sexta-feira, 1 de junho de 2018

Quem são os "intervencionistas"?

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

O país tem o direito de saber quem são estes “intervencionistas” que, segundo o governo e líderes de caminhoneiros, estão usando de violência para impedir o fim da greve, pregando a derrubada de Temer e uma intervenção militar. Ontem eles mataram a pedrada um caminhoneiro em Vilhena (RO). Altas patentes da ativa, vale dizer, repudiaram as vivandeiras das rodovias. Se elas fossem inofensivas ou insignificantes, a presidente do STF, Cármen Lúcia, não teria feito solene defesa da democracia como “único caminho legítimo”.

A raiz da greve dos caminhoneiros

Por Vitor Filgueiras e José Dari Krein, no site Brasil Debate:

Os preços dos combustíveis têm sido o foco dos debates relacionados ao movimento que praticamente paralisou o transporte de mercadorias no Brasil desde a semana passada. Isso não surpreende, pois, de fato, esses preços (particularmente do diesel) foram o estopim da disputa que estamos assistindo.

Desde então, muito tem se falado na Petrobras e na gestão da empresa, o que é certamente algo bastante relevante, não apenas pela sua influência nos preços dos combustíveis, bem como por conta do papel que a maior empresa do país tem em seu desenvolvimento.Também têm aparecido muitas referências à dependência da economia brasileira em relação ao transporte rodoviário como a variável chave para explicar o imenso impacto das paralisações nas rodovias.

quinta-feira, 31 de maio de 2018

Rádio Timbira na mira do clã Sarney

Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Patrimônio do povo maranhense e símbolo dos esforços por uma comunicação mais democrática no estado, a Rádio Timbira recebeu a solidariedade de comunicadores e ativistas digitais de 17 estados do país, reunidos no 6º Encontro de Blogueir@s e Ativistas Digitais. Durante o evento, que ocorreu nos dias 25 e 26 de maio, em São Paulo, foi aprovada uma moção de repúdio aos ataques que a emissora vem recebendo por parte da oligarquia Sarney.

Nós (...) repudiamos as recentes ameaças contra a liberdade de expressão e pluralidade de vozes que representaram os recentes anúncios de ações judiciais contra a emissora pública do Maranhão, a Rádio Timbira, e contra blogues independentes no estado.

Câmara aprova projeto de dados pessoais

Por Jonas Valente, no site do FNDC:

A Câmara dos Deputados aprovou o projeto que prevê a criação da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (PL 4.060, de 2012). O projeto disciplina a forma como informações são coletadas e tratadas, especialmente em meios digitais, como dados pessoais de cadastro ou até mesmo textos e fotos publicadas em redes sociais.

A matéria foi aprovada por unanimidade na noite de terça-feira (29) e foi encaminhada ao Senado.

Tá lá o PIB estendido no chão

Por Marcelo Manzano, no site da Fundação Perseu Abramo:

Os números das Contas Nacionais divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (30) confirmam o que os brasileiros já vinham sentindo na pele: a economia continua estagnada, sem forças suficientes para engatar um ciclo de recuperação que consiga reverter as perdas da forte recessão do biênio 2015-2016.

Observando-se a evolução dos componentes do PIB pela ótica da demanda (veja no gráfico), percebe-se que, apesar do PIB ter crescido 1,2% no primeiro trimestre de 2018, quando comparado ao mesmo período do ano anterior a intensidade do crescimento foi menor do que vinha sendo registrada nos dois últimos trimestres de 2017 (1,4% e 2,1%).

Temer reduz grana dos programas sociais

Por Miguel Martins, na revista CartaCapital:

Para compensar a queda de 46 centavos no preço do diesel e o congelamento do valor do combustível pelos próximos 60 dias, Michel Temer reduziu benefícios fiscais a setores da economia, mas também cortou recursos em programas de saúde, educação, reforma agrária, ciência, além de cancelar iniciativas para mulheres, jovens e indígenas. Mais de 200 milhões de reais foram retirados apenas das três primeiras áreas.

O governo estima em 9,5 bilhões de reais o custo do programa para subsidiar a redução no preço do diesel e em 4 bilhões de reais a queda na arrecadação. Dos 46 centavos de desconto, 16 são referentes à redução de impostos que incidem sobre combustíveis e outros 30 à subvenção direta para a Petrobras e para os importadores.

O “pibinho” de 2018, "se tudo der certo"

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O Valor dá manchete dizendo que os bancos reduziram suas estimativas para o PIB de 2018.

O índice de 2,37% do Boletim Focus ontem não se sustenta, porque na hora de fornecer previsões, os bancos seguram o pessimismo, porque sabem que fazer alarde dele é prejudicial aos seus interesses.

A sempre otimista com as políticas neoliberais Miriam Leitão, na mesma linha, já dá voz a consultorias que estimam um crescimento de 1,9% este ano, mas “se tudo der certo”.

Francamente, quem espera que “tudo dê certo” até o fim do ano ficou com a sua remessa de remédios retida nas estradas.

Petroleiros garantem: "Não nos calarão"

Do site da Federação Única dos Petroleiros (FUP):

Os petroleiros novamente deixam sua marca na defesa da soberania. A luta contra a privatização da Petrobrás ganhou a sociedade. A categoria colocou em debate os interesses que pautam a política de preços dos combustíveis, deixando claro o projeto da gestão Pedro Parente de sacrificar o povo brasileiro e a soberania do país para cumprir os ditames do mercado financeiro e das grandes corporações internacionais.

Uma questão de soberania nacional

Por Joaquim Ernesto Palhares, no site Carta Maior:

Na semana passada, explodiu no país algo inusitado que uns chamam de locaute outros de greve. A Globo está completamente perdida, não sabe se critica ou apoia. Realiza uma crítica constrangida ao governo golpista de Temer e tenta, de todas as formas, proteger o mercado não menos golpista. Leia-se: salvar a cabeça de Pedro Parente.

O PT e as esquerdas se encontram em difícil posição politica, mas sustentam junto com os trabalhadores da Petrobras forte pressão contra a atuação do presidente da Petrobras que vem picotando a estatal, transformando-a em balcão de negócios escusos e alvo fácil para a privatização, sonho de Fernando Henrique Cardoso e cia.

Adeptos da intervenção apanham do Exército

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O general João Batista Figueiredo, de saudosa memória para fetichistas com fixação em cavalos e homens de uniforme, ficou famoso por declarar, entre outras frases sábias, o seguinte: “Vou fazer deste país uma democracia, e, se alguém for contra, eu prendo e arrebento”.

No fim da tarde de terça, dia 29, patriotas que pediam a intervenção militar tiveram um gostinho do que seria ter seu desejo atendido.

Eles protestavam em apoio à greve dos caminhoneiros em Cuiabá quando foram pegos de surpresa por seus herois.

Democracia de tanque vazio

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

A greve dos caminhoneiros tem apenas uma definição segura: é mais complicada do que supõe as vãs filosofias de todos os quadrantes. É possível enfileirar uma série de explicações, que vão da política de preços ao esgotamento da paciência do brasileiro. Da economia à psicologia social. Da matriz de transporte ao enfraquecimento da representação sindical. Há análises à esquerda e à direita, apontando dedos para o lado contrário. A culpa é do mercado, do neoliberalismo; do excesso de Estado, da falta de Estado.

Os caminhoneiros e o mercado

Por Rodrigo Perez Oliveira, no site Jornalistas Livres:

Na última semana, todos assistimos o desenrolar de um novo capítulo da crise brasileira, talvez aquele que até aqui mais tenha feito a sociedade civil sangrar. Cada vez mais fica claro que golpe é aquele tipo de coisa que custa caro para todos, para golpistas e legalistas.

Os golpistas sofrem por serem golpistas e os legalistas por serem covardes. O golpe não é um evento. É um processo que ainda não terminou.

É óbvio que estou falando da “greve dos caminhoneiros”, que no país inteiro bloqueou as principais estradas e rodovias, causando um gravíssimo problema de abastecimento.

Jesus é a favor do militarismo?

Por Juliana Gonçalves e Emílio Moreno, no site The Intercept-Brasil:

Jesus falou “dai a César o que é de César” e, se César era militar, logo Jesus é a favor do militarismo. Essa é a lógica dos mais de 200 membros do grupo “Intervenção Já!”, que acompanhamos no WhatsApp desde o último domingo. O espaço, que apoia a greve dos caminhoneiros, é usado como um depósito de correntes e memes que vão desde uma lista de falsas reivindicações dos caminhoneiros até a um vídeo “comprovando” uma suposta traição de Marcela Temer. Além disso, revela uma espécie de mundo paralelo.

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Temer fora do palácio, Lula dentro da eleição

Ator Danny Glover participou na noite desta quarta-feira (30)
do “Boa noite, presidente Lula. Foto: Ricardo Stuckert
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O desmanche terminal do governo Temer é um risco para o país e uma ameaça a seu futuro, aos adultos de hoje, de amanhã e depois de amanhã.

Quando a catástrofe se torna visível no horizonte, o único caminho responsável é preparar o retorno à democracia, que se faz pelo respeito à vontade da maioria dos 210 milhões de brasileiros.

Isso quer dizer, em primeiro lugar, respeitar a vontade do povo e garantir a liberdade de Lula - agora.

Combustíveis: como chegamos ao caos

Por Alessandra Cardoso e Nathalie Beghin, no site Outras Palavras:

A greve dos caminhoneiros trouxe à tona a política de preços praticada pela Petrobras. Para determinar os valores dos combustíveis, a estatal tinha como regras básicas, até outubro de 2016: a convergência aos preços internacionais nos médios e longos prazos, reajustes sem periodicidade definida e decisão de preços a cargo da diretoria executiva da empresa.

Em outubro de 2016, a nova direção da Petrobras, liderada por Pedro Parente, mudou radicalmente a política de preços sob os argumentos de que as administrações anteriores aparelharam politicamente a empresa acumulando excessivas perdas financeiras. Os preços passaram a se basear no Preço de Paridade de Importação (PPI), que inclui entre seus custos o frete, transporte, taxas portuárias, adicionados a uma margem para remuneração dos riscos inerentes à operação, entre eles a volatilidade da taxa de câmbio.

Fake news sobre a greve dos caminhoneiros

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Há um motivo óbvio para a crise dos caminhoneiros: uma política de fixação quase diária dos preços de combustíveis, e de dolarização – expondo o consumidor brasileiro a qualquer movimento especulativo global.

Em um país racional, não haveria maiores discussões sobre o tema. Mas nesse país da Maracangalha, criou-se um impasse entre os chamados neoliberais (para diferenciá-los dos liberais racionais). A tal dolarização dos preços de combustíveis seguiu o receituário neoliberal de dolarizar a economia e impedir qualquer ação corretiva da parte do governo. Como admitir que o resultado foi desastroso?

Sair da crise com a volta da democracia

Editorial do site Vermelho:

É difícil encontrar na história da República um governo tão desmoralizado quanto o chefiado por Michel Temer.

Desmoralização que ficou exposta, mais uma vez, nos últimos dias, quando o presidente usurpador tentou em vão demonstrar controle sobre a grave crise que sua própria política irresponsável de preços, praticada pela Petrobras, provocou e colocou o país à beira do colapso.

A raiz dessa desmoralização é a evidente falta de legitimidade do presidente golpista, abandonado inclusive por setores da classe dominante que conspiraram pelo assalto ao poder, em 2016. Setores empresariais aturdidos pela grave crise econômica causada pela política de favorecimento exclusivo aos especuladores financeiros e aos patrões estrangeiros do golpe de 2016, principalmente os Estados Unidos, que abocanham sofregamente parcelas cada vez maiores do patrimônio público, como a Petrobras, e das riquezas brasileiras, como o pré-sal.

Parente afronta o povo e aumenta gasolina

Da Rede Brasil Atual:

Mal terminou o movimento dos caminhoneiros, que teve como ponto central a política de preços da Petrobras, e em plena greve dos petroleiros, a empresa voltará a aumentar a gasolina. A partir de amanhã (31), o preço nas refinarias subirá 0,74%, para R$ 1,9671 o livro. Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), o preço nas refinarias acumula alta de 9,42% apenas neste mês.

"Em meio ao caos que sua política de preços de derivados causou ao país, o presidente da Petrobrás, Pedro Parente, volta a afrontar a sociedade e aumenta de novo a gasolina", critica a FUP. "Para os petroleiros, esse aumento é mais uma decisão abusiva da gestão da Petrobras, que recorreu ao Tribunal Superior do Trabalho para tentar inviabilizar a luta legítima da categoria para baixar os preços do gás de cozinha e dos combustíveis."

Dilema sobre o futuro de Temer

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Há um consenso no Congresso: o governo acabou. Será difícil e até arriscado, para a própria democracia, atravessar com ele os quatro meses que faltam para a eleição. Para a posse do novo presidente serão seis. Mas há também um dilema: vale à pena varrer Temer agora? O tempo que falta é longo para a gravidade da situação mas é curto para uma troca segura de governo. A não ser pela renúncia, que dele não virá.

Brasil avança na proteção de dados pessoais

Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:

Inacreditável, impensável, surpreendente, fantástico! E vai botando adjetivo aí para descrever o que aconteceu na noite desta terça-feira (29) na Câmara dos Deputados: a aprovação, por unanimidade, do Projeto de Lei de Proteção de Dados Pessoais. A proposta ainda não é lei, primeiro precisa passar pelo Senado e seguir os trâmites legislativos, mas a vitória nesta primeira fase já é motivo de muita comemoração.

Afinal, numa economia cada vez mais baseada na comercialização dos dados pessoais coletados pela internet, é um direito fundamental proteger a privacidade e garantir que cada pessoa decida se ela quer ou não ter seus dados coletados; se ela autoriza ou não o tratamento de seus dados; se sim para quê, por quem, em que condições e por quanto tempo.