quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Bolsonaro vai à guerra: TV Globo é "inimiga"

Por André Cintra, no site Vermelho:

Como num juramento típico das máfias do sul da Itália, o clã Bolsonaro declarou guerra à família Marinho. Quem ouve os áudios revelados nesta terça-feira (19) das conversas entre o presidente da República e seu ex-ministro deduz que a vendeta do governo contra a TV Globo está encomendada. É possível concluir, também, que a emissora, como adversária poderosa que é, já se infiltrou no front adversário. É uma guerra sem volta.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Bolsonaro vai degolar o filhote Carluxo?

Por Altamiro Borges

O vereador Carlos Bolsonaro, chamado pelo pai de pitbull ou 02 e pelos mais íntimos de Carluxo, está na mira dos carreiristas que chegaram ao poder na carona de Jair Bolsonaro. Em entrevista à rádio Jovem Pan na terça-feira (19), Gustavo Bebianno, o defecado ministro da Secretaria-Geral da Presidência, resolveu concentrar a sua artilharia no “pimpolho” e aliviar a barra do “desleal” presidente. A mídia também garante que a bronca contra os filhos do “capetão” cresce entre os generais, que a cada dia concentram mais poder no Palácio do Planalto. Há boatos de que o mimado Carluxo poderá ser degolado em breve pelo pai, que adora posar de valentão, mas se acovarda diante de qualquer intempérie.

Rosário e Jean Wyllys derrotam Bolsonaro

Por Altamiro Borges

Além de exonerar o seu amigão-laranja Gustavo Bebianno e de sofrer a primeira derrota na Câmara Federal (na votação da Lei de Acesso à Informação), o presidente Jair Bolsonaro teve outras dores de cabeça nesta semana infernal. Na terça-feira (19), o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou recurso do “capetão” e manteve sua condenação por danos morais pelas agressões à deputada federal Maria do Rosário. O fascistoide terá que pagar multa de R$ 10 mil à petista gaúcha. No mesmo dia, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro julgou improcedente uma ação na qual Jair Bolsonaro acusava o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), que o chamou de racista, homofóbico e “canalha”, por calúnia, injúria e difamação.

O fugaz reinado de Bolsonaro, o Patético

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

Patético, segundo o Michaelis, pode ser aquele que “comove, que provoca piedade ou tristeza” ou também aquele “que causa constrangimento ou aversão por ser exageradamente emocional”.

Ambos os significados caem como uma luva no presidente Jair Bolsonaro após o rocambolesco episódio da demissão de Gustavo Bebianno da Secretaria-Geral da Presidência.

É claro que a piedade e a tristeza são, embora provocadas pelo presidente, direcionadas ao nosso país, entregue a figura tão flagrantemente despreparada.

“Exageradamente emocional”, por sua vez, define à perfeição a conduta de Jair Bolsonaro no imbróglio.

Barão de Itararé e a "Constituição em risco"


Pouco mais de 30 anos após a promulgação da Constituição, seus princípios são postos em xeque pelo avanço do "ultra-neoliberalismo", tendência mundial representada no Brasil pelo governo de Jair Bolsonaro. O ex-chanceler e ex-ministro da Defesa Celso Amorim, a jurista Carol Proner e a economista Laura Tavares debateram as ameaças à democracia, aos direitos individuais e ao sistema de Seguridade Social, bem como à soberania nacional, nessa segunda-feira (18), no Rio de Janeiro.

O evento chamado A Constituição de 1988 em Risco, iniciativa do Coletivo Barão de Itararé, também teve a participação da líder da minoria da Câmara, deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), e contou com o auditório da Conselho Regional de Economia do Rio lotado.

Laranjal dificulta o golpe da Previdência

Por Thais Reis Oliveira, na revista CartaCapital:

Depois de muitas idas e vindas, a Reforma da Previdência volta ao Congresso. Findado o prazo para o envio do texto nesta quarta-feira 20, Jair Bolsonaro foi à Câmara entregar a proposta do governo ao presidente Rodrigo Maia. Deputados do PSOL recepcionaram o presidente vestidos com um avental laranja e segurando a fruta.

A reforma é a prova de fogo do governo, que enfrenta pressão por aprovação rápida e indolor depois da jornada malsucedida no governo Temer: à época, a proposta embolorou conforme o escândalo da JBS avançava, e acabou não passando sequer do plenário da Câmara.

O governo dos generais da "turma do Haiti"

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

A lambança na demissão do ministro dos laranjais foi a gota d´água.

Nenhuma surpresa. Acabou precocemente o governo do clã dos Bolsonaros, aos 50 dias de vida, na primeira crise que enfrentou.

A deprimente imagem do vídeo improvisado em que o presidente Jair Bolsonaro se rende à chantagem de Bebianno, e o cobre de elogios, deve ter arrepiado o brio até dos militares mais insensíveis.

Começa agora para valer o governo da junta militar comandada pelo general Augusto Heleno, o chefe da “turma do Haiti”.

Medo e solidão no marketing via Google

Por Patrick Berlinquette, no site Outras Palavras:

Como a Google diz diretamente, micro-momentos são os “momentos ricos em intencionalidade, quando decisões são tomadas, e preferências moldadas.” Isso esconde o que a Google não pode dizer: Sua atitude “quero-isso-agora” geralmente é produzida por incômodos sentimentos de ansiedade e medo. Quando você está fazendo compras nesta sintonia (de qualquer coisa, não apenas um produto), seus limites estão nublados pela emoção. Sua “necessidade” imediatista, transacional, de navegação ou informativa, é confundida com o desejo de que seus sentimentos ruins desapareçam.

A intencional discrição do homem de Chicago

Por Marcelo Manzano, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Fazendo jus ao frio mais-que-polar de sua Chicago, Paulo Guedes parece ter preferido hibernar nos primeiros 45 dias como superministro da Economia. Falou menos do que de hábito e, do que fez, pouco se sabe. Nos raros momentos em que botou a cara para fora, como em Davos, Guedes falou para os seus nada além do que dele se esperava: privatizações, abertura comercial, reforma da previdência. De resto, o silêncio foi sua marca.

A guerra entre Globo e Bolsonaro

Por Mauro Donato, no blog Diário do Centro do Mundo:

Memorize esta data: 19 de fevereiro. Foi provavelmente o primeiro dia em que o Jornal Nacional terá iniciado uma guerra diária contra Jair Bolsonaro. A edição de ontem contou longos e intensos minutos, repletos de expressões sisudas de seus apresentadores.

Quem te viu, quem te vê. Em menos de dois meses, o governo que se elegeu pelo falacioso discurso anticorrupção passa a ter tratamento similar ao dispensado aos anteriores, quando desafetos da Globo. Praticamente metade do JN foi dedicado a denúncias das diversas espécies de laranjais bolsonaristas, com ênfase, claro, no diz-que-diz digno de novela mexicana que envolve aquele bando de orangotango.

Estamos sob uma ditadura militar?

Por Antonio Barbosa Filho

Alguém já viu um general, brigadeiro ou almirante batendo continência para um capitão? Acho muito difícil, ainda mais para um capitão que ameaçou explodir quartéis, matando colegas, e que escapou por pouco de não ser expulso - foi apenas "desligado".

A formação disciplinar nas três Forças é muito rigorosa: quem manda é a patente, quem sabe, obedece. A única exceção são os paraquedistas, porque são os primeiros a morrer numa guerra. No metrô ou ônibus lotados, o tenente sentado levanta-se e cede o lugar a um sargento paraquedista.

Militares ocupam quase todo Planalto

Por Vilma Bokany, no site da Fundação Perseu Abramo:

O porta-voz da presidência de Jair Bolsonaro, general Otávio Rêgo Barros, anunciou no início da noite desta segunda-feira, 18, a demissão do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, alegando razões de “foro íntimo” de Bolsonaro para a saída do ministro.

Em menos de 50 dias, o governo tem a primeira baixa no primeiro escalão. Bebianno é acusado de repasses do PSL a candidatura laranjas em Pernambuco durante a campanha eleitoral de 2018, quando era presidente do partido.

A rendição de Bolsonaro

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Para quem tinha dúvidas sobre o tempo cultural que o país se encontra a partir da posse de Jair Bolsonaro no Planalto, a queda de Gustavo Bebianno da Secretaria Geral da Presidência não poderia ser mais instrutiva. Esqueça mudanças nas questões de gênero, reforma da Previdência, liberdades civis. O país acaba de ser atingido naquele ponto fundamental que permite distinguir a civilização humana do mundo dos animais - a linguagem.

Bolsonaro: como se tornar um inútil perigoso

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Jair Bolsonaro, na ilusão de autosuficiência própria dos simplórios, percebe mal a situação em que está envolvido e ainda confia que vai “resolver a parada” com a força carismática do “Mito”.

De um lado, um parlamento cheio de medíocres e vazio de caráteres se move para enquadrá-lo às regras do jogo. A “oferta”, muy amiga, do DEM, registrada pela Folha, para assumir a coordenação política do Governo, com Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre sendo os canais oficiais de encaminhamento das reivindicações (leia-se verbas e cargos) dos parlamentares é cicuta edulcorada.

O homem de Bolsonaro para a reforma agrária

Por Leonardo Fuhrmann, no site The Intercept-Brasil:

Em julho de 2003, um grupo de fazendeiros do Pontal do Paranapanema, no oeste paulista, resolveu posar para o Jornal Nacional com armas em punho. Eles anunciavam a formação de um ‘centro de treinamentos’ onde se preparavam para resistir às ações do MST. Lula havia chegado ao poder – e, com ele, crescia o temor de uma reforma agrária. O objetivo era apresentar poderio paramilitar para intimidar os camponeses, com armas proibidas no Brasil ou de uso restrito às Forças Armadas.

Segundo investigações da polícia e da CPI da Terra, de 2005, os milicianos rurais eram ligados a Luiz Antônio Nabhan Garcia, fazendeiro da região e presidente da UDR, a União Democrática Ruralista. Hoje, ele é secretário especial de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura – em outras palavras, o responsável demarcações de terras e a reforma agrária.


Ford fecha fábrica. Cadê a mídia otimista?

Por Altamiro Borges

A multinacional estadunidense Ford anunciou nesta terça-feira (19) que fechará a sua fábrica em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. A abrupta decisão faz parte do projeto da empresa de encerrar a produção de caminhões nas unidades instaladas na América do Sul. A previsão é de que até o final do ano a "reestruturação" resultará na demissão de 2,7 mil metalúrgicos  além do corte nos empregos indiretos das firmas que fornecem peças e prestam serviços. Com certeza, a mídia burguesa  nutrida com milhões em publicidade  tentará abrandar o impacto do fechamento da fábrica. Até porque seus colunistas de aluguel vinham jurando que a economia, sob o comando do rentista Paulo Guedes com o seu plano ultraliberal e entreguista, já estava em plena retomada. Baita recuperação!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Estadão detona a "criançada" de Bolsonaro

Por Altamiro Borges

Por seu ódio visceral a Lula e às forças de esquerda, o Estadão deu uma importante contribuição para a ascensão fascista no Brasil, que resultou na eleição de Jair Bolsonaro em outubro passado. Sem se preocupar com o futuro do país, o jornal da falida e endividada famiglia Mesquita ligou o "foda-se" e apostou em algo que sabia que tinha tudo para dar errado. Em 1964, o diário oligárquico também deu apoio a um golpe militar e pouco depois foi censurado e perseguido pela ditadura. Agora, com apenas 50 dias da tragédia, o Estadão parece que já não nutre qualquer expectativa no êxito do presidente-capetão. O editorial publicado nesta terça-feira (19) evidencia um rápido desencanto que pode atingir outros setores da cloaca empresarial brasileira. Vale conferir o petardo e aguardar os próximos lances:

O incêndio do Reichstag à brasileira

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – Bebianno e os militares

Desde os primeiros movimentos do governo de transição, um dos grupos que se posicionou foi dos financiadores de campanha, Gustavo Bebianno, Paulo Marinho e Luciano Bivar. Tentaram emplacar nomes em áreas de grandes contratos, como o Ministério de Minas e Energia, da Infraestrutura. Foram impedidos pelo grupo militar.

Esta é a razão para não ter havido esforço para segurar a sua demissão, apesar dos métodos atabalhoados de Jair Bolsonaro e filhos.

Bernie Sanders enfrenta fascismo bolsonárico

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Tocqueville no seu “Democracia na América” (II p..813), considerando que a democracia – por carregar o gérmen de um novo despotismo – transformar-se-ia no “seu contrário”, escreveu que “nossos contemporâneos imaginam um poder único, tutelar, onipotente, mas eleito pelos cidadãos (e) consolam-se pelo fato de serem tutelados, pensando que eles mesmos selecionaram seus tutores(…). Num sistema deste gênero os cidadãos saem, por um momento da dependência, para designar o seu amo e logo voltam a entrar nela”. Vem do Século 19 uma lúcida lição sobre a questão democrática na pós-modernidade da pós-verdade, que nos faz pensar no Brasil destes nossos dias de crueldade, miséria moral e autoritarismo que combina o ultraliberalismo com os espasmos fascistas que nos trouxeram até a tragédia.

A maldade da "reforma" da Previdência


Editorial do site Vermelho:

A luta desesperada da direita pela “reforma” da Previdência Social diz muita coisa. Uma delas, talvez a principal, é que há uma conta a ser paga, inflada pelos efeitos da crise global que estourou em 2007-2008. O chamado “déficit fiscal”, que na visão dos neoliberais deve ser sanado com recursos provenientes dos direitos dos trabalhadores e do patrimônio público — as privatizações —, é o coração do problema. Ao desvendá-lo, aparece a essência da crise e se compreende o desespero da direita pela “reforma” da Previdência Social.