segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Virar o jogo para salvar país do fascismo

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

“O PT tem o dever, tem uma responsabilidade com o país e com o povo brasileiro de não deixar que ele [Jair Bolsonaro] vença as eleições mentindo para o povo. Isso é o triste, porque ele induz a população a erro ao mentir, ao ter uma máquina de mentiras. Estamos firmes, com muita determinação de fazer essa campanha e conclamando todos aqueles que lutaram pela democracia – e que sabem o valor que tem a democracia para o povo e para o futuro do Brasil–, pelos nossos direitos e pela nossa soberania que venham juntos nessa luta. Temos certeza de que podemos, sim, ganhar essa eleição, virar esse jogo e salvar o Brasil do fascismo”.

sábado, 6 de outubro de 2018

Bolsonaro teme 2º turno igual o diabo à cruz

Editorial do site Vermelho:

O grau de complexidade dessas eleições exige um debate amplo e profundo. O segundo turno, para o qual está empenhado o elenco das forças progressistas, é que poderá explicitar ao eleitorado as consequências do desenlace da polarização Haddad versus Bolsonaro.

Infelizmente, isso não foi possível no primeiro turno pela convalescência do candidato fascista Jair Bolsonaro, pela fuga no debate da Globo, e pelas limitações do formato da campanha eleitoral. No possível segundo turno, ele não poderá usar o artifício da fuga e se insistir nessa tática perderá força.

Bolsonaro bate à porta

Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

O Brasil está diante de uma das mais importantes disputas eleitorais ocorridas na história republicana. Mais uma vez, o destino do País está verdadeiramente em jogo. A democracia, já incomodada de qualquer modo, pode decidir.

Nascida nos quartéis, a República sempre se viu às voltas com os militares. Parece um vício. Remeta-se, como exemplo, a Deodoro da Fonseca, o primeiro presidente do País. A comprovação da interferência do Exército tem sido feita com votos nas urnas ou, com frequência, com um chute na porta. Assim é a “democracia tropical”.

A mulher e a democracia

Por Dilma Rousseff, em seu site:

Em nosso país não é possível fazer política social sem considerar que a mulher é referência das famílias brasileiras, pois as mães acolhem, protegem, incentivam, amparam e, em muitos casos, são as verdadeiras provedoras. Isso ocorre nas famílias chefiadas por uma mulher e também naquelas famílias tradicionais.

Sabemos que 40,5% das famílias, hoje, são dirigidas por uma mulher. Mas não é apenas por isso que afirmamos que as mulheres têm papel fundamental na sociedade e nas políticas sociais. Elas, como mães e avós, ocupam esse papel porque é esta a realidade das famílias e da nossa sociedade.

O enfrentamento sangrento no segundo turno

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Faltavam elementos para garantir, ontem, se foi contida ou foi mantida, com maior ou menor força, a onda que empurrou o candidato Bolsonaro para 35% dos votos totais (ou 39% dos válidos) na pesquisa Datafolha de quinta-feira.

Só com grande empurrão da onda ele poderia saltar 11 pontos percentuais para vencer amanhã. Embora isso não seja impossível, é menos provável. E assim, o que se deve esperar agora é um segundo turno sangrento.

Para Mauro Paulino, diretor do Datafolha, o salto não é impossível porque, apesar de a taxa de cristalização do voto já superar os 70% (eleitores que não mudarão o voto), 25% deles ainda admitem fazê-lo.

Mídia trata como natural o candidato fascista

Algumas sandices da eleição brasileira

Por Flavio Aguiar, no site Carta Maior:

Depois que até a vetusta vestal do liberalismo, The Economist, qualificou Bolsonaro como o maior perigo para a América Latina, o número de publicações europeias anti-ele cresceu. Recentemente mesmo publicações de alcance regional, como Die Rheinpfalz, do sudoeste alemão, deram espaço para críticas ao ex-capitão. E a histórica manifestação de domingo passado no Brasil e pelo mundo afora, puxada pelas mulheres, teve uma boa cobertura internacional em veículos como Der Spiegel, além de outros. Editorial do The Guardian de ontem, quinta, critica veementemente Bolsonaro.

Política e a trivialização do evangelho

Por Antonio Carlos da Costa, no site Jornalistas Livres:

Segmentos da igreja evangélica decidiram priorizar como causa a derrubada de um partido político, que fez um estrago na nossa nação. Para isso, entretanto, fizeram associação acrítica do cristianismo a pauta política que contraria os princípios morais mais basilares ensinados pelo Novo Testamento.

Quem é o candidato que a igreja apoia? Alguém que faz elogio desinibido a regime de exceção. Em seu currículo, constam declarações que vão de encontro ao processo civilizatório, e que ameaçam nossos valores mais caros: “uma arma de fogo em cada lar brasileiro”, “temos de terminar o que o regime militar não fez, matar mais uns 30 mil, a começar pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso”, “eu colocaria fulano no pau de arara”, “você sabe que eu sou a favor da tortura”, “em memória do coronel Ustra” (torturador do regime militar), “eu não te estupraria”, declarou ao se dirigir a uma parlamentar; “eu usava aquele apartamento para comer gente”, disse numa entrevista ao ser perguntado sobre uso que fazia de verba pública.

Bolsonaro e o ressentimento da classe média

Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:

Nordeste: Fernando Haddad 37%, Jair Bolsonaro 20%; eleitores entre 2 e 5 salários mínimos em todo o Brasil (R$ 2 a 5 mil reais): Jair Bolsonaro 42%, Fernando Haddad 20%. Pesquisa Datafolha

A campanha do petista Fernando Haddad decidiu aproveitar os momentos finais da disputa presidencial para tentar barrar o avanço de Jair Bolsonaro (PSL) sobre o eleitorado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na região Nordeste. […] Trackings da campanha petista mostraram que Bolsonaro cresceu nos últimos dias entre o eleitorado de baixa renda do Nordeste, única região onde o candidato petista tem vantagem sobre o deputado. Do Estadão


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Nosso entrevistado levou a esposa e a filha para visitar os parques da Flórida recentemente. Pagou em dez vezes e não pode planejar nenhuma outra extravagância enquanto não quitar o crediário.

O ódio, o voto e a pulsão de morte

Por Rosemberg Cariry, no site Outras Palavras:

Estranho tempo este em que nos encontramos diante do avanço das forças do conservadorismo e do fascismo, representadas por um candidato de extrema direita e pela devoção e fúria cega dos seus seguidores, que apresentam semelhança com a tensão obscura das milícias nazistas na década de 1930, na preparação dos holocaustos, das torturas e das guerras. Nas carreatas, os “milicianos-bolsonaristas” apontam armas e/ou fazem das próprias mãos armas, em gesto portador de ameaças claras dirigidas aos seus opositores. Mãos que poderiam afagar e construir transformam-se em símbolos da ameaça de morte e da intolerância. Gritam palavras de ódio contra mulheres, negros, índios e gays.

Filha de Eduardo Cunha apoia Bolsonaro

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Eduardo Cunha, o político mais desprezado do Brasil, mas que serviu de cabeça de ponte para o desembarque de Michel Temer no Palácio do Planalto, mandou a filha, candidata a deputada, divulgar o apoio – que é evidentemente o dele – à candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência.

Se ainda houvesse alguma racionalidade, deveria ser o bastante para tirar centenas de milhares de votos do ex-capitão. É o apoio de quem, mais que ninguém, ficou como símbolo de político corrupto no Brasil.

Quem financia a campanha de Bolsonaro


O debate moral ganhou as ruas e as redes sociais nas eleições de 2018. A exploração de aspectos morais do candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) para atacá-lo ou defende-lo tornou-se mais intensa a partir do movimento #EleNão, que levou milhares de pessoas às ruas no último sábado em várias cidades do Brasil e do Exterior.

Esses aspectos, que pela primeira vez dão o ritmo à campanha eleitoral, estão longe de ser os mais importantes e ofuscam o que realmente interessa: quem financia Bolsonaro, que mantém uma máquina milionária de cooptação de adeptos através de um exército incomensurável atuante nas redes sociais tendo como principal matéria prima as mentira - tanto sobre ele próprio quanto sobre o principal adversário?

O TSE e a maior fake news dessa eleição

Por Tatiana Dias e Rafael Moro Martins, no site The Intercept-Brasil:

“As fake news não vão navegar pela internet como antigamente se navegava pelos mares”, garantia, em junho, o ministro Luiz Fux, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral, em seu costumeiro tom pomposo.

Ele falava a jornalistas na saída de uma palestra que dera num congresso sobre Direito Eleitoral, em Curitiba. O encontro, que levou à cidade ministros de tribunais superiores e advogados que defendem candidatos, tinha as fake news como um de seus principais temas.

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Tem dedo da CIA nas eleições do Brasil

Por Marcelo Zero

O crescimento do fascismo bolsonarista na reta final, turbinado por uma avalanche de fake news disseminadas pela internet, não chega a surpreender.

Trata-se de tática já antiga desenvolvida pelas agências americanas e britânicas de inteligência, com o intuito de manipular opinião pública e influir em processos políticos e eleições. Foi usada na Ucrânia, na "primavera árabe" e no Brasil de 2013.

Há ciência por trás dessa manipulação.

Alguns acham que as eleições são vencidas ou perdidas apenas em debates rigorosamente racionais, em torno de programas e propostas.

Brasil: Democracia ou nazifascimo

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Nunca em nossa história fomos colocados diante de uma alternativa tão radical: o ex-capitão candidato à Presidência, Jair Bolsonaro se apresenta com todas as características do nazifascismo que vitimou milhões na Europa na Segunda Guerra Mundial e um outro de quem não se pode negar um espírito democrático, Fernando Haddad. Bolsonaro mesmo declarou que não se importa ser comparado a Hitler. Se ofenderia se o chamassem de gay.

As boas notícias do debate da TV Globo

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

O debate da Globo, o último antes do primeiro turno da eleição, foi bom para o campo popular.

A começar pela fala espetacular de Boulos detonando a ditadura militar. Assertiva e emocionante.

Haddad, alvo natural dos adversários pelo seu segundo lugar nas pesquisas, defendeu-se dos ataques com qualidade e veemência.

Ciro começou o debate um pouco enrolado, citando dados demais, mas depois deslanchou, tornando-se, para este que vos escreve, o destaque positivo da noite.

Quem tem medo da tributação?

Por Clara Moreira Maranha, no site Brasil Debate:

Quando falamos em tributos, desde os tempos mais primórdios, descritos nas linhas da Bíblia Sagrada, nos livros que tratam de Roma antiga, ou das memórias da era do ouro em Minas Gerais, falamos objetivamente em contribuições suportadas historicamente pelos povos oprimidos.

Entretanto, com o advento da Constituição Federal de 1988, a atividade financeira do tributo tornou-se um exercício de cidadania e de construção de um Estado Social. No seu bojo, as necessidades coletivas ganharam corpo, e a vida societária uma possibilidade concreta de existência.

Precarização e o desalento crescem no país

Por Ana Luíza Matos de Oliveira, no site da Fundação Perseu Abramo:

A taxa de desocupação (12,1%) no trimestre de junho a agosto de 2018 caiu (-0,6 ponto percentual) em relação ao trimestre de março a maio de 2018 (12,7%). Em relação ao mesmo trimestre de 2017 (12,6%), também houve redução (-0,5 p.p.). É o que mostram os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC).

Um câncer chamado Sergio Moro

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Os malefícios para a democracia causados pelo câncer chamado Sérgio Moro são irreparáveis.

Moro sequer deveria estar atuando, porque há muito tempo, em março de 2016, deveria ter sido demitido do serviço público, julgado e condenado à prisão pela gravação criminosa e divulgação ilegal de conversas telefônicas da Presidente Dilma com o ex-presidente Lula.

Haddad foi impecável no debate da Globo

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Último debate do primeiro turno da campanha presidencial, o encontro da Globo não produziu alterações dramáticas na posição entre os principais candidatos mas abriu uma perspetiva promissora para o segundo turno: a reaproximação entre Fernando Haddad e Ciro Gomes.

Distanciados ao longo dos encontros anteriores, quando Ciro testava até onde poderia avançar em sua própria candidatura, o encontro encerrou-se com várias demonstrações de aproximação, mais do que necessárias para enfrentar a ameaça fascista que Jair Bolsonaro representa para o país.

Ausente dos debates principais, realizados após a facada recebida em Juiz de Fora, Bolsonaro não compareceu ao encontro da Globo. Privou milhões de eleitores de testemunhar seu desempenho num ritual obrigatório das democracias.