sexta-feira, 18 de maio de 2018

Casamento real, Sabrina e a mídia frívola

Por Altamiro Borges

“A televisão é a maior maravilha da ciência a serviço da imbecilidade humana” – Barão de Itararé

Nos últimos dias, a mídia vira-lata, com seu complexo colonizado, tem dado enorme destaque para o “casamento real” do príncipe Harry com a atriz estadunidense Meghan Markle. Até parece que os brasileiros são súditos servis da coroa britânica. A Rede Globo usa a sua concessão pública de tevê para imbecilizar os nativos, com frivolidades que agridem o cotidiano carregado de sofrimento de milhões de desempregados e miseráveis. As futilidades servem para amortecer as maldades impostas pela quadrilha de Michel Temer, que só assaltou o poder graças ao apoio da golpista famiglia Marinho.

A abordagem crítica sobre a “cerimonia da década” quase inexiste. Isto apesar da festança da aristocracia corrupta e ociosa, que ocorre neste sábado (19) no Castelo de Windsor, custar aos cofres públicos 32 milhões de libras, cerca de 150 milhões de reais. Na televisão, os comentaristas embasbacados e frívolos falam apenas sobre o cardápio da recepção, o vestido da noiva, os presentes para o casal da realeza e os convidados especiais. Até o genocida Donald Trump, o presidente-terrorista dos EUA, chegou a constar da lista oficial, mas foi descartado para evitar constrangimentos.

Nos últimos dias, a mediocridade da mídia comercial não ficou evidente apenas no tal “casamento real”. Outro assunto dominou as colunas de fofocas dos jornalões e das emissoras: a gravidez de Sabrina Sato, apresentadora da Record. A overdose foi tamanha que até o jornalista Maurício Stycer, especialista em tevê, chutou o pau da barraca. No artigo intitulado “Sabrina transforma a sua gravidez num reality constrangedor”, ele criticou a forte exposição e constatou:

“Já faz muito tempo que as celebridades perderam a vergonha de expor as suas maiores intimidades na tevê em troca de audiência e do polimento da imagem. Um dos marcos fundadores desta prática ocorreu em 7 de dezembro de 1997, quando Xuxa deu uma mãozinha a Faustão, que enfrentava a dura concorrência de Gugu Liberato, e anunciou sua gravidez ao vivo no ‘Domingão’. De lá para cá, a situação piorou muito. Ninguém tem mais vergonha de nada. O recato se tornou mercadoria rara. Apresentadores de televisão parecem considerar que têm a obrigação de dividir com o público tudo que acontece em suas vidas privadas. Tudo mesmo... Nesta escalada, nem surpreende a transformação da gravidez de Sabrina Sato numa espécie de reality show patrocinado”.

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