam torturadores no Carnaval

Febre amarela, uma crise anunciada

Por Alexandre Padilha, no site da Fundação Perseu Abramo:

Por que, no século XXI, a febre amarela vem sendo disseminada por regiões brasileiras onde estava extinta há anos? No Brasil, os casos de febre amarela eram mais encontrados e expostos a florestas da região amazônica e em parte do cerrado e do pantanal.

Há uma combinação de possibilidades para isso. Certamente o avanço da ocupação humana em territórios da forma silvestre da doença, o avanço imobiliário, instalações industriais ou atividades ocupacionais. E ainda crimes e acidentes ambientais – como há correlações possíveis entre o crime na barragem de Mariana, em Minas Gerais, e a expansão de casos pelo estado e no Espirito Santo. Além disso, a ampliação do turismo ecológico e, sim, a desarticulação recente do sistema de vigilância e de resposta a surtos nos três níveis do SUS.

Juíza libera apologia à tortura. Será punida?

Por Bepe Damasco, em seu blog: 

Organizado por um grupelho nazifascista chamado Movimento Direita São Paulo, um bloco carnavalesco com o repugnante nome de “Porão do Dops” convocava seu desfile nas redes sociais para o dia 10 de fevereiro, sábado de carnaval, até que alguns procuradores, integrantes naturalmente de um grupo minoritário do MP ainda sensível à causa dos direitos humanos, entrou com uma ação contra a saída do bloco.

O principal argumento dos procuradores em sua representação à justiça paulista foi a de que o bloco, que anuncia dentre seus homenageados torturadores e facínoras de triste memória, tais como o delegado Fleury e o coronel Brilhante Ustra, faz apologia de um crime de lesa humanidade, em clara afronta aos princípios mais comezinhos dos direitos humanos. Os cartazes de divulgação do bloco inclusive estampam fotografias dos dois torturadores.

O lawfare neoliberal e o sacrifício de Lula

Por Carol Proner, no site Carta Maior:

A expectativa pelo destino político do pré-candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, será o tema central da política brasileira até as eleições de outubro de 2018. Procurando transmitir confiança, mesmo sofrendo ataques que visam a execração pública, Lula sabe que será o grande protagonista do pleito eleitoral. E, no atropelo, os próceres do judiciário não perceberam que pisaram no acelerador da união das esquerdas que, também pelo gatilho de apoio nas eleições, unem-se denunciando que “eleição sem Lula é fraude”.