sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

'Época', Damares e a criança indígena

Do blog Socialista Morena:

Reportagem de capa da revista Época acusa a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (sic) do governo Bolsonaro, Damares Alves, de ter adotado irregularmente uma criança indígena aos 6 anos de idade, que vive com ela e tem hoje 20 anos, Lulu Kamayurá. A repórter Natália Portinari, que esteve no Parque Nacional do Xingu e assina a reportagem junto com Vinicius Sassine, antecipou no twitter parte do teor do texto, que estará disponível na edição deste fim de semana.

Perseguição a Lula em ponto máximo

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Pode-se ler, no inciso 1 do artigo 120 da Lei de Execução Penal, o motivo pelo qual Luiz Inácio Lula da Silva tinha direito líquido e certo de deixar a cela de Curitiba, viajar a São Bernardo e despedir-se de Genivaldo Inácio da Silva, o irmão mais velho, metalúrgico, morto de câncer, aos 79 anos.

Diz o texto que "os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e os presos provisórios" poderão "obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão".

Até quando vai o “lawfare” contra Lula?

Por Viviane Ávila, no site Jornalistas Livres:

No mesmo dia em que o ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva é capa no jornal francês L’Humanité como um possível candidato ao Nobel da Paz, na terça-feira 29, ele é terminantemente proibido pela Justiça Federal de ir ao velório de seu irmão mais velho Genival Inácio da Silva, 79 anos, carinhosamente chamado de Vavá, que morreu devido a um câncer. No dia seguinte, quarta 30, quando o ministro do STF Dias Toffoli liberou a ida de Lula à São Bernardo, já era tarde demais: Vavá já estava sendo sepultado e enterrado.

Os militares e a fábula dos sete cegos

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Sete cegos caminhavam por uma estrada quando cruzaram com um elefante. Todos queriam saber como era um elefante. Um deles apalpou a barriga do elefante e disse que elefante era uma parede. Outro apalpou a perna, e disse que elefante era um tronco. Um terceiro apalpou as presas do elefante e concluiu que o elefante era um chifre.

Acontece algo semelhante com a cobertura brasiliense sobre o pensamento militar.

Lula, Antígona e os canalhas

Por Marcia Tiburi, na revista Cult:

Antígona não pode enterrar o próprio irmão. Desesperada, ela decide por conta própria enterrar Polinices, condenado a ficar insepulto por Creonte, o tirano de Tebas. Foi punida por seu gesto com a prisão e nela preferiu morrer do que amargar a conivência com a injustiça de Creonte que não respeitou a lei dos mortos.

No Brasil, a lei dos mortos da antiguidade clássica reaparece no Artigo 120 da Lei de Execução Penal: “Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos: I – falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão”.

Covardes e perversos carrascos

Por Eric Nepomuceno, no site Carta Maior:

Na terça-feira (29/1), faleceu aos 79 anos o operário metalúrgico Genival Inácio da Silva, vítima de um câncer pulmonar. Era irmão mais velho de Luiz Inácio da Silva e uma figura essencial em sua vida e sua memória.

Quando Lula nasceu, Genival tinha seis. Ao longo de toda a infância e adolescência, foi uma espécie de guia protetor do benjamim de uma família abandonada pelo pai. Era, dos outros seis filhos de Dona Lindú, o mais apegado, o mais íntimo de Lula.

Ajuda israelense teve motivação teológica

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Os soldados, técnicos e oficiais israelenses chegaram rápido a Brumadinho, ainda no domingo. Trouxeram toneladas de equipamentos sofisticados e inservíveis. O número de desaparecidos em razão do crime da Vale estava em torno de 180 e em breve a estimativa seria revista para cima, passando de duas centenas.

Assim como chegou, a tropa de cerca de 130 homens e mulheres voltou celeremente para seu país, na quinta-feira. Boa parte dos equipamentos não foi desencaixotada e o número de vítimas já batia algumas dezenas acima. A relação com as equipes locais foi tensa e criou um indesejável duplo comando.

A direita no Brasil e o governo Bolsonaro

Por Wilson Ramos Filho, no site Esquerda:

O país não sabe o que esperar. Ou melhor, cada grupo espera algo, não necessariamente o mesmo. Na campanha eleitoral os eleitos não se comprometeram com um programa de governo detalhado. De toda sorte, pesquisas de opinião. De toda sorte, pesquisas de opinião demonstram que três em cada quatro brasileiros têm uma expectativa positiva, consideram que suas vidas irão melhorar [1].

Nos círculos intelectuais estabeleceu-se o debate sobre eventual caráter fascista do próximo governo. No presente artigo será discutida esta questão, com o alerta prévio de que as ideias aqui lançadas foram redigidas ainda antes do início do governo, ou seja, com base apenas nas informações disponíveis na imprensa, considerando-se a composição do futuro ministério.

Lula é refém de facínoras

Foto: Ricardo Stuckert
Por Jeferson Miola, em seu blog:

“Para o júbilo o planeta está imaturo.
É preciso arrancar alegria ao futuro.
Nesta vida morrer não é difícil.
O difícil é a vida e seu ofício”.
Vladimir Maiakóvski

A crueldade do regime de exceção contra Lula alcançou o paroxismo e expôs uma realidade incontornável: Lula é refém de facínoras.

Lula foi sequestrado pelo regime de exceção e encarcerado na masmorra da Lava Jato. Lá, ele permanece sob contínua vigilância de abutres e facínoras – juízes, procuradores, policiais federais – que se revezam na função de carcereiros delinquentes, fora da lei.

França: Onde estão os “Coletes Amarelos”?

Por Antônio Martins, no site Outras Palavras:

Sumido dos jornais brasileiros, o movimento francês que se opôs ao aumento dos preços dos combustíveis e propôs como alternativa tributar os ricos, segue vivo. Duas matérias publicadas nos últimos dias – uma no New York Times, outra no site alternativo norte-americano Counterpunch são um sinal.

Densa porém elegante, a reportagem do NYTimes, que saiu na edição de 20 de janeiro, é quase um ensaio sociológico. Foi escrita por Alissa Rubin. Parte de um fato desconhecido no Brasil: desde meados de janeiro, o governo Emmanuel Macron proibiu os “coletes amarelos” de acampar nas rotatórias das rodovias. Qual o sentido desta interdição, aparentemente estranha?

quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

A esquizofrenia de Veja, IstoÉ e Época

Israel e o uso político de Brumadinho

Por Soraya Misleh, na revista CartaCapital:

Diante da tragédia em Brumadinho (MG), expressões de solidariedade vêm dos lugares mais distantes. Lamentavelmente, as vidas humanas ceifadas pela ganância do capital também despertam oportunismo. Caso do Estado de Israel, cuja violação de direitos humanos fundamentais é praxe. Frente ao espetáculo midiático em torno da ação dos seus mais de 130 soldados na região desde a última segunda-feira (28), pode ser vista por pessoas bem intencionadas com bons olhos. Natural.

O que Ustra faria com Flávio Bolsonaro?

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O Brasil da lama bolsonarista conseguiu transformar o assassino Carlos Alberto Brilhante Ustra em algo próximo de um ícone pop.

Saímos definitivamente do armário. A hashtag “Ustra Vive” é um dos assuntos mais comentados do Twitter.

O filósofo e professor da USP Vladimir Safatle foi uma das personalidades entrevistadas no programa que o DCM fazia com produção da TVT.

Safatle falou da nova configuração da sociedade brasileira no pós-golpe. O Brasil precisa encarar, dizia ele, que “não é um país”.

Brumadinho e a legislação ambiental

Por Alexandre Guerra, no site da Fundação Perseu Abramo:

O rompimento da barragem ocorrida na planta de mineração de ferro da empresa Vale de Brumadinho (MG) já deixou 84 mortos e 276 desaparecidos até esse momento. O crime ocorrido na mina Córrego do Feijão trouxe para a centralidade da pauta política a discussão sobre a questão ambiental, até então deixada em segundo plano pelo governo Bolsonaro.

O Brasil e o ensaio venezuelano

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Seria bom nossa diplomacia lembrar que o trumpismo que vale hoje para a Venezuela, amanhã valerá para nós

Eis o principal legado do quase primeiro mês de bolsonarismo: abandonamos o posto e a responsabilidade de liderança regional para cumprir o papel de coadjuvantes da política ditada pelos interesses e conveniências da estratégia de guerra dos EUA de Donald Trump, voltados, agora mais consistentemente, para o Atlântico Sul e a América do Sul, aproveitando, até, o vácuo deixado pelo Brasil.

Por força de sua história e de sua liderança, o Brasil se havia destacado por alimentar o espírito integracionista e esta foi a maior proeza, e também a atitude mais arriscada de nossa política externa, desdenhada nos breves dias do novo governo.

Lula, Toffoli, Moro e o corpo de Vavá

Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

A decisão do ministro Dias Toffoli pode ser vista como uma página de realismo fantástico. Ele autorizou Lula a ir ao velório do irmão, desde que o corpo fosse levado a uma unidade militar. Poderíamos imaginar algum sargento exigindo a identificação do cadáver pra autorizar a entrada do caixão…

A decisão, no entanto, saiu quando o corpo já fora baixado à sepultura no ABC paulista. Podemos imaginar então um tenente do bravo Exército nacional exigindo que o corpo de Vavá fosse desenterrado e levado até o quartel. Cumpra-se! Selva! Brasil acima de todos os corpos e caixões!

Contee discute conjuntura e comunicação

Do site da Contee:

“O momento é de coragem, força e capacidade para enfrentar a onda ultraliberal”. Assim o coordenador-geral, Gilson Reis, abriu a 16ª Reunião da Diretoria Executiva da Contee, dia 30, na sede da entidade, em Brasília. “Estamos sob um governo que não tem compromisso com a democracia, com as instituições, com o diálogo. No setor econômico ele tem uma plataforma ultraliberal e está repleto de militares em postos chave. Ao mesmo tempo, boa parte do extinto Ministério do Trabalho foi colocada sob o comando do Ministério da Justiça, do Sérgio Moro, com o objetivo de criminalizar o movimento sindical”, acrescentou.

A “retomada” do crescimento para pior

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Duas notícias de hoje chamam a atenção.

Uma a de que os empregos informais – sem carteira ou “por conta própria”, na imensa maioria, os “bicos” – , em 2018, superaram o número de empregos formais, e com folga.

33 milhões de carteiras assinadas, – quatro milhões a menos que em 2014 – contra 11,5 milhões de trabalhadores sem carteira (2 milhões a mais que antes) e 23,8 milhões trabalhando “por conta própria”, também dois milhões a mais que no início da crise, segundo as contas do IBGE.

Lula, seu irmão Vavá e o estado de direito

Foto: Ricardo Stuckert
Editorial do site Vermelho:

O ambiente de ódio e rancor que prevalece no Brasil e que resultou no golpe de 2016, acentuado desde a eleição do direitista Jair Bolsonaro para dirigir os destinos do país, ficou nítido mais uma vez com a decisão de parte do o judiciário e da Polícia Federal de proibir que o ex-presidente Lula, aprisionado em Curitiba (PR), compareça ao funeral de seu irmão mais velho, Genival Inácio da Silva, o Vavá, morto de câncer nesta terça-feira (29), em São Bernardo do Campo (SP).

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Brumadinho e a privatização da Vale

Por Mouzar Benedito, na revista Fórum:

O que interessa a uma empresa? Lucros. Qualquer despesa que diminua os lucros vai contra o interesse dos acionistas. Esta é a lógica. E parece que empresas estatais, quando privatizadas, querem mais ainda “mostrar serviço”, provar que nas mãos de capitalistas elas são muito mais “eficientes”. Entenda-se como “eficientes” lucrativas.

Então, tragédias como as de Mariana e Brumadinho estão dentro desta lógica, embora tenhamos governos (há muito tempo, talvez sempre, não é de hoje) que agem como donos de empresas. Mas lembro que algumas empresas estatais assumiam um monte de responsabilidades sociais, como custear sistemas de educação e saúde em municípios em que atuavam.