terça-feira, 26 de novembro de 2019

"Rótulo" Bolsonaro cresce na América Latina

Por Vinícius Mendes, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Quando o empresário coreano-boliviano Chi Hyun Chung irrompeu por uma das ruas que dão acesso à Praça Kantuta, na região do Pari, zona central de São Paulo, no final de setembro, ninguém o notou de imediato. A chuva fina que caía sobre a cidade naquele domingo havia afugentado a maioria dos frequentadores que, normalmente, lotam o local – principal reduto de lazer dos bolivianos que vivem na capital paulista – neste dia da semana. À boca pequena, se dizia que a visita num dia daquele era benéfica, porque não permitiria que ele aglomerasse muita gente ao seu redor. 

Violência contra a mulher: basta!

Editorial do site Vermelho:

O termo "Violência contra a Mulher", introduzido pela ONU em 1993, inclui muitos tipos de agressões, que vão além de físicas, sexuais ou psicológicas. Ela se manifesta de forma múltipla na sociedade patriarcal. Não é apenas a violência física ou verbal, facilmente constatáveis - há também outras formas, como a desigualdade no trabalho (condições ruins, jornadas extensas e salários menores do que os dos homens) e a baixa representação política. E outras mais sutis que, nem por isso, deixam de ser violentas. Elas fazem parte deste cenário de desigualdade de gênero que vitima as mulheres.

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

A coalizão com o fascismo no Uruguai

Por Jeferson Miola, em seu blog: 

O ambiente nas ruas de Montevidéu nesta segunda-feira, 25 de novembro, é como se no domingo tivesse havido um empate entre Nacional e Peñarol, o centenário clássico de futebol do Uruguai que magnetiza a atenção da sociedade uruguaia.

A torcida que ganha no empate – a direita – está acabrunhada, envergonhada e preocupada, ao passo que a torcida que perde no empate – a Frente Ampla – está altiva, orgulhosa e confiante.

Nem parece que no dia anterior o povo foi às urnas numa das mais apertadas – senão a mais apertada – disputa eleitoral de toda sua história para escolher o presidente que governará o país no período de 2020 a 2025.

A arte segundo as milícias de Bolsonaro

Três notas sobre a conjuntura política

Por André Singer, no site A terra é redonda:

O pacote de medidas econômicas

O governo enviou ao Senado três propostas de emendas à Constituição. Uma denominada de “pacto federativo”, outra acerca da “emergência fiscal”, e a terceira referente ao que o governo chama de “fundos públicos”.

Cada uma dessas propostas contém medidas bastante audazes. No caso do pacto federativo, prevê-se a fusão de municípios com menos de cinco mil habitantes cuja arrecadação seja menor que 10% da receita total desse município. Estima-se que essa medida pode atingir até mil municípios, que ficam assim sujeitos ao desaparecimento.

O pêndulo entre fascismo e resistência

"Favela do amor" vive dias de medo

Afinal, qual é o legado da escravidão?

Moro contrariou protocolo da Lava-Jato

Bolsonaro e seu partido tresoitão

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

A incoerência dessa gente é gritante. Logo que assumiu a presidência, Jair Bolsonaro baixou um decreto liberando o porte e a posse de armas de fogo para qualquer um e facilitando o acesso até a menores de idade.

Na época, especialistas criticaram a medida, alertando que isso iria representar até 20 milhões de pessoas armadas no país. Em abril, o presidente de extrema direita publicou no instagram a foto que ilustra este post, em que defendia “a liberdade, com critérios, para cidadãos que querem se proteger e proteger suas famílias. Leis de desarmamento só funcionam contra aqueles que respeitam as leis; quem quer cometer crimes já não se preocupa com isso”. Pressionado, revogou o decreto e enviou ao Congresso um projeto de lei, que foi desidratado na Câmara, e a maioria das propostas do presidente ficou de fora.

Bolsonaro quer Exército e PF no campo

Por Fernando Brito, em seu blog:

Na Folha adianta-se o segundo dos quatro passos do “licença para matar” anunciados por Jair Bolsonaro.

Agora, para usar “Garantias da Lei e da Ordem” para que forças federais esvaziem terras ocupadas por lavradores, a partir de reintegrações judiciais.

O argumento é o de que as autoridades dos estados “protelam” as ações policiais, negociando que a retirada seja pacífica e se encontre um lugar para que aquela gente pobre e desamparada vá.

“Quando marginais invadem propriedades rurais, e o juiz determina a reintegração de posse, como é quase como regra que governadores protelam, poderia, pelo nosso projeto, ter uma GLO do campo para chegar e tirar o cara”.

A violência repressiva varre a Bolívia

Por Angela Davis, Noam Chomsky, Molly Crabapple, John Pilger e outros, no site Carta Maior:

Evo Morales - Presidente da Bolívia do partido MAS (Movimento ao Socialismo, Movimento ao Socialismo) - foi forçado a renunciar em 10 de novembro, no que muitos observadores consideram um golpe. Após a renúncia de Morales, houve um crescente caos e violência. O que está acontecendo na Bolívia é altamente antidemocrático e estamos testemunhando algumas das piores violações dos direitos humanos nas mãos dos militares e da polícia desde a transição para o governo civil no início dos anos 80. Condenamos a violência nos termos mais fortes e exortamos os EUA e outros governos estrangeiros a deixarem imediatamente de reconhecer e fornecer qualquer apoio a esse regime. Instamos a mídia a fazer mais para documentar os crescentes abusos dos direitos humanos cometidos pelo Estado boliviano.

Três estelionatos da mídia em duas semanas

Por Ângela Carrato, no blog Viomundo:

Por dever de ofício, acompanho diariamente o noticiário nacional e internacional através dos principais jornais, emissoras de rádio, televisão, sites e blogs brasileiros.

As últimas duas semanas, desde a saída do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da prisão, por decisão do STF, têm sido particularmente interessantes para quem se debruça sobre a mídia a fim de compreender os processos através dos quais ela atua e não apenas, como tradicionalmente se faz, para estar informado.

Esse mergulho no noticiário – incluindo colunas de opinião – possibilitou que chegasse a conclusões que podem contribuir para esclarecer o que se passa e se passou no país recentemente.

As batalhas sindicais de 2020

Por João Guilherme Vargas Netto

Para dizer platitudes preguiçosas é melhor ficar calado; para tentar explicar e confundir ainda mais é melhor ficar calado; para insistir no erro e não corrigi-lo é melhor ficar calado.

E, no entanto, é preciso registrar a resistência que acontece, as lutas e as conquistas nesta imensidão de país e nas várias categorias que se mobilizam com direções reconhecidas e acatadas.

As centrais sindicais, os movimentos sociais e os partidos de oposição (e alguns outros dirigentes) preparam uma pauta mínima de luta emergencial pelo emprego e renda em defesa dos trabalhadores e para alívio dos desempregados.

Julian Assange pode morrer na cadeia

Da Rede Brasil Atual:

O ativista Julian Assange, famoso por seu trabalho como fundador do WikiLeaks, está sob séria ameaça de morrer nas mãos da Justiça inglesa. O alerta foi feito por um grupo de 60 médicos, que elaborou uma carta apelando para que Assange seja encaminhado para um hospital. Ele foi preso em abril após ser retirado a força da embaixada do Equador em Londres, onde passou sete anos como asilado político.

domingo, 24 de novembro de 2019

A formação do ser neoliberal

Por Eleutério F. S. Prado, no site Outras Palavras:

Os economistas de direita costumam ridicularizar a ideia de economista neoliberal, assim como o conceito de neoliberalismo. Será que eles são apenas competentes na formulação e na aplicação de teorias econômicas ou, ademais, eles são na verdade bons produtores de fake-theories que são funcionais – isto é, permitem que as coisas funcionem melhor e de acordo com as conveniências do sistema econômico ora existente? É preciso examinar isto cuidadosamente.

Bolsonaro vai perder a guerra contra Globo

Por Fernando Morais, no blog Nocaute:

É possível que Bolsonaro, como eu, considere as Organizações Globo e a família Marinho inimigas do Brasil e dos brasileiros e que assim devem ser tratadas. Primeiro é preciso sublinhar que os motivos que me levam a propagar esse bordão anti-Globo são diametralmente opostos às razões do presidente. Segundo, tenho uma má notícia para ele: pode tirar o cavalo da chuva, capitão, porque você não vai quebrar a rede Globo. Vou tentar explicar por que estou afirmando isto.

A manchete contra Moro que a Folha não deu

Por Moisés Mendes, no Diário do Centro do Mundo:

A Folha parece envergonhada com a própria manchete:

“Moro contrariou padrão da Lava Jato ao divulgar grampo de Lula, indicam mensagens”

Contrariar o padrão é um jeito tucano de dizer que Moro agiu sempre para perseguir Lula, ao divulgar apenas os grampos que interessavam ao plano do lavajatismo.

Esta deveria ter sido a manchete:

“Moro só divulgava os grampos contra Lula”

O fracasso do leilão do pré-sal

Por Giorgio Romano, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

A partir da derrubada do governo Dilma Rousseff, entrou em operação um processo acelerado de desmonte da política para o pré-sal desenvolvida pelos governos Lula e da presidenta impedida. Esta se dava basicamente por meio de um controle posto em prática pela estatal PPSA (Pré-Sal Petróleo S.A.) e pela própria Petrobras, apoiado pelo marco regulatório de 2010, conhecido como partilha, e por uma política vigorosa de conteúdo local para garantir que os volumosos investimentos necessários para a exploração do petróleo e gás se traduzissem em geração de renda e emprego no país.

O general restrição externa entrará em campo

Por José Luis Oreiro, no site Brasil Debate:

Duas notícias interessantes publicadas no Valor Econômico de segunda-feira, dia 18 de novembro. A primeira referente ao déficit crescente da indústria de transformação no Brasil, o qual nos últimos 12 meses se encontrava em US$ 31,5 bilhões de dólares. A segunda referente ao déficit cambial brasileiro, que acumulava o valor de US$ 21, 2 bilhões até novembro do corrente ano. Pelas razões que apontarei a seguir, esses indicadores parecem sinalizar para o retorno do velho problema da restrição externa, o qual é endêmico nas economias latino-americanas e, particularmente, no Brasil.