terça-feira, 12 de março de 2019

MEC em pé de guerra: Vélez x Olavo

Por Ana Luiza Basílio, na revista CartaCapital:

O Ministério da Educação anunciou nesta terça-feira, 12, a saída de mais um nome – e de peso: Luíz Antônio Tozi, secretário-executivo da pasta, detentor do segundo cargo mais alto, depois do ministro Ricardo Vélez Rodriguez. O afastamento foi publicado pelo próprio Vélez em sua conta no Twitter.

“Dando sequência às mudanças necessárias, agradecemos a Luís Antônio Tozi pelo empenho de suas funções no MEC e transferimos sua missão de secretário-executivo a Rubens Barreto da Silva, que ocupava o cargo de secretário-executivo adjunto”, publicou o ministro da Educação.

Ronnie Lessa mata por dinheiro

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Preocupante a menção que se fez, na entrevista dos membros do Ministério Público, a que o assassinato de Marielle Franco e de Anderson Gomes tenha sido “um crime de ódio”.

Ora, é claro que pode e até deve haver ódio num crime, ainda mais um bárbaro como este.

Mas Ronnie Lessa, o milionário sargento da PM, não ficou rico, a ponto de ter apartamento, casa, carro e lancha de luxo matando, se me perdoam o paradoxo, “por amor”.

Paulo Guedes e a administração pública

Por Alexandre Andrada, no site The Intercept-Brasil:

Paulo Guedes é um homem inteligente. É dono de um PhD em Economia pela Universidade de Chicago, uma das mais renomadas do mundo, e ex-professor da PUC do Rio e FGV, duas das mais prestigiosas escolas de economia do Brasil, e pode se gabar de seus dotes acadêmicos.

Sendo um dos fundadores do banco Pactual e com atuação destacada no mercado financeiro – ainda que envolta em alguns episódios nebulosos –, Guedes pode se gabar de ser um homem rico.

Bolsonaro e o assassinato de Marielle Franco

Por Luis Felipe Miguel, no blog Diário do Centro do Mundo:

O assassinato de Marielle Franco está batendo na porta de Jair Bolsonaro. Não cabe antecipar resultado de investigações, mas parece restar pouca margem de dúvida quanto ao fato de que os envolvidos na execução pertencem ao círculo do presidente da República. E, tendo em vista toda a folha corrida já conhecida, quem poderia se dizer honestamente surpreendido caso fosse demonstrada uma participação ainda mais direta dele ou de seus filhos?‬

Previdência, idade e produtividade

Por Humberto Lima, no site Brasil Debate:

Um dos argumentos mais recorrentes a favor da reforma da previdência é o do envelhecimento da população. De fato, em 1983, havia 9,2 brasileiros em idade ativa (entre 15 e 60 anos) para cada brasileiro idoso (acima de 60 anos). Em 2018, segundo estimativa do IBGE, essa proporção caiu para 5,2. Em 2050, ainda de acordo com o IBGE, haverá no Brasil apenas 2 pessoas em idade ativa para cada pessoa com mais de 60 anos.

segunda-feira, 11 de março de 2019

Bolsonaro estimula ódio contra jornalistas

Por Altamiro Borges

Com a sua criminalização da política e a sua satanização das esquerdas, a mídia monopolista ajudou a chocar o ovo da serpente fascista no Brasil – que desembocou, mesmo a contragosto, na vitória eleitoral do miliciano Jair Bolsonaro. Agora, porém, ela é alvo do próprio monstro que pariu e nem pode se dizer surpresa. Afinal, o fascismo não tolera críticas e detesta a liberdade de expressão. Covarde, ele sempre estimulou o ódio contra os que pensam diferente. Nessa semana, o presidente-capetão demonstrou mais uma vez que não vacilará nem em difundir mentiras para intimidar os que denunciam suas mazelas.

Marcia Tiburi é mais uma vítima do fascismo

Por Altamiro Borges

A filósofa Marcia Tiburi, que num ato de coragem política concorreu em uma chapa de esquerda (PT-PCdoB) ao governo do Rio de Janeiro em outubro passado, é mais uma vítima do ódio fascista no Brasil. Após sofrer inúmeras ameaças e de ser obrigada a andar com seguranças, ela decidiu deixar o país – a exemplo do que já havia feito Jean Wyllys, que renunciou ao mandato de deputado federal pelo PSOL e hoje reside na Europa.

Alcântara e o cavalo de troia espacial

Por Marcelo Zero

Após seu anunciado périplo por países de governos conservadores que o inspiram, talvez os únicos em que seria razoavelmente recebido (o Chile dos Chicago Boys, Israel de Netanyahu e os EUA de Trump), Bolsonaro pretende retornar ao Brasil com um “troféu” nas mãos: um “novo” Acordo de Alcântara.

O “novo” é entre aspas mesmo, pois duvidamos que os EUA venham a fazer quaisquer concessões significativas no texto antigo do acordo. Afinal, esse “novo” texto foi renegociado pelo governo Temer e concluído no governo Bolsonaro. Ora, ambos os governos, ou desgovernos, têm como marca principal, na política externa, a submissão aos EUA, especialmente o do capitão, que idolatra Trump.

O rombo está no gasto com a dívida pública

Por Maria Lucia Fattorelli e Rodrigo Ávila, no site do Diap:

O novo governo sancionou o Orçamento Federal para 2019, no montante de R$ 3,262 trilhões. Dentre as despesas, sobressai o gasto financeiro com a chamada dívida pública, que consumirá quase 44% de todo o orçamento, ou seja, R$ 1,425 trilhão!

O gasto com servidores públicos - ativos e aposentados - consumirá R$ 350,4 bilhões, evidenciando que não são os servidores ou os aposentados do serviço público que estariam pesando nas contas públicas. As despesas com a Previdência Social (INSS) estão previstas para R$ 625 bilhões, bem menos da metade do que será gasto com a dívida.

Informalidade e o falso empreendedorismo

Por Felipe Mascari, na Rede Brasil Atual:

Jornadas longas, péssimas condições de trabalho, pouquíssimos direitos assegurados e insegurança sobre o futuro. Essas são as dificuldades apontadas por trabalhadores informais, que vivem sob a ótica do "incentivo empreendedor". Para pesquisadoras da Fundação Perseu Abramo (FPA), o termo "empreendedorismo" deveria ser substituído por "gestão da sobrevivência".

O incentivo para que o trabalhador se torne "empreendedor" é um meio para formalizar a precarização do trabalho, aponta um estudo publicado pela FPA, que ouviu manicures, domésticas, motoboys, ambulantes, costureiras e trabalhadores do setor de construção civil.

O início da temporada de caça à Lava-Jato

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

As ondas de terror costumam ter ciclo intenso, porém curto. Surgem, conquistam fígados e mentes das turbas das ruas, são impulsionadas pela mídia – por ideologia ou a reboque da opinião pública.

No ciclo inicial, conferem uma sensação inédita de onipotência aos provocadores, sejam chefes de torcida organizada, insufladores de linchamento, políticos medíocres, ou, no caso da Lava Jato, procuradores e juízes do interior, alçados de repente ao Olimpo das celebridades.

Em todas essas pessoas, o perfil psicológico é o mesmo. São personagens sem biografia anterior, sem grande destaque, que ganham a sorte grande de protagonizar o sacrifício ritual alimentado pela sede de sengue das bestas das ruas.

Os supersalários e os privilégios dos juízes

Por Juca Guimarães, no jornal Brasil de Fato:


A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019, apresentada pelo governo Jair Bolsonaro (PSL), com a justificativa de salvar o equilíbrio da conta da Previdência Social, sacrificando de um lado a contribuição e do outro a aposentadoria de milhões de trabalhadores, deixa na sombra e água fresca juízes, magistrados e membros do Ministério Público que recebem supersalários.
 
O Brasil de Fato teve acesso a 50 contracheques de juízes e desembargadores do estado de Tocantins, referentes ao mês de dezembro de 2018, e analisou os valores brutos, a contribuição previdenciária para o INSS e as gratificações, bonificações e prêmios.

A democracia entre o futuro e o passado

Por Liszt Vieira, no site Carta Maior:

"Nem mesmo os mortos serão poupados do inimigo caso ele triunfe". (Walter Benjamin, Teses Sobre o Conceito de História)

O escritor francês Paul Valéry afirmou certa vez que "o problema do nosso tempo é que o futuro não é o que costumava ser". Há certos momentos na História, como o que vivemos hoje no Brasil, em que se torna mais agudo o conflito do presente com a tradição do passado e a utopia do futuro. Creio que os exemplos citados neste artigo podem ser úteis para a compreensão da conjuntura atual.

Bolsonaro e as transgressões do carnaval

Por Cláudio Gonçalves Couto, no site da Fundação Maurício Grabois:

Em 2019, foram 570 os blocos de Carnaval oficialmente credenciados junto à prefeitura e que animaram foliões na cidade de São Paulo. O número poderia ultrapassar os 600, se não houvesse desistências. Há estimativas de 12 milhões de pessoas nas ruas – o que equivale à população da cidade. No Rio de Janeiro a estimativa é de 7 milhões. Outros tantos milhões se esbaldam na folia pelo resto do país em blocos, escolas de samba, bailes de clubes e assim por diante. A festa movimenta a produção cultural e o turismo, além de preponderar na cobertura da mídia.

Previdência: desonestidade e crueldade

Por Miguel Rossetto, no site Sul-21:

“É que ainda não existe um Maudsley para as loucuras e os crimes das nacionalidades.” Euclides da Cunha – Os Sertões, o genocídio de Canudos.

Ou, do que as elites são capazes

Quando Jair Bolsonaro e Paulo Guedes apresentaram ao Congresso sua proposta de uma nova previdência, justificaram afirmando que era para combater privilégios: mentiram. Na tabela onde o presidente e o banqueiro apresentam a pretendida diminuição do gasto público de R$ 1 trilhão em 10 anos, fica claro que os cortes serão feitos a partir das mudanças no regime geral, da diminuição do BPC, e do fim do abono salarial. Com estas medidas buscam obter R$ 897 Bilhões. Portanto, do 1 trilhão anunciado, a imensa maioria virá do bolso dos assalariados, dos agricultores, das mulheres, dos acidentados , dos mais pobres, que mais uma vez são chamados a pagar uma conta que não é deles.

Decreto das armas e os feminicídios

Por Marisa Sanematsu, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Duas semanas após assumir o mandato, o presidente Jair Bolsonaro cumpriu uma promessa de campanha ao assinar o Decreto nº 9.685, que facilita o acesso a armas de fogo e munição para qualquer cidadão que apresente justificativa de “efetiva necessidade”. Entre as motivações consideradas aceitáveis está a de residir em cidade em que a taxa de homicídios por 100 mil habitantes seja maior que 10, ou seja, 62% dos municípios brasileiros, compreendendo um contingente de quase 160 milhões de pessoas ou 76% da população do país, segundo levantamento divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo.

A economia brasileira num beco sem saída

Editorial do site Vermelho:

De cada 10 brasileiros, apenas três têm emprego com carteira assinada. A informação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Da força de trabalho total do Brasil de 105,2 milhões de pessoas, apenas 35,9 milhões estão no formalidade. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua mostra ainda que o número aumentou; no trimestre encerrado em janeiro de 2019, em comparação com o mesmo período de 2017, a quantidade de trabalhadores sem carteira de trabalho subiu 2,9%, um aumento de 320 mil pessoas no mercado informal. Pode-se contatar facilmente dois fatores determinantes para essa calamidade social.

Lava-Jato e a "cabeça" de Lula

Por Fernando Rosa, no blog Senhor X:

“Estão valendo 129 contos”, dizia a manchete do jornal “A Batalha”, do Rio de Janeiro, em 10 de novembro de 1933, referindo-se à recompensa (atualizada, na época) pelas “cabeças” de trinta e sete cangaceiros – entre eles, Lampião. Segundo o jornal, “o capitão João Facó, chefe de Polícia, aprovou a tabela de preços organizada pelo tenente Manoel Campos de Menezes, e já posta em vigor para quem trouxer as cabeças dos bandoleiros”.

Golpe da Previdência e SUS subfinanciado

Por Ana Luíza Matos de Oliveira, no site da Fundação Perseu Abramo:

A proposta de reforma da Previdência (PEC 6/2019) ocorre no momento em que a sociedade brasileira está mais fragilizada: com o mercado de trabalho ainda em crise e com o crescimento econômico muito baixo, a mudança das regras previdenciárias em conjunto com a piora dos
serviços públicos como um todo - como a saúde, muito importante para a população idosa - tem o potencial de abalar muito a qualidade de vida dos brasileiros como um todo.

domingo, 10 de março de 2019

Bolsonaro e a fumaça da banana

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Está estranha, muito estranha, esta fixação do presidente da República com a banana do Equador.

Se temos um problema não está na importação, mas na falta de exportações do produto.

O Brasil produz sete milhões de toneladas de banana por ano.

Exportamos pouco menos de 70 mil toneladas, grosso modo, ou menos de 1% da produção nacional, quase nada.

E importamos 177 toneladas, segundo publica hoje a Folha.