Por Altamiro Borges
O Papa Francisco, que tem sido vítima de conspirações dos setores reacionários da Igreja Católica, parece que não se intimida. Nesta quinta-feira (17), em sua homilia, ele fez duras críticas ao papel desestabilizador da mídia hegemônica. Em um recado que até poderia ser endereçado à Rede Globo, ele afirmou que ao caluniar sem provas as autoridades públicas a imprensa cria as condições para “golpes de Estado”. O religioso não citou o exemplo brasileiro, como o falso impeachment de Dilma Rousseff que conduziu ao poder a quadrilha de Michel Temer. Mas a denúncia da manipulação midiática se encaixa perfeitamente.
“Essa instrumentalização do povo é também um desprezo pelo povo, porque o transforma em massa. É um elemento que se repete com frequência, desde os primeiros tempos até hoje... O que aconteceu? Fizeram uma lavagem cerebral e mudaram as coisas. E transformaram o povo em massa, que destrói... Criam-se condições obscuras para condenar uma pessoa na vida civil, na vida política, quando se quer fazer um golpe de Estado... A mídia começa a falar mal das pessoas, dos dirigentes, e com a calúnia e a difamação essas pessoas ficam manchadas”. Ao final, o Papa acrescentou – o que reforça a lembrança do Brasil – que depois deste ataque, “chega a Justiça, as condena e, no final, se faz um golpe de Estado”.
Esta não é primeira vez que o Papa critica a manipulação da mídia. Em janeiro passado, ele condenou as "fake news", afirmando que jornalistas e usuários de redes sociais deviam rejeitar e desmascarar as "táticas de serpente" dos que fomentam a divisão para servir a interesses políticos e econômicos. "Notícias falsas são um sinal de atitudes intolerantes e hipersensíveis e levam apenas a difusão de arrogância e ódio. Esse é o resultado final da mentira”. Já em março de 2013, ele havia feito um duro discurso contra as manipulações à Associação Corallo, uma rede de televisão e rádio da Itália:
“Para mim, os pecados da mídia, os maiores, são aqueles que seguem pelo caminho da mentira e são três: a desinformação, a calúnia e a difamação. Estes dois últimos são graves, mas não tão perigosos como o primeiro. Por quê? Eu vos explico. A calúnia é pecado mortal, mas se pode esclarecer e chegar a conhecer que aquela é uma calúnia. A difamação é um pecado mortal, mas se pode chegar a dizer: ‘esta é uma injustiça, porque esta pessoa fez aquela coisa naquele tempo, depois se arrependeu, mudou de vida’. Mas a desinformação é dizer a metade das coisas, aquilo que para mim é mais conveniente e não dizer a outra metade. E assim, aquilo que vejo na TV ou aquilo que escuto na rádio não posso fazer um juízo perfeito, pois não tenho os elementos e não nos dão estes elementos. Destes três pecados, por favor, fujam! Desinformação, calúnia e difamação”.
O Papa Francisco, que tem sido vítima de conspirações dos setores reacionários da Igreja Católica, parece que não se intimida. Nesta quinta-feira (17), em sua homilia, ele fez duras críticas ao papel desestabilizador da mídia hegemônica. Em um recado que até poderia ser endereçado à Rede Globo, ele afirmou que ao caluniar sem provas as autoridades públicas a imprensa cria as condições para “golpes de Estado”. O religioso não citou o exemplo brasileiro, como o falso impeachment de Dilma Rousseff que conduziu ao poder a quadrilha de Michel Temer. Mas a denúncia da manipulação midiática se encaixa perfeitamente.
“Essa instrumentalização do povo é também um desprezo pelo povo, porque o transforma em massa. É um elemento que se repete com frequência, desde os primeiros tempos até hoje... O que aconteceu? Fizeram uma lavagem cerebral e mudaram as coisas. E transformaram o povo em massa, que destrói... Criam-se condições obscuras para condenar uma pessoa na vida civil, na vida política, quando se quer fazer um golpe de Estado... A mídia começa a falar mal das pessoas, dos dirigentes, e com a calúnia e a difamação essas pessoas ficam manchadas”. Ao final, o Papa acrescentou – o que reforça a lembrança do Brasil – que depois deste ataque, “chega a Justiça, as condena e, no final, se faz um golpe de Estado”.
Esta não é primeira vez que o Papa critica a manipulação da mídia. Em janeiro passado, ele condenou as "fake news", afirmando que jornalistas e usuários de redes sociais deviam rejeitar e desmascarar as "táticas de serpente" dos que fomentam a divisão para servir a interesses políticos e econômicos. "Notícias falsas são um sinal de atitudes intolerantes e hipersensíveis e levam apenas a difusão de arrogância e ódio. Esse é o resultado final da mentira”. Já em março de 2013, ele havia feito um duro discurso contra as manipulações à Associação Corallo, uma rede de televisão e rádio da Itália:
“Para mim, os pecados da mídia, os maiores, são aqueles que seguem pelo caminho da mentira e são três: a desinformação, a calúnia e a difamação. Estes dois últimos são graves, mas não tão perigosos como o primeiro. Por quê? Eu vos explico. A calúnia é pecado mortal, mas se pode esclarecer e chegar a conhecer que aquela é uma calúnia. A difamação é um pecado mortal, mas se pode chegar a dizer: ‘esta é uma injustiça, porque esta pessoa fez aquela coisa naquele tempo, depois se arrependeu, mudou de vida’. Mas a desinformação é dizer a metade das coisas, aquilo que para mim é mais conveniente e não dizer a outra metade. E assim, aquilo que vejo na TV ou aquilo que escuto na rádio não posso fazer um juízo perfeito, pois não tenho os elementos e não nos dão estes elementos. Destes três pecados, por favor, fujam! Desinformação, calúnia e difamação”.
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