No site da Fundação Perseu Abramo:
Em pouco mais de 48 horas de visita a Washington, Bolsonaro envergonhou os brasileiros, rifou o país, contrariou a Carta Magna brasileira, assinou acordos já rejeitados pelo Congresso e feriu a soberania nacional.
Jair Bolsonaro desembarcou na tarde de domingo, 17 de março, em Washington, e participou de um jantar na residência do embaixador brasileiro, Sérgio Amaral, com autoridades americanas, com o ex-estrategista da campanha de Trump, Steve Bannon, e o escritor Olavo de Carvalho. Na manhã de segunda feira, realizou uma suspeitíssima visita à CIA, fora da agenda.
O primeiro compromisso público da comitiva brasileira em Washington foi à tarde, na Câmara de Comércio dos Estados Unidos, onde também estavam presentes o chanceler Ernesto Araújo e o ministro da Economia, Paulo Guedes. Em seu discurso, Guedes afirmou que o Brasil quer aprofundar as relações com os EUA e vê no país um importante investidor no projeto de privatização que, segundo ele, gerará negócios de até um trilhão de dólares nos próximos doze anos, processo que envolve rodovias, concessões de petróleo e gás e venda do pré-sal. Em sua fala, Guedes deixou claro que não excluirá a China, maior parceiro comercial do Brasil, com saldo comercial de trinta bilhões de dólares.
Segundo o Jornal o Globo, Guedes apresentou Bolsonaro como um “um rapaz com colhões” para controlar o gasto público e fazer a reforma da Previdência e disse que ele “adora Coca-Cola e Disneylândia”, para explicitar que o presidente é favorável aos Estados Unidos. Bolsonaro falou de improviso por cerca de dez minutos e disse que, diferente dos governos brasileiros anteriores, este é “amigo dos Estados Unidos, que admira os Estados Unidos” e que “com essa parceria alavancaremos mais ainda nossa economia”, além de afirmar que o Brasil fez uma guinada da “esquerda para a centro-direita”. Atacou os governos de Lula e Dilma Rousseff e também citou a “capacidade econômica e bélica” dos EUA para resolver questões como a da Venezuela que, segundo Bolsonaro, tem que ser libertada.
Após a declaração de Bolsonaro, o porta-voz da presidência, Otávio do Rêgo Barros, negou que Brasil vá apoiar uma intervenção militar na Venezuela e que uma ação na nação vizinha fere a Carta Magna brasileira.
O encontro resultou na assinatura de alguns acordos, entre eles o de Salvaguardas Tecnológicas (AST), que permite aos Estados Unidos lançarem satélites a partir de Alcântara, no Maranhão. A base de Alcântara serve aos Estados Unidos como apoio logístico e infraestrutura para a realização dos trabalhos desenvolvidos na área espacial. Por sua proximidade à linha do Equador, reduz o consumo de combustível para o lançamento de satélites. Atualmente, 80% dos artefatos espaciais envolvem tecnologia americana. Sem o acordo, eles não poderiam ser lançados a partir da base brasileira.
Esse acordo já havia sido barrado pelo Congresso Nacional por ferir a soberania nacional à época de Fernando Henrique Cardoso. Em contrapartida, a Casa Branca se comprometeu a apoiar a entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), um dos objetivos da viagem pelo lado brasileiro.
À noite, indagado pela emissora Fox News, em Washington, sobre o polêmico vídeo postado no carnaval com um rapaz urinando em outro e questionamentos sobre golden shower, alegou que apenas queria mostrar como está o carnaval no Brasil. Indagado sobre a relação de sua família com as milícias suspeitas de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco, Bolsonaro negou conhecer o policial militar da reserva acusado de matar a parlamentar, apesar de ambos morarem no mesmo condomínio no Rio de Janeiro. Reiterou que só conheceu a vereadora após sua morte, em março do ano passado, e que não tinha nenhum motivo para um possível envolvimento no crime.
Nesta terça-feira, Bolsonaro terá um encontro com Trump na Casa Branca, onde, além de discutir o aprofundamento do comércio entre o Brasil e os Estados Unidos, a crise política na Venezuela será um dos principais tópicos.
Jair Bolsonaro desembarcou na tarde de domingo, 17 de março, em Washington, e participou de um jantar na residência do embaixador brasileiro, Sérgio Amaral, com autoridades americanas, com o ex-estrategista da campanha de Trump, Steve Bannon, e o escritor Olavo de Carvalho. Na manhã de segunda feira, realizou uma suspeitíssima visita à CIA, fora da agenda.
O primeiro compromisso público da comitiva brasileira em Washington foi à tarde, na Câmara de Comércio dos Estados Unidos, onde também estavam presentes o chanceler Ernesto Araújo e o ministro da Economia, Paulo Guedes. Em seu discurso, Guedes afirmou que o Brasil quer aprofundar as relações com os EUA e vê no país um importante investidor no projeto de privatização que, segundo ele, gerará negócios de até um trilhão de dólares nos próximos doze anos, processo que envolve rodovias, concessões de petróleo e gás e venda do pré-sal. Em sua fala, Guedes deixou claro que não excluirá a China, maior parceiro comercial do Brasil, com saldo comercial de trinta bilhões de dólares.
Segundo o Jornal o Globo, Guedes apresentou Bolsonaro como um “um rapaz com colhões” para controlar o gasto público e fazer a reforma da Previdência e disse que ele “adora Coca-Cola e Disneylândia”, para explicitar que o presidente é favorável aos Estados Unidos. Bolsonaro falou de improviso por cerca de dez minutos e disse que, diferente dos governos brasileiros anteriores, este é “amigo dos Estados Unidos, que admira os Estados Unidos” e que “com essa parceria alavancaremos mais ainda nossa economia”, além de afirmar que o Brasil fez uma guinada da “esquerda para a centro-direita”. Atacou os governos de Lula e Dilma Rousseff e também citou a “capacidade econômica e bélica” dos EUA para resolver questões como a da Venezuela que, segundo Bolsonaro, tem que ser libertada.
Após a declaração de Bolsonaro, o porta-voz da presidência, Otávio do Rêgo Barros, negou que Brasil vá apoiar uma intervenção militar na Venezuela e que uma ação na nação vizinha fere a Carta Magna brasileira.
O encontro resultou na assinatura de alguns acordos, entre eles o de Salvaguardas Tecnológicas (AST), que permite aos Estados Unidos lançarem satélites a partir de Alcântara, no Maranhão. A base de Alcântara serve aos Estados Unidos como apoio logístico e infraestrutura para a realização dos trabalhos desenvolvidos na área espacial. Por sua proximidade à linha do Equador, reduz o consumo de combustível para o lançamento de satélites. Atualmente, 80% dos artefatos espaciais envolvem tecnologia americana. Sem o acordo, eles não poderiam ser lançados a partir da base brasileira.
Esse acordo já havia sido barrado pelo Congresso Nacional por ferir a soberania nacional à época de Fernando Henrique Cardoso. Em contrapartida, a Casa Branca se comprometeu a apoiar a entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), um dos objetivos da viagem pelo lado brasileiro.
À noite, indagado pela emissora Fox News, em Washington, sobre o polêmico vídeo postado no carnaval com um rapaz urinando em outro e questionamentos sobre golden shower, alegou que apenas queria mostrar como está o carnaval no Brasil. Indagado sobre a relação de sua família com as milícias suspeitas de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco, Bolsonaro negou conhecer o policial militar da reserva acusado de matar a parlamentar, apesar de ambos morarem no mesmo condomínio no Rio de Janeiro. Reiterou que só conheceu a vereadora após sua morte, em março do ano passado, e que não tinha nenhum motivo para um possível envolvimento no crime.
Nesta terça-feira, Bolsonaro terá um encontro com Trump na Casa Branca, onde, além de discutir o aprofundamento do comércio entre o Brasil e os Estados Unidos, a crise política na Venezuela será um dos principais tópicos.
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