terça-feira, 26 de junho de 2018

Não é Lula pré-candidato?

Por Luna Sassara e João Feres Jr., no site Manchetômetro:

No último dia 8 de junho, o Partido dos Trabalhadores promoveu um ato na cidade mineira de Contagem para lançar a pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Planalto. Mesmo preso em Curitiba desde 7 de abril, Lula mantém-se em primeiro lugar isolado nas pesquisas de intenção de voto para a disputa da Presidência da República. A cobertura do evento feita pelos veículos de mídia impressa analisados pelo Manchetômetro foi exígua. Deparamo-nos com uma questão clássica daquilo que a literatura de estudos de mídia chama de agendamento: afinal, que assuntos são escolhidos pelos editores de jornais brasileiros e quais são descartados?

PSDB faz 30 anos: Retrato na parede

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Depois de uma reunião da Comissão Executiva, o PSDB fará hoje um ato modesto para celebrar os 30 anos de sua criação.

O partido atual lembra pouco a dissidência de centro-esquerda que se insurgiu contra os métodos fisiológicos do quercismo, então dominante no PMDB, rachando em plena Constituinte para fundar o PSDB.

A fotografia dos fundadores formando um semicírculo no gramado hoje é mesmo apenas um retrato na parede.

No Roda Viva, Manuela desmascara ruralista

Da revista Fórum:

A deputada estadual e pré-candidata à presidência pelo PCdoB, Manuela D’Ávila, foi a entrevistada do tradicional programa “Roda Viva”, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira (25).

O primeiro bloco do programa foi marcado por provocações dos entrevistadores, que tentaram associar o fato de a pré-candidata ser do PCdoB a regimes totalitários equivocadamente chamados de “esquerda” ao redor do mundo.

Um dos entrevistadores que fez a provocação foi Frederico D’Ávila, diretor da Sociedade Rural Brasileira. Em sua pergunta, ele afirmou que o fascismo é “de esquerda”, já que a CLT foi baseada em uma lei de Benito Mussolini e que ela, assim como os demais candidatos de esquerda, defendem a legislação em detrimento da reforma trabalhista. A pré-candidata, respondendo à provocação, desmascarou Frederico, que é coordenador programa de agronegócio do PSL, partido de Bolsonaro.

Bancada da Bíblia não fala por evangélicos

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

O campo evangélico é heterogêneo e muito complexo. A chamada bancada evangélica, que surgiu com apoio midiático, não fala em nome da comunidade evangélica – ela expressa apenas interesses particulares dos parlamentares.

É o que afirma Anivaldo Padilha, histórica liderança pelos direitos humanos, em entrevista ao Tutaméia. Sociólogo, membro da igreja metodista e articulador de movimentos ecumênicos no Brasil e na América Latina, ele é um dos fundadores da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, grupo que surgiu em 2016.


PSDB chega aos 30 anos com a cara de Aécio

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Nesta segunda-feira, 25 de junho de 2018, o PSDB chega aos 30 anos no pior momento da sua vida, sem motivos para comemorações.

Certamente, este partido aliado à bancada do boi e ameaçado pela Lava Jato, não era o dos sonhos de Mario Covas, o seu primeiro presidenciável, em 1989.

Ameaçado, na verdade, é apenas força de expressão, já que a Justiça sempre dá um jeito de livrar os tucanos das denúncias que pesam contra eles, mas a imagem do do partido está tão desgastada que sequer consegue lançar um candidato competitivo a presidente.

Vai faltar gás de cozinha no Brasil

Do site da Federação Única dos Petroleiros (FUP):

Um dos itens do programa de desinvestimento privatização da Petrobrás é a redução das cargas nas refinarias, o que influencia diretamente o abastecimento do GLP (gás liquefeito de petróleo), o gás de cozinha.

Em 2014, a produção das Refinarias do país bateu recorde, chegando a refinar uma carga de 2,1 milhões de barris de petróleo por dia de acordo com o portal da Petrobrás. O que, consequentemente, gerou um aumento no processamento do GLP.

Ao contrário desta política do governo Dilma, em 2014, que visava a redução das importações de derivados através da gestão integrada do sistema de abastecimento, na gestão do entreguista Mishell Temer, a partir de 2016, a lógica foi invertida. Agora a ordem é reduzir o processamento das cargas das refinarias para comprar do mercado estrangeiro o que o país tem tecnologia e capacidade para produzir nacionalmente.

O apagão do jornalismo no Roda Viva

Por Renato Bazan, no blog Diário do Centro do Mundo:

O jornalismo brasileiro sofreu um apagão na noite desta segunda-feira (25). Não há outra forma de definir a tempestade de estupidez e machismo em que se transformou o Roda Viva sob o comando de Ricardo Lessa.

O que deveria ser ser uma sabatina com a pré-candidata à presidência Manuela D’Ávila, do PCdoB, tornou-se a vitrine da malícia reacionária que domina a nossa imprensa. Por uma hora, Manuela se viu cercada de jornalistas menos interessados em seu projeto e mais em vê-la tropeçar nas perguntas-pegadinha normalmente direcionadas à esquerda brasileira. Não a levaram a sério. Interromperam-na centenas de vezes.

Pejotização e precarização dos jornalistas

Por Reginaldo Cruz, no site Brasil Debate:

O contexto da desregulamentação das relações de trabalho na década de 1990 favoreceu a proliferação de contratações chamadas atípicas, ou seja, com a diversificação da forma do uso e remuneração da força de trabalho. A forma de contratação por tempo indeterminado, característica das relações regulamentadas pela CLT, pode ser legalmente substituída por formas diversificadas de regime de trabalho como ocorre, por exemplo, com as terceirizações – quando uma parte de trabalho é separada e fatiada e sai da estrutura da empresa, ou mesmo na transformação direta do empregado em empresa, por meio dos contratos Pessoa Jurídica (PJ), que transformam uma relação de trabalho subordinado em um contrato entre empresas – a pejotização (Pochmann, 2008).

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Bolsonaro ama Trump, o carrasco de crianças

Por Altamiro Borges

Os brasileiros que estão chocados com o facínora Donald Trump, que enjaula crianças e as separa dos pais imigrantes, devem ficar mais atentos aos monstros em sua própria casa. O fascista Jair Bolsonaro, que desponta em segundo lugar nas pesquisas eleitorais, é um seguidor do carrasco. Em novembro de 2016, logo após a vitória do republicano no colégio eleitoral, ele postou: “Parabéns ao povo dos EUA pela eleição de Trump. Vence aquele que lutou contra ‘tudo e todos’. Em 2018, será o Brasil no mesmo caminho”. Em outubro passado, quando visitou o país e fez continência diante da bandeira ianque, ele mostrou todo seu servilismo: “Trump serve de exemplo para mim”. Já na semana passada, quando a política migratória criminosa do império foi criticada nas Nações Unidas, ele saiu em sua defesa: “Os EUA acabam de deixar o tendencioso e parcial Conselho de Direitos Humanos da ONU”.

Merval Pereira já desistiu do Alckmin?

Por Altamiro Borges

Geraldo Alckmin, o presidenciável mais competitivo da direita – que a mídia insiste em chamar de “centro” – está vivendo seu pior momento político. Há dúvidas inclusive se o grão-tucano terá capacidade para resistir. Nas sondagens eleitorais, o ex-governador segue abaixo dos dois dígitos, sendo motivo de chacota até do fascista Jair Bolsonaro. Além de derreter nas pesquisas, o “picolé de chuchu” é alvo das bicadas sangrentas no próprio ninho. O ex-prefake João Doria, sua criatura, parece pronto para dar o bote. E para piorar, surgem novas denúncias de corrupção contra o PSDB de São Paulo que furam a blindagem da imprensa chapa-branca. Nesse cenário adverso, até Merval Pereira, porta-voz oficial da famiglia Marinho, teme pela viabilidade da candidatura tucana.

Trump enjaula crianças e ataca a Venezuela

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Marcada para a quarta-feira, visita do vice-presidente dos EUA Mike Pence a Manaus é uma oportunidade de luta e reflexão para lideranças e entidades empenhadas na luta pela democracia em nosso país e na América do Sul.

O episódio ajuda a recordar um dos verdades essenciais da diplomacia - a noção de que a política externa de um país é expressão coerente de sua política interna e deve ser enfrentada do mesmo modo. É uma constatação essencial, quando se recorda a relutância - e mesmo negativa - de setores considerados progressistas em denunciar as investidas de Washington contra o governo de Nicolás Maduro, sem reconhecer uma questão essencial em jogo, a soberania nacional.

Palloci inaugura a “xepa” das delações

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Depois de tentar durante meses, com direito a expressões bombásticas como aquela do “pacto de sangue” que existiria entre o empresário Emílio Obrebrecht e Lula, o ex-ministro Antonio Palocci ingugurou, hoje, a “xepa” das delações premiadas, com aqueles acordos em que nem um Ministériio Público obcecado por incriminar o ex-presidente e que a Polícia Federal pega as rebarbas, agora com a vergonhosa autorização do Supremo Tribunal Federal para usar o “dedo-duro reciclado”.

TV esconde vítimas da intervenção na Maré

Do site Jornalistas Livres:

“‘Meu filho ontem perdeu o baço, ele perdeu os rins, ele tomou pontos no estômago e os estilhaços acabaram com tudo dele. Eu não tenho o que doar do meu filho’, desabafou Bruna Silva, exibindo o uniforme ensanguentado de Marcos Vinícius, de 14 anos. O adolescente estava a caminho da escola quando foi atingido por uma bala perdida, durante operação na Maré. ‘Foi essa polícia homicida que dilacerou o coração de outra família’, disse Bruna.”

México: Quem é López Obrador?

López Obrador. Arte: René Zubieta
Por Fania Rodrigues, no jornal Brasil de Fato:

Há poucos dias das eleições gerais no México, que serão realizadas no dia 1 de julho, Andrés Manuel Lopez Obrador, do partido Morena (Movimento de Regeneração Nacional), desponta como favorito para ocupar a presidência, com mais de 20% de vantagem sobre o segundo colocado, Ricardo Anaya, do PAN (Partido da Ação Nacional), que representa a segunda força política do país, atrás apenas do PRI (Partido Revolucionário Institucional), do atual presidente Enrique Peña Nieto.

"Pacote do Veneno" é ruim para o Brasil

Por Cida de Oliveira, na Rede Brasil Atual:

A comissão especial da Câmara que analisa mudanças propostas para afrouxar as regras para toda a cadeia dos agrotóxicos, aumentando assim sua produção e consumo realiza nesta segunda-feira (25), a partir das 12 horas, reunião extraordinária. O objetivo da presidenta, deputada Tereza Cristina (DEM-MS), do relator Luiz Nishimori (PR-PR) e dos demais ruralistas, maioria, é finalmente conseguir colocar em votação o polêmico Pacote do Veneno.

Lula e a maldição do ódio

Por Mauro Santayana, em seu blog:

O sistema tenta, tenta, mas não consegue disfarçar a sua permanente estratégia lafontainiana do Lobo e do Cordeiro com relação a Luís Inácio Lula da Silva.

Não que Lula seja - muito pelo contrário - um ovino.

Sem chegar a ser uma jararaca, sua força junto à população brasileira não pode ser subestimada ou não estaria - mesmo preso - à frente de todas as intenções de voto para a presidência da República.

Aliás, voltando à fábula lupina, não é por outra razão a não ser essa que o objetivo evidente da extrema-direita, de morolistas a intervencionistas, mbls e bolsonarianos, é conservar o ex-presidente preso, seja por quantos ou quais motivos forem desde que um deles se preste a mantê-lo afastado das urnas, da vontade popular e das eleições presidenciais deste ano.

Da crise ao impasse da narrativa golpista?

Por Juarez Guimarães, no site Carta Maior:

Em uma série de cinco artigos escritos de dezembro de 2017 ao fim do primeiro trimestre de 2018, sob o título geral “A narrativa golpista e os caminhos para derrotá-la”, procurou-se criar um campo de análise da batalha política comunicativa em curso no Brasil desde o início da desestabilização do governo Dilma em 2015. Chamou-se de narrativa golpista a construção de unidade argumentativa que, ao mesmo tempo, formulava uma grande interpretação da crise brasileira, dos modos de enfrentá-la e do sentido de sua superação. Esta narrativa golpista havia sido a peça central de legitimação do golpe e da convergência de alianças políticas, midiáticas, empresariais nacionais e internacionais, judiciais que se fez em torno dela.

A eleição de 2018 e o espírito do tempo

Manuela D´Ávila. Arte: LPART Studio
Por Theófilo Rodrigues, no blog Cafezinho:

Um velho filósofo do século XIX escreveu em algum momento que “a humanidade não se propõe nunca senão os problemas que ela pode resolver (…) pois, o próprio problema só se apresenta quando as condições materiais para resolvê-lo existem ou estão em vias de existir”. O que entendemos por “espírito do tempo” é exatamente esse encontro entre o problema colocado e a capacidade de resolve-lo.

A humanidade hoje, ou ao menos uma parcela dela, propõe-se a tarefa de enfrentar de forma conjunta as assimetrias econômicas, sociais, culturais e políticas. Dito de outro modo, a humanidade exige hoje a articulação entre as lutas contra o patriarcado, o colonialismo e o capitalismo. Esse é o espírito do tempo em construção. De certo, ele ainda não se tornou predominante. Mas a sua emergência, o seu florescimento, começa a dar sinais de vitalidade em experiências por todo o mundo.

Lula e a penúltima ilusão

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

Desde que se iniciaram as articulações do golpe para derrubar Dilma Rousseff da presidência da República e para impedir a candidatura Lula nas eleições presidenciais, no início de 2015, setores amplos do campo progressista, principalmente petistas, foram criando uma longa cadeia de ilusões que, uma a uma, foram sendo postas por terra. Esta cadeia foi constituída pelas seguintes ilusões: a primeira, a de que a Câmara dos Deputados não autorizaria o processo de impeachment; a segunda, a de que o Senado o barraria; a terceira, a de que o STF anularia o impeachment; a quarta, a de que Lula não seria preso; a quinta, a de que Lula seria libertado antes das eleições e a sexta, que ainda está vigente, a de que Lula será autorizado pela Justiça Eleitoral ou pelo STF a concorrer à presidência da República.

PCC, 'presente' de São Paulo para MG

Por Rodrigo Martins, na revista CartaCapital:

Com filiais em todos os estados e conexões em ao menos cinco países, o Primeiro Comando da Capital completou 25 anos com uma musculatura de fazer inveja ao empresariado nativo. A facção criminosa tem uma receita anual superior a 400 milhões de reais, faturamento capaz de incluí-la na lista das mil maiores empresas do Brasil.

Até o momento, nada foi capaz de deter o crescimento da organização pré-mafiosa, segundo a definição usada por numerosos especialistas. Uma megaoperação deflagrada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de São Paulo promete, porém, abalar a hierarquizada estrutura que permitiu a expansão do PCC por todo o território nacional, com trágicas consequências para a sociedade brasileira.