quarta-feira, 25 de abril de 2018

STF desloca Moro e Globo reage furiosa

Por Jeferson Miola, em seu blog:

A Globo reagiu com um jornalismo-lixo à decisão da segunda turma do stf de tirar das mãos do Moro as delações contra Lula, para transferi-las para a jurisdição devida, que é a justiça federal em SP.

O jornal nacional dedicou 14 segundos para a formalidade de comunicar a decisão do stf e, em seguida, dinamitou Lula durante quase 8 minutos numa reportagem enviesada e acusatória – uma proporção 35 vezes maior de tempo televisivo para acusar e condenar do que o tempo televisivo para comunicar formalmente o fato [a decisão do stf favorável a Lula].

Barbosa pode ser o candidato do desespero

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Nenhuma pessoa com quem tenho falado é capaz de dizer qualquer coisa sobre Joaquim Barbosa, além do fato de ele ter sido presidente do STF e o relator do mensalão do PT que mandou a cúpula do partido para a cadeia.

A mesma dificuldade enfrentam meus colegas colunistas que se encantaram com a figura, apesar de ele ainda não ter assumido a candidatura nem se manifestado sobre os seus planos.

Alguém sabe o que ele fazia antes de ser indicado por Lula para o Supremo Tribunal Federal?

Costuras no centro do tabuleiro político

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

O desespero das chamadas forças de centro-direita aumenta a cada pesquisa apontando o risco de ficar fora do segundo turno com sua dispersão entre tantos candidatos. Neste final de semana circulou a pesquisa do Datapoder360, instituto nascente do site Poder360, que fechou o foco da consulta estimulada nos sete candidatos hoje mais competitivos, os que vêm obtendo mais de 5% nas sondagens, excluindo Lula. Joaquim Barbosa ficou em segundo lugar, com 16%, atrás de Bolsonaro, com 22%. Ele derrotaria, em eventual segundo turno, tanto o deputado ultradireitista (37% a 32%) como o tucano Geraldo Alckmin (41% a 18%). Diante de mais este aviso, o PSDB vai acelerar as articulações com outros partidos e candidatos do mesmo campo em busca de uma convergência, o que significaria a desistência de alguns em favor de Geraldo Alckmin.

Aécio ficou só, enquanto Dilma é aplaudida

Por Mário Magalhães, no site The Intercept-Brasil:

O escritor e jornalista Gabriel García Márquez bronqueava com títulos jornalísticos que parafraseiam títulos de livros dele. O colombiano depreciava-os como um velório da criatividade. No princípio, vá lá, talvez soassem como sacadas espertas as variações em torno de Cem anos de solidão, Crônica de uma morte anunciada, O general em seu labirinto e Ninguém escreve ao coronel (tradução da edição brasileira, com inversão do sujeito, melhor do que o original em castelhano El coronel no tiene quien le escriba). Logo as citações se repetiram demais, quedaram previsíveis, senilizaram.

Anastasia, o conseglieri do poderoso chefão

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O filme “O Processo”, documentário da cineasta Maria Augusta Ramos, sobre o impeachment, tem dois personagens principais.

Um deles, falante, retórico, excepcional orador é o ex-Ministro José Eduardo Cardoso, sem o qual não teria sido possível nem o filme, nem o impeachment.

O outro, quieto, impassível, irredutível a qualquer argumento, o relator do pedido de admissibilidade da Comissão de Justiça do Senado, e principal artífice político do impeachment, Antonio Anastasia.

terça-feira, 24 de abril de 2018

Golpismo nicaraguense tira a máscara

Foto: Jorge Torres/EFE
Por Igor Fuser, em sua página no Facebook:

Os estudantes de direita já estão na rua em Manágua, com a bandeira nacional, pedindo o fim do governo sandinista de Daniel Ortega, um presidente eleito com mais de 70% dos votos. Nas fotos só aparece gente branquinha, num país mestiço e indígena. A CNN está lá, com sua jornalista-âncora, Patricia Janiot, jogando lenha na fogueira. O quartel-general de mais essa "revolução colorida" é a Universidade Politécnica, onde estudam os filhos da elite. Conhecemos bem esse filme e sabemos como termina, quem são os autores e principalmente o diretor, que mora em Washington e fala inglês. Só muda o cenário. A Nicarágua é a bola da vez.

"País vive tragédia grega do século 21"

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

O golpe iniciado em 2016 é “uma tsunami política que tem um objetivo muito claro: remover qualquer traço de potencial soberania do Brasil, eliminar o Brasil do cenário geopolítico mundial como uma voz dissidente nas Américas e sabotar os Brics”. A avaliação é do neurocientista Miguel Nicolelis em entrevista ao Tutaméia.

Para ele, a situação atual é muito pior do que a vivida nos idos de 1964: agora o golpe “carrega dentro dele a semente da destruição, a obliteração total de qualquer vestígio de soberania brasileira”.

O amigo de Moro e a reforma do triplex

Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

No início de 2017, o juiz Sergio Moro e Tribunal Regional Federal da 4a. Região negaram à defesa do ex-presidente Lula a produção de uma prova que poderia desmontar a farsa da reforma no triplex do Guarujá atribuído a Lula.

A defesa do ex-presidente pediu ao juiz Sergio Moro uma série de provas e depoimento de testemunhas para demonstrar que Lula não era dono do triplex nem tinha nenhuma relação com as supostas reformas no imóvel.

Moro negou, sob argumento de que tais provas eram “impróprias”, “inadequadas aos fins pretendidos”, “impertinentes” ou “irrelevantes”.

Luta de classes e o partido-mídia

Por Emiliano José, na revista Teoria e Debate:

Uma coisa nós podemos afirmar, sem receio de errar: as forças democráticas de qualquer matiz, as organizações populares e de esquerda, os que têm compromisso com a soberania nacional e com os direitos da população brasileira, especialmente aqueles voltados a garantir vida digna aos mais pobres, não terão vida fácil nessa quadra histórica se depender da atuação da mídia hegemônica. Uma palavra: não obstante as notáveis mudanças provocadas pela emergência das novas tecnologias da informação, com o surgimento das redes sociais, as grandes redes de televisão, com destaque para a Rede Globo, continuam a exercer o papel mais poderoso na construção do consenso por parte dos dominantes, tendo como coadjuvantes os grandes jornais, malgrado em decadência, e as revistas semanais de informação e os veículos impressos regionais, que fazem eco da grande mídia.

O silencioso crescimento da dívida pública

Por Marcio Pochmann, no site da Fundação Maurício Grabois:

O crescimento da dívida pública no mandato da presidenta Dilma democraticamente eleita foi apresentado como grande catástrofe para o Brasil, capaz de justificar - à luz dos interesses dos rentistas – o golpe político que permitiu a ascensão do governo Temer. Entre dezembro de 2010 e maio de 2016, último mês do governo Dilma, a Dívida Líquida Consolidada do Setor Público passou de 38% para 39,2% do Produto Interno Bruto (PIB), o que revelou aumento acumulado em 65 meses de 3,2% (ou 0,05% ao mês).

Aécio Neves, o golpista engolido pelo golpe

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

O golpe tem se mostrado pragmático e não poupa nem mesmo aliados em nome de seus objetivos. Para compensar a prisão sem provas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seria preciso mostrar à opinião pública que "a justiça é para todos" e, neste caso, tinha-se à mão um político já descartado para as urnas e abandonado por seus correligionários. O senador Aécio Neves (PSDB-MG), poupado durante dois anos e dono de extensa ficha policial, era, portanto, o nome perfeito para o papel. Acusado de solicitar e receber do mega empresário Joesley Batista, dono da JBS, R$ 2 milhões em propina, em troca de usar o cargo de senador a favor daquela empresa, Aécio se tornou réu em um processo aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) na terça-feira, 17 de abril, sob acusação de corrupção e obstrução de Justiça. O tucano foi flagrado em conversa gravada pela Polícia Federal (PF), com autorização da Justiça.

BC nas mãos da aristocracia financeira

Por Paulo Kliass, no site Outras Palavras:

A edição do Plano Real em 1994 marcou o início de uma nova fase de coordenação dos instrumentos de política macroeconômica em nosso país. Após uma série de tentativas não exitosas de controle das altas taxas de inflação que marcou as décadas de 1980 e 1990, finalmente a dinâmica econômica e social passou a responder positivamente às mudanças do novo padrão monetário. A adoção da nova moeda fazia parte de um conjunto mais amplo de medidas de política econômica, dentre as quais o sistema de metas de inflação.

MP da reforma trabalhista foi uma fraude

Editorial do site Vermelho:

Uma das marcas do governo do usurpador Michel Temer é o uso de “espertezas” maléficas, sobretudo quando se trata de eliminar direitos dos trabalhadores.

Esta característica foi confirmada, mais uma vez, nesta segunda feira (23), quando caducou a Medida Provisória 808 (MP 808), enviada para a Câmara dos Deputados em 14 de novembro de 2017, e que adotava algumas mudanças na famigerada Lei 13.467/2017, a contrarreforma trabalhista.

Temer desmonta o Sistema Único de Saúde

Ilustração: Marcio Baraldi
Por Aristóteles Cardona Júnior, no jornal Brasil de Fato:

Há pouco menos de um ano, escrevi aqui no Brasil de Fato sobre o processo de fechamento da rede própria do Programa Farmácia Popular. Na ocasião, denunciava o golpe no programa que levaria ao fechamento de mais de 400 farmácias instaladas estrategicamente em locais de maior necessidade no país. Menos de um ano depois, o assunto volta à tona. Não satisfeitos com estes fechamentos, o governo de Temer agora põe em risco o convênio que sustenta o Programa Aqui Tem Farmácia Popular, que beneficia milhões de pessoas, fornecendo medicamentos através de parceria com farmácias da rede privada.

Curitiba, um foco de resistência por Lula

Foto: Ricardo Stuckert
Por Carlos Alberto Mattos, no site Carta Maior:

Todos os homens e mulheres que há duas semanas perseveram na vigília diante da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, sabem que sua persistência não será bastante para tirar o ex-presidente daquele prédio sinistro. No entanto, diante da garra e da fé com que todos se lançam nesse ato de resistência popular, a gente quase acredita que vai ver Lula, a qualquer momento, descer aquela ladeira rumo à liberdade e aos braços do povo.

O martírio de Lula impulsiona o PT

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O Globo e o Estadão, como se as pessoas fossem bobas, dão destaque a uma frase protocolar de Lula, em sua carta ao Diretório do PT, para que o partido “fique à vontade” em relação a defesa de sua candidatura presidencial. Tão protocolar que, de imediato, os dirigentes petistas reafirmaram que não há hipótese, neste momento, de apoiar outro candidato, embora, claro, isso possa acontecer à frente.

Derrota no Paraguai e as próximas batalhas

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Além de uma votação bem inferior ao que era anunciado pelas pesquisas, não há nada a comemorar na vitória de um candidato conservador, Mario Abdo Benitez, nas eleições presidenciais do Paraguai.

Num continente que desde 2009 enfrenta uma sequencia de três golpes de Estado destinados a enfraquecer a democracia e derrubar governos comprometidos com os interesses da maioria, a eleição de um herdeiro dos esquemas criados ainda na ditadura de Alfredo Stroessner, a mais longa ditadura do região, é um acontecimento lamentável ainda que previsível. O Paraguai é um país que há 70 anos encontra-se sob domínio de uma mesma oligarquia política, com um único intervalo - o governo deposto de Fernando Lugo, que ocupou a presidência entre 2008 e 2012.

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Não há golpe perfeito!

Ocupar, resistir, produzir: As feiras do MST

Brasil? Leva que é de graça

Por Carlos Drummond, na revista CartaCapital:

Caso se concretize a intenção do Ministério da Fazenda anunciada na quarta-feira, 4, de reduzir a alíquota das importações de bens de capital de 14% para 4% e a de produtos de informática e de telecomunicações de entre 6% e 16% para a média internacional, conseguirá a indústria nacional sobreviver à avalanche inevitável de produtos acabados produzidos no exterior?

Há risco de um baque fatal, alertam economistas e empresários. “Não fomos chamados para discutir essa proposta. Não há estudos sobre o impacto da medida”, reclamou aos jornais José Velloso, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). “A ideia é absurda. Com tarifas rebaixadas o País terá pouco ou nada a barganhar com os países desenvolvidos em futuras negociações”, protestou Humberto Barbato, presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).