sábado, 2 de maio de 2020

Bolsonaro esconde seus exames da Covid-19

Por Altamiro Borges

O jornal Estadão brigou na Justiça e garantiu na quinta-feira passada (30) o direito de ter acesso aos exames de Covid-19 feitos pelo "capetão" Bolsonaro. A juíza Ana Lúcia Petri Betto deu prazo de 48 horas (sob pena de multa de R$ 5 mil) para que o presidente da República forneça "laudo de todos os exames".

Metido a valentão, Jair Bolsonaro se nega a apresentar o resultado dos exames. Em entrevista ao miliciano José Luiz Datena, na Band, ele até disse que sua palavra vale mais do que um papel. A juíza Ana Lúcia Petri Betto, porém, encarou as suas negativas como "ilegítimas" e como falta de transparência.

"No atual momento de pandemia que assola não só o Brasil, mas no mundo inteiro, os fundamentos da República não podem ser negligenciados, em especial quanto aos deveres de informação e transparência", argumentou a juíza Ana Lúcia Petri Betto.

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A luta pela hegemonia na atualidade

Por Samuel Pinheiro Guimarães

1. O fenômeno político, econômico e militar mais importante, anterior à emergência do Coronavírus e que, após o fim da Pandemia, permanecerá, é a firme disposição dos Estados Unidos de manter sua hegemonia mundial, seu poder de Império, face à ascensão e à competição chinesa.

2. A hegemonia em nível mundial é a capacidade de elaborar, divulgar e fazer aceitar pela maioria dos Estados uma visão do mundo em que o país hegemônico é o centro; de organizar a produção, o comércio e as finanças mundiais de forma a captar para a sede do Império uma parcela maior do Produto Mundial para uso de sua população, e muito em especial de suas classes hegemônicas e de seus altos funcionários; a capacidade de impor a “agenda” da política internacional; a força para punir os Governos das “Províncias” do Império que se recusem a aceitar ou se desviem das normas (informais) de seu funcionamento.

sexta-feira, 1 de maio de 2020

Discutir calendário de futebol afronta a vida

Por Ricardo Flaitt, no jornal Lance:

Em tempos de terraplanismo, pandemia é gripezinha. Em tempos de pandemia, que colapsa vidas, economias, hospitais, relacionamentos sociais e reordena o mundo do real para o virtual e vice-versa, ainda há quem encontre tempo para discutir calendários de campeonatos, sendo que o sensato, o óbvio mesmo!, no mundo redondo da bola, seria buscar soluções para preservar as vidas de torcedores e jogadores.

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E se o Brasil tivesse um governo sério?

Por Bepe Damasco, em seu blog: 

1- Em primeiro lugar, mandaria às favas a economia. A racionalidade econômica seria substituída pela obsessão por salvar vidas. Depois se pensaria em como remendar as finanças. Como Lula tem dito, na guerra do Paraguai o Brasil gastou o equivalente a 11 vezes o orçamento do país à época. E estamos em guerra contra um inimigo potente, traiçoeiro e invisível.

2- A Casa da Moeda estaria emitindo dinheiro para ajudar as pessoas, financiar programas emergenciais do governo federal e socorrer estados e municípios.

3- O presidente da República lideraria os esforços de enfrentamento da pandemia, em articulação permanente com os governadores, prefeitos e o Congresso Nacional. Usaria com frequência as redes sociais e a cadeia nacional de rádio e televisão para fazer balanços e conclamar a população a ficar em casa, como única forma de se achatar a curva de contágio. Com o aumento do número de casos, a quarentena daria lugar ao lockdown, o fechamento total, como fizeram outros países. O chefe da nação prestaria também suas condolências e expressaria solidariedade às famílias enlutadas pela dor da perda de entes queridos.

Presidente da Argentina peita empresários

Por Martín Fernández Lorenzo, no blog Socialista Morena:

Há duas semanas, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, deu uma coletiva de imprensa onde enfrentou o inimigo mais poderoso da quarentena que decretou há um mês: os grandes empresários do país. “Bem, muchachos: chegou sua hora de ganhar menos”, disparou. Dias depois, chamou de “miseráveis” os empresários que demitiram trabalhadores em meio à pandemia de coronavírus, como a construtora Techint, que, no início do mês, deu um pé na bunda de 1500 operários, mesmo com o decreto presidencial proibindo demissões por 60 dias.

Forças democráticas e os desafios do amanhã

Por Roberto Amaral, em seu blog:

O populismo de extrema-direita, que hoje toma o nome de bolsonarismo, não é fruto do acaso, nem jabuticaba em pé de goiabeira: sua emergência responde a uma necessidade do processo político brasileiro, marcado pela presença ativa de setores radicalmente conservadores de nossa sociedade cuja formação deita raízes na escravidão de negros e no genocídio das populações nativas. Somos, desde as origens coloniais, uma sociedade racista e autoritária, de um autoritarismo larvar que pervade todos os escaninhos das relações sociais, econômicas e pessoais. O poder sempre esteve enfeixado nas mãos de uns poucos proprietários brancos, senhores da terra, da liberdade e da vida do “povo”, os outros, o “povaréu”, que hoje os sociólogos prezam chamar de “classes subalternas”. Pois subalternos, população secundarizada, eram todos os não-proprietários.
 

Três cenários para purgatório da política

Por Luís Fernando Vitagliano, no site Brasil Debate:

Para qualquer balanço de governo, neste momento é primordial levar em conta que a base de sustentação da eleição de Bolsonaro e seu domínio técnico das redes sociais permanecem como o grande trunfo do presidente contra qualquer aspirante ao seu cargo. Bolsonaro é o político com maior capacidade de fazer das redes sociais uma ferramenta de popularidade e consegue criar fatos políticos manipulando seus robôs e seus apoiadores. Graças a isso se elegeu presidente, graças a isso aprovou projetos impopulares e também sustenta sua popularidade mesmo depois de vários reveses de governo. Portanto, é preciso entender que nenhum candidato da direita tem tamanha influência, e que Jair Bolsonaro segue sendo a figura principal do banquete político quando se especula sobre 2022.

Por mais lucro, neoliberais atacam sindicatos

Por Caroline Oliveira, no jornal Brasil de Fato:

O Brasil está com o pé na ditadura militar enquanto Otávio faz piquete na porta da fábrica, com um megafone na mão. Seu filho, Tião, metalúrgico de família, ignora o pai e o piquete. Para ele, greve é utopia, uma luta inglória. Sua preocupação é deixar a vida difícil para trás.

Na peça teatral “Eles não usam black-tie”, escrita por Gianfrancesco Guarnieri, estão retratados os conflitos de uma categoria e de duas gerações que parecem viver em mundos diferentes, ainda que iguais.

Projetados os personagens para 2020, Otávio seria o trabalhador que está diante do desafio de reorganização do movimento sindical diante das transformações no capitalismo.