quinta-feira, 2 de agosto de 2018

"Subestimamos a direita em 64 e 2016"

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

Em abril de 1964 e em abril de 2016, os democratas e as esquerdas subestimaram a força, a inteligência e capacidade de articulação da direita no Brasil e no mundo. É o que analisa o jornalista Emiliano José, que está lançando uma biografia de Waldir Pires, em entrevista ao Tutaméia.

Waldir Pires (1926-2018) foi, com Darcy Ribeiro, o último a deixar o Palácio do Planalto quando do golpe militar de 1964. Ele era consultor geral da República no governo João Goulart e tinha trabalhado na elaboração de leis como a da reforma agrária e a da regulação das remessas de lucros –pontos importantes do histórico discurso de Jango na Central do Brasil (Rio) em 13 de março de 1964.

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

O Brasil afunda e os bancos lucram

Por Altamiro Borges

O maior banco privado do país, o Itaú-Unibanco, informou nesta semana que segue tendo lucros astronômicos, enquanto o Brasil afunda na crise econômica. No primeiro semestre deste ano, a instituição financeira – uma das que apoiou ativamente o golpe do impeachment que alçou ao poder a quadrilha de Michel Temer – lucrou R$ 12,8 bilhões. Em nota oficial, o banco revelou que o aumento foi de 3,7% na comparação com o mesmo período de 2017. Na semana anterior, outros dois balanços foram publicados. O Santander divulgou um lucro de R$ 5,791 bilhões no segundo semestre de 2018. Já o Bradesco informou que o seu lucro cresceu 10% em relação ao ano anterior, atingindo R$ 10,263 bilhões. Como se observa, o golpe contra a democracia compensou!

O perigo de um país de milhões de Bolsonaros

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Foram tantas as boçalidades proferidas por este ex-militar bronco e inculto no programa Roda Viva de segunda-feira que fica até difícil escolher uma só para abrir esta matéria sobre a entrevista de Jair Bolsonaro, o candidato das trevas.

Minha filha Mariana, também jornalista, me mandou essa:

“Se você, por exemplo, aumentar o número de empregos no Brasil a tendência de alguém procurar um hospital diminui…”.

Como assim? Quem trabalha não fica doente, pergunta a Mariana, que conclui:

Lula Livre ganha ares de campanha cívica

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Cena carioca que não tem preço: na manhã desta terça-feira, 31 de julho, o balconista da lanchonete em que tomo o café da manhã quase todas as manhãs, morador da Rocinha, enquanto servia os fregueses com seu inabalável bom humor, cantarolava: “Lula livre, Lula livre, Lula livre.”

Para a canalha golpista, uma péssima notícia: mesmo com o boicote da mídia alinhada ao golpe, o festival apoteótico Lula Livre, do último sábado na Lapa, no Rio de Janeiro, mudou de patamar a campanha pela liberdade do ex-presidente Lula. Chico Buarque e Gilberto Gil cantando a antológica Cálice é um acontecimento revestido de uma força simbólica arrasadora.

Moro, Barroso e o Judiciário de celebridades

O 'Roda Viva' que Bolsonaro sonhava

Por Sergio Lirio, na revista CartaCapital:

Coube não a um jornalista, mas a um representante do Instituto Ayrton Senna, fazer as perguntas mais embaraçosas ao presidenciável Jair Bolsonaro durante o Roda Viva, programa de entrevistas da TV Cultura. Embaraçosas por obrigarem o candidato a entrar em uma seara que ele evita a todo custo: o debate de ideias e propostas.

Bolsonaro, o “mito”, não soube responder sobre seu programa para a educação, assim como escapou de falar sobre economia. Em um raro momento no qual foi convidado a expor sua visão a respeito da situação econômica do País, saiu-se com uma piada: “Paulo Guedes é meu posto Ipiranga”. Guedes, sócio de butiques financeiras no Rio de Janeiro, é apresentado como o ministro da Fazenda de um governo Bolsonaro. Sua principal proposta é uma privatização radical, da Petrobras ao Banco do Brasil.

As crises contemporâneas e o papel da mídia

Por Valmir de Souza

"Não [queremos] simplesmente a produção em série daquilo que simplesmente alimente grandes vendas, os hits, as faixas de sucesso, aquilo que simplesmente é o consumo, que eu quero porque todo mundo está pedindo e eu simplesmente sou o eco de um rebanho. Nós merecemos não ser tratados como rebanho. Não merecemos e não queremos ser massa, porque esse é um conceito fascista".

(José Américo Mota Pessanha)


Vivemos agora na “Idade Mídia”, com os meios de comunicação constituindo-se em ordenadores das práticas culturais. Corações e mentes estão povoados por imagens e sons inoculados pela televisão. Para se compreender as atuais realidades sensíveis é preciso atentar para os imaginários urbanos produzidos pelas tecnologias.

Censura empurra o Brasil de volta ao passado

Por Mário Magalhães, no site The Intercept-Brasil:

Quando os ponteiros se roçaram à meia-noite, ou os relógios digitais e telefones celulares só mostraram números zero na virada do sábado para o domingo, bom seria que os dois senhores classudos vestindo camisas azuis para fora da calça, no palco montado sob os arcos da Lapa carioca, estivessem acertando contas com um passado amargo, e nada mais.

Mas Chico Buarque e Gilberto Gil falaram ao presente, ao cantar 45 anos mais tarde “Cálice”, parceria deles proibida pela ditadura. Foi a canção que elegeram para abrir sua breve apresentação conjunta no Festival Lula Livre, perante dezenas de milhares de manifestantes.

Na reta final das escolhas eleitorais

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Entramos na última semana para a aprovação de candidaturas e a montagem de alianças eleitorais. Doze partidos ainda não definiram suas estratégias e pelo menos seis devem lançar candidatos próprios nas convenções que acontecerão até o próximo domingo, 5 de agosto: Manuela D’Ávila (PCdoB), Henrique Meirelles (MDB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) e Álvaro Dias (Podemos). Desde 1989, o quadro da disputa não se apresentava tão fragmentado, nem as perspectivas de governabilidade foram tão nebulosas.

O agrotóxico contaminou o jornalismo

Por Chicão dos Eletricitários

O Brasil realmente é um país impar que contraria a lógica (?) das previsões econômicas, sociais e políticas; além disso uma parcela dos formadores de opinião flerta diuturnamente com a contramão do bom senso e da responsabilidade social.

Enquanto vários países proibiram o uso indiscriminado, irresponsável e nocivo à vida e ao meio ambiente, de agrotóxicos, o nosso país do futuro caminha a passos largos em direção ao abismo aberto pela ganância do lucro fácil e pela hipnose coletiva que norteia a conduta profissional (?) de parte da imprensa. É lamentável que se gaste tanta energia para justificar o injustificável.

Reforma trabalhista não diminui desemprego

Por Ana Luíza Matos de Oliveira, Barbara Vallejos Vazquez e Euzebio de Sousa, no site Brasil Debate:

Dados da PNAD Contínua divulgados na terça-feira, 31 de julho, mostram que, apesar de o discurso do governo Temer de que milhões de empregos formais seriam criados com a reforma trabalhista, a realidade brasileira hoje é de ampliação de vínculos sem carteira.

Após seis meses de entrada em vigor da reforma trabalhista, os resultados são um reforço à situação de caos social. As taxas de desemprego aberto não apresentaram retração no período, conforme haviam prometido os defensores da reforma. A taxa de desocupação no trimestre compreendido entre abril e junho de 2018 foi de 12,4%, o que significa 13 milhões de desempregados.


Alckmin e seus dois fantasmas

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Nos próximos 30 dias, até que comece a propaganda eleitoral no rádio e televisão, a aposta de Geraldo Alckmin será num relativo silêncio.

Dois nomes o apavoram e não devem ser falados, mas a mídia parece que, apostando no seu “domínio intelectual” sobre o povão não entendeu, ou melhor, entendeu apenas a metade da lição.

Os nomes são os de Michel Temer e de Jair Bolsonaro.

Com Temer, a mídia ajuda.

Ele – a contragosto, diga-se – desapareceu do noticiário tanto quanto é possível a um presidente fazer.

Carta aberta ao PT, PDT, PSB, PCdoB e PSOL

Enviado por Flávia Calé

“Vamos
Levantar a bandeira da fé
Não esmoreçam e fiquem de pé
Pra mostrar que há força no amor
Vamos
Nos unir que eu sei que há jeito
E mostrar que nós temos direito
Pelo menos a compreensão
Senão um dia
Por qualquer pretexto
Nos botam cabresto e nos dão ração (...)
Pra lutar pelos nossos direitos
Temos que organizar um mutirão
E abrir o nosso peito contra a lei
Do circo e pão (...)
Por isso nós vamos”
Bandeira da Fé (Zé Catimba e Martinho da Vila)

Esta carta é um chamado às direções do PT, PDT, PSB, PCdoB e PSOL, tendo em vista a urgência da união de forças políticas e sociais interessadas em fazer da eleição outubro próximo um instrumento legítimo para o restabelecimento do Estado Democrático de Direito em nosso país.

Uma economia para poucos

Por Paulo Kliass, no site Vermelho:

O avanço do calendário eleitoral e a maior clarificação dos campos no espectro político e partidário começam a conferir maior visibilidade às diferentes avaliações da difícil situação por que passa a nossa economia. Além disso, o momento permite a discussão de propostas para a superação da profunda crise que o Brasil vem atravessando ao longo dos últimos anos. Para além da denúncia da injustificada e arbitrária prisão do líder das pesquisas, as eleições permitem a reflexão coletiva a respeito do quadro dramático em que fomos encurralados.

Bicudo abriu espaço para um filho da ditadura

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A História é uma dama caprichosa.

Hélio Bicudo morreu na terça, dia 31, aos 96 anos.

Professor de Direito da USP, um dos primeiros membros notórios do PT (saiu em 2005), teve um papel fundamental em momentos-chaves do Brasil, para o bem e para o mal.

Promotor em São Paulo nos anos 70, encarou o Esquadrão da Morte, levando à condenação alguns de seus integrantes em pleno regime militar.

terça-feira, 31 de julho de 2018

Uma homenagem ao lutador Waldir Pires

Direita insiste na democracia sem povo

Por Paulo Copacabana, no blog Viomundo:

O Brasil não é para iniciantes, diz uma célebre frase atribuída ao compositor, músico e maestro Antonio Carlos Jobim.

Eu diria que o Brasil também não é para amadores.

Aqui, nada do que parece ser é realmente.

Um dos exemplos mais emblemáticos são as estórias contadas pela Rede Globo, bastante distantes da história verdadeira.

Segundo a Globo, o golpe não foi golpe, mas um impeachment normal, mesmo que decidido por um parlamento corrupto e por motivos sem fundamentos.

EUA: quem lucra com as crianças separadas

Por Marianna Braghini, no site Outras Palavras:

Encarcerar crianças imigrantes, em atentado aos direitos humanos, pode ser também fonte de lucros? No mês passado o site norte-americano The Daily Beast publicou reportagem denunciando algumas das empresas que ganham muito, com a nova política de imigração do governo Trump. Como se sabe, elas vêm sendo sistematicamente separadas de seus pais e abrigadas em instalações provisórias do Estado. Conforme os relatos e imagens dos jornais, pode-se dizer, no mínimo, que se trata de condições inadequadas para crianças em situação de vulnerabilidade. Mas as revelações de agora fazem lembrar episódios mais dramáticos: o papel de grandes empresas alemãs (como a Volkswagen e a Krupp) e mesmo norte-americanas (Ford e General Motors) no apoio industrial e tecnológico ao regime nazista – e a seus campos de concentração.

Desânimo, doença senil do neoliberalismo

Por Isaías Dalle, no site da Fundação Perseu Abramo:

“Nossos inimigos não nos derrotam quando perdemos. Eles nos derrotam quando desanimamos”. Estas frases, parte dos textos que foram lidos durante o Festival Lula Livre, que reuniu mais de 80 mil pessoas nos Arcos da Lapa, Rio de Janeiro, no último sábado, representam muito mais que um mantra de manual de autoajuda. São a decifração do objetivo premeditado do golpe e dos ataques neoliberais, e a senha para a necessária resistência.

Bolsonaro, o filho bastardo da Globo

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Em determinado momento da entrevista no Roda Viva, Bolsonaro diz que gostaria de aproveitar a presença dos jornalistas da Globo presentes e lembrá-los de um editorial de Roberto Marinho, de outubro de 1984, exaltando a ditadura militar.

O grupo Globo escalou dois de seus melhores jornalistas para a entrevista: Maria Cristina Fernandes, colunista do Valor, e Bernardo Mello Franco, do Jornal O Globo.

Em seguida, Bolsonaro lembra que a TV Globo foi fundada em 1965, um ano após o início da ditadura.