segunda-feira, 11 de junho de 2018

Quem ganha com o lucro dos bancos?

Por Clemente Ganz Lúcio, no site Brasil Debate:

Desde 2014, a economia brasileira enfrenta recessão, com sérios impactos sobre o mercado de trabalho: elevação do desemprego, crescimento da informalidade e redução dos salários. Para piorar, a lei da terceirização, aprovada em março, e a reforma trabalhista, em vigor desde novembro, permitiram a precarização do trabalho. Na outra ponta, as altas taxas de juros, mesmo em queda, em nenhum momento estimularam o crédito e o investimento produtivo. Neste cenário, os lucros dos cinco maiores bancos do Brasil, mais uma vez, bateram recordes em 2017. Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa Econômica, Banco do Brasil e Santander somaram lucro de R$ 77,4 bilhões, 33,5% a mais do que em 2016.

domingo, 10 de junho de 2018

Tiroteio Bolsonaro-Alckmin e a carnificina

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Jair Bolsonaro, o presidenciável da extrema-direita, e Geraldo Alckmin, o conservador do PSDB, estão em guerra pelo voto direitista. O tiroteio entre eles e seus apoiadores prenuncia uma carnificina quando a campanha começar. Ou será que o tucano, alvo de descrédito e pressão dentro do próprio partido devido à posição nas pesquisas, não sobrevive até lá?

São muitos os temores no PSDB, articulador de um manifesto a pregar a união total dos partidos aliados do governo Michel Temer, o impopular. O documento achincalha os “radicalismos” do campo progressista e de Bolsonaro, mas o verdadeiro alvo é o deputado do PSL, taxado de “proto-fascista” durante o lançamento do manifesto, na terça-feira 5, em Brasília.

O projeto político da 'Bancada da Bíblia'

Por Cida de Oliveira, na Rede Brasil Atual:

A Bíblia narra Jesus Cristo como uma liderança que nasceu e viveu na periferia, pregou o amor incondicional e o perdão, denunciou a concentração de renda, valorizou os pobres, andou com os marginalizados, frequentou festas e desafiou poderes, inclusive dos falsos profetas. Por isso foi preso, torturado e assassinado pelo estado que deveria protegê-lo mas que preferiu lavar suas mãos. Se vivesse nos dias de hoje, Jesus Cristo muito provavelmente seria tachado de petralha, comunista e bolivariano. E se fosse um político, na certa não poderia contar com os votos dos deputados da chamada bancada evangélica do Congresso Nacional.

Globo exige compromisso: não soltar Lula

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Quanto mais Lula se consolida na liderança das intenções de voto, mais a Globo se apavora com sua volta triunfal, inevitável, mais cedo ou mais tarde.

Na edição de hoje, o jornal submete os candidatos a um “teste de fidelidade”: pede, de cada um, um compromisso formal de que não libertará, através de indulto, o ex-presidente.

Faz, a todos eles, um interrogatório com um objetivo específico, cercado de complementos genéricos, ao perguntar se eles assinariam um indulto para o presidente Lula ou outro condenado por corrupção e, claro, obtém de todos eles – exceto de Ciro, que diz que assumir este compromisso seria “loucura”, pois Lula luta por ser declarado inocente – o juramento de que manterão preso o maior representante hoje, segundo todas as pesquisas, da vontade popular.

A Colômbia e os protocolos da capitulação

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Se tivesse tempo, um artigo cada vez mais escasso no meu caso, gostaria de escrever um livro que poderia se chamar “garrafas ao mar”, ou “notas ao pé da história” na esperança de que estas linhas fossem lidas por alguém daqui a algumas décadas, do qual constaria um extenso capítulo chamado os "diários" ou "protocolos" da capitulação, para descrever - com nomes, datas e fatos - os tempos vergonhosos que estamos vivendo.

Tempos temerários - no sentido de sua irresponsabilidade e imprudência - com relação ao que estamos fazendo com o nosso futuro como nação.

Venezuela, eleições e sabotagem

Por Alexander Main, no site da Fundação Maurício Grabois:

Costumava ser censurável apelar abertamente para golpes militares e intervenção dos EUA na América Latina. Não mais. Ao menos quando se trata da Venezuela, um país onde – de acordo com a narrativa dominante na mídia – um ditador brutal está deixando a população faminta e aniquilando qualquer oposição.

Em agosto passado, o presidente Trump casualmente mencionou uma “opção militar” para a Venezuela em seu campo de golfe em Nova Jersey, provocando um alvoroço na América Latina, mas nem um pio em Washington. Paralelamente, Rex Tillerson, então Secretário de Estado, manifestou-se favoravelmente a uma possível deposição militar do presidente venezuelano Nicolás Maduro.

Tacla Durán e a indústria da delação de Moro

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Enquanto Sergio Moro era premiado pela realeza de um paraíso fiscal chamado Mônaco, um ex-advogado da Odebrecht denunciava na Câmara a existência de uma quadrilha criminosa operando dentro da própria Lava Jato. Morando na Espanha por ter dupla cidadania e considerado foragido por Moro, Rodrigo Tacla Durán falou durante 4 horas por videoconferência aos deputados. Ele reiterou as acusações que vem fazendo sobre a existência de uma indústria da delação na Lava Jato.

As eleições e as velhas armas

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Com as revelações da Lava Jato sobre os vícios comuns a todos os partidos, inclusive aos três maiores, PT, PMDB e PSDB, e a consequente descrença da população na política, decretou-se amiúde, nos últimos tempos, a falência do quadro partidário brasileiro. E também que a eleição deste ano, em tais circunstâncias, favoreceria os outsiders, os estreantes e os partidos novos.

Olhando menos para a eleição presidencial e mais para a disputa nos estados, arrisco-me a dizer que as máquinas partidárias e as velhas armas ainda serão determinantes. É muito provável, por exemplo, que PT e PMDB, não necessariamente nesta ordem, elejam novamente as maiores bancadas da Câmara.

Ação anti-Petrobras leva país ao paleolítico

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

Grande responsável pela descoberta do Pré-Sal, o geólogo Guilherme Estrella está indignado com os rumos que o governo golpista vem dando à Petrobras: “É um negócio completamente contrário ao interesse nacional, que vai explodir lá embaixo, no preço no diesel, na gasolina, no gás de cozinha, que passou a R$ 80 o botijão!”.

E prossegue: “Por causa dessa explosão de preço do gás, tivemos uma milhão e duzentos mil lares brasileiros voltando para a lenha! Isso é uma coisa primitiva! O país volta ao paleolítico, nós estamos voltando ao paleolítico! O ser humano, há dez mil anos, utilizava lenha.”

Temer e os cúmplices do golpe vagabundo

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

E a Dilma, hem?

Michel Temer superou o próprio recorde e é o presidente mais impopular da história, segundo o novo Datafolha.

82% dos entrevistados avaliam seu governo como ruim ou péssimo, 12 pontos a mais que na pesquisa anterior.

Em setembro do ano passado, o índice era de 73%.

Em abril, um breve instante de esperança, 70%.

Datafolha confirma: o Brasil quer Lula!

Do blog Nocaute:

Preso há dois meses em Curitiba sem ter cometido qualquer crime, o ex-presidente Lula continua na cabeça de todas as pesquisas realizadas por todos os institutos – seja no primeiro, seja no segundo turno.

Desta vez os números são da pesquisa do Instituto Datafolha divulgada neste domingo pelo jornal Folha de São Paulo, que novamente aponta o ex-presidente Lula como favorito na corrida pelo Planalto. Lula lidera a pesquisa com 30% das intenções de voto e venceria com ampla vantagem qualquer candidato em um possível segundo turno.

Temer avança na entrega do petróleo

Por Luana Forlini, no site da Fundação Perseu Abramo:

Na quinta-feira (7/6) foi realizado o leilão para venda de três blocos de exploração de pré-sal: Uirapuru e Três Marias, ambos na Bacia de Santos, e o Dois Irmãos, na Bacia de Campos. Em todos eles, a Petrobras ficou com a menor fatia, entre 30% e 45%, enquanto a maior parte ficará nas mãos de empresas estrangeiras, sobretudo as estadunidenses Chevron e ExxonMobil, bem como a anglo-holandesa Shell. Foi mais um passo do governo golpista de Michel Temer na entrega do petróleo brasileiro.

O papelão histórico do ministro do Trabalho

Por Marcelo Zero, no blog Viomundo:

A especialidade do Golpe é a destruição.

Implode tudo em que bota a mão: soberania, empregos, economia, educação, saúde, ciência, Petrobras, Eletrobrás, etc.

Promove uma devastação econômica, social e política sem precedentes.

Sua grande fonte de inspiração histórica é Átila, o huno. Por onde passa, a grama não cresce mais. Não crescem mais também empregos, oportunidades, salários, justiça social, alimentação, saúde etc.

Em política externa não é diferente. O Golpe inaugurou não apenas uma política externa passiva e submissa a interesses de grandes potências. Inaugurou também o que pode ser chamada de política externa do coice e do zurro.

Capital financeiro quer impor seu presidente

Editorial do site Vermelho:

A forte turbulência vivada pelo mercado financeiro nos últimos dias é uma ilustração didática da gravidade da crise brasileira e da hipocrisia do governo golpista e dos setores financeiros que o dominam e usam o poder de Estado para pilhar os cofres públicos.

As explicações dos analistas do chamado “mercado” (isto é, do grande capital especulativo) ilustram a perplexidade da direita ante o quadro eleitoral que se desenha no país. Um desses analistas, o ex-presidente do Banco Central do governo FHC Armínio Fraga, foi direto ao indicar que "caiu a ficha!", referindo-se à crise, que vê como fiscal e política. "Se não está quebrado, o governo está vivendo do cheque especial e a dívida cresce em uma bola de neve", avaliou.

Por que você não deve votar em Bolsonaro

Por Lucas Vasques, na revista Fórum:

Fórum fez uma lista de dez motivos, baseados em fatos reais, para que você possa enviar para o seu amigo que está pensando em votar no Bolsonaro. O diálogo e o convencimento são os temperos principais da democracia. Xingar só interessa a quem não tem argumento.

Homofobia

Jair Bolsonaro já deu inúmeras demonstrações de homofobia. Uma delas, em 2015, rendeu ao deputado a obrigatoriedade de pagar uma indenização de R$ 150 mil por danos morais ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDDD), criado pelo Ministério da Justiça. A ação foi ajuizada pelos grupos Diversidade Niterói, Cabo Free de Conscientização Homossexual e Combate à Homofobia e Arco-Íris de Conscientização.

sábado, 9 de junho de 2018

Temer desesperado: “Orem por mim”

Por Altamiro Borges

Na quinta-feira retrasada (31), durante a Convenção Nacional das Assembleias de Deus (Conamad), em Brasília, o demoníaco Michel Temer revelou todo o seu pânico diante da paralisação dos caminhoneiros e rogou aos pastores presentes: “Orem por mim e pelo governo. Vocês estarão orando pelo país”. Acompanhado do rentista Henrique Meirelles, que também anda desesperado com os baixos índices nas pesquisas eleitorais, o usurpador ainda afirmou que “fui iluminado por Deus, que disse vai lá no templo da Assembleia de Deus comemorar a pacificação do país”. Ele se referia às negociações que resultaram no fim da greve. Nos dias seguintes, porém, o inferno astral do “iluminado” prosseguiu e se agravou.

Só eleições livres salvam o Brasil

Por Altamiro Borges

O Brasil passa por um período turbulento, de fortes tensões. Parece sentado sobre um vulcão. O movimento dos caminhoneiros, que quase paralisou o país gerando desabastecimento e pânico em vários Estados, apenas confirmou esse quadro de enfermidade. A surpreendente mobilização, com sua direção difusa e sua pauta confusa, forçou o governo golpista a ceder e resultou na queda de Pedro Parente, o representante das multinacionais do petróleo e dos abutres financeiros. A crise, porém, não está superada e pode resultar em novas explosões sociais. Enquanto não alterar a política de preços da Petrobras, que hoje serve aos interesses dos especuladores, e não conter o processo de desmonte da estatal, a questão dos combustíveis seguirá inflamável.

Depois da destruição neoliberal

Por José Luís Fiori, no site Carta Maior:

“Em conjunto, todo o petróleo que as grandes empresas petroleiras privadas produzem por sua conta equivale a menos de 15% da oferta mundial total. Mais de 80% das reservas mundiais são controladas por governos e suas empresas nacionais de petróleo. Das vinte maiores empresas de petróleo do mundo, 15 são estatais. Consequentemente, muito do que ocorre com o petróleo é resultado de decisões que, quaisquer que sejam, são tomadas por governos”. Daniel Yergin, “O Petróleo. Uma história mundial de conquistas, poder e dinheiro”, Paz e Terra, R.J. 2009, p: 895.

Privatização é traição à vontade popular

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Sabemos que as privatizações constituem não só uma das propostas mais nocivas para o futuro do país mas também se tornaram uma das ideias mais impopulares da política brasileira.

Pesquisas do Datafolha e do Ipsos mostram que a maioria de eleitores não só do PT, mas do MDB e PSDB, que formam os principais partidos brasileiros, rejeitam as privatizações por uma margem cada vez mais larga, que chega a 75% no caso dos pemedebistas e 81% dos petistas.

Mesmo assim, aquecendo os motores para a campanha, um bom número de candidatos não hesita em defender as privatizações a qualquer custo - tomando cuidado, é claro, de cercar os projetos reais de um ar de mistério, típico de quem não quer dar na vista.

Os riscos das novas regras eleitorais

Por Luís Eduardo Gomes, no site Sul-21:

As eleições de outubro serão as primeiras para presidente, governador, senador e deputados que os eleitores irão às urnas sob as novas regras eleitorais, aprovadas nas minirreformas realizadas em 2015 e 2017. Entre as principais mudanças estão a proibição do financiamento empresarial de campanha, a redução do tempo e da duração do horário eleitoral gratuito e a imposição de limites de gastos para as campanhas. O Sul21 conversou nesta semana com o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS), desembargador Jorge Luís Dall’Agnol, e com o advogado especializado em Direito Eleitoral Antônio Augusto Mayer dos Santos sobre quais serão os principais efeitos dessas minirreformas a serem percebidos pelos eleitores.