segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

O Rio sairá o mesmo depois da intervenção

Por Marcos Sacramento, no blog Diário do Centro do Mundo:

O anúncio da intervenção federal no Rio de Janeiro encheu o noticiário e as redes sociais de indagações a respeito das intenções de Temer. Há análises que veem um movimento no tabuleiro do jogo da reforma da Previdência.

Outras, exageradas, consideram o primeiro passo da jornada rumo à intervenção militar na Venezuela.

Entre hipóteses factíveis e fantasiosas, a única certeza é a inépcia presidencial para encarar o problema da violência urbana. Defeito, aliás, que não é exclusivo de Temer e sua gangue.

Depois do início da devassa, Huck desiste

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Quando a seleção tomou de 7 da Alemanha, Luciano Huck disse que o país passava pelo seu “11 de setembro”. Quando decidiu abandonar o sonho de ser presidente da República, um amigo disse que Huck estava triste “como quem interrompe uma gravidez”. Tudo parece ser grandioso na vida de Luciano. “Vou ali chorar um pouquinho e já volto”, disse para amigos. Depois de muito ensaio e indecisão, parece que o apresentador desistiu mesmo desse projeto pessoal amalucado que importantes setores da política e do empresariado tinham comprado.

RJ: a volta do governador biônico (e militar)

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

A partir de 1966, quando se encerraram os mandatos dos governadores em exercício que não tinham sido depostos pelo golpe, a ditadura militar instituiu os cargos “biônicos”: prefeitos e governadores eram indicados indiretamente e empossados, sem eleição. Em 1977, quando o chamado Pacote de Abril institucionalizou os cargos biônicos no Senado (cada Estado teria direito a dois eleitos e um biônico), uma série de TV fazia sucesso: O Homem de Seis Milhões de Dólares, com Lee Majors no papel de um militar que tinha ganhado órgãos artificiais com superpoderes, o “biônicos”. Daí o apelido que os usurpadores ganharam.

Temer bota segurança no centro da eleição

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Michel Temer quer a reeleição, para defender o legado de seu governo, como tem dito por aí o ministro do Esporte, Leonardo Picciani. “Legado”, e isso ele não falou, são aqueles dois processos criminais do escândalo Friboi que só esperam o presidente largar a faixa para correrem na Justiça. Teria a intervenção federal decretada no Rio de Picciani algo a ver com os planos de Temer?

Para o deputado Celso Pansera, eleito pelo PMDB do Rio e hoje prestes a deixar o partido devido ao neoliberalismo de Temer, tem. “É uma tentativa do governo de demonstrar força”, diz. “A bandeira eleitoral da segurança pública irá para quem tiver protagonismo, e o governo vai ter.”

Temer e os marqueteiros da intervenção

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A cena da charge do João Montanaro, na Folha, hoje, certamente não é a do que planejam fazer os generais do Exército aos quais se deu a missão de intervir na Segurança Pública do Rio de Janeiro.

Mas é, infelizmente, um retrato do que deles gostaria e pretende fazer o Presidente da República.

O relato não é de um blog esquerdista, mas de Andrea Sadi, no G1:


Temer e sua fantástica criatura

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Vamos esquecer por um momento o debate sobre o emprego das Forças Armadas para resolver o problema da violência e da insegurança do Rio de Janeiro. Todo mundo sabe que isso não vai acontecer.

Em nome da lucidez, é bom de admitir que o debate prioritário no momento é outro.

O problema do decreto presidencial assinado por Michel Temer em 16 de fevereiro é que ali se encontram previsões incompatíveis com o Estado Democrático de Direito.

A mentira do déficit da Previdência

O terrorismo sobre a Previdência Social

Temer quer que você morra sem se aposentar

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Tucanos se unem em frente anti-Doria

Por Altamiro Borges

O ninho tucano está conflagrado, com bicadas sangrentas para todos os lados. Se bobear, o “vampirão” Michel Temer decreta uma intervenção militar para apaziguar seus capachos. Segundo fofoca da Folha, “os três pré-candidatos a governador de São Paulo pelo PSDB se uniram em uma frente para atrapalhar as pretensões do prefeito João Doria de se lançar. Em uma reunião na quinta-feira (15), José Aníbal, Floriano Pesaro e Luiz Felipe d'Avila decidiram atuar articulados para garantir que as prévias para a definição do candidato ocorram depois do prazo de desincompatibilização, em abril. Com isso, colocam Doria em uma posição que ele procura evitar, que é se colocar como candidato e deixar a prefeitura mesmo sem a definição do cenário”.

Intervenção no RJ: Cartada de risco

Por Jandira Feghali, no site Vermelho:

Os fatos que precedem a intervenção militar no Rio emolduram o quadro que precisamos interpretar e que com o tempo irá perdendo as cores e ficando mais claro. O planejamento midiático, desde a preparação do golpe vem destruindo a confiança na política e a esperança do povo brasileiro. A assimetria de poderes ganhou relevância e a Constituição da República tratada como um instrumento a ser usado segundo a conveniência dos poderosos de ocasião, manietados pelo capital.

Ditadura neoliberal e caminhos para vencê-la

Por Juarez Guimarães, no site Carta Maior:

Com o artigo “O PSDB virou um partido golpista?”, publicado nesta Carta Maior, em dezembro de 2014, começou-se a se constituir um campo de previsão sobre a crise da democracia brasileira. Um campo de previsão, em uma conjuntura marcada exatamente pela ruptura de padrões políticos já instáveis, necessariamente inclui uma indeterminação mais larga que um tempo político mais institucionalizado mas visa principalmente criar uma narrativa e um sentido, uma bússola e um norte para os acontecimentos. Para ser capaz disso, este campo de previsão precisa se inscrever em temporalidades e horizontes internacionais mais largos, centralizar-se conceitualmente na nova ordem do conflito de poder, ser capaz de analisar a força objetiva das vontades políticas que organizam a disputa e pensá-la nas condições subjetivas de classe que as enquadram.

Dobrando a aposta no choque de austeridade

Por Bruno Leonardo Barth Sobral, no site Brasil Debate:

“Não sou escravo de nenhum senhor”. (Claudio Russo, Moacyr Luz, Dona Zezé, Jurandir e Aníbal)
Não é possível dissociar essa intervenção (militar) na segurança do Regime de Recuperação Fiscal, os dois são imposições do governo federal travestidas de “acordo”. Afinal, não tivemos poder de barganha praticamente nenhum nos dois casos, apenas cumpre-se ordens passando por cima de nossa autonomia federativa.

Em ambos, prevalece a tese de crise moral e ineficiência administrativa. Por essa razão, após o apelo a “choque de austeridade” se apela agora a segunda fase do “choque de ordem”. As duas faces de uma mesma moeda. O “choque de ordem” não começou agora, já existia desde que criou-se uma prioridade de desembolsos para a pasta de segurança a despeito dos atrasos para as demais funções de Estado. Na ocasião, argumentei diversas vezes que o risco era do Rio se tornar um “Estado policial” onde poderia parar tudo menos a segurança.

Censura faz avançar o AI-5 a conta gotas

Por Rodrigo Vianna, em seu blog:

A informação foi confirmada em reportagem do jornal O Globo neste domingo: o componente da escola Paraíso do Tuiuti que transformou-se no símbolo do Carnaval no Rio, vestindo-se de vampiro Temer na passarela do samba, foi agora pressionado a não usar a faixa presidencial durante o desfile das campeãs (sim, da mesma forma que ocorria na ditadura militar, pelas frestas dos interesses patronais os jornalistas mais sérios conseguem furar o bloqueio e informar, a não ser quando se chega a um quadro de censura prévia na imprensa).

A intervenção no Rio e o papel da Globo

Temer vai à guerra em ano de eleição

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Sem apoio popular e sem votos no Congresso para aprovar a reforma da Previdência, o presidente Michel Temer mudou e deu m uma guinada na agenda para não ver seu governo definhar dez meses antes do final do mandato.

Mandou os escrúpulos às favas, como os militares fizeram na edição do AI-5 em 1968, e convocou as tropas das Forças Armadas para fazer uma intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, agora a principal bandeira da sua campanha à reeleição, que começa neste sábado com uma reunião do seu alto comando no Palácio Guanabara.

Temer confessa: intervenção é uma farsa

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

A intervenção federal no Rio de Janeiro foi talvez a medida mais criminosa do usurpador Michel Temer. O que se espera é que ele pague na Justiça pela longa fila de ilegalidades que cometeu ao decretar essa medida, que irá custar BILHÕES aos depauperados cofres públicos deste país devido, exclusivamente, aos interesses políticos e econômicos dessa desgraça em carne e osso que o Brasil tem o desprazer de chamar de “presidente”.

A intervenção militar é um fracasso de crítica entre as pessoas que pensam, mas é bem possível que uma população acuada como a do Rio caia no mais caro golpe publicitário de que se tem notícia no Brasil.

Dom Pedro Casaldáliga, um exemplo de luta

Por Emilly Dulce, no jornal Brasil de Fato:

"Por onde passei, plantei a cerca farpada, plantei a queimada. Por onde passei, plantei a morte matada. Por onde passei, matei a tribo calada, a roça suada, a terra esperada… Por onde passei, tendo tudo em lei, eu plantei o nada." - Confissão do Latifúndio
Essa é uma das poesias de protesto escrita pelo bispo Dom Pedro Casaldáliga. Os versos rimam com a vida do militante cristão, que ficou conhecido pela defesa dos direitos dos mais pobres na região de São Félix do Araguaia, no Mato Grosso.

A faixa do vampirão e a volta da censura

Por Renato Rovai, em seu blog:

O título da matéria de O Globo é: “’Vampiro-presidente’ da Tuiuti desiste de usar faixa presidencial no desfile das campeãs”. O negrito em ‘desiste’ é meu. Aí você vai ler a matéria e descobre que:

“Segundo informações do barracão da escola, emissários da presidência da República pediram à Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) que impedisse a entrada do destaque.”

E que: “Léo Moraes, de 40 anos, disse que não tinha recebido essa informação, e que desfilaria com a faixa.”

E que: “Logo depois ele afirmou que perdeu o adereço no fim da apresentação de domingo.”

Intervenção no RJ: Uma aventura temerária

Por Lúcio Flávio Rodrigues de Almeida, no site Outras Palavras:

É altamente provável que os acontecimentos de ontem para hoje contribuam para superar um debate entre as forças populares e democráticas, inclusive entre os que se proclamam mais à esquerda: desde o processo de deposição da presidenta Dilma Rousseff, está em curso um golpe de Estado. E, apesar de suas inegáveis vitórias imediatas, os golpistas, até porque envolvidos em disputas nas quais se denunciam reciprocamente por práticas muito pouco republicanas, se desmoralizam cada vez mais.