terça-feira, 2 de abril de 2019

Sindicalismo: A saída é a entrada

Por João Guilherme Vargas Netto

É claro que o movimento sindical precisa continuar resistindo para garantir sua sobrevivência enfrentando as adversidades. As entidades sindicais (principalmente os sindicatos) devem realizar fortes campanhas de ressindicalização e oferecerem aos associados e às categorias neosserviços úteis, modernos, atraentes e remunerados.

É óbvio também que devem atuar de modo incisivo e judicialmente para garantir os acordos e convenções em vigência que determinam descontos em folha aprovados por assembleias (que não podem ser retroativamente impugnados por nenhuma medida provisória).

Israel e os líderes da Terra Plana

Por Marcelo Zero

Lula foi o único presidente do Brasil que teve efetiva projeção internacional, tornando-se liderança mundial muito respeitada no planeta. No planeta esférico e concreto, acrescente-se.

Tentando emular Lula, Bolsonaro e o chanceler mitômano de delírios pré-iluministas também pretendem ser lideranças mundiais.

Porém, ao que tudo indica, renunciaram a um lugar de destaque no planeta esférico e concreto e almejam ser líderes da Terra Plana, esse curioso mundo medieval ptolomaico recentemente ressuscitado pela imaginação fértil de astrólogos políticos.

O governo brasileiro vive hoje numa Terra Plana, geopoliticamente unidimensional e unipolar, na qual só cabem os interesses de coisas como o trumpismo e o Ocidente medieval vislumbrado por mentes gestadas por uma mistura implausível da Suma Teológica com generosas doses de LSD.

Os interesses dos EUA na América Latina

Por Joaquín Piñero, no jornal Brasil de Fato:

A partir dessa semana vamos dar uma breve pincelada no quadro geopolítico do nosso continente e principalmente na região mais conhecida como América Latina e Caribe. Para início de conversa, vamos entender quais são os principais interesses dos Estados Unidos (EUA) nessa parte do continente. Vamos lá:

Doutrina Monroe

Milícias, poder e a insegurança dos cidadãos

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Ao despedir-se da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, o general Richard Nunes apresentou como saldo da segunda intervenção federal o aparelhamento ou reaparelhamento técnico e operacional (armas e viaturas e similares) das polícias civil e militar do Estado: “Fizemos a intervenção com o propósito muito mais de reestruturar os órgãos do que de tratarmos do dia a dia da criminalidade” (O Estado de SP, 14/12/2018). Louvável fruto essa reestruturação, mas que, evidentemente, poderia ser alcançado, talvez com menos custos, mediante a simples transferência direta de recursos pela União. Ademais, pouparia as forças armadas de verem posto em xeque seu papel constitucional e arranhado o necessário respeito que por elas deve nutrir a sociedade.

Crimes da ditadura e o silêncio da Justiça

Por Caio Paes, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Às voltas com os 55 anos do golpe civil-militar, completos neste dia 1º de abril, juízes, procuradores e ministros do STF se viram no centro das atenções. Tudo por conta das provocações do governo de Jair Bolsonaro, que reviveu a questão da ditadura mais uma vez ao determinar que quartéis celebrassem a data. Entre falas pomposas e decisões a favor e contra a recomendação do governo, a Justiça brasileira parece ter conseguido esconder seu papel principal nessa história: manter a impunidade dos crimes da ditadura.

Bolsonaro destrói a comunicação pública

Da Rede Brasil Atual:

Os casos de censura aos profissionais da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) revelam, na análise do integrante da coordenação geral do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) Géssio Passos, que a "intenção do governo Bolsonaro é acabar com o caráter público" do veículo, segundo afirma à repórter Ana Rosa Carrara, da Rádio Brasil Atual. Na semana passada, profissionais da EBC apontaram censura em matérias que tratavam dos 55 anos do golpe, sendo impedidos de utilizar palavras como golpe e ditadura para mencionar o fato histórico. "Esse é um projeto que vem em curso para liquidar o que está previsto na lei e na Constituição, que é a comunicação pública separada da comunicação governamental", ressalta Passos.

Bajulação e subserviência da atual diplomacia

Calado é um poeta... Charge: Paulo Baraky
Por Celso Amorim, na revista CartaCapital:

É tentador não ver nas manifestações de certos atores políticos nada mais que um exotismo sem sentido, um conjunto de bizarrices de alguém que digeriu mal teorias sobre ascensão e queda das civilizações e que alia a essa característica uma obstinada tendência à bajulação e à subserviência.

Não se trata só de ignorância histórica, bizarrice, exotismo ou pendor à subserviência

E é verdade que esses elementos estão presentes na diplomacia do atual governo brasileiro e nas declarações desencontradas e incoerentes de ministros, gurus e familiares. Muitas delas vêm logo seguidas de desmentidos ou reinterpretações que amenizariam um pouco seu sentido mais pernicioso. Tem sido o caso em relação ao uso da força para a mudança de regime na Venezuela.

Os militares, a política e a geopolítica

Por Renato Rabelo, em seu blog:

A formação do governo de Jair Bolsonaro, que tomou posse em 1º de Janeiro, tem uma marca acentuada da participação de oficiais militares. Além da vice-presidência da República, foram indicados oito deles, de alta patente, que gozam de grande autoridade no âmbito militar. Ocupam cargos de comando de Ministérios centrais e estratégicos. A presença de integrantes das Forças Armadas se expande para o segundo e terceiro escalões, em postos destacados, já atingindo a casa da centena. É um contingente maior em postos de primeiro escalão e em número de militares, se comparado com os governos do período do regime militar, implantado em 1964. Esse acontecimento é inédito na história da República.

Toffoli envergonha até o Merval Pereira

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A vergonha do judiciário chegou a tal ponto que até o reacionaríssimo Merval Pereira, que defende a reforma da Previdência com mais furor que o Paulo Guedes, ficou acanhado com o “oferecido” presidente do Supremo, Dias Toffoli, que andou falando num “pacto” com Jair Bolsonaro para garantir o massacre dos direitos sociais, como escrevi aqui, há três dias.

Em sua coluna de hoje em O Globo, o autoproclamado ministro honorário do Supremo diz:


A "descomemoração" da ditadura de 1964

Editorial do site Vermelho:

Nunca houve, no Brasil, comemorações cívicas verdadeiras pelo 31 de março, o dia em que - por conveniência - a direita decidiu registrar como aquele em que ocorreu o golpe militar de 1964 - que, de fato, ocorreu em 1º de abril, mas este é o dia da mentira...

Datas cívicas são, quase sempre, temas de comemorações. As maiores, no Brasil, são 7 de setembro (Independência), 15 de novembro (República) e 21 de abril (Tiradentes e Inconfidência Mineira) além de datas atinentes à Abolição da Escravatura. São acontecimentos que marcam a formação do Brasil e que estão no coração do povo, que as festeja e comemora. Mas não o 31 de março que, nestes 55 anos, é a data que lembra o golpe militar que infelicitou a nação e nunca foi comemorado pelo povo.

Golpe da previdência vai aprofundar a crise

Por Ana Luíza Matos de Oliveira, Bárbara Vallejos Vazquez e Euzébio de Sousa, no site Brasil Debate:

Desapareceu no Brasil a discussão sobre geração de emprego. Mesmo registrando 12,5 milhões de desocupados e 27,3 milhões de subutilizados (desocupados, subocupados por insuficiência de horas e na força de trabalho potencial) – um quarto da força de trabalho brasileira – o único problema do Brasil parece ser a previdência. Após a retração de 6,9% do PIB em 2015 e 2016 e um crescimento econômico muito baixo, de 1% em 2017 e 1,1% em 2018, com expectativas de crescimento para 2019 revisadas para baixo 6 vezes consecutivas [1], o país está longe da recuperação do nível do PIB per capita de 2014 (Gráfico 1). Assim, para as famílias de trabalhadores, a crise continua.


segunda-feira, 1 de abril de 2019

O nazismo da esperteza ignorante

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Ernesto Araujo não é um ingênuo. É um esperto que usa técnicas fascistas para disputar o que pensa serem seus espaços no brilhante Governo Bolsonaro. Depois da desmoralização completa dos historiadores revisionistas, que negavam os campos de concentração dos nazis e que, no final do século passado, foram completamente desmoralizados na academia, nos meios políticos, nas instituições dos Estados e na pesquisa independente – com estudos que re-comprovaram as matanças em massa que os nazistas promoveram – numa história de crimes sem precedentes na política moderna. Depois de tudo isso, querer identificar o nazismo como uma ideologia da esquerda é um lance de má fé e de esperteza ignorante.

Bolsonaros não conhecem o Brasil

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Escrevo bolsonaros no plural porque somos governados pelos quatro - o pai e os três filhos aloprados que são chamados por números.

O fato de pertencerem à extrema-direita mais boçal do planeta é o de menos.

O grande problema é que os quatro juntos não conhecem o Brasil e não têm a menor ideia do que acontece no mundo de hoje.

Presos à Segunda Guerra Mundial e à Guerra Fria, seguem a cartilha de outro cretino, o guru Olavo de Carvalho, um pateta que faz horóscopos e caça ursos na Virgínia.

É necessário repetir: Ditadura nunca mais

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

As mobilizações marcadas para este 31 de março de 2019, quando o país irá manifestar sua solidariedade aos torturados, mortos e desaparecidos da ditadura de 1964, possuem uma razão evidente.

Numa conjuntura na qual, a partir do próprio do Estado, se deslocam forças que conspiram contra as liberdades e a democracia, é preciso lembrar, mais uma vez, a grande lição deixada por 21 anos de treva, sofrimento e medo: Ditadura Nunca Mais.

Bolsonaro não pode celebrar golpe de 1964

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Jair Bolsonaro tinha 9 anos quando os militares derrubaram a democracia em 1964. Era apenas uma criança que sonhava entrar para o Exército. Logo após o fim da ditadura, aos 31 anos, já militar, Bolsonaro escreveu um artigo para a revista Veja reclamando dos baixos salários dos militares. A indisciplina lhe custou 15 dias de cadeia. Mas a reclusão não foi capaz de segurar seu espírito incendiário. No ano seguinte, o capitão continuou a luta por reajuste salarial e elaborou um plano que lhe pareceu infalível: bombardear quartéis e academia militares.

Plano de capitalização leva à barbárie

Por Jeferson Miola, em seu blog:         

O modelo de capitalização individual que inspira Bolsonaro foi imposto no Chile pelo ditador Pinochet em 1980 através do Decreto Lei 3.500 em meio a um “banho de sangue nas ruas” – fato histórico enaltecido pelo chefe da Casa Civil do Bolsonaro.

A PEC 6/2019 proposta pelo governo tem como objetivo de curto prazo a modificação, para muito pior, das atuais regras para aposentadorias, benefícios e pensões. A redução para R$ 400 [menos da metade do salário mínimo] do valor do Benefício de Prestação Continuada para os idosos é a face mais macabra da PEC.

Lava-Jato e Bolsonaro são irmãos siameses

Por Bepe Damasco, em seu blog:

A compreensão da simbiose entre a Lava Jato e o bolsonarismo é importante para identificar quem manipula os cordéis que provocam a anarquia institucional do estado de exceção que vivemos.

As milícias digitais, que atuam diuturnamente nas redes sociais ameaçando, difamando, agredindo e chantageando, a um só tempo servem à cruzada nazi-bolsonarista contra os valores democráticos, civilizatórios e iluministas e ao projeto de poder da República de Curitiba.

Nunca é demais repetir que o fenômeno Bolsonaro só foi possível graças à Lava Jato. Por trás do golpe que apeou a presidenta Dilma do governo está a República de Curitiba. E a perseguição a Lula, que culminou com sua prisão ilegal e seu alijamento das eleições, constitui-se, sem dúvida, na maior contribuição dos procuradores e juízes lavajateiros à fascistização do país, que atingiu o apogeu com a eleição do capitão.

Bolsonaro cai ao apoiar ditadura e Israel

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Bolsonaro é o maior inimigo de si mesmo. Ao determinar comemorações nos quartéis pelo aniversário do golpe militar de 1964, fez explodirem atos públicos pelo país relembrando atrocidades da ditadura. Ao estreitar relações com Israel sob orientação dos EUA, torna o Brasil inimigo do mundo árabe, com todas as consequências que isso pode nos acarretar.

As pesquisas sobre a popularidade de Jair Bolsonaro vêm mostrando rápida queda de sua aprovação. Nas últimas semanas, a pesquisa XP-Ipespe e a pesquisa Ibope registraram quedas parecidas e fortes da aprovação ao presidente da República.

Hitler desmente o chanceler de Bolsonaro

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Há algum tempo publicamos aqui um documentário mostrando como os capitalistas financiaram o nazismo de Adolf Hitler e o fascismo de Benito Mussolini. Mas a extrema-direita, viciada em fake news, insiste em jogar no colo da esquerda as barbaridades do nazismo. Como se o líder da União Soviética, Josef Stalin, em que pese seus defeitos, não tivesse botado os nazistas para correr em 1943.

Agora é o chanceler (sic) de Bolsonaro, o bolsominion diplomata Ernesto Araújo, quem utiliza suas redes para difundir a mentira de que o nazismo era de esquerda.

O general Mourão e o "policial bonzinho"

Por Fernando Rosa, no blog Senhor X:

O general Mourão, quem diria, acabou no Wilson Center. No dia 8 de abril, ele é convidado do instituto, em Washington. Diz o convite: “Junte-se a nós naquela tarde para uma conversa sobre as perspectivas políticas para o Brasil no próximo ano e além“.

O texto do convite dá o tom da participação e dos objetivos do convescote neo-golpista.

“Os primeiros 100 dias do governo Bolsonaro foram marcados por paralisia política, em grande parte devido às crises sucessivas geradas pelo círculo interno do próprio presidente, se não por si próprio. Em meio ao barulho político, o vice-presidente Hamilton Mourão emergiu como uma voz de razão e moderação, capaz de orientar tanto em assuntos internos quanto externos. O vice-presidente Mourão assumiu a gestão da crise na Venezuela e tem sido cada vez mais procurado por autoridades da China, Europa e Oriente Médio, bem como pela comunidade empresarial, para atuar como interlocutor do governo”.