quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

TST veta greve contra privatização

Da Rede Brasil Atual:

A decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de considerar abusivas greves contra a privatização de empresas estatais não deve intimidar os trabalhadores do setor energético. Ao menos é o que afirma Fernando Pereira, diretor da Federação Nacional dos Urbanitários e do Coletivo Nacional dos Eletricitários.

“Uma coisa é certa: nada para os trabalhadores foi dado de graça, tudo o que temos foi conquistado, então (essa decisão) não muda em nada nossa vontade de lutar, nossa vontade de defender o patrimônio público. O que está em jogo não é apenas nosso emprego, é a soberania nacional, está em jogo entregar para a iniciativa privada, principalmente para os estrangeiros, um setor super importante para a economia do país”, disse o dirigente, em entrevista ao jornalista Rafael Garcia, na Rádio Brasil Atual.

Vale: a trajetória da tragédia

Por Luiz Alberto Gomez de Souza, no site da Fundação Maurício Grabois:

Estamos diante da terrível e criminosa tragédia do dia 25 de janeiro, quando se rompeu a barragem de rejeitos de Córrego Feijão,da Vale, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte,com um rio de lama cobrindo rapidamente uma área administrativa da Vale e uma comunidade próxima. Essa lama está contaminando o rio Paraopeba, afluente do São Francisco, podendo chegar até este, com um resultado catastrófico.

Uma barragem é um reservatório destinado a reter resíduos resultado do processo de beneficiamento de minérios. Estes resíduos são armazenados numa espécie de lixeira, para evitar que, soltos, causem danos ambientais.Entretanto, rompida a barragem, a saída violenta da lama represada dos resíduos produz danos ainda maiores.

Perguntas e respostas sobre o caso Lula

Por Valter Pomar, em seu blog:

1. Quantos procedimentos judiciais há contra Lula?
Centenas!

2. Por qual motivo há tantos procedimentos judiciais contra Lula?
Os inimigos dizem que Lula “fez por merecer”. A verdade é que, incapazes de derrotar Lula eleitoralmente, seus inimigos montaram uma farsa judicial com o objetivo de condenar e prender a maior liderança popular da história do Brasil. E quanto mais processos existirem, mais forte é a impressão de que “onde há fumaça, há fogo”.


Carlos Bolsonaro desmente Bebbiano

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Os intestinos do bolsonarismo continuam convulsos.

A encrenca com o surgimento das candidatas laranja (a segunda, Érica Santos, revelada aqui no domingo, é personagem de matéria da Folha, hoje) teria abalado as relações entre o presidente e seu ministro-chefe da Secretaria de Governo, Gustavo Bebbiano.

Bebbiano, até pouco tempo um outsider, aproximou-se de Jair há pouco mais de um ano, levando uma penca de personagens da elite endinheirada – ou que se faz parecer ser – do Rio de Janeiro, a começar do empresário-socialite Paulo Marinho. Mostrou-se um operador de arranjos, como o que alugou o PSL para ser a legenda hospedeira do presidenciável.

Bolsonaro e as políticas de comunicação

Por Theófilo Rodrigues, no blog Cafezinho:

Com o fim de seu primeiro mês algumas observações iniciais já podem ser feitas sobre o que esperar das políticas públicas de comunicação do governo Bolsonaro e de seu relacionamento com a imprensa.

Uma pista relevante para essa avaliação está no documento divulgado recentemente pelo ministério da Casa Civil sobre as 35 prioridades para os 100 primeiros dias de governo. Entre essas prioridades do governo federal há uma completa ausência de políticas públicas para o setor.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Comunicação, responsável por essa agenda, apresentou nesse documento duas prioridades que não possuem relação com o tema da comunicação: um projeto sobre ciência nas escolas e outro sobre a dessalinização da água no Nordeste. De certo modo, era de se esperar essa invisibilidade já que o ministro Marcos Pontes não é exatamente alguém próximo dessa área.

Chanceler de Bolsonaro é um capacho

Por Jeferson Miola, em seu blog:               

O mínimo que se pode atestar sobre Ernesto Araújo, o sinistro ministro das Relações Exteriores do governo Bolsonaro, é que ele é um lunático que não reúne os requisitos essenciais para exercer o cargo, e faz apenas o papel de capacho – não dos EUA, mas do Trump.

Não se trata, aqui, de esperar que Araújo conseguisse ser outro chanceler a honrar uma tradição secular do Itamaraty, mas apenas de anotar que ele não possui as mínimas condições exigíveis para bem representar os interesses do Brasil no mundo.

Em novembro passado, apenas anunciado chanceler pelo presidente eleito, ainda extasiado com a indicação – e, talvez, querendo mostrar fidelidade canina à visão infame de política externa do clã bolsonarista –, Araújo fez promessas que causaram arrepios na diplomacia mundial e em diplomatas brasileiros de distintos matizes ideológicos.

Quem é o pior ministro de Bolsonaro?

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Damares Alves (Direitos Humanos), Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Paulo Guedes (Economia), Ricardo Salles (Meio Ambiente), Ricardo Velez (Educação)… Esses são apenas os nomes mais vistosos do espetáculo circense em que se converteu o governo Bolsonaro. Há outros, mas esses, de longe, são os piores. O dilema, porém, é decidir qual o pior… Ou não?

Muitos dirão que Damares Alves, a “pastora” evangélica que acredita que a humanidade descende de Adão e Eva e que holandeses masturbam bebês, e quem Bolsonaro incumbiu de promover os direitos humanos e das mulheres, seria a pior.



Bolsonaro e a derrota na previdência

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                                             

Conversa entre dois trabalhadores cinquentões, eleitores confessos de Bolsonaro, num café no Centro do Rio, presenciada por mim. Vou chamá-los de A e B.

A – Votei no Bolsonaro, mas ele não falou que ia ferrar as pessoas com esta história de aposentadoria.

B – Pior é que um dia desse ele falou que queria aposentadoria aos 62 anos para homens e 57 para as mulheres. Agora já mudou de ideia, convencido por aquele ministro, que é quem manda no governo.

A – Isso não importa. Ele não pode sacanear quem ralou a vida toda como eu para ter direito à aposentadoria. Na campanha, o pessoal do PT falou isso e eu não acreditei.

B – Vou procurar um advogado para ver isso. Não é possível que não tenha um jeito. Faltam só três anos para eu me aposentar.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Esquerda dos EUA lança “Netflix socialista”

Por Meagan Day, no blog Socialista Morena:

A Means of Production (“Meios de Produção”) é um coletivo de cinema socialista criado em Detroit, Michigan. Ano passado eles lançaram seu primeiro vídeo de campanha eleitoral. A candidata não era a habitual beijadora de bebês. Era Alexandria Ocasio-Cortez (jovem política democrata de origem hispânica, autointitulada socialista, que se elegeu deputada, um feito histórico).

A propaganda não passou na televisão, mas ainda assim teve milhões de visualizações, viralizando nas redes sociais e atraindo a atenção nacional muitíssimo mais que a própria corrida pelo Congresso. No twitter, ativistas e jornalistas influentes aclamaram-no como “o melhor anúncio de campanha de 2018”.

O criminoso projeto 'anticrime' e o nazismo

Por Roberto Bueno, no site Carta Maior:

Há normas jurídicas marcadamente claras, classificáveis como “simples”, sobre as quais o modelo de interpretação a ser aplicado pode ser reputado “direto”, bastando com subsumir a conduta à previsão legal, a exemplo da norma “Pare quando o semáforo indicar a cor vermelha”. Contudo, grande parte das normas jurídicas não é classificável dentre as “diretas”, senão o contrário, e a sua indeterminação ocorre não raro por interesses político-ideológicos de corte autoritário. Exemplo disso é a linguagem jurídica utilizada pelo projeto anticrime proposto pelo Ministro da Justiça, Sergio Moro.

Estudantes e a unidade em defesa do Brasil

Editorial do site Vermelho:

Terminou neste domingo (10), em Salvador (BA), o primeiro grande evento do movimento popular em defesa Brasil, dos direitos do povo e da democracia e contra o governo retrógrado de Jair Bolsonaro. Com a participação de estudantes de todo o Brasil, a 11ª Bienal da UNE, pela primeira vez, foi organizada por uma parceria da União Nacional de Estudantes com a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG).

Venezuela, Brasil e a ascensão da Eurásia

Por Diego Fernando Machado Garcia, no site Brasil Debate:

Qualquer julgamento apressado e tutelado pela mídia internacional sobre a situação na Venezuela e o que realmente está por trás dessa Guerra Fria 2.0, como bem define o analista geopolítico independente e jornalista Pepe Escobar, é injusto. Isso se estende ao Brasil e à América Latina, na medida em que seus recursos cometem o “crime” de não estarem em solo norte-americano ou europeu.

Nesse xadrez, a Eurásia [1] tem um papel central, pois abriga o chamado “Heartland”, cuja importância, como já nos lembrava Moniz Bandeira, está definida em uma frase: “quem controlar a Eurásia, controlará o mundo”. A grande concentração de recursos naturais de toda a região, em especial do Oriente Médio, com destaque para o petróleo e o gás, ajuda a explicar o interesse norte-americano em levar “democracia e liberdade” pra esse pedaço do globo, ainda que China e Rússia não sejam nada “inocentes”.

O emplasto filosófico de Olavo de Carvalho

Por Daniel Tourinho Peres, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Dimitrius Dantas, do jornal O Globo, convidou a mim e a dois colegas, Maria de Lourdes Borges, da UFSC, e Maurício Keinert, da USP, para assistirmos uma das aulas de Olavo de Carvalho e darmos nossa opinião. A matéria, publicada no dia 10 de Fevereiro, ficou interessante e gerou alguma polêmica [1], chegando até mesmo a figurar entre os trend topics do Twitter. Como toda matéria de jornal, ficou muito por ser dito. Gostaria de retomar então alguns pontos que ficaram fora do texto publicado, justamente para tentar mostrar que, por detrás de disputas filosóficas, estão em jogo questões muito mais fundamentais.

A guerra prometida no RJ já começou

Por Pedro Prado e Cecília Olliveira, no site The Intercept-Brasil:

“Vão invadir o Morro da Coroa, no Catumbi”. Recebi essa mensagem às 22h18 da sexta-feira, 1º de fevereiro. Muita gente no WhatsApp também. Em seis dias, a “profecia” se cumpriu. Houve tiroteio na região por três dias seguidos até que a polícia interviesse, uma semana depois, e deixasse 13 mortos – 10 deles, segundo testemunhas, dentro da casa de uma moradora que nada tem a ver com tráfico, no Morro do Fallet/Fogueteiro, a favela vizinha e também controlada pelo Comando Vermelho.

A falácia do projeto de Sergio Moro

Por Daniel Zen, no site Mídia Ninja:

O pretensioso e auto denominado projeto de “lei anticrimes”, de autoria do Ministro da Justiça, Sérgio Moro, é de um amadorismo sem precedentes na história da política criminal e do direito brasileiro. Com a proposta de alterar 14 leis já em vigor no país, o PL sugere diversas medidas que apontam para o encarceramento máximo, o endurecimento do regime de execução e para a ampliação de penas para determinados crimes. Até aí, nada de novo, louvável, até certo ponto. No entanto, o PL chama a atenção sobre três aspectos:

A sentença de Lula e o bordão de Chicó

Por Camilo Vannuchi, na revista CartaCapital:

“Não sei, só sei que foi assim.” A cada causo narrado por Chicó, o anti-herói mitômano criado por Ariano Suassuna no Auto da Compadecida, a lorota da vez é invariavelmente arrematada com esse espirituoso bordão. Na falta de explicação para os devaneios que gosta de contar, o personagem encerra a discussão com um recurso tão fácil quanto ingênuo: o bom e velho “porque sim”. E ponto.

Chicó parece ter passado uma temporada na 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelos processos da Lava Jato. Na sentença condenatória expedida pela juíza Gabriela Hardt na última quarta-feira, 6 de fevereiro, é notável a influência de Chicó. Nas mais de 200 páginas que compõem a condenação, o personagem da obra mais famosa de Ariano Suassuna paira como uma espécie de teórico de referência, figura que a ministra Damares chamaria de mestre bíblico.

O ministro, os canibais e as línguas

Por Adrián Pablo Fanjul, no site Outras Palavras:

No final de janeiro, o recentemente empossado ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, deu uma entrevista para o semanário Veja. As repercussões, preocupadas ou indignadas, no meio educacional, não têm sido poucas: o longo depoimento do ministro reafirma perspectivas de perseguição ideológica em todos os níveis da educação nacional e, particularmente, de elitização, redução e/ou abandono do ensino superior. Sem minimizar essas preocupações, que compartilho plenamente e que considero de primeira importância, quero tratar aqui sobre um trecho da entrevista que solicitou particularmente minha atenção devido à minha trajetória como pesquisador nos estudos da linguagem e ao fato de ser hispano-americano naturalizado brasileiro. E a reflexão me levou, como se verá, a outra curiosidade que também indaguei: como soa a fala em português desse ministro que, como eu e muitos que conheço no Brasil, também teve o espanhol como língua primeira? Vamos por partes.


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

'Bolsomoro', a mídia e o pacote anticrime

Futuro destruído: Fla rico e meninos pobres

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Um incêndio nos alojamentos do Centro de Treinamento do Flamengo no Ninho do Urubu, onde ficam os jogadores das equipes de base, flagrou nesta sexta-feira mais um dramático exemplo da desigualdade social no país, que aumenta a cada dia.

Ao mesmo tempo em que o Flamengo rico, o maior clube do país, torra R$ 85 milhões na contratação de grandes craques, estes meninos estavam alojados em conteineres improvisados nos fundos do Ninho do Urubu, sem laudo de segurança aprovado pelo Corpo de Bombeiros.

Viver sob o fascismo

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

A estratégia de Steve Bannon e da sua trupe de criminosos em rede, mereceu um artigo do magnífico jornalista Joaquin Stefania em “El País” (08.02), pelo qual ele mostra que a direita espanhola opta pela estratégia da “crispação” – a instauração do conflito perpétuo – onde a narrativa política contra as instituições e contra os adversários tornados inimigos – no caso a socialdemocracia –, a denúncia das mazelas do partidos e os defeitos” da política, são apresentados como essência da democracia. Insuperáveis, portanto, pelos métodos democráticos.