sábado, 24 de fevereiro de 2018

As ilegalidades na intervenção no Rio

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Quatro Procuradores Federais de Direitos do Cidadão, liderados pela Procuradora Federal Deborah Duprat, se colocaram contra a intervenção federal no Rio de Janeiro.

Diz a Nota Técnica Conjunta no. 01/2018:

A intervenção é um mecanismo clássico do federalismo e conta com disciplina expressa na Constituição brasileira. Como tal, sujeita-se, desde a sua concepção até a sua execução, a modalidades de controle político, judicial e social.


O poder enlouqueceu a turma de Temer?

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

Começou com o marqueteiro de Temer dizendo que este “já é candidato” e que “Se der certo, até o vampirão da Tuiuti pode virar um atributo positivo. Vampirar pode passar a ser transformar, revolucionar”. Temer está bem arranjado no quesito marketing, não?

Depois foi Eliseu Padilha, fiel escudeiro de Temer, a afirmar que o Vampirão pode tentar a reeleição: “não tem ninguém que defenda melhor o governo Temer do que o presidente”. De fato.

Romero Jucá – “com o Supremo, com tudo” – juntou-se ao coro e afirmou que Temer é uma opção do (P)MDB para concorrer a presidência.

Guerra do Rio é só contra os favelados?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Em tempo: na entrevista à BandNews hoje, em Brasília, o presidente Michel Temer falou a José Luiz Datena sobre o que podemos esperar daqui para a frente:

“Não sei se vai haver confronto, mas, se houver confronto entre o marginal, o bandido armado, dando tiro, o militar não vai se deixar matar, não vai deixar a segurança ficar impune, não vai. Se houver necessidade, ele parte para o confronto”.


***

A guerra declarada pelo governo brasileiro ao crime organizado no Rio de Janeiro mostrou até agora que tem um alvo prioritário: as 700 favelas da cidade onde vivem 1,1 milhão de cariocas.

Temer está certo: intervenção foi “jogada”

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Michel Temer disse hoje que a intervenção na segurança do Rio de Janeiro “é uma jogada de mestre, mas nada eleitoral”.

E afirmou que “”em política, as circunstâncias é que ditam a conduta. E as atuais mostram que não sou candidato. Eu não serei candidato”.

Pena ter “morrido”, há mais de dez anos, a Velhinha de Taubaté, o personagem do Luís Fernando Veríssimo que era, segundo ele, “a última pessoa no Brasil que ainda acreditava no governo”.

Enciclopédia analisa papel da mídia no golpe

Por Cristiane Sampaio, no jornal Brasil de Fato:

A produção de conhecimento sobre o golpe que depôs a presidenta Dilma Rousseff (PT) em 2016 deve ganhar, no próximo mês, mais uma contribuição. Escrita por jornalistas e outros especialistas, a "Enciclopédia do Golpe – Volume 2" surge no cenário para lançar luz mais especificamente sobre o papel da grande mídia no processo de avanço conservador e de deterioração de direitos que caracteriza atualmente o país. 

Em entrevista ao Brasil de Fato, a jornalista Maria Inês Nassif, umas das organizadoras da obra, aborda as preocupações dos especialistas com o tema. Confira a seguir os principais trechos.

Intervenção militar desloca Bolsonaro

Da Rede Brasil Atual:

Com a experiência de ter sido coordenador de Segurança, Justiça e Cidadania do estado do Rio de Janeiro (1999/2000) e secretário nacional de Segurança Pública (2003), Luiz Eduardo Soares dedica há tempos boa parte da sua vida profissional a um tema tão espinhoso quanto importante e com forte apelo junto à sociedade brasileira.

Com a intervenção militar no Rio de Janeiro posta em prática pelo governo de Michel Temer, o autor de mais de 20 livros, entre romances, dramaturgia e gestão pública, faz uma original análise do que está em jogo neste momento do país.

"Jornalismo profissional" debate suas regras

Por Gabriel Priolli, no blog Nocaute:

Manuais de redação e seminários empresariais de jornalismo contribuem pouco para aprimorar as práticas da atividade, mas têm outras utilidades indiscutíveis.

Servem para polir a autoimagem que o oligopólio da mídia cultua e para transmitir aos cidadãos a ideia de que o jornalismo seria um inesgotável poço de virtudes, se praticado como as grandes empresas do ramo recomendam – e não praticam.

Servem também para que fontes e personagens do noticiário exercitem o beija-mão aos senhores da mídia, sempre tutores do poder no Brasil, dizendo o que eles gostariam de ouvir, ou fazendo críticas pontuais a que eles não darão ouvido.

Nova pauta de Temer tem tudo para fracassar

Por Rodrigo Vianna, em seu blog:

Entre os analistas mais sérios, ficou claro desde os primeiros momentos que a intervenção militar no Rio não guarda qualquer relação com a necessidade de oferecer mais segurança à população. Luiz Eduardo Soares, que foi secretário nacional de Segurança Pública, escreveu sobre isso um artigo lapidar: “De que modo uma ocupação militar resolveria questões cujo enfrentamento exige investigação profunda e atuação nas fronteiras do estado, além de reformas institucionais radicais e grandes investimentos sociais? Os próprios militares sabem que não podem nem lhes cabe resolver o problema da insegurança pública.”

Estaria a corrupção brasileira em queda?

Por Cesar Locatelli, no site Jornalistas Livres:

Como a “luta incansável” contra corrupção saiu das ruas, mas não das manchetes, e como os protagonistas da Lava Jato ainda ocupam lugar de destaque na imprensa tradicional, seria plausível esperar que os índices do Brasil tivessem melhorado muito, não é mesmo?

A organização Transparência Internacional divulgou ontem (21/2) sua classificação de percepção de corrupção em 180 países para o ano de 2017. O Índice de Percepção de Corrupção é uma nota que vai de 0 (maior percepção de corrupção) a 100 (menor percepção de corrupção). São fontes de dados para construção do índice instituições como o Banco Mundial, o Instituto Gallup, o Fórum Econômico Social, as unidades de economia da revista The Economist e do jornal Wall Street Journal, dentre outras. Essas fontes conferem ao índice indiscutível viés da finança internacional.

Os 113 milhões de Paulo Preto ameaçam PSDB?

Da revista CartaCapital:

Apontado como operador do PSDB de São Paulo, Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, chegou a ter 113 milhões de reais em quatro contas na Suíça em 2016. A revelação foi feita por integrantes do Ministério Público do país europeu, que compartilharam espontaneamente a descoberta com as autoridades brasileiras.

A existência de contas em nome do ex-diretor da Dersa, órgão paulista responsável por obras rodoviárias do estado, não é uma novidade. O fato novo são os valores movimentados, que podem favorecer uma delação de Vieira de Souza sobre sua relação com o PSDB paulista no âmbito da Lava Jato.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Arthur Virgílio detona “fraude” do PSDB

Por Altamiro Borges

Geraldo Alckmin, o “picolé de chuchu” que governa São Paulo e que já foi abençoado por setores da cloaca empresarial e da mídia chapa-branca como o candidato preferencial para as eleições presidenciais deste ano, não está conseguindo unir nem o seu próprio partido. A guerra no ninho é cada dia mais sangrenta. Nesta sexta-feira (23), o tresloucado Arthur Virgílio, prefeito de Manaus, detonou as prévias do PSDB que deveriam definir o postulante da sigla à sucessão. Magoado e irado, ele qualificou o processo partidário de “fraude” e já avisou que não participará da campanha tucana.

Paulo Preto, o super-Geddel do PSDB

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Finalmente começa aparecer parte da dinheirama de corrupção dos 20 anos de predomínio absoluto dos governos do PSDB em SP.

Reportagem da Folha de SP admite que a investigação do ministério público federal sobre a corrupção do tucanato “é marcada por lacunas e procedimentos que fogem à rotina de uma apuração do gênero”.

A revelação da Folha, neste sentido, causa estranheza, porque pela primeira vez um escândalo dos tucanos é revelado. Contando com um forte esquema de proteção e conivência na mídia, no MP, nas polícias e no judiciário, os tucanos sempre conseguiram se blindar e esconder as maracutaias.

Fecomércio e os jornalistas da Globo

Do blog Viomundo:

O presidente da Fecomércio do Rio de Janeiro, Orlando Diniz, foi preso pela Operação Jabuti, da Polícia Federal.

Ele teria desviado dinheiro da entidade - inclusive, suspeita-se, com o pagamento de R$ 20 milhões ao escritório da advogada Adriana Ancelmo, a mulher de Sérgio Cabral.

O escritório Teixeira, Martins & Advogados, que defende o ex-presidente Lula, também foi contratado, mas repudiou o vazamento feito pelo MPF e lançou nota (leia ao pé do post), alegando que todos os serviços foram prestados.

Em sua gestão, Orlando Diniz torrou quase R$ 3 milhões com jornalistas da Globo por palestras e participação em eventos - R$ 375 mil com o colunista Merval Pereira –, conforme denúncia do Intercept.

Efeitos nefastos de uma candidatura Temer

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Temer é candidato e nem desmente isso. Através do porta-voz negou apenas que a intervenção no Rio tenha sido feita para cacifá-lo, não que pretenda concorrer. Se for candidato, Temer levará uma sova, e isso também é pacífico. A não ser que nos próximos meses consiga operar milagres que transformem o vampirão em santo. Nem por isso, devem ser subestimados os efeitos nefastos de uma eventual candidatura Temer, que podem ser resumidos num muito provável fortalecimento do campo golpista-conservador.

Intervenção no RJ: democracia em risco

Por Jaime Sautchuk, no site Vermelho:

Eu era guri lá em Joaçaba (SC) no golpe de 1964, que instalou 20 anos de ditadura, e tenho vivas na memória as imagens e os fatos. Primeiro, os tanques nas ruas, algo desproporcional a uma cidade que tinha um simples Tiro de Guerra. Depois, pessoas conhecidas, queridas, começaram a desaparecer e muitas delas nunca mais voltaram.

As justificativas eram difusas, emergenciais, de manutenção de uma ordem pública indefinida, de combate a um suposto terrorismo, de medida temporária e coisa e tal. As pessoas ficaram amedrontadas, desconfiando de tudo, só saindo de suas casas por necessidade.

Paraísos fiscais: os motéis do capital

Por Reginaldo de Moraes, no site Carta Maior:

Nos últimos anos tenho me dedicado ao estudo da educação superior americana. Em tempos mais recentes, minha atenção se concentra nos desafios de formação de força de trabalho diante de mudanças aceleradas nos processos produtivos, na organização das empresas e na estrutura ocupacional. Contudo, como em toda pesquisa, temas colaterais surgem inesperadamente. Um deles, no meu caso, foi a emergência dos tais paraísos fiscais, um dispositivo cada vez mais frequentemente utilizado pelas grandes corporações e, também, pelas grandes fortunas pessoais.

Austeridade, violência e intervenção militar

Por Gustavo Noronha, no site Brasil Debate:

“As pragas que assolam o Rio: Febre Amarela, Temer, Pezão e Crivella”. (Faixa exibida em carro alegórico da Estação Primeira de Mangueira no Desfile das Campeãs do carnaval do Rio de Janeiro de 2018).

O Rio de Janeiro é uma prisão. Os abastados se prendem por opção. A ralé se vira e é presa sem opção. A violência faz parte do cotidiano das pessoas que vivem por estas terras, parte da famosa malandragem carioca é uma autodefesa desse estado permanente de caos.


Golpe armou uma bomba social

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Antes de começar a escrever este post passei horas nas redes sociais escrevendo comentários sobre a “revolução francesa” brasileira, que já começou.

Apesar de a intervenção federal determinada por Michel Temer no Rio ter sido preponderantemente gerada por seus interesses políticos, não se pode negar que a criminalidade disparou naquele Estado após contrair degenerescência econômica aguda.

Enquanto escrevo isto, o ministro da Justiça está na imprensa pedindo “cuidado” aos Estados vizinhos do Rio (SP, MG e ES), porque a bandidagem iria fugir do Rio para outros Estados, segundo ele.

EUA lançam conto de fadas 'humanitário'

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Duvido que qualquer observador honesto da política venezuelana tenha ficado surpreso com o anúncio de que a oposição não irá apresentar candidato para as eleições presidenciais de 22 de abril.

Essa decisão é apenas a sequência lógica do abandono das negociações com o governo Maduro, em 7 de fevereiro, 24 horas antes da data marcada para a assinatura do texto de um acordo já negociado e acertado em suas linhas gerais. Condenada por José Luiz Zapatero, presidente da Espanha entre 2004-2011, um dos fiadores do acordo entre governo e oposição, a ruptura apenas dramatizou uma decisão previsível.

IPEA confirma: golpe foi bom para os ricos

Por Mauro Donato, no blog Diário do Centro do Mundo:

Os mais ricos ficaram ainda mais ricos desde que puxaram o tapete de Dilma Rousseff. Até aí nada demais pois a intenção era essa mesmo.

Mas um levantamento recente do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) confirma o que para muitos poderia tratar-se de mera impressão. Para a entidade, a renda dos super-ricos cresceu mais de 2% no período entre 2014 e 2016 enquanto o restante da população teve uma redução de 3,3%. Ou seja, ficaram 5 pontos mais distantes um do outro.