segunda-feira, 9 de dezembro de 2019
Maia sobe o tom nas críticas a Bolsonaro
Tales Faria, hoje, no UOL, relata que Jair Bolsonaro ficou irritado coma as movimentações do Presidente da Câmara – sobretudo com sua visita ao presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández – e estaria mobilizando esforços para atacar Rodrigo Maia.
Na visão de Bolsonaro, os dois filmetes (que quase ninguém viu) de propaganda do Centrão seriam uma “formação de cacife” do grupo de Maia para apoiar um adversário do Planalto em 2022 ou até mesmo uma candidatura do próprio Maia.
O ódio em rede: notas sobre a pós-verdade
Por João Teixeira Lopes, no site Carta Maior:
Ao contrário do que a ciência - incluindo a História e as ciências sociais - vem ensinando, gera-se a ideia de que nada há de conclusivo na evidência factual. Na verdade, deveria ser o inverso: “algumas coisas são verdadeiras independentemente de como sentimos ou pensamos a seu respeito” (Mcintyre, 2018: 11). Contudo, ganha a ideologia do irredutível pluralismo opinativo, uma vez que há sempre outras “versões” e que todo o conflito se resumiria, antes de mais, a uma questão de narrativa e de pontos de vistas, como de resto o desconstrucionismo ensina, qual idealismo textual: nada há fora do texto e as práticas discursivas estão de tal maneira imbuídas de signos e códigos culturais autorreferenciais que se fecha, inatingível desígnio, o acesso à realidade. Os mais ingênuos dos pós-modernos esquecem, ainda, que, quem mais força tem (e como seria crucial perceber a produção social desigual de discursos no capitalismo avançado!), com maior vigor propaga e impõe a sua verdade, universalizando-a. Em questão fica não só a possibilidade de acumular conhecimento sobre a realidade como a própria ideia de realidade.
Ao contrário do que a ciência - incluindo a História e as ciências sociais - vem ensinando, gera-se a ideia de que nada há de conclusivo na evidência factual. Na verdade, deveria ser o inverso: “algumas coisas são verdadeiras independentemente de como sentimos ou pensamos a seu respeito” (Mcintyre, 2018: 11). Contudo, ganha a ideologia do irredutível pluralismo opinativo, uma vez que há sempre outras “versões” e que todo o conflito se resumiria, antes de mais, a uma questão de narrativa e de pontos de vistas, como de resto o desconstrucionismo ensina, qual idealismo textual: nada há fora do texto e as práticas discursivas estão de tal maneira imbuídas de signos e códigos culturais autorreferenciais que se fecha, inatingível desígnio, o acesso à realidade. Os mais ingênuos dos pós-modernos esquecem, ainda, que, quem mais força tem (e como seria crucial perceber a produção social desigual de discursos no capitalismo avançado!), com maior vigor propaga e impõe a sua verdade, universalizando-a. Em questão fica não só a possibilidade de acumular conhecimento sobre a realidade como a própria ideia de realidade.
No país do pós-golpe, desigualdade aumenta
Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Já passa do meio dia, e até o momento não houve nenhuma manifestação do governo brasileiro sobre a nova edição do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) divulgado pela ONU na manhã desta segunda-feira.
Bolsonaro ainda não deu o ar da sua graça na porta do Alvorada nem nas redes sociais, de onde sumiu desde a quarentena imposta ao filho Carlucho, o O2.
Se estivesse interessado em conhecer o que acontece na vida real dos brasileiros, o presidente ficaria sabendo que no ranking de 189 nações, o Brasil caiu para o 79º lugar, nivelado a países como Bósnia Herzegovina e Macedônia do Norte, atrás de Chile, Argentina e Uruguai.
Bolsonaro ainda não deu o ar da sua graça na porta do Alvorada nem nas redes sociais, de onde sumiu desde a quarentena imposta ao filho Carlucho, o O2.
Se estivesse interessado em conhecer o que acontece na vida real dos brasileiros, o presidente ficaria sabendo que no ranking de 189 nações, o Brasil caiu para o 79º lugar, nivelado a países como Bósnia Herzegovina e Macedônia do Norte, atrás de Chile, Argentina e Uruguai.
CPMI das Fake News fecha ano vergonhoso
Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:
Entre tantos absurdos ocorridos no primeiro ano de bolsonarismo no poder, a CPMI das Fake News talvez seja o acontecimento mais bizarro de todos. Os principais protagonistas, tanto acusados quanto acusadores, são políticos neófitos que só se elegeram por estarem associados a Bolsonaro. Portanto, todo político bolsonarista foi favorecido, direta ou indiretamente, pela milionária fábrica de mentiras impulsionada pela campanha do PSL na internet. A turma da nova política que se elegeu às custas de Bolsonaro não pode dizer que dessa água não bebeu. Os conspiracionistas de sempre querem nos fazer acreditar que agora estão zelosos com a informação.
A China e as novas rotas da seda
Por Pepe Escobar, no site Vermelho:
Estamos rodando em uma impecável super-rodovia de quatro pistas, de 380 quilômetros de comprimento, que liga Almaty a Korgos – concluída em 2016 ao custo de 1,25 bilhões de dólares, 85% dos quais cobertos por um empréstimo do Banco Mundial. E de repente, correndo paralela a nós, surge a verdadeira superstar da conectividade das Novas Rotas da Seda.
Estamos rodando em uma impecável super-rodovia de quatro pistas, de 380 quilômetros de comprimento, que liga Almaty a Korgos – concluída em 2016 ao custo de 1,25 bilhões de dólares, 85% dos quais cobertos por um empréstimo do Banco Mundial. E de repente, correndo paralela a nós, surge a verdadeira superstar da conectividade das Novas Rotas da Seda.
As comemorações do movimento sindical
Por João Guilherme Vargas Netto
Com as festas de fim de ano se aproximando as entidades sindicais já organizam suas comemorações, embora em 2019 não haja muito a comemorar.
Para conversar com a população e com os trabalhadores e as trabalhadoras no estado de São Paulo sobre a ameaça da MP 905 de Bolsonaro e Guedes, que acaba com direitos e aumenta o emprego precário, as 10 centrais sindicais unidas definiram uma “Jornada de Lutas por Empregos e Direitos” com panfletagens e mobilizações durante esta semana entre os dias 10 e 13 de dezembro.
Cinco eixos temáticos são importantes:
Com as festas de fim de ano se aproximando as entidades sindicais já organizam suas comemorações, embora em 2019 não haja muito a comemorar.
Para conversar com a população e com os trabalhadores e as trabalhadoras no estado de São Paulo sobre a ameaça da MP 905 de Bolsonaro e Guedes, que acaba com direitos e aumenta o emprego precário, as 10 centrais sindicais unidas definiram uma “Jornada de Lutas por Empregos e Direitos” com panfletagens e mobilizações durante esta semana entre os dias 10 e 13 de dezembro.
Cinco eixos temáticos são importantes:
Déficit ambiental e o planeta saturado
Por Frei Betto, no site Correio da Cidadania:
Segundo o doutor em demografia José Eustáquio Diniz Alves, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (IHU, 31/10/19; EcoDebate, 30/10/19), a humanidade já esgotou a biocapacidade da Terra. Em 1961, o mundo tinha superávit ambiental de 2,6 bilhões de hectares globais (gha). Devido ao crescimento demoeconômico, o superávit se transformou em déficit a partir da década de 1970. Em 2016, a pegada ecológica total, de 20,6 bilhões de gha, superou a biocapacidade total de 12,2 bilhões de gha. Portanto, o déficit ecológico é de 8,4 bilhões de gha. A Terra está sobrecarregada em 70%.
domingo, 8 de dezembro de 2019
O que sustenta Jair Bolsonaro é o tempo
Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:
Entramos no décimo segundo mês do governo (?) do ex-capitão Jair Bolsonaro. Daqui a alguns dias, seu primeiro ano estará concluído. Sem foguete, sem retrato e sem bilhete.
Não houve surpresas na política em 2019. O que se podia esperar de ruim aconteceu. Nada de bom fez com que reconsiderássemos as expectativas sombrias do início do ano. Talvez haja nisso exagero. No lado da ruindade houve, sim, imprevistos. Quem conseguiria imaginar que o péssimo ministério do início pudesse piorar? Foi o que aconteceu. Todos os ministros que saíram cederam lugar a gente ainda mais desqualificada. Afundou a abissal qualidade.
Não houve surpresas na política em 2019. O que se podia esperar de ruim aconteceu. Nada de bom fez com que reconsiderássemos as expectativas sombrias do início do ano. Talvez haja nisso exagero. No lado da ruindade houve, sim, imprevistos. Quem conseguiria imaginar que o péssimo ministério do início pudesse piorar? Foi o que aconteceu. Todos os ministros que saíram cederam lugar a gente ainda mais desqualificada. Afundou a abissal qualidade.
Bolsonaro ameaça a economia e o Mercosul
Foto: Alan Santos/PR |
A 55ª Cúpula do Mercosul, realizada nos dias 4 e 5 últimos, em Bento Gonçalves (RS), como se esperava, foi marcada por gafes, avaliações políticas equivocadas e provocações gratuitas do presidente Jair Bolsonaro e seu ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. “Quero continuar presidente, não dá pra dar um golpe, não?’, brincou Bolsonaro, na quinta-feira (5), aparentemente sem saber que o microfone estava “aberto”.
A hegemonia pentecostal no Brasil
Por Magali Cunha, no site Outras Palavras:
Bispo Edir Macedo, missionário R. R. Soares, apóstolo Estevam Hernandes, pastor Silas Malafaia, bispo Valdemiro Santiago, pastora Damares Alves, apóstolo Rina, pastor Marco Feliciano, apóstola Valnice Milhomens, pastora Cassiane. O que essas lideranças religiosas, destacadas por mídias brasileiras, têm em comum? São pentecostais, o segmento religioso cristão que mais se expandiu, numérica e geograficamente, no Brasil nas últimas décadas. Hoje, compreender o pentecostalismo é imprescindível para quem se interessa pelas dinâmicas socioculturais e políticas que envolvem o país.
Datafolha: Bolsonaro não tem o que festejar
Por Renato Rovai, em seu blog:
A pesquisa Datafolha de hoje está meio-copo. O que significa que pode ser olhada pela parte cheia ou vazia. A depender do observador, as notícias são ótimas ou péssimas para o governo Bolsonaro. Nem tanto ao mar e nem tanto à terra.
Não houve mudança na sua avaliação de agosto para cá. A pequena melhora está na margem de erro. Uma queda de 38% para 36% no ruim e péssimo.
Ao mesmo tempo sua avaliação de abril ou de julho, as das outras duas pesquisas Datafolha realizadas neste ano, eram melhores. O ruim e péssimo somados eram de 30% e 33%.
Em relação a outras perguntas segmentadas também as oscilações foram pequenas. Com exceção da percepção de combate à corrupção. Neste quesito, o seu desempenho caiu de 34% para 29%. Enquanto isso, subiu de 44% para 50% a reprovação ao governo nessa área.
A pesquisa Datafolha de hoje está meio-copo. O que significa que pode ser olhada pela parte cheia ou vazia. A depender do observador, as notícias são ótimas ou péssimas para o governo Bolsonaro. Nem tanto ao mar e nem tanto à terra.
Não houve mudança na sua avaliação de agosto para cá. A pequena melhora está na margem de erro. Uma queda de 38% para 36% no ruim e péssimo.
Ao mesmo tempo sua avaliação de abril ou de julho, as das outras duas pesquisas Datafolha realizadas neste ano, eram melhores. O ruim e péssimo somados eram de 30% e 33%.
Em relação a outras perguntas segmentadas também as oscilações foram pequenas. Com exceção da percepção de combate à corrupção. Neste quesito, o seu desempenho caiu de 34% para 29%. Enquanto isso, subiu de 44% para 50% a reprovação ao governo nessa área.
Pacote anticrime aprovado. E aí?
Por Jordana Pereira, no site da Fundação Perseu Abramo:
Na última quarta-feira, 4 de dezembro, foi aprovado por 408 votos favoráveis, na Câmara Federal, o projeto de lei 10.372/18, conhecido como pacote anticrime.
A votação foi lida como uma derrota para o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, já que os principais pontos do seu projeto foram derrubados. Importante ressaltar que não faltaram esforços do ministro para com o projeto que foi enviado ao Congresso ainda no começo do ano: em outubro, o governo federal lançou uma campanha publicitária no valor de dez milhões de reais que previa divulgação de filmetes nos quais familiares de vítimas relatam experiências com a violência associando-a com a impunidade. O plano não deu certo e o uso das peças publicitárias oficiais foi vetado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no mesmo mês. A Corte entendeu que não era correto o governo patrocinar propagandas de projetos ainda em discussão no parlamento. A estratégia de fazer pressão externa aos parlamentares também foi criticada.
Na última quarta-feira, 4 de dezembro, foi aprovado por 408 votos favoráveis, na Câmara Federal, o projeto de lei 10.372/18, conhecido como pacote anticrime.
A votação foi lida como uma derrota para o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, já que os principais pontos do seu projeto foram derrubados. Importante ressaltar que não faltaram esforços do ministro para com o projeto que foi enviado ao Congresso ainda no começo do ano: em outubro, o governo federal lançou uma campanha publicitária no valor de dez milhões de reais que previa divulgação de filmetes nos quais familiares de vítimas relatam experiências com a violência associando-a com a impunidade. O plano não deu certo e o uso das peças publicitárias oficiais foi vetado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no mesmo mês. A Corte entendeu que não era correto o governo patrocinar propagandas de projetos ainda em discussão no parlamento. A estratégia de fazer pressão externa aos parlamentares também foi criticada.
Datafolha revela que Bolsonaro derrete
Por Leonardo Attuch, no site Brasil-247:
Bolsonaro chega ao fim do primeiro ano de seu mandato com a pior avaliação de um presidente eleito desde a redemocratização, como alguém que afeta negativamente a imagem do Brasil no mundo, como um personagem em cuja palavra não se pode confiar e como alguém que não se comporta como exige o decoro presidencial.
Ou seja: mesmo que sua queda tenha sido temporariamente estancada, em razão de algum alívio econômico, os dados revelados neste domingo pelo Datafolha indicam que ele derrete na presidência da República.
Ou seja: mesmo que sua queda tenha sido temporariamente estancada, em razão de algum alívio econômico, os dados revelados neste domingo pelo Datafolha indicam que ele derrete na presidência da República.
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