terça-feira, 31 de julho de 2018

Eleição e a divisão das forças populares

Por Roberto Amaral, em seu blog:

A unidade das forças de esquerda, não é, por si só, garantia de vitória ou de conquista do poder, mas é conditio sine qua non para nossa sobrevivência e avanço. Ou, no mínimo, para a resistência, que é a etapa atual da luta democrática.

É certo que, mesmo unidos, podemos ser derrotados, como atesta o resultado das eleições presidenciais de 1989, que, no entanto, significaram um grande avanço político cujas consequências eleitorais falariam em 2002. Foi essa a última grande campanha eleitoral da esquerda brasileira, pois a natural e necessária perseguição dos votos, então, não escamoteou os valores que nos distinguem política e idelogicamente. Ademais da unificação em torno da campanha de Lula, a esquerda organizada (refiro-me ainda às eleições de 1989) soube ampliar com setores ponderáveis do centro e conquistar a esquiva classe média.

A justiça hoje em quatro paradoxos

Por Marcelo Semer, na revista Cult:

Não é fácil lembrar-se de um momento em que a credibilidade do Judiciário estivesse tão arranhada quanto agora. A falta de confiança generalizada e uma avaliação negativa de forma assim persistente. Paradoxalmente, todavia, vivemos um dos momentos de maior demanda à Justiça, seja pelo extraordinário volume de ações que ingressam diariamente, seja pela competência cada vez mais ampliada dos pedidos, levando a judicialização ao patamar nunca antes na história –a começar pela própria incumbência de substituir nada menos do que o eleitor.

A sombra de Herzog eclipsa o Bolsomito

Por Ricardo Miranda, no site Os Divergentes:

Numa eleição como essa, existe o lado certo, o lado errado – sobre isso, podemos até debater – e existe o lado impensável. “O horror, o horror”, descreveu o assombroso Marlon Brando, na pele do Coronel Kurtz, no clássico “Apocalypse Now”, de Francis Ford Coppola. O horror, para mim – discorda? entre na fila – chama-se hoje Jair Bolsonaro, o candidato-napalm. Se descartarmos todos os aspectos abjetos do pensamento e obra deste capitão-deputado, que nunca fez nada de bom no parlamento a não ser destilar seu ódio, seu preconceito, seus recalques e seus limites éticos, ainda assim restaria um elemento que, isolado, já seria suficiente para que qualquer pessoa com bom senso descartasse votar nele. Bolsonaro não só defende a tortura, uma das formas mais degradantes e desumanas de humilhação e extermínio de outro ser humano, ele a venera. Bolsonaro é a evidência de que existem pessoas más, e de que existem pessoas más capazes de votar em pessoas más. Simples assim.

Lula Livre - Lula Livro

Por Tatiana Carlotti, no site Carta Maior:

“Lula Livre – Lula Livro” é obra-manifesto. Um grito coletivo ecoado em 86 produções de escritores e cartunistas brasileiros, em forte denúncia contra o golpe e a prisão política de Lula, líder absoluto nas pesquisas de intenção de voto nas eleições de outubro.

Lançando nos dois principais eventos da última semana, a Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP) e o Festival Lula-Livre no Rio de Janeiro, “Lula Livre-Lula Livro” foi organizado por Ademir Assunção (“Ninguém na Praia Brava”, Patuá/2016) e Marcelino Freire (“Nossos Ossos”, Record/2013) que, em tempo recorde, conseguiram reunir a contribuição de autores extremamente representativos da literatura brasileira.

Doria mentiu 43 vezes. Quem acredita nele?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

É preciso ser muito crente ou desinformado para acreditar num candidato a governador, que prometeu por 43 vezes ficar os quatro anos no cargo de prefeito para o qual foi eleito em 2016 e acabou saindo 33 meses antes do final do mandato.

Segundo levantamento feito pela Folha, esse foi o número de mentiras que João Doria contou na campanha para prefeito.

“Vou prefeitar até o último dia do meu mandato”, prometia ele quando lhe perguntavam sobre seus planos políticos.

Descrença na política é a arma da direita

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

A eleição geral de 2018 – a oitava desde 1989 – apresenta-se circunscrita a uma importante contradição. Não obstante a sua significância para o desbravamento do impasse gerado com o golpe que possibilitou a trágica ascensão do governo Temer, a população indica elevado grau de descomprometimento e descrédito com a política.

Pesquisa realizada no ano passado pelo Instituto Paraná indicou, por exemplo, que quase três quartos dos eleitores brasileiros não repetiriam, em 2018, o mesmo voto concedido a deputado federal nas eleições de 2014. Naquele ano, embora o país possuísse um total de 141,8 milhões de eleitores, somente 97,2 milhões deles votou para deputado federal, ou seja, apenas 68,5% dos brasileiros em condições de votar.

Um brigadeiro contra FHC

Por Mauricio Dias, na revista CartaCapital:

É um direito de qualquer brasileiro ter se desgostado do tenente-brigadeiro-do-ar Walter Werner Bräuer, falecido, em maio passado, aos 81 anos. Era pouco conhecido. Mas há também razões para gostar dele.

Bräuer tem, pelo menos, um episódio no qual foi importante protagonista quando ministro da Aeronáutica. Foi ele quem bloqueou a primeira investida de empresas estrangeiras dispostas a comprar a Embraer brasileira. O vento era favorável à venda. Ganhou a queda de braço, mas foi aposentado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.

Bolsonaro e o ditador acusado de tráfico

Por Leandro Demori, no site The Intercept-Brasil:

Começa assim uma mensagem da embaixada do Brasil em Santiago do Chile, endereçada ao Itamaraty, sobre um telegrama que o deputado federal Jair Bolsonaro enviou àquela representação diplomática em dezembro de 2006:


O inferno da carga tributária no Brasil

Por Chicão dos Eletricitários

Segundo o Dicionário de Políticas Públicas da Fundap – Fundação do Desenvolvimento Administrativo, a Política Fiscal pode ser considerada como o conjunto de decisões estratégicas e medidas adotadas pelo governo, para a distribuição dos recursos que arrecada dos cidadãos em forma de impostos e taxas, com objetivos voltados para o desenvolvimento econômico e social do país. Expressa-se e organiza-se pela formulação das receitas e despesas públicas.

Ao revisar a história brasileira identificamos uma prática tributária, que persiste até os dias de hoje, que contribui diretamente com a concentração da riqueza ao invés de promover a justa distribuição da mesma.

A nova ordem mundial do petróleo

Por José Luís Fiori, no site da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet):

Nas duas últimas décadas do século passado, a Guerra Irã-Iraque, entre 1980 e 1988, a Guerra do Golfo, entre 1990 e 1991, e o fim da URSS, em 1991, atingiram em cheio alguns dos maiores produtores e exportadores mundiais de petróleo, dividindo e enfraquecendo a OPEP, e destruindo a capacidade de produção russa. Foi um período de anarquia no mercado mundial de petróleo, e ocorreu no mesmo momento em que as grandes corporações petroleiras privadas promoveram uma grande desconcentração e "desverticalização" do seu capital e de suas estratégias, enquanto o petróleo era transformado num "ativo financeiro" cujo preço era renegociado diariamente nas Bolsas de Nova York e Londres. 

Estado de exceção avança nas universidades

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Desde o golpe, as universidades se tornaram um dos poucos espaços de pensamento crítico. Isso gerou uma ofensiva conjunta da CGU (Controladoria Geral da União), Polícia Federal e Ministério Público contra a autonomia universitária.

No início, tentativas de proibição de atos políticos internos. Depois, a identificação de pequenas irregularidades administrativas para justificar ações bombásticas de invasões de campus e prisão de dirigentes e professores, especialmente graves nos episódios da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Alckmin, as falhas no Metrô e a mídia venal

Por Altamiro Borges

Na quarta-feira passada (25), a queda de uma placa de publicidade nos trilhos do Metrô fechou quatro estações da linha 1-azul na capital paulista. O incidente teve reflexos nas linhas 2-verde e 3-vermelha, com os trens circulando com maior tempo de parada e velocidade reduzida. Na maior parte da manhã, milhares de usuários que se deslocavam para os seus locais de trabalho ficaram amontados nos vagões ou nas estações do Metrô. O clima foi de pânico e revolta. Esta não é a primeira pane neste meio essencial de transporte sucateado pelas sucessivas gestões do tucanato em São Paulo.

Porque Meirelles ainda é candidato?

Por Emílio Chernavsky, no site Vermelho:

Não obstante as elevadas expectativas depositadas e os elogios continuados entre analistas de mercado e na mídia especializada, os resultados alcançados pela equipe econômica ao longo dos dois anos em que ela foi coordenada pelo ministro Henrique Meirelles foram profundamente decepcionantes.

Não conseguiu evitar que o PIB em 2016 registrasse uma das maiores quedas da história nem que em 2017, mesmo partindo de uma base deprimida por um ano de estagnação e dois de recessão aguda, ele crescesse apenas 1%. Para 2018, as expectativas de expansão têm recuado continuamente e os investimentos que poderiam impulsioná-la, após avançar timidamente no segundo semestre de 2017, voltaram a se contrair. 

Para os rentistas, tudo! Para o trabalhador...

Globo vai checar fake news. É piada?

Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

O G1, do grupo de comunicação que criou o fake news que levou Lula à prisão, acaba de anunciar o seu serviço de checagem de notícias.

O título do serviço É “Fato ou fake”.

Segundo o site, o objetivo é alertar os brasileiros sobre conteúdos duvidosos disseminados na internet ou pelo celular, esclarecendo o que é notícia (fato) e o que é falso (fake).

De acordo com o Grupo Globo, jornalistas farão um monitoramento diário para identificar mensagens suspeitas muito compartilhadas nas redes sociais e por aplicativos como o WhatsApp.

A essência ausente na disputa eleitoral

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Eleições periódicas, na democracia, servem para que cada homem e cada mulher exerçam o poder de escolha, elegendo representantes e também governantes, a partir das propostas que apresentem e dos rumos que apontem para o país, o estado, o município.

Entretanto, faltando exatamente 70 dias para a eleição de 7 de outubro, aqui estamos discutindo quem será o vice de quem, na ausência de propostas claras para o enfrentamento de problemas como o desemprego, o aumento da pobreza, o déficit fiscal ou a violência crescente, sem falar na crise da Previdência.

O atraso na escolha de vices já é, por si, um sinal da esquisitice deste pleito.

Quais as perspectivas do Brasil pós-crise?

Por Daniela Magalhães Prates e Fábio Henrique Bittes Terra, no site Brasil Debate:

O Dossiê V da Associação Keynesiana Brasileira (AKB), intitulado “O Brasil pós-recessão: das origens da crise às perspectivas e desafios futuros”, discute a crise brasileira e o pós-crise, ou seja, o Brasil de meados de 2014 em diante (você pode acessar a íntegra no final do artigo). Para tanto, três grandes temas se colocam: a origem da crise, as perspectivas para o após crise e os desafios ao crescimento sustentado do País. Os três temas são abordados por 17 artigos de 36 autores e autoras de 16 instituições diferentes, públicas, privadas, acadêmicas e não acadêmicas. Um resumo dos artigos se segue.

Perseguido e preso, Lula só cresceu

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Os ‘gênios’ da análise política, que gostam tanto de fazer análises eleitorais baseadas em pesquisas, deveriam fazer um exercício simples, consultando a evolução de pesquisas feitas com a mesma amplitude, metodologia, pelo mesmo instituto de pesquisa e para o mesmo cliente.

Fiz uma rápida consulta à série de pesquisas da MDA para a Confederação Nacional de Transportes.

Em fevereiro de 2016, já às vésperas do golpe que deporia Dilma Rousseff, o líder em intenções de votos era Aécio Neves, com quase 25%, contra 19% de Lula.

MDB de Meirelles segue isolado e sem vice

Por Vilma Bokany, no site da Fundação Perseu Abramo:

No próximo dia 2 de agosto, será realizada a convenção nacional do MDB, que definirá a chapa a concorrer nas próximas eleições, em outubro. Meirelles encabeça a chapa, mas o MDB não definiu quem será o vice. A coligação ainda não está fechada e o partido tem conversado com o PMN e PHS, com bancadas pequenas e pouco tempo de TV, que acrescentariam pouco à campanha emedebista. Mesmo entre estes ainda não há definições.

Doria aposta no fascismo 'lavajateiro'

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Eu acho importante acompanhar a campanha de João Dória em São Paulo, porque acredito que ela tende dar o tom da campanha nacional do PSDB.

É uma campanha baseada no ódio e na propagação de mentiras. O foco não é mais apenas o PT, mas os “partidos de esquerda”.

Doria está fazendo uma campanha essencialmente negativa, tentando surfar na rejeição ao PT em São Paulo, e na popularidade do juiz Sergio Moro.