segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Encontro de Lima testará retórica de Mourão

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Ao participar de uma reunião do grupo de Lima, na qual uma bancada latino-americana de governos submissos a Washington irá discutir os próximos passos para derrubar Nicolas Maduro, o general Hamilton Mourão será submetido a um teste de grande interesse para o país - e também para seu futuro político.

Até agora, Mourão tem cumprido um papel particular nos debates sobre o assunto. Enquanto o próprio Bolsonaro deixa claro seu alinhamento com Donald Trump - até bateu continência para John Bolton, um dos mais radicais assessores do presidente dos Estados Unidos, com um papel relevante na guerra do Iraque -, o general vice-presidente tem feito o contraponto interno num momento crucial na política externa brasileira.

E depois de Bolsonaro?

Por Roberto Amaral, em seu blog:

O óbvio está escancarado.

O capitão não tem condições de presidir o país: carece de atributos éticos, intelectuais e cognitivos. Pensa com dificuldade, incapaz de uma abstração; cinge-se ao bê-á-bá do fascismo primário, já de si de poucas palavras, claudica na leitura dos discursos. Seus assessores parecem orientados a utilizar, nos textos que lhe preparam, um repertório de aluno do ensino médio.

De tudo isso já se sabia desde que o capitão-paraquedista foi intimado a abandonar a carreira no Exército que não honrou, pois sempre foi um mau oficial, na sentença do insuspeito general Ernesto Geisel.

Polícia nunca matou tanto no Rio de Janeiro

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

A nota publicada no site do Instituto de Segurança Pública (ISP) do governo do Rio, sobre a queda de 18% na taxa de homicídio doloso no estado, em janeiro deste ano, é um tanto ridícula, porque a comparação é feita com o mesmo mês de 2018.

Um índice desse tipo tem de ser feito, por razões óbvias, com o mês anterior, e aí notamos um forte aumento de 26% no número de mortes violentas no estado.

Em janeiro de 2019, 563 pessoas foram assassinadas no estado do Rio. Definitivamente, isso não é motivo de comemoração. É uma taxa de países em guerra.

Moro atira em pobres, negros e periféricos

Do site da Fundação Maurício Grabois:

O pacote anticrime do ministro Sérgio Moro “carece de embasamento teórico suficiente, de análise de impacto social e de uma efetiva construção democrática, configurando-se ineficaz”. É assim que as Defensorias Públicas do RJ e SP, IDDD (Instituto de Defesa do Direito à Defesa) e o Ibccrim (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais) definem as propostas do governo de Jair Bolsonaro para a segurança pública, incluindo os decretos de posse de armas e de indulto de presos. As críticas estão em um documento desenvolvido e aprovado nesta sexta-feira (15/2), durante o seminário “Recrudescimento Penal e a Política Criminal no Brasil” realizado em São Paulo. Pelo menos outras 29 entidades assinam o manifesto.

Alcolumbre: Voto aberto, patrimônio oculto

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A parelha Rodrigo Maia-Davi Alcolumbre, na qual o governo Bolsonaro aposta para puxar a pesada reforma previdenciária no Congresso, pode ter ficado manca, hoje, com a revelação da Folha de que o presidente do Senado, reiteradamente, ocultou seu patrimônio nas declarações de bens apresentadas à Justiça Eleitoral ao longo de seis eleições, desde 2002.

A vitória de Maduro foi espetacular

Por Gilberto Maringoni

É preciso dizer COM todas as letras: Nicolás Maduro obteve uma vitória incontestável e espetacular contra a tentativa de derrubá-lo através da entrada forçada de uma torta "ajuda humanitária", articulada pelo Departamento de Estado, com auxílio da Colômbia e do Brasil. Inquestionável e espetacular, não menos que isso.

Os Estados Unidos demoraram a encontrar uma tática para retirar Maduro do poder que fosse palatável à opinião pública global. Quando Donald Trump declarou, na ONU em 26 de setembro do ano passado, que "Todas as opções estão na mesa, todas. As mais e menos fortes. E já sabem o que quero dizer com forte", estava se referindo a uma intervenção militar direta. Mariners e boinas verdes marchariam sobre Caracas.

Mídia abafa alta do desemprego nas capitais

Por Altamiro Borges

Na quinta-feira (21), o IBGE divulgou um dado alarmante sobre o índice de desemprego nas capitais brasileiras. Segundo o instituto, o número de desocupados registrou em 2018 a maior alta dos últimos sete anos em 14 das 27 capitais do país. Na cidade de São Paulo, que concentra o maior número de trabalhadores do Brasil, o percentual subiu de 13,5% para 14,2%. Além da capital paulista, as outras que registraram aumento do desemprego foram Porto Alegre, Rio de Janeiro, Vitória, Salvador, Aracaju, Maceió, Recife, João Pessoa, Teresina, Macapá, Belém, Boa Vista e Porto Velho.

domingo, 24 de fevereiro de 2019

Papa expulsa padre-tarado e bolsonarista

Por Altamiro Borges

Desconfie sempre das “otoridades” que rosnam contra a corrupção e se dizem seguidoras do “ético” Jair Bolsonaro – inclusive dos padres, bispos e pastores. Na quarta-feira (20), por ordem direta do Papa Francisco, o goiano Jean Rogers Rodrigo de Sousa, mais conhecido como padre Rodrigo Maria, perdeu o status clerical. Ordenado sacerdote há 19 anos, ele foi acusado por ex-freiras e ex-noviças de ter cometido crimes de abuso sexual e agora é expulso da Igreja Católica. A punição, a mais dura que o Vaticano pode impor a um clérigo, é o desfecho de uma longa investigação canônica e atinge o religioso que, após ser transferido para inúmeras dioceses, atualmente respondia aos bispos da cidade paraguaia de Ciudad del Este.

A “laranja” generosa de Bolsonaro no RS

Por Altamiro Borges

O PSL, o partido de aluguel que garantiu a eleição de Jair Bolsonaro, está com jeito de organização criminosa e ainda pode dar muitas dores de cabeça ao presidente-capetão. Já batizado de Partido Só de Laranjas, a sigla direitista e fisiológica aproveitou a onda fascistizante no país e deu carona para centenas de oportunistas. As primeiras descobertas da sujeirada já resultaram na degola do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, que presidiu a legenda durante as eleições – e sabe de todas as sacanagens obradas na campanha. Aos poucos, outros bandidos serão descobertos – mesmo sem a ajuda do “juiz” Sergio Moro, o agora superministro do laranjal. Um caso hilário é o da candidata ao Senado que ludibriou 1,5 milhão de gaúchos.

Globo vai ter coragem de peitar Bolsonaro?

Guerra! Na Venezuela e no Brasil

Por Marcelo Zero

Na Venezuela, montou-se o cenário ideal para uma operação “false flag”.

Operação false flag ou operação de falsa bandeira são operações conduzidas por governos ou grupos que visam culpar “inimigos” pela violência cometida, criando-se, assim, condições propícias para a derrubada de regimes ou para a deflagração de conflitos.

A história está cheia de exemplos de operações desse tipo.

Um exemplo clássico é o Incidente de Mundken ou Incidente da Manchúria.

Em 1931, o Japão que ocupava a Manchúria e estava interessado em ocupar o resto da China, explodiu um setor de uma ferrovia japonesa e culpou ativistas chineses pelo crime.

Bolsonaro e a necessidade do estado policial

Por Paulo Pimenta, no site Sul-21:

Chegam ao Congresso nesta terceira semana de fevereiro, os dois projetos que sustentam a permanência do capitão no mais alto posto do país: o pacote anticrime do ministro da justiça – prudentemente expurga o capítulo que tratava de Caixa 2, para evitar contaminações que poderiam leva-lo à derrota no plenário – e a Reforma que pretende liquidar com a Previdência Pública no Brasil, expurga o capítulo sobre a aposentadoria dos militares, por razões óbvias, considerando o perfil de um governo que mostra à sua frente os rostos caricatos de quatro generais. Aliás, o Brasil arrasta consigo historicamente uma queda irreprimível pela caricatura: um dos quatro generais é o Floriano Peixoto, ressuscitado…

Ricardo Salles e a mentira sobre Yale

Por Leandro Demori, no site The Intercept-Brasil:

Em 11 de setembro de 2012, um quase desconhecido Ricardo Salles publicou um artigo na Folha de S. Paulo intitulado “Privatização, ainda que tardia”. Ao fim de uma defesa apaixonada da venda dos aeroportos brasileiros, o texto do atual ministro do Meio Ambiente termina com sua biografia resumida em apenas uma linha. “Ricardo Salles, 36, mestre em direito público pela Universidade Yale, é advogado e presidente do Movimento Endireita Brasil”. Yale. Uau. Ali estava alguém que sabia do que estava falando.

A farsa da 'ajuda humanitária' à Venezuela

Do site Vermelho:

O governo Donald Trump - apoiado pelos presidentes do Paraguai, Colômbia, Chile e do Brasil - desencadeou neste sábado (23) uma pretensa ofensiva final para tentar derrubar o presidente eleito da Venezuela, Nicolas Maduro. Com ampla cobertura midiática internacional, montou-se uma farsa de ajuda humanitária nas fronteiras da Venezuela com a Colômbia e, também, com o Brasil.

Caminhões de comida e remédio foram transformados, literalmente, em palanque, para Juan Guaidó, fantoche dos Estados Unidos, autoproclamado “presidente interino da Venezuela, pregar a deposição de Maduro.

Golpe da Previdência aumentará a pobreza

Por Regina Camargo, na Rede Brasil Atual:

A proposta de “reforma” da Previdência do governo Bolsonaro encaminhada ao Congresso Nacional no quarta-feira (20) dá razão ao dito popular, segundo o qual “tudo o que é ruim pode piorar”, principalmente para a parcela mais pobre e vulnerável da sociedade. Além de dificultar o acesso de boa parte da população às aposentadorias e outros benefícios da seguridade social, a proposta reduzirá dramaticamente seus valores se for aprovada do jeito que está. Mais pessoas serão excluídas e ficarão sem proteção previdenciária. Haverá redução do poder aquisitivo dos beneficiários. A pobreza e a desigualdade social aumentarão.

Áudio vazado de Onyx não foi acidental

Por Renato Rovai, em seu blog:

Ontem, o jornal O Globo divulgou um áudio de uma conversa entre o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e o presidente da República, Jair Bolsonaro.

Supostamente essa conversa de uns 15 segundos foi vazada a partir de uma ligação acidental do ministro para o jornalista do veículo.

Se a amiga e o amigo leitor ouviram o “vazamento acidental” devem ter percebido que nada faz sentido nesta história.

Em primeiro lugar faz alguns dias que a mídia notificou que o presidente da República não estava fazendo reuniões com ninguém portando celulares. E que até o general Heleno estava tendo que se submeter a esta nova regra.

Brasil: de agente da paz a agente da guerra

Charge: Castellucci
Por Carlos Fernandes, no blog Diário do Centro do Mundo:

Se você considerar a participação medíocre do Brasil na Segunda Guerra Mundial como um evento de real intervenção militar que contribuiu para a vitória das forças aliadas, faz exatamente 74 anos que o país não se envolve diretamente em conflitos internacionais dessa natureza.

Com uma vocação essencialmente pacifista, ganhamos especial relevância na comunidade internacional no tocante à mediação e promoção da paz a partir da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência da República.

"Reforma" de Bolsonaro é anacrônica

Por Luiz Gonzaga Belluzzo, na revista CartaCapital:

Na embolada do (des)ajuste promovido pelos paladinos do conservadorismo econômico, a inteligência brasileira, ou a falta dela, está a se afogar nas esperanças angustiadas da reforma da Previdência.

Entre tantas propriedades milagrosas da Reforma, a mais proclamada é a volta do crescimento vigoroso amparada nas expectativas favoráveis dos mercados, embevecidos com a coragem e presteza do novo governo. Finalmente, dizem, um governo empenhado em exorcizar definitivamente o demônio do desequilíbrio fiscal.

Sociedade civil se mobiliza pela democracia

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

A página 3 da Folha desta quarta-feira me fez lembrar o jornal de 35 anos atrás, onde eu trabalhava, quando a sociedade civil se organizou na resistência democrática à ditadura militar que então vivia seus estertores.

Sob o título “Comissão Arns, em defesa dos cidadãos - Conquistas estão sob ameaça de retrocesso”, um artigo anuncia a nova mobilização da sociedade civil, desta vez para impedir que o Brasil seja novamente golpeado por um regime de exceção.

Em 1984, o país inteiro saiu às ruas em defesa das eleições diretas para a presidência da República, depois de 20 anos de generais presidentes, na maior campanha cívica da nossa História.