quarta-feira, 20 de março de 2019

Bolsonaro e a morte como política

Por Marcelo Semer, na revista Cult:

Há um ano atrás, quando a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes foram cruelmente assassinados, a campanha presidencial já estava a todo vapor. Os pretendentes ao Planalto cuidaram de manifestar solidariedade e indignação com o bárbaro crime. Exceto o então deputado Jair Bolsonaro, que preferiu o silêncio, sob o pretexto de que uma manifestação sua seria “muito polêmica”.

A guerra da mídia contra as milícias

Por Gabriel Rocha Gaspar, no site Jornalistas Livres:

A mídia liberal declarou guerra ao bolsonarismo com a cobertura da prisão dos assassinos da Marielle. E é uma guerra que a mídia dificilmente tem condições de ganhar.

Essa cobertura pode decretar o fim da mídia como conhecemos e pavimentar o caminho de um estado policialesco fascista de verdade. Uma guerra aberta Mídia x Milícias será feia de ver. E talvez a mídia não esteja levando em conta que o império está com as milícias. Não existe mais império liberal. Se a Globo, por exemplo, conta com uma aura de liberalismo vindo ao resgate, vai dar ruim.

Quem se indigna com o terrorismo de direita?

Por Patrícia Soares, na revista CartaCapital:

O massacre na mesquita na Nova Zelândia, na sexta feira, 15, deixou um saldo de 50 mortos e dezenas de feridos. Todos muçulmanos. Um dos atiradores, Brenton Tarrant, de 28 anos, esteve em 2016 nos campos de refugiados da Palestina como agente infiltrado, mercenário a serviço de Israel. Também participou de reuniões de extrema-direita na Europa.

A mídia sempre classifica os muçulmanos, de forma indiscriminada, como terroristas. Agora tem sido obrigada a mostrar que, na verdade, eles são os maiores alvos dos terroristas.

A morte do Brasil na viagem de Bolsonaro

Por Marcelo Zero

O presidente John Kennedy costumava dizer que “a política doméstica pode apenas nos derrotar, mas a política externa pode nos matar”.

De fato, pode.

Kennedy estava se referindo, é claro, à possibilidade de que estratégias erradas em política externa levassem os EUA a uma guerra nuclear.

Mas há outras maneiras de um país se matar, além da guerra.

Uma delas, talvez a mais comum, é perder de vista seus interesses próprios e passar a defender interesses de outro país, ou melhor, de um outro governo.

Mortes em Suzano e o preço do ódio

Por Joan Edesson de Oliveira, no site Vermelho:

Suzano nos incomoda. A morte do outro deve sempre nos incomodar, especialmente quando se trata de jovens, de crianças, cujo ciclo ainda estava longe de se completar. Quando a morte é bárbara como agora, nosso incômodo é maior. Ficamos tentando entender aquilo que parece inexplicável.

Sou educador, trabalho há três décadas com escolas. Perdi muitos alunos ao longo desse período, muitos mais do que eu gostaria. Tive alunos ainda jovens vítimas de câncer, de acidente automobilístico, mortos pela polícia, pelo tráfico.

Imprensa e Bolsonaro: divórcio apressado

Por Laurindo Lalo Leal Filho, na Rede Brasil Atual:

Desta vez o namoro entre parte da mídia e o governo acabou mais cedo. Não completou três meses. Restam alguns encontros fortuitos que só se mantêm por conta da esperança comum de acabar com a Previdência. Só por isso.

Em 1964, o divórcio demorou mais tempo para acontecer. Os meios de comunicação em conjunto, com as raras exceções da Última Hora e de alguns jornais menores, fizeram campanha aberta e cerrada para o golpe. O “Basta” na manchete do Correio da Manhã na véspera da queda do presidente João Goulart e a “Restaurada a democracia” na capa do O Globo no dia seguinte são exemplos emblemáticos da fúria golpista.

Capitalização ou taxação da riqueza?

Por Jeferson Miola, em seu blog:             

O ataque destrutivo do governo Bolsonaro aos direitos previdenciários não tem como objetivo ajustar o sistema de aposentadorias e pensões às mudanças demográficas, tecnológicas e laborais que ocorreram nas últimas décadas no Brasil.

Paulo Guedes, o especulador assentado no Ministério da Economia, deixou claro que o objetivo primordial da PEC 6/2019 é substituir o sistema vigente, de repartição simples, baseado na solidariedade intergeracional e sustentado por toda sociedade por meio de impostos, taxas e contribuições, pelo regime de capitalização individual [artigo 201 da PEC], que no médio prazo pode desviar os R$ 350 bilhões anuais das contribuições de empregadores e trabalhadores para a especulação financeira.

Bolsonaro nos EUA: Acabou o Brasil?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“Estamos anestesiados com tanta bizarrice e tolerando o intolerável, o absurdo” (Eduardo Moreira, economista).

Uma onda de vergonha e indignação tomou conta das redes sociais desde o início da visita da trupe de Jair Bolsonaro aos Estados Unidos.

São tantas as ofensas grosseiras e agressões ao povo brasileiro, à nossa história como país independente, que as pessoas já não sabem mais nem o que dizer. Nem eu.

A impressão que dá é de vivermos o fim dos tempos e nada mais nos resta a fazer. Acabou o brasil?

Brasil ficou menor e mais pobre após visita

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A permanente troca de sorrisos entre Jair Bolonaro e Donald Trump, no final de uma visita de dois dias do presidente brasileiro a Washington, está destinada a se tornar o símbolo de um dos grandes retrocessos da diplomacia brasileira.

"Alguém tinha de ceder," disse Bolsonaro quando deixava a Casa Branca. Ao assumir a retórica da auto-generosidade, típica de quem tenta exibir ares de superioridade para acobertar negociações desvantajosas para os interesses do país que deveria representar, Bolsonaro resumiu a sentido da visita.

Zuckerberg está tentando te enganar – de novo

Por Sam Biddle, no site The Intercept-Brasil:

Se você procurar bem, vai encontrar no site da Saudi Aramco – a maior produtora de petróleo do mundo – uma discreta página intitulada “Enfrentando o desafio do clima”. Ali, a gigante dos combustíveis fósseis afirma: “Nossas contribuições para o desafio do clima são uma expressão concreta de nosso ethos, balizada pelas políticas da companhia, e de uma conduta empresarial que enfrenta o desafio do clima.” Palavras vazias, é claro – assim como o anúncio feito por Mark Zuckerberg na quarta-feira (6) sobre sua nova “visão das redes sociais com foco na privacidade”. Não nos deixemos enganar por nenhum dos dois.

terça-feira, 19 de março de 2019

A submissão explícita de Bolsonaro aos EUA

Jogo de empurra com vítimas de Brumadinho

Trump vai atacar a Venezuela de Alcântara

Nos EUA, Bolsonaro lambe botas

No site da Fundação Perseu Abramo:

Em pouco mais de 48 horas de visita a Washington, Bolsonaro envergonhou os brasileiros, rifou o país, contrariou a Carta Magna brasileira, assinou acordos já rejeitados pelo Congresso e feriu a soberania nacional.

Jair Bolsonaro desembarcou na tarde de domingo, 17 de março, em Washington, e participou de um jantar na residência do embaixador brasileiro, Sérgio Amaral, com autoridades americanas, com o ex-estrategista da campanha de Trump, Steve Bannon, e o escritor Olavo de Carvalho. Na manhã de segunda feira, realizou uma suspeitíssima visita à CIA, fora da agenda.

Petismo e antipetismo no Brasil atual

Por Marcos Coimbra, no site Carta Maior:

Há pouco menos que vinte anos, Duda Mendonça, o mais importante profissional de comunicação eleitoral brasileiro, propôs uma formulação simples para a discussão das identidades políticas no País: “No Brasil, em cada três pessoas, uma é petista, a segunda é antipetista e a terceira é neutra, não sendo nem uma coisa, nem outra”.

Em outubro passado, nas vésperas da eleição que Bolsonaro venceria, uma pesquisa do instituto Vox Populi perguntou aos entrevistados como se sentiam em relação ao PT. Uma proporção de 10% respondeu que “detestava o PT” e outros 19% disseram que “não gostavam do PT, mas não chegavam a odiá-lo”. Do outro lado, 8% afirmaram que “eram petistas” e 21% que “gostavam do PT, mas não se sentiam petistas”. Entre os restantes, 38% disseram que “não gostavam, nem desgostavam do PT” e 2% não responderam. As primeiras cinco opções de resposta foram lidas aos entrevistados.

A perseguição judicial na universidade

Do site Brasil Debate:

Em nota pública, a recém-formada Associação Brasileira de Economistas pela Democracia (ABED) repudia a criminalização do uso das fundações universitárias e a infundada condenação do ex-reitor da UFRJ, professor Carlos Levi.

Nota pública

A Associação Brasileira de Economistas pela Democracia (ABED) vem a público externar sua indignação quanto à condenação em primeira instância, no dia 28 de fevereiro de 2019, do ex-reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) professor Carlos Antônio Levi da Conceição à pena de quatro anos e oito meses de prisão por suposto crime de peculato. A justiça considerou criminosa a autorização dada pelo professor, quando no exercício do mandato de reitor, do pagamento de taxa de administração de 5% – de um montante total de aproximadamente R$ 40 milhões doados pelo Banco do Brasil à universidade entre 2007 e 2010 – à Fundação José Bonifácio (FUJB).



Mourão não é saída

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Em novo improviso (complementar ao tuíte escatológico), o capitão-presidente, falando no Rio de Janeiro a uma plateia de fardados, saiu-se com esta: “(….) E isso, democracia e liberdade, só existem (sic) quando a sua respectiva força armada assim o quer” (O Estado de SP, 8/3/19).

Nada a estranhar, tratando-se o orador de quem é.

Estranhável e lamentável é que tenha recebido o apoio do general Hamilton Mourão (tido como agente moderador, ou “adulto”, na trupe palaciana, e sucessor presuntivo do capitão) e a bênção do general Augusto Heleno, de quem até aqui era justo esperar mais comedimento e menos afoiteza.

STF paga o preço da cumplicidade com Moro

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

É patético ver Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal, enquanto legiões de “mínions” sacodem faixas desmoralizantes para o Judiciário, dizer que “não é a ação de heróis que resolve os problemas do Estado, mas as instituições”.

Tudo o que está acontecendo em nosso país deriva justamente do fato de a mídia e a omissão do Judiciário terem permitido que se construísse um “herói”, o justiceiro Sérgio Moro, acima das leis e das instituições, com o objetivo planejado, executado e finalmente concluído de afastar Lula do processo eleitoral que, de outra forma, venceria.

Nova Zelândia na contramão de Bolsonaro

Arte: Ruby Jones
Do blog Socialista Morena:

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, anunciou nesta segunda-feira que o governo vai propor uma reforma tornando mais rígidas as leis sobre posse de armas no país. Segundo ela, a iniciativa tem apoio dos três partidos da coalizão governista: Partido Trabalhista da Nova Zelândia, Primeiro Partido da Nova Zelândia e Partido Verde.

A proposta ocorre após o ataque a duas mesquitas em Christchurch, no qual 50 pessoas morreram e outras 50 ficaram feridas. O governo prepara um memorial nacional em homenagem às vítimas. “Dez dias após esse terrível ato de terrorismo, já teremos anunciado reformas que vão tornar nossa comunidade mais segura”, disse a primeira-ministra.

A "reforma" da Previdência de Bolsonaro

Por Manoel Dias 

O recém-empossado governo de Jair Bolsonaro apresenta à sociedade brasileira a sua “reforma da Previdência” seguindo os ditames da ideologia da escola de Chicago, onde o ultraliberalismo é fator determinante no pensamento.

Outra característica singular da reforma é que a mesma demonstra o descortinar das intenções não pronunciadas até o momento: a tomada da aposentadoria do povo brasileiro e a entrega ao sistema financeiro, isto é, aos bancos, que exigem altos lucros nesta reforma perversa.