sexta-feira, 30 de março de 2018

Estado judicial avança com Barroso

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A prisão do coronel Lima, do advogado José Yunes e outros personagens da cozinha de Michel Teme deve ser vista de duas formas.

A primeira, como um novo lance das investigações em torno de esquemas de corrupção em torno de Michel Temer, que levaram para a cadeia personagens como Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima, Henrique Eduardo Alves. Nada mais justo que essas denuncias sejam apuradas e investigadas.

A hipótese de que o passo seguinte será o julgamento, condenação e impeachment de Michel Temer, reapareceu em muitas mentes, ainda que, pelo calendário eleitoral, lhe reste uma vida útil de oito meses na Presidência - se tudo andar nos trilhos, em alta velocidade.

Facebook: adeus à ingenuidade

Por Rafael Zanatta, no site Outras Palavras:

O escândalo envolvendo a maior rede social do mundo e a mais polêmica consultoria política do ocidente virou a mesa do jogo sobre proteção de dados pessoais e regulação das grandes empresas de tecnologia.

Trata-se de caso tão impactante, e de repercussões midiáticas e políticas tão intensas, que não há alinda elementos para fazer uma avaliação completa sobre todos os desdobramentos possíveis. Como afirmou Giovanni Buttarelli, supervisor de proteção de dados pessoais da União Europeia, trata-se “do escândalo do século”, sendo que nós “só enxergamos a ponta do iceberg”.

O legado nefasto de Doria em São Paulo

Por Antônio Donato, na revista Teoria e Debate:

João Doria está deixando a Prefeitura de São Paulo, onde nunca esteve pra valer. No início de abril ele renuncia, oficialmente, ao cargo de prefeito para se candidatar a governador na eleição de outubro. Na prática, o tucano nunca assumiu de fato o mandato de prefeito que lhe foi conferido pelo povo de São Paulo. Nesses quinze meses em que ocupou o cargo de chefe do Executivo gastou a maior parte do tempo e de sua energia para garantir sua candidatura em vez de resolver os problemas da cidade.

A ligação de Temer com o Porto de Santos

Charge do Clayton (O Povo/CE)
Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Henrique Meirelles decidiu deixar o cargo de ministro da Fazenda e filiar-se ao MDB para ser o candidato presidencial apoiado por Michel Temer, caso o próprio chefe da nação não tente a reeleição. Má ideia. Com a campanha logo ali, Temer tem tudo para ser tragado por uma devassa em suas ligações com o Porto de Santos e assim se tornar um cabo eleitoral ainda pior do que já é com seus 5% de popularidade .

A prisão de amigos e financiadores de Temer nesta quinta-feira, 29, mostra que o inquérito nascido de um decreto presidencial de 2017 resolveu mexer a fundo nos velhos vínculos do emedebista com o porto.

O nome do ódio é fascismo

Por Joan Edesson de Oliveira, no site Vermelho:

“E Nhô Augusto fechou os olhos, de gastura, porque ele sabia que capiau de testa peluda, com o cabelo quase nos olhos, é uma raça de homem capaz de guardar o passado em casa, em lugar fresco perto do pote, e ir buscar da rua outras raivas pequenas, tudo para ajuntar à massa-mãe do ódio grande, até chegar o dia de tirar vingança.” João Guimarães Rosa, em A hora e a vez de Augusto Matraga

Mestre João Guimarães sabia de coisas. O que vivemos hoje no Brasil combina perfeitamente com a sua descrição. Setores cada vez mais agressivos babam de ódio enquanto aguardam pelo dia de tirar vingança. Essa vingança só se consumará com a prisão de Lula ou com coisa pior, a julgar pelos ataques recentes contra a sua caravana. A massa-mãe do ódio grande é alimentada diariamente pelas outras raivas pequenas.

quinta-feira, 29 de março de 2018

O PSDB diante do atentado contra o Lula

Por Jeferson Miola, em seu blog:

O PSDB perdeu uma oportunidade histórica de se posicionar no campo democrático, na luta contra o fascismo e em defesa do Estado de Direito. O partido prova assumir uma trajetória não só hiper-conservadora, como também autoritária.

O partido tucano não condenou categoricamente o atentado contra Lula. Ao contrário: ou aplaudiu ou silenciou e se omitiu. O PSDB se mostrou dividido entre 2 facções.

Uma delas é integrada por dirigentes que aplaudiram o atentado terrorista. Neste agrupamento estão irmanados o presidente nacional e candidato presidencial pelo PSDB, Geraldo Alckmin, e o prefeito MBL João Dória.

Contra a escalada fascista, pela democracia

Foto: Mídia Ninja
Do Blog do Renato:

O Partido Comunista do Brasil repudia os atos de violência contra a caravana do ex-presidente Lula no sul do país ocorridos desde o seu início. Nesta terça-feira (27), no interior no Paraná, assumiu a feição de atentado político, “de emboscada”, quando dois ônibus que transportavam jornalistas e convidados foram atingidos por balas.

É inadmissível a leniência e a omissão dos governos estaduais e também do governo federal em garantir a segurança do ex-presidente e de sua comitiva, da qual também chegou a fazer parte a ex-presidenta Dilma Rousseff. As bárbaras agressões físicas e até ​com ​armas de fogo tentam impedir o direito constitucional de ir e vir de dois ex-presidentes da República.

Os cúmplices paulistas do atentado a Lula

Por Gilberto Maringoni, na revista Fórum:

O fato mais grave do dia não é o atentado a tiros à comitiva do presidente Lula, no Paraná.

O fato mais grave do dia é o aval que Geraldo Alckmin e João Doria deram à tentativa de homicídio do líder petista e seus companheiros.

Da disputa de narrativas sobre a morte – e a vida – de Marielle Franco, passamos, neste caso, à uma desfaçatez ainda maior. Agora a extrema-direita não está tentando fazer valer alguma calúnia de que Lula seria amigo de Marcinho VP ou se andava com bandidos.

Lula: 'O culpado desse ódio chama-se Globo'

Em Curitiba (PR), 28/3/18. Foto: Ricardo Stuckert
Da Rede Brasil Atual:

No ato que encerrou a quarta etapa da Caravana de Lula pelo Brasil em Curitiba, a defesa da democracia e a condenação aos atos de agressão sofridos pela comitiva do ex-presidente deram a tônica de vários dos discursos feitos na noite desta quarta-feira (28).

"Nós não podemos jamais nos dividir naquilo que é central. O Brasil vive há dois anos sob um comando golpista. Sofremos um golpe que, além de antidemocrático, tem um sentido antinacional, ressaltou a pré-candidata à presidência da República Manuela d'Ávila (PCdoB). "É o golpe da entrega do Brasil, do pré-sal, do congelamento dos investimentos sociais. Que pensa a partir da judicialização da política, para que Lula não possa concorrer às eleições."

Quem puxou gatilho contra Lula foi Bolsonaro

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O Ministério Público acolheu representação do Coletivo de Advogados pela Democracia (CAAD) contra dez suspeitos do atentado a bala contra o ex-presidente Lula. Foi fácil identificar os suspeitos através de grupos de whats app nos quais foi tramado o ataque ao ex-presidente. Todos os suspeitos são de grupos que apoiam Jair Bolsonaro.

Matéria da revista Brasil de Fato revelou uma coleção impressionante de prints de conversas dos criminosos em grupos de Whats App nos quais combinaram os ataques ao ex-presidente Lula e à sua comitiva.

“A culpa é do PT” até na hora de levar tiro

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Se alguém é assassinado neste país hoje ela será uma vítima ou a culpada de sua própria morte, a depender da raça, gênero, classe social, origem, orientação sexual e posição ideológica. Se for branco ou homem ou rico ou heterossexual ou de direita ou tudo isso junto será vítima. Se for negra ou pobre ou LGBT ou de esquerda ou tudo isso junto, “está colhendo o que plantou”.

Foi assim com Marielle e é assim com os ataques a bala contra a caravana do ex-presidente Lula. Felizmente, ninguém se feriu. Mas é preocupante que um governador de Estado do PSDB, adversário do petista, culpe a vítima pela violência sofrida, incitando a que haja mais violência ideológica. “Eles estão colhendo o que plantaram”, disse Geraldo Alckmin, ecoado pelo aliado João Doria. “O PT sempre utilizou da violência, agora sofreu da própria violência.”

Viver no Brasil está virando um calvário

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Em qualquer país civilizado do mundo um atentado contra um ex-presidente da República seria motivo de comoção generalizada e objeto de repúdio por parte das forças políticas e da sociedade. Aqui não são poucos os que põem a culpa na vítima.

O bárbaro assassinato da vereadora Marielle Franco, trucidada por denunciar a violência praticada por agentes do Estado contra negros, pobres e favelados, e a chacina dos jovens de Maricá são retratos sem retoques do Brasil de hoje.
 

O novo codinome da privatização

Por Gilberto Bercovici e Felipe Coutinho, no site Carta Maior:

Pesquisa recente apontou que 70% dos brasileiros são contra a privatização da Petrobrás, enquanto 78% são contra o capital estrangeiro na companhia. (Folha de S.Paulo, 2018) Talvez por isso a atual direção da Petrobras evite usar a palavra “privatização”. Sob o eufemismo “parcerias e desinvestimentos”, o plano estratégico tem a meta de privatizar US$ 34,7 bilhões de ativos da estatal entre 2015 e 2018. (Petrobras, PNG 2017-2021, 2016) (Petrobras, PNG 2018-2022, 2018).

As privatizações têm sofrido questionamentos na Justiça e no Tribunal de Contas da União (TCU). Em março de 2017, a Petrobras divulgou que “adaptou o seu programa de desinvestimentos à sistemática aprovada pelo TCU”. A adaptação teve resultado sobre as vendas em andamento e não surtiu efeito sobre os projetos cujos contratos de compra e venda já haviam sido assinados.

Temer e a regulamentação da Lei da Grilagem

Por Luiza Dulci, no site Brasil Debate:

Em 15 de março de 2018 foram publicados os Decretos n. 9.309; 9.310; e 9.311, que regulamentam a Lei n. 13.465/2017, por sua vez derivada da Medida Provisória 759, de 22 de dez/2016, conhecida como a MP da Grilagem – sobre a qual já discutimos em artigo anterior. A lei derivada da MP expressa o projeto do atual governo em relação ao ordenamento territorial do país; enquanto os três decretos autorizam os órgãos públicos a por a mão na massa para executá-lo.

Deputados tentam calar o Sindifisco-MG

Do site do Sindifisco-MG:

O Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de Minas Gerais (Sindifisco-MG) está sendo processado por três deputados federais mineiros – Raquel Muniz, Mizael Varella e Diego Andrade – em razão da campanha publicitária contra a reforma da Previdência assinada pelo sindicato e veiculada em todo o Estado. Os deputados foram citados nas peças da campanha como parlamentares que apoiam a reforma, com base em levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).

quarta-feira, 28 de março de 2018

Caravana de Lula: Tiros contra a democracia

Em Curitiba (PR), 28/3/18. Foto: Ricardo Stuckert
Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

O atentado à caravana de Lula é o mais grave episódio do gênero desde o ainda inexplicado acidente automobilístico que levou à morte o presidente Kubitschek, na Via Dutra, em 1976. É bom lembrar que o relatório da Comissão da Verdade de Minas Gerais, recentemente divulgado, destacou o caso de JK como uma das investigações devidas à sociedade brasileira. A morte do ex-presidente não foi devidamente explicada.

O aperitivo de chumbo do fascismo

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O ataque a tiros ao ônibus de Lula tem vários autores, além do criminoso que apertou o gatilho pelo menos três vezes, ao mesmo tempo em que “minavam” a estrada com “miguelitos”, para furarem os pneus dos veículos e facilitar os disparos.

São aqueles que açularam as bestas- feras.

São muito bem apessoados e distintos, usando paletós e togas, sentados nos tribunais e redações.

Jungmann não garante segurança a Lula

O STF diante da Globo e o atentado a Lula

Por Carlos Fernandes, no blog Diário do Centro do Mundo:

Os ataques fascistas à caravana do ex-presidente Lula na região Sul do país subiram mais um degrau na escalada do terror.

Além de maníacos estarem utilizando-se de trincheiras típicas de guerra, dois ônibus da comitiva foram atingidos nesta terça (27) por pelo menos quatro tiros.

Por sorte, ninguém ficou ferido. Desta vez.

Já é dado como certo por 10 em cada 10 analistas da política brasileira que em 2018 não teremos uma campanha, mas uma verdadeira contenda com consequências imprevisíveis.

A melhor defesa de Lula contra tiros

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Os tiros que atingiram a caravana de Lula, ontem, devem inspirar uma reflexão demorada sobre um novo patamar atingido pela violência política no país. A segurança de Lula deve ser reforçada em todos os pontos. Medidas preventivas imediatas devem ser tomadas.

No plano político, a responsabilidade do governo federal - que tem a guarda constitucional dos ex-presidentes da República - deve ser ressaltada e cobrada. Um governo capaz de montar uma bilionária intervenção federal no Rio de Janeiro não pode ficar de braços cruzados nem fazer ares de surpresa diante da caçada contra o mais popular político brasileiro. Não tem o direito de fingir que não sabe o que está acontecendo.