terça-feira, 4 de junho de 2019

30M deu mais ânimo para a greve geral

Por Isadora Morena e Kennet Anderson, no jornal Brasil de Fato:

Integrante da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile entende que os principais impactados pelos cortes na educação serão os residentes no campo. Para ele, o atual governo não tem compromisso com nenhum nível da educação pública brasileira. Por isso, iniciativas como o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) são alvos prioritários.

O risco do apagão estatístico no Brasil

Por Ana Luíza Matos de Oliveira, no site da Fundação Perseu Abramo:

O Brasil enfrenta um risco de apagão estatístico com cortes no Censo de 2020. O Censo, pesquisa realizada a cada dez anos no país, fornece informações importantes que não são obtidas em registros administrativos e que balizam a formulação de políticas públicas não só no âmbito federal, mas também estadual e municipal.

Cortes na Educação e o ministro-pateta

Por Felipe Calabrez, no site Outras Palavras:

Os “contingenciamentos” (bloqueio da verba discricionária, aquela que o Executivo pode cortar na canetada) é bola cantada. Em dezembro de 2016, o governo Temer conseguiu aproveitar a forte base de apoio parlamentar (a bancada do “Sim, pela minha família”) e aprovar no atropelo a Emenda Constitucional 95 (EC-95), que consistia em inserir uma regra fiscal na Constituição (uma excentricidade brasileira) que proibia um aumento dos gastos primários acima do gasto do ano anterior corrigido pela inflação. Vale lembrar que fizeram isso já com a arrecadação lá em baixo.

Bolsonaro arrastou o Brasil para o atoleiro

Editorial do site Vermelho:

Pode-se dizer que o primeiro PIB de Bolsonaro é um legítimo subproduto da restauração do modelo econômico que ficou bem conhecido na América Latina nos anos 1990, um vistoso resultado das utopias neoliberais. Os 0,2% negativos no primeiro trimestre deste ano, de acordo com o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é o resultado mais concreto da coalização que se mobilizou para promover o impeachment golpista de 2016 e, em consequência, a vitória da extrema direita nas eleições presidenciais de 2018.

Cenas de uma cidade morta em um país falido

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Vinha andando pela minha rua no final da tarde desta segunda-feira cinzenta em São Paulo, quando comecei a reparar na paisagem humana e nas lojas do caminho.

Sem pressa, sentei na varanda de um café, depois fiz vários pit-stop nos bancos espalhados pelas calçadas, para tentar descobrir o que estava acontecendo com aquela gente triste.

Nas lojas vazias, vendedores bocejavam debruçados sobre o balcão, não vendo chegar a hora de ir embora.

No salão onde fui cuidar dos velhos pés maltratados, era o único freguês.

Guedes e Moro, as âncoras levadas pelo vento

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – a impaciência e a economia

O nível de paciência da opinião pública com o governante é diretamente proporcional ao bem-estar econômico. Com a economia indo bem, há paciência até com governantes ligados a milícias. Com a economia indo mal, nem Dom Pedro 2º resistiu.

Com suas pirações, Bolsonaro gastou mais cedo do que se esperava o bônus de início de mandato. Além disso, as consideradas duas âncoras do seu governo – os Ministros Paulo Guedes e Sérgio Moro – se mostraram despossuídos de qualquer peso político.

segunda-feira, 3 de junho de 2019

Mídia tenta esconder Festival Lula Livre

Praça da República, São Paulo/SP. Foto: Ricardo Stuckert
Por Altamiro Borges

Nem a chuva chata e incessante reduziu a energia e a alegria dos milhares de participantes no domingo (2) do Festival Lula Livre. Segundo os organizadores, cerca de 80 mil pessoas passaram pela Praça da República, no centro de São Paulo, para manifestar seu repúdio à prisão arbitrária do ex-presidente e contra os abusos de poder da midiática operação Lava-Jato.

No meio daquela multidão encharcada era fácil verificar que a maioria era constituída de jovens – que cantarolaram inúmeras músicas e gritaram palavras de ordem em defesa da libertação de Lula e contra o “capetão” Jair Bolsonaro. Artistas de renome exibiram suas canções e sua arte de forma generosa e solidária. O festival foi belíssimo, emocionante.

Militares avalizam a liquidação do Brasil

Por Carlos Drummond, na revista CartaCapital:

No mundo desenvolvido e nas nações medianamente civilizadas, os militares cumprem em geral um papel de protetores da fronteira. No Brasil, desde a Proclamação da República, as Forças Armadas exercem, com mais ou menos intensidade, o protagonismo na vida política. Fuzis sempre apontados em direção à nuca dos civis, os fardados pairam como uma ameaça, enquanto fingem ser os garantidores da ordem institucional. Não é diferente agora. Com mais de 100 representantes aboletados nos ministérios e autarquias, os generais são a força mais visível a sustentar no poder um presidente desprovido de ideias e pudor. Há uma agravante. Em troca das sinecuras associadas ao poder, o comando joga na lata de lixo os compromissos com a defesa da soberania e do patrimônio nacional.

O PIB caranguejo de Bolsonaro e Guedes


No primeiro trimestre do atual governo, o Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezas do país, recuou 0,2% em relação ao último período de 2018, segundo informou o IBGE na manhã desta quinta-feira (30). Foi o primeiro resultado negativo nessa comparação desde o final de 2016. Em relação aos três primeiros meses do ano passado, houve crescimento de 0,5%. Em 12 meses, sobe 0,9%, mostrando perda de ritmo – que já não era muito acelerado nos trimestres anteriores. De acordo com o instituto, o PIB totalizou R$ 1,714 trilhão.

"A esquerda começa a sair das cordas"

Festival Lula Livre pela liberdade e pela democracia
Praça da República, São Paulo/SP, 02/6/19
Foto: Ricardo Stuckert
Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

“Bolsonaro já está perdendo apoio e popularidade. Esses primeiros meses serviram para destronar o mito. Quando tinha o mito, as pessoas não tinham ouvido aberto para conversar contigo. As pessoas iam naquela onda. Essa onda acabou. As pessoas no mínimo estão mais dispostas a escutar. Você começa a sentir uma mudança no clima nas periferias.”

É o que afirma Guilherme Boulos, líder nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), em entrevista ao Tutaméia em que analisou a atual situação do país e comentou perspectivas para a esquerda (veja a íntegra no vídeo).

A esperança nos pés da juventude

Por José Raimundo Trindade, no site Carta Maior:

Quero a utopia, quero tudo e mais
Quero a felicidade dos olhos de um pai
Quero a alegria muita gente feliz
Quero que a justiça reine em meu país
Quero a liberdade, quero o vinho e o pão
Quero ser amizade, quero amor, prazer
Quero nossa cidade sempre ensolarada
Os meninos e o povo no poder, eu quero ver (...)
(Milton Nascimento/Fernando Brant, Coração Civil)


As manifestações desta quinta (30/05) foram surpreendentes, superando em número de pessoas nas ruas às manifestações anteriores de 15/05. Em Belém do Pará a manifestação tinha mais de setenta mil pessoas, estabelecendo um panorama que há muito não se via. Em duas semanas mais de 150 mil jovens se mobilizaram e fez às ruas de Belém trepidar, ouvindo-se o roncador ruidoso das vozes juvenis estalando num uníssono: “NÃO MEXA COM A EDUCAÇÃO PÚBLICA, LUGAR DE MILICIANO É NA PRISÃO”!

Velha mídia está moribunda, viva a nova mídia

Por Evilazio Gonzaga, no blog Nocaute:

Estive em São Paulo visitando diversos portais que estão sendo pioneiros na configuração de uma nova etapa da mídia brasileira de notícias. Há várias iniciativas ocorrendo no Brasil e no mundo, a exemplo do The Intercept, que tem como editor o jornalista Glenn Greenwald, laureado com o Prêmio Pulitzer – o mais importante prêmio do jornalismo internacional outorgado a pessoas que realizem trabalhos de excelência na área do jornalismo, literatura e composição musical. É administrado pela Universidade de Colúmbia, em Nova Iorque.

Bolsonaro e a bomba-relógio do "Filho 01"

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Juliana Dal Piva, em O Globo, publica hoje um extenso relato da vida da família Valle, da qual faz parte Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro. Não teriam interesse algum se a família Valle não tivesse nove parentes contratados no gabinete dele e de Flávio Bolsonaro, no período em que este foi deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

O pior presidente do mundo ameaça o Brasil

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Ao entrar em seu sexto mês como presidente, sem ter até agora um programa de governo, só falando e fazendo bobagens, o capitão Bolsonaro não só destrói o presente, mas ameaça o futuro do Brasil, um país de 208 milhões de habitantes.

Com evidentes problemas mentais, sem similar no mundo civilizado, o ex-deputado do baixo clero a cada dia prova mais que não tem as mínimas condições de continuar governando o país.

Não por acaso, seus principais alvos, no ataque sistemático às instituições e ao Estado de Direito, são a Educação e o Meio Ambiente, áreas vitais em que se constrói e preserva o futuro.

MC Reaça, Brilhante Ustra e o bolsonarismo

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

O líder nazista Adolf Hitler tinha um ideal masculino, o “ariano”: branco, heterossexual, sem mestiçagem alguma, germânico “puro” de raça. O bolsonarismo também possui seu “ariano”: o macho misógino e sádico que tem sua imagem e semelhança em duas figuras homenageadas pelo presidente da República, o coronel Brilhante Ustra e o MC Reaça.

Tales Volpi Fernandes, o MC Reaça, de 25 anos, se matou no fim de semana em Valinhos (SP) após uma tentativa de feminicídio contra a namorada que tinha fora do casamento e estava grávida. A moça está na UTI em Indaiatuba com edemas na face e no olho, além de fraturas no maxilar, e será submetida a cirurgia. A morte do “músico” foi lamentada pelo presidente nas redes sociais. Para Bolsonaro, o MC Reaça tinha “talento” e “o sonho de mudar o país”. Nem uma só palavra sobre a moça espancada.

O comando de caça à UNE

Por Ricardo Miranda, no Diário do Centro do Mundo:

A tara do patético dublê de Gene Kelly - “Cantando na Chuva para dizer que está chovendo fake news contra o MEC” é coisa de gênio do marketing -, Abraham Weintraub, tem até objeto de desejo e musa - no caso, objeto de ódio e anti-musa, sua medusa. Obcecado com a ideia de extrair o comunismo ou ideologias esquerdistas e o pecado ou pensamentos impuros do ensino, o preposto de Jair Bolsonaro no Ministério da Educação – junto com Fazenda e Justiça, o ministério mais relevante para o presidente, e certamente o ideologicamente mais íntimo – tem uma ideia fixa. Destruir aquela entidade que representa a memória e os ensinamentos de luta dos estudantes, a União Nacional dos Estudantes, seu objeto de desejo, hoje liderada por Marianna Dias. 

Moro está apático diante do caos na segurança

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Enquanto se contava os cadáveres nos presídios de Manaus, o ministro da Justiça estava em Portugal para participar de uma conferência sobre combate à corrupção. No domingo, quando já havia 15 mortos, Sergio Moro foi ao Twitter agradecer à militância bolsonarista que saiu às ruas defender o governo. “Gratidão”, escreveu o ministro sem dar nenhuma palavra sobre o massacre.

Na segunda-feira, a guerra entre facções resultou em mais 40 assassinatos. Foi um acontecimento de enorme gravidade na área de atuação de Moro, mas ele preferiu ficar concentrado em sua palestra em Portugal. Apenas na terça-feira o ministro da Justiça deu o ar da graça e determinou o envio de uma Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária. Também prometeu vagas em presídios federais para receber os líderes responsáveis pelo massacre.

Unir o Brasil para salvar a Educação

Por Fernanda Melchionna, no site Sul-21:

A luta dos estudantes nos dias 15 e 30 de maio foram verdadeiros tsunamis em defesa da Educação Pública, que mostraram a força do movimento estudantil organizado frente às tentativas do governo de difamar e destruir as universidades e instituições federais de ensino. Às vésperas de junho, mais de 1 milhão de jovens ocuparam as ruas de mais de 200 cidades brasileiras – o que mostra que a juventude é a ponta de lança da oposição a este governo obscurantista, fanático e autoritário. No Rio Grande do Sul, os jovens foram verdadeiros guarda-chuvas da resistência.

O problema das três regras fiscais

Por Nelson Barbosa, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

O governo federal contingenciou aproximadamente R$ 32 bilhões do seu orçamento neste ano. Como o total de gastos discricionários previstos para 2019 é de R$ 129 bilhões, o corte representa quase 25% dos recursos disponíveis e coloca em risco a continuidade de diversos programas públicos, da educação às forças armadas.

O contingenciamento de 2019 seguiu a lógica da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), segundo a qual o governo deve ter meta de resultado primário (receitas menos despesas exclusive juros). Toda meta de resultado fiscal é baseada em uma projeção de receita e uma autorização de despesa, ou seja, ela pode ou não acontecer na prática. Tudo depende da evolução da economia.

Zema é preposto do mercado

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Com quase seis meses à frente do governo de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), confessou em entrevista recente que se surpreendeu com a vitória nas eleições. Talvez esse susto explique parte da falta de empenho em governar o estado. Ele está onde não queria, exercendo uma função para a qual não é preparado, convivendo com pessoas que parece não respeitar e tendo como patrão o povo, do qual certamente não gosta. Nem faz força para gostar.