terça-feira, 26 de novembro de 2019

Bolsonaro quer licença para matar no campo

Por Altamiro Borges

Em mais uma guinada fascistizante, o “capetão” Jair Bolsonaro afirmou nessa segunda-feira (25) que enviará ao Congresso Nacional projeto de lei autorizando o emprego da chamada GLO (Garantia da Lei e da Ordem) para reintegração de posse em propriedades rurais. A medida é uma verdadeira licença para matar no campo brasileiro, servindo de reforço a ação criminosa de grileiros e latifundiários – hoje disfarçados de “modernos” barões do agronegócio. As GLOs são operações de segurança que podem durar vários meses e que incluem as forças públicas, incluindo soldados das Forças Armadas e agentes da Polícia Federal.

Nova armação de Moro para prender Lula

'Sugestão' de AI-5 iguala Guedes a Bolsonaro

Por Fernando Brito, em seu blog:

Paulo Guedes traiu pela língua a sua adesão ao projeto ditatorial dos Bolsonaro.

Ontem, em Washington, disse que quando se ” chama todo mundo para quebrar a rua ” se alguém pedir o AI-5″.

- Já não aconteceu uma vez? Ou foi diferente? Levando o povo para a rua para quebrar tudo. Isso é estúpido, é burro, não está à altura da nossa tradição democrática.

Quem está chamando por qualquer quebradeira nas ruas? A única quebradeira que se tem notícia é na área da economia, com empresas encolhendo ou fechando por conta da estagnação dos negócios.

Bolsonaro pretende instalar Estado policial

Da Rede Brasil Atual:

O presidente Jair Bolsonaro anunciou ontem (25) que vai editar um projeto de lei que autoriza o emprego de operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para reintegração de posse em propriedades rurais. Também disse nos últimos dias que a ampliação do excludente de ilicitude – que impede a punição de policiais que matem pessoas em ações de segurança – deve valer para manifestações. Ainda ontem, o ministro da Economia, Paulo Guedes, repetiu o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e disse que um novo Ato Institucional 5 (AI-5) pode ser editado. Para cientista política Roseli Coelho, o governo vem “testando” a democracia e caminha para instalar Estado policial no Brasil.

Emprego e o círculo de ferro neoliberal

Por José Raimundo Trindade, no site Carta Maior:

A análise conjuntural para este terceiro trimestre de 2019 enseja alguns movimentos econômicos e sociais distintos do período imediatamente anterior, porém não se observa nenhuma alteração estrutural no quadro de emprego e renda social que nos pudesse afirmar que estaríamos frente a uma inflexão duradora de crescimento e expansão da economia. O crescimento do PIB continua estacionado em uma taxa inferior a 1% e não aponta uma possível recuperação na geração de empregos a altura das necessidades da população brasileira.


Bolsonaro e Guedes pregam a solução final

Por Gilberto Maringoni

A barbaridade externada por Paulo Guedes em Washington tem toda lógica nos dias que correm.

Não se trata apenas de uma viúva de Pinochet quem fala. Trata-se de uma declaração de guerra.

Ela está intimamente ligada ao projeto ultraliberal de segunda onda.

As marcas essenciais dessa segunda onda são:

1. É muito mais agressiva que a primeira, nos anos 1990.

Quem vai cuidar das cuidadoras de idosos?

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Reproduzindo uma ideia cada vez mais frequente em levantamentos sobre o mercado de trabalho, a reportagem "Um futuro de raros empregos", publicada pelo Valor Econômico (22/11/2019) aponta uma única atividade remunerada que terá lugar assegurado em nossa sociedade - cuidadoras de idosos.

"São alguns dos empregos que se manterão no futuro", anuncia a legenda de uma foto na qual duas imigrantes de traços asiáticos alimentam duas senhoras de idade avançadíssima numa "residência de repouso na Alemanha."

Embora essa visão seja frequente na maioria das discussões sobre o assunto, a dura realidade é que nem este serviço tem futuro garantido - pelo menos na escala que se imagina necessária.

Guedes quer para o Brasil a ditadura do Chile

Por Kiko Nogueira, no Diário do Centro do Mundo:

A defesa de Paulo Guedes do AI-5, ecoando Eduardo Bolsonaro, além de mentirosa, revela o caráter autoritário do ministro da Economia e sua nostalgia pinochetista.

Primeiro, a mentira.

Em Washington, numa entrevista, declarou o seguinte sobre Lula:

“Chamar o povo para rua é de uma irresponsabilidade. Chamar o povo para a rua para dizer que tem o poder, para tomar. Tomar como? Aí o filho do presidente fala em AI5, aí todo mundo assusta, fala o que que é?”

Eduardo Bolsonaro evocou o infame ato institucional no canal de Leda Nagle no Youtube no final de outubro.

Uruguai: a disputa prossegue nas ruas

Lacalle Pou
Por Nicolás Centurión, no site Outras Palavras:

Aconteceu o segundo turno das eleições no Uruguai e tudo indica que a direita, juntamente com a ultradireita, voltará ao governo, depois de 15 anos ininterruptos de governo da Frente Ampla.

Restam 35 mil votos para serem escrutinados e a diferença é de 28 mil votos entre a chapa Lacalle Pou-Argimon e a do oficialismo. Parece quase impossível ser superada, já que necessita de um voto a mais que a outra chapa para ganhar, mas, mesmo assim, a Frente Ampla mantém as esperanças vivas.

"Nova Previdência" penaliza os precarizados

Por André Luiz Passos Santos, no site Brasil Debate:

A série de três notas técnicas sobre a reforma da previdência – publicadas em agosto, setembro e outubro pelo Centro de Estudos de Conjuntura e Política Econômica (CECON), do Instituto de Economia da Unicamp – das quais participei com Ricardo Knudsen, Henrique Sá Earp e Antonio Ibarra, sob a coordenação do prof. Pedro Paulo Zahluth Bastos, aborda diversos aspectos da reforma finalmente aprovada pelo Congresso Nacional e agora promulgada. Cabe esclarecer que apenas o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) foi analisado.

O que fazer diante do novo partido fascista?

Por Mar­celo Castañeda, no site Correio da Cidadania:

Bol­so­naro é tido como burro e ig­no­rante, mas, numa jo­gada es­tra­té­gica ar­ris­cada, con­se­guiu co­locar no de­bate pú­blico e in­ter­co­nec­tado nas duas úl­timas se­manas a sua mais re­cente pro­posta de criar um par­tido para chamar de seu, con­gre­gando como ban­deiras Deus, armas e an­ti­co­mu­nismo sob a regência da fi­lo­sofia ola­vista. Trata-se de uma pro­posta com ins­pi­ração fas­cista e de base mi­li­ciana e evan­gé­lica.

Sem fundos setoriais, adeus banda larga!

Editorial do Instituto Telecom:

Mais de R$ 4 bilhões foram arrecadados pelos fundos de telecomunicações no ano de 2018. O Fistel (fiscalização) arrecadou R$ 2,6 bilhões; o Fust (universalização), R$ 854 milhões; o Funttel (desenvolvimento tecnológico), R$ 577 milhões. Boa parte desses recursos foi contingenciada para fazer frente ao superávit primário. Desde 2001, segundo as operadoras de telecomunicações, já foram arrecadados R$ 90 bilhões para os fundos setoriais. No entanto, apenas 8,6% desse valor foram investidos.

Um grande erro.

Bolívia é faceta do autoritarismo líquido

Charge: Iñaki y Frenchy/Rebelión
Por Pedro Serrano, na revista CartaCapital:

Embora sob a aparência de um golpe clássico, caracterizado pela ruptura institucional e comandado por militares, milicianos e pela elite econômica do país, as circunstâncias que levaram Evo Morales à renúncia podem ser encaradas como mais uma faceta do autoritarismo líquido dos nossos tempos.

Os discursos de seus opositores demonstram aparentes intenções de se buscar uma “saída democrática”. Dizem que é preciso agir “de modo democrático e constitucional” e que é necessário negar a “narrativa de golpe de Estado”. Além disso, ainda que o processo tenha sido sustentado pelas Forças Armadas e conduzido de forma extremamente violenta, com ameaças ao presidente e seus familiares, e forte repressão sobre seus apoiadores, todos aqueles que ora se empenham em ocupar o poder falam em um governo de transição que possa levar à realização de novas eleições.

"Rótulo" Bolsonaro cresce na América Latina

Por Vinícius Mendes, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Quando o empresário coreano-boliviano Chi Hyun Chung irrompeu por uma das ruas que dão acesso à Praça Kantuta, na região do Pari, zona central de São Paulo, no final de setembro, ninguém o notou de imediato. A chuva fina que caía sobre a cidade naquele domingo havia afugentado a maioria dos frequentadores que, normalmente, lotam o local – principal reduto de lazer dos bolivianos que vivem na capital paulista – neste dia da semana. À boca pequena, se dizia que a visita num dia daquele era benéfica, porque não permitiria que ele aglomerasse muita gente ao seu redor.