sábado, 19 de maio de 2018

Temer, paladino do governo para ricos

Por Marcio Pochmann, no site da Fundação Perseu Abramo:

Após dois anos de gravíssima recessão, a economia brasileira encontra-se em ritmo de estagnação, com anomalias próprias de um capitalismo controlado por equivocado receituário neoliberal.

Em sua nova versão desde o desastre dos anos de 1990 em administrar as finanças públicas, com dívida líquida saltando de 30% para 60% do PIB entre 1995 e 2002, a atual equipe "dos sonhos do mercado financeiro" do governo Temer teima em fracassar duplamente.

De um lado, o neoliberalismo adotado voltou-se ao ataque dos direitos sociais, promovendo o desmonte das políticas públicas, com a retirada dos pobres do orçamento governamental e o rebaixamento do investimento ao menor patamar das últimas cinco décadas.

Austeridade de Temer é machista!

Por Ana Luiza Matos de Oliveira, Ana Paula Guidolin e Pedro Rossi, no site Brasil Debate:

O governo tem uma mão direita, o “lado masculino”, e uma mão esquerda, o “lado feminino”, disse certa vez o sociólogo Pierre Bourdieu (e que pode ser visto aqui, a partir do minuto 11:20). Para ele, atribui-se socialmente ao lado masculino as instituições que organizam a economia e ao lado feminino é atribuída a área social.

Essa distinção pode ser observada no plano da subjetividade, no qual o cuidado e a sensibilidade são vistos como características “naturais” (mas socialmente atribuídas) ao “lado feminino”, enquanto o “lado masculino” é associado ao rigor, à razão e à disciplina.

O jogo das alianças na disputa presidencial

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Até agora, os candidatos a presidente se movimentaram como atores num palco nacional fictício, iluminado pela mídia, numa ilusória desconexão com a política nos estados, onde os governadores e candidatos a governador serão peças da maior relevância. Dificilmente um candidato a presidente vai longe sem dispor de boas alianças com governadores ou caciques estaduais. São eles que levam a campanha aos municípios, onde a vida real acontece. O jogo dos palanques regionais está atrasado mas teve marco importante com a reunião dos governadores do Nordeste e de Minas, ontem em Recife.

Um pacto pós-eleitoral na Venezuela

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Às vésperas de uma eleição presidencial decisiva para um país em colapso econômico e dissolução do regime político, a Venezuela se encontra no meio de um debate conduzido por dois personagens improváveis - o próprio Nicolas Maduro, candidato a reeleição, e o líder socialista espanhol José Luiz Zapatero. O assunto é o pós-eleitoral.

De volta a atividade política após uma aposentadoria compulsória em função do esfrangalhamento dos socialistas na crise de 2008-2009, que expôs as concessões sem limites ao capital financeiro da política econômica do PSOE nos sete nos que atuou como presidente do governo da Espanha, no início do ano Zapatero tornou-se o principal fiador externo dos acordos na Republica Dominicana que permitiram a convocação das eleições deste domingo na Venezuela.

Papa Francisco chama a mídia de golpista

Do blog Socialista Morena:

O papa Francisco fez uma homilia com acusações duríssimas à imprensa comercial na missa matutina desta quinta-feira, em que parecia se referir a Lula, Dilma e ao Brasil. Só faltou chamar diretamente a mídia de “golpista”. “Criam-se condições obscuras” para condenar a pessoa, disse o Papa, comparando o método ao mesmo pelo qual perseguiram Jesus, Paulo, Estevão e todos os mártires da igreja.

Os privatistas de palanque

Por André Araújo, no site da Fundação Maurício Grabois:

Na esteira da cruzada moralista rebrotou com mais força do que em 1994 a campanha pela privatização das empresas estatais brasileira, agora não por uma razão econômica como no governo FHC e sim por questões morais, para evitar a corrupção.

Jornalistas políticos e comentaristas de economia malham a tecla da privatização de todas as estatais para evitar corrupção, o que serve como uma luva para o ultra neoliberalismo que quer a privatização por razões ideológicas, na esteira de que o mercado é sempre melhor que o Estado. As correntes assim se encaixam, os moralistas e os neoliberais se dão as mãos para juntos liquidarem com as empresas estatais e venderem tudo o que o Estado criou a partir dos anos 50 e no caso do Banco do Brasil e Caixa antes da própria Republica, com a finalidade de promover o desenvolvimento de um País que patinava na estagnação.

'Quando as ruas falam, a história ouve'

Por Joaquim Ernesto Palhares, no site Carta Maior:

Uma gigantesca manifestação, com mais de 500 mil pessoas, paralisa a principal capital do país. Em todas as regiões, surgem manifestações e começa uma greve geral que durará semanas. Os protestos, iniciados por estudantes, principalmente universitários, ganham adesão da massa trabalhadora e se transformam em revolta generalizada: dez milhões de trabalhadores e estudantes aderem à greve, a maior do mundo.

A Assembleia Nacional é dissolvida e a esquerda partidária, com receio de perder espaço político, entra nas manifestações. Semanas depois, os trabalhadores obtêm aumento de 35% do salário mínimo e de 10% em média para os restantes níveis salariais. Comissões de fábrica, antes proibidas, foram conquistadas e passam a ser abertas em cada empresa.

Israel: 70 anos de brutalidade

Por Greg Shupak, no site Outras Palavras:

Em 14 de maio de 1948, setenta anos atrás, Israel lançou sua “declaração de independência”. Desde então, todo dia 15 de maio tem sido o Dia Nakba quando os palestinos marcam a limpeza étnica sofria por seu povo depois da criação de Israel. [Nakba é uma palavra árabe que significa “desastre” ou “catástrofe”, termo similar a shoá em hebraico, que os judeus utilizam para designar o massacre nazista – nota OP]. Este Dia Nakba foi marcado pela Grande Marcha de Retorno, uma grande mobilização em massa até a cerca que Israel ergueu para separar Gaza e Israel, para manifestar seu desejo de passar pela barreira. Até o momento, Israel já matou pelo menos 52 manifestantes palestinos, no que a Anistia Internacional chamou de “uma violação repugnante da lei internacional”, envolvendo “o que parecem ser assassinatos intencionais, que constituem crimes de guerra”.

Zé Dirceu: 'Subestimamos a direita'

Por Rafael Tatemoto, no jornal Brasil de Fato:

Apesar da convicção de que seria preso em breve, José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil no governo Lula e um dos principais formuladores políticos do Partido dos Trabalhadores (PT), se mantinha calmo quando recebeu o Brasil de Fato, na segunda-feira (14), para a última entrevista formal que daria antes de ter sua prisão determinada pela segunda vez.

Dirceu se apresentou à Polícia Federal (PF) na tarde desta sexta (18) para cumprir a pena de 30 anos e nove meses de prisão confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) na última quinta (17).

Direita luta pelo direito de mentir!

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Papa Francisco excomungou a TV Globo?

Por Altamiro Borges

O Papa Francisco, que tem sido vítima de conspirações dos setores reacionários da Igreja Católica, parece que não se intimida. Nesta quinta-feira (17), em sua homilia, ele fez duras críticas ao papel desestabilizador da mídia hegemônica. Em um recado que até poderia ser endereçado à Rede Globo, ele afirmou que ao caluniar sem provas as autoridades públicas a imprensa cria as condições para “golpes de Estado”. O religioso não citou o exemplo brasileiro, como o falso impeachment de Dilma Rousseff que conduziu ao poder a quadrilha de Michel Temer. Mas a denúncia da manipulação midiática se encaixa perfeitamente.

Cadê a ação penal contra chefão do Bradesco?

Por Altamiro Borges

No início de maio, o Jornal do Brasil informou que o Ministério Público Federal (MPF) defendeu o desarquivamento de uma ação penal por corrupção contra o presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco. Em 2016, uma denúncia por lavagem de dinheiro foi apresentada pela força-tarefa da Operação Zelotes, que investiga a sonegação e a evasão de divisas no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão ligado ao Ministério da Fazenda. “Em junho de 2017, entretanto, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) concedeu um habeas corpus ao executivo e trancou a ação, por entender não haver provas suficientes para o andamento do processo”. Agora, porém, o MPF voltou à carga e pediu novas investigações.

Casamento real, Sabrina e a mídia frívola

Por Altamiro Borges

“A televisão é a maior maravilha da ciência a serviço da imbecilidade humana” – Barão de Itararé

Nos últimos dias, a mídia vira-lata, com seu complexo colonizado, tem dado enorme destaque para o “casamento real” do príncipe Harry com a atriz estadunidense Meghan Markle. Até parece que os brasileiros são súditos servis da coroa britânica. A Rede Globo usa a sua concessão pública de tevê para imbecilizar os nativos, com frivolidades que agridem o cotidiano carregado de sofrimento de milhões de desempregados e miseráveis. As futilidades servem para amortecer as maldades impostas pela quadrilha de Michel Temer, que só assaltou o poder graças ao apoio da golpista famiglia Marinho.

As relações entre doleiros e endinheirados

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

O fim da escravidão no Brasil faz aniversário dia 13. Em 130 anos, o País tornou-se a oitava maior economia do mundo e a décima mais desigual. Quem ganhou 10 mil reais por mês no ano passado faz parte dos 10% mais ricos. Renda acima de 27 mil bota a pessoa no clube do 1%.

Os endinheirados são a “elite” dirigente nacional, a casa-grande responsável pela abolição da escravatura por aqui ter sido a última nas Américas, embora muitos deles se sintam “classe média”. Ao serem eleitos, os atuais prefeitos, governadores, senadores, deputados estaduais e federais tinham patrimônio médio de 1,2 milhão de reais.


Mídia tomou a fake news como sua bandeira

Da Rede Brasil Atual:

O Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé promoveu, na noite desta terça-feira (15), um debate sobre o papel da "mídia monopolista, que pautou, insuflou e vem sustentando a farsa golpista" que colocou Michel Temer na presidência da República. O encontro marcou o lançamento do livro Enciclopédia do Golpe – Volume 2 – O Papel da Mídia(Editora Praxis), composto por 28 verbetes escritos por jornalistas, acadêmicos, cientistas políticos, filósofos e historiadores.

Participaram da discussão os jornalistas Maria InêsNassif, Paulo Henrique Amorim e Laurindo Lalo Leal Filho. O diretor da revista Carta Capital, Mino Carta, esperado no evento, não pôde comparecer.

Aloysio Nunes, um macho-man no Itamaraty

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Poucas vezes na história do Brasil viu-se chanceler mas sem noção do que Aloysio Nunes. Nada surpreendente para um governo que tem Elsinho Mouco como marqueteiro, Eliseu Padilha como Chefe da Casa Civil, e Moreira Franco como o estrategista dos macro-negócios.

Mesmo nesse time de campeões, Aloysio tem merecido justo destaque.

Para rebater manifesto de algumas das maiores lideranças mundiais, em favor de Lula, recorreu ao mesmo estilo que emprega em bate-bocas com manifestantes em aeroportos ou em guerrilhas de Twitter: o do macho latino-americano, que não leva desaforo para casa.

Corrupção no futebol e o cinismo da Globo

Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

Em um programa da SporTV de ontem, o jornalista Martin Fernandez, do Globoesporte.com, falava sobre a reportagem que fez com a divulgação de grampos do empresário J. Havilla na investigação realizada pelo FBI sobre a corrupção no futebol. O jornalista Kléber Leite, ex-presidente do Flamengo e dono de uma empresa de marketing esportivo, a Klefer, foi um dos citados.

Ele aparece em diálogos em que, supostamente, fala a J. Hawilla, dono de afiliadas da Globo, que pagava propina para Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero. Quem fala os nomes dos dirigentes é J. Hawilla, provavelmente orientado pelos investigadores americanos.

Doria, Moro e a tragédia brasileira

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Duas imagens nos jornais desta quinta-feira retratam com fidelidade a tragédia brasileira, dois anos após o golpe.

Numa delas (ver post anterior), João Doria e Sergio Moro festejam em Nova York a entrega do premio “Personalidade do Ano” outorgado ao juiz.

João Doria deveria estar em São Paulo, acudindo as vítimas do desabamento do prédio dos sem teto, mas abandonou o cargo 33 meses antes do final do mandato para se candidatar a governador.

Dois anos de Temer: Brasil ladeira abaixo

Editorial do site Vermelho:

Contrariando a encenação de otimismo de Michel Temer na desprestigiada cerimônia no Palácio do Planalto que registrou os dois anos do golpe de 2016, as agências do próprio governo, que estudam o cenário econômico, mostram a dramática situação a que foi levado o Brasil e suas consequências para o povo brasileiro.

O IBGE reiterou a descrição deste cenário tenebroso e mostrou, nos dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (PNAD) recém divulgados, que quase 30 milhões de brasileiros estão desempregados ou subempregados – são 27,7 milhões em números exatos. Isto é, um em cada quatro brasileiros em condição de trabalhar está ou desempregado ou subempregado.

A prisão de Dirceu condena seus algozes

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Os 30 anos e nove meses de prisão confirmados hoje pelo TRF-4, o chancelador das decisões de Sérgio Moro na Lava Jato, com o requinte de sadismo de aumentar a pena original, que era de “apenas” 20 anos de encarceramento dispensa maiores considerações sobre o processo fático.

Revela, antes de tudo, que se trata de uma sentença produzida por gente que, em razão do seu ódio político, é capaz de ultrapassar, em várias vezes, o que qualquer juiz brasileiro faria apenando José Dirceu a mais tempo de cadeia do que a lei imputaria a um assaltante a mão armada que matasse sua vítima.